Louro-pardo, uma árvore de luxo

Louro-pardo, uma árvore de luxo

Louro-pardo, uma árvore de luxo

O louro-pardo (Cordia trichotoma) é uma espécie de árvore nativa da América do Sul ocorrendo no Brasil, Argentina e Paraguai. Em terras brasileiras pode ser encontrada em todas as regiões, nos seguintes tipos de vegetação: área antrópica, Caatinga (stricto sensu), Cerrado (lato sensu), Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial).

A árvore pode alcançar 35 metros de altura, com tronco reto e cilíndrico, dando fustes de 10 a 20 metros. Suas flores são pequenas, brancas, perfumadas e com floração vistosa, observada de janeiro a julho, e possui propriedades melíferas. A produção de sementes ocorre a cada dois anos e a dispersão de frutos e sementes é anemocórica, ou seja, se dá pelo pelo vento.

O louro-pardo apresenta melhor crescimento nas áreas sem geadas rigorosas. Em seus primeiros anos de vida, é sensível ao frio e sofre com as geadas tardias. Sua plantação é mais recomendada para plantios em locais com temperatura média de 18 ºC. Além disso, é uma espécie exigente com relação ao tipo de solo, assim os plantios devem ser feitos em solos de fertilidade química média a alta, profundos, bem drenados e com textura que varia de franca a argilosa. 

É uma das espécies nativas com maior potencial para o plantio com fins econômicos, especialmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, por apresentar uma combinação de aspectos favoráveis, como crescimento rápido, boa forma, madeira de qualidade, frutificação abundante e facilidade de produção de mudas.

Em relação aos seus aspectos ecológicos, é considerada uma espécie secundária inicial a secundária tardia, sendo recomendada para a restauração em locais sem inundação.  A Apremavi produz mudas de louro-pardo no viveiro Jardim das Florestas, para utilização em projetos de recuperação de áreas degradadas.

Louro-pardo em Teresina (PI). Foto: Izamoi Nam, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Árvore, mudas, flores e sementes de Louro-pardo (Cordia trichotoma). Fotos: Arquivo Apremavi e Izamoi Nam, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Louro-pardo

Nome científico: Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. Ex Steud
Família: Boraginaceae
Utilização: madeira utilizada para fabricação de móveis, peças decorativas e pequenos barcos. Utilizada para paisagismo de forma geral.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando se observar que as inflorescências estiverem secas.
Época de coleta de sementes: janeiro a maio.
Fruto: alado, inflorescência seca quando madura, cálice aderente ao fruto.
Flor: branca.
Crescimento da muda: rápido.
Germinação: normal.
Plantio: mata ciliar, área aberta, sub-bosque.
Observação: a semente permanece aderida ao fruto.

 

Referências: 

CARVALHO, P. E. R . Espécies arbóreas brasileiras, 2014.

Carvalho, P. E. R. Louro pardo, 2002.

Cordia in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB16536>. Acesso em: 29 ago. 2023.

PROCHNOW, M. (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007.

LORENZI, H. Árvores  brasileiras: um manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil, vol. 1, 3 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2000.

http://www.tropicalflora.com.br/tropicalflora/pt/ajxDetTexto.php?codtexto=45&codcategoria=25. Acesso em: 20 de fev.2009.

 

Autoria: Equipe Apremavi.
Revisão: Thamara Santos de Almeida e Vitor Lauro Zanelatto.

Plano Participativo: vote pelo enfrentamento da emergência climática

Plano Participativo: vote pelo enfrentamento da emergência climática

Plano Participativo: vote pelo enfrentamento da emergência climática

O Plano Plurianual (PPA) é o instrumento mais importante para implementação das políticas públicas no Brasil. Ele define como o investimento do governo será feito durante a sua gestão. Por isso é muito importante a participação de todos para garantir que a política seja feita por e para todos.

O atual governo abriu uma nova maneira de elaborar o PPA. É o Plano Participativo em que toda a sociedade pode participar da seguinte maneira:

  1. Votando nas propostas oficiais dos ministérios; e
  2. Elaborando e apresentando propostas como cidadão ou membro de uma entidade/organização da sociedade civil.

Nesse sentido, a Apremavi assina com outras organizações uma carta apoiando a campanha do Ministério do Meio Ambiente e da Mudança Climática solicitando que as pessoas votem na proposta de “Enfrentamento da Emergência Climática”. Essa proposta prevê o fortalecimento da ação nacional frente às alterações do clima, enfrentando os desafios da redução de impactos climáticos e adaptação; e promovendo a resiliência aos eventos climáticos extremos, viabilizando de forma transversal as oportunidades da transição para a economia de baixo carbono.

Em termos práticos, a proposta prevê várias ações como por exemplo, desenvolver um plano de monitoramento, prevenção, controle e resposta rápida para desastres ambientais, bem como o planejamento urbano de médio e longo prazo, que permitam às cidades e áreas urbanas mais vulneráveis se adaptarem aos riscos de eventos climáticos extremos.

Plano Participativo: vote pelo enfrentamento da emergência climática

Para participar do processo de escolha dos temas prioritários do PPA, basta acessar o site do Governo Federal até o dia 16 de julho e votar na proposta do Ministério do Meio Ambiente: “Enfrentamento de Emergências Climáticas”, através deste link.

Autoras: Carolina Schäffer e Miriam Prochnow.

Apremavi 36 anos: passado, presente e futuro ativista

Apremavi 36 anos: passado, presente e futuro ativista

Apremavi 36 anos: passado, presente e futuro ativista

A Apremavi completa 36 anos neste domingo. Fundada em nove de julho de 1987, naquela data, era a formalização da missão de jovens catarinenses que tomaram a responsabilidade para si e buscaram combater desmatamentos e retrocessos ambientais. No presente, é a organização que restaura os ecossistemas da Mata Atlântica tendo plantado mais de nove milhões de árvores nativas. Para o futuro, espera ainda mais árvores plantadas e pessoas conectadas pela conservação das florestas.

O maior símbolo do crescimento institucional da organização ao longo do tempo é o Viveiro Jardim das Florestas, ponto de partida para todos os projetos e iniciativas de restauração. Grande parte das mudas de árvores nativas produzidas no viveiro já se tornaram florestas e estão contribuindo para aumentar a conscientização ambiental e a preservação da Mata Atlântica. Cada plantio é, antes de tudo, também um ato de amor à natureza e é por isso que é tão significativo o envolvimento das pessoas nas estratégias de restauração ecológica.

A Apremavi sempre combinou educação ambiental e adquiriu conhecimentos para produzir mudas e plantar florestas. A produção de mudas e os plantios, contudo, são possíveis apenas através da ação. Os incontáveis esforços dos parceiros dão forma a uma comunidade que promove mudanças na paisagem; coletam sementes, regam as mudas, realizam o plantio, ou até mesmo apoiam a continuidade das atividades de longe, através de doações. 

A vocação de uma organização que já atua há 36 anos não poderia se manter mais contemporânea e necessária: restaurar a Mata Atlântica, conservar a Natureza e proteger a biodiversidade. A Apremavi nasceu do sonho e da conexão entre pessoas que acreditavam ser necessário mudar a realidade do desmatamento da década de 1980 para tornar possível o futuro que vivemos hoje.

Sempre foi da nossa natureza defender a Natureza; vamos juntos plantar novos sonhos e fazer crescer novas florestas?

 

Nosso Presente. Nosso Futuro. Nossa responsabilidade.

Saiba como se associar e seja parte da Geração Restauração

Apremavi 36 anos

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer.

Proteger e restaurar a Mata Atlântica é urgente

Proteger e restaurar a Mata Atlântica é urgente

Proteger e restaurar a Mata Atlântica é urgente

Estamos a apenas sete anos de 2030, ano que marca o fim da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas, um apelo para a proteção, revitalização e restauração de ecossistemas do mundo todo. Os riscos envolvendo a perda da biodiversidade foram discutidos na 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP 15) que ocorreu na China, em 2021 e no Canadá, em 2022. Ambas conferências mostraram que nas próximas décadas pelo menos um milhão de espécies correm risco de desaparecer para sempre devido à ação humana, que está por trás não só da crise climática, mas das crises humanitárias, econômicas e de biodiversidade. O Acordo Kunming-Montreal, aprovado por quase 200 países, estabelece uma nova meta de conservação, será necessário preservar até 30% das áreas terrestres e regiões costeiras e marinhas globais até 2030, para conter a onda de extinção de espécies em andamento. O acordo determina ainda que, neste mesmo prazo, até 30% dos ecossistemas que estão degradados – tanto terrestres quanto marinhos – devem estar restaurados ou com restauração em andamento.

O ano de 2030 também foi definido como meta para a redução em 45% das emissões dos gases de efeito estufa (GEE) em comparação com os níveis de 2010. Trata-se de um passo fundamental para limitar o aquecimento global a 1,5ºC e frear os danos causados pelas mudanças climáticas. Nesse aspecto, um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (World Meteorological Organization – WMO), divulgado no dia 17 de maio, traz péssimas notícias, estimando que há 66% de probabilidade que o planeta ultrapasse o limite de 1,5ºC  de aquecimento global entre 2023 e 2027. O relatório aponta ainda que há 98% de chance de que estes anos superem 2026 como os mais quentes no mundo desde que começaram os registros. Isso exige medidas ainda mais urgentes de nossa parte.

O Brasil, conhecido por sua natureza rica e exuberante, infelizmente, tem sido líder mundial na perda de florestas tropicais. Em 2021, de acordo com dados do Global Forest Watch, com a perda de 1,5 milhão de hectares de florestas primárias, o país respondeu por 40% da derrubada registrada globalmente. Um dos biomas que continua em risco é a Mata Atlântica, um hotspot mundial com recordes de biodiversidade e um dos mais ameaçados do planeta. 

Presente em 17 estados e 3.429 municípios brasileiros, hoje, restam 24% da floresta que existia originalmente no bioma, sendo que apenas 12,4% são florestas maduras e bem preservadas. Esse percentual também está distribuído de forma desigual entre os diferentes ecossistemas do bioma, que abriga 35% de todas as espécies vegetais do país e mais de duas mil espécies de animais, sem contar os insetos. A Mata Atlântica, por exemplo, tem a maior biodiversidade de anfíbios do mundo. Por outro lado, o maior declínio mundial desses animais, segundo estudo, causado pelas mudanças climáticas, doenças e fragmentação dos habitats. A Mata Atlântica também abriga 9 das 12 bacias hidrográficas do Brasil e cerca de 72% da população brasileira (IBGE, 2014).

Dados do terceiro boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) da Mata Atlântica, consolidado no Map Biomas Alerta, mostram que um total de 21.302 hectares de floresta foram desmatados na Mata Atlântica no primeiro semestre de 2022. Essa destruição é comparável à área de 117 campos de futebol por dia.

Os dados do Atlas da Mata Atlântica, divulgado no dia 24 de maio, traz dados preocupantes, que comprovam que o desmatamento continua a passos largos. O bioma perdeu 20 mil hectares de florestas em um período de um ano (entre outubro de 2021 e de 2022). É a segunda maior área desmatada nos últimos 6 anos, colocando em risco a qualidade de vida de 145 milhões de brasileiros que dependem das bacias hidrográficas localizadas em áreas de Mata Atlântica para terem acesso à água.

Para ajudar a reverter esse quadro, o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg) tem como meta recuperar, na Mata Atlântica, 4,8 milhões de hectares até 2030, e o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica se propõe a viabilizar a restauração de 15 milhões de hectares até 2050.

Em um estudo publicado em julho de 2019 na revista científica Science Advances, uma equipe de pesquisadores buscou identificar quais são os locais que possuem grande potencial de benefício da restauração somado à boa viabilidade de que o plantio de árvores prospere. Os resultados mostram que a Mata Atlântica foi o bioma com maior quantidade e área de hotspots para a restauração em todo o mundo, o que exemplifica uma grande oportunidade para os projetos de restauração do bioma.

É neste cenário que precisamos atuar com urgência, para mudar o curso catastrófico que se apresenta. Está mais do que comprovado que a conservação e a restauração de florestas são fundamentais para o combate à crise climática e a manutenção do fornecimento de serviços ecossistêmicos, que são essenciais para a saúde, a igualdade social e o desenvolvimento sustentável dos seres humanos. E as duas coisas não funcionam separadas. Para maximizar os benefícios oferecidos pelas florestas, precisamos manter intactos os remanescentes de floresta nativa, conservar a biodiversidade, impulsionar a regeneração e restaurar as áreas que costumavam ter floresta.

Precisamos integrar as soluções baseadas na natureza, que tem a ver com o redesenho e o planejamento das paisagens. Pensar o território com olhar de drone e visão de libélula: do alto com a complexidade exigida e onde cabem todos os atores e setores existentes naquele território, mas cabe também a natureza.

 

Repúdio aos ataques à Mata Atlântica

Em plena Semana da Mata Atlântica, a Comissão Mista da Câmara dos Deputados investe contra um dos biomas mais ameaçados do mundo ao alterar novamente o texto da Medida Provisória (MP) 1.150, reintroduzindo alterações na Lei da Mata Atlântica (Lei 11.428 de 2006) que fragilizam sobremaneira a proteção do bioma, até mesmo os seus raríssimos remanescentes primários. Não satisfeitos com o descaso, na Comissão de Meio Ambiente (CMADS), deputados da mesma laia aferiram também um verdadeiro golpe aos Campos de Altitude, ao debaterem o Projeto de Lei (PL) 364/2019, que postula a retirada dos Campos de altitude da esfera de proteção da Lei.

A Apremavi repudia todas as formas de ataques à Mata Atlântica, se une a sociedade civil e reitera as manifestações postuladas pela Rede de ONGs da Mata Atlântica, pelo Observatório do Clima, pelo Pacto pela Democracia e pelo Fridays for Future.

Mata Atlântica

No contexto da restauração como pauta emergencial para salvar o bioma e ajudar a mitigar às crises climática e de biodiversidade, a Apremavi apresenta o Viveiro Jardim das Florestas. Foto: Miriam Prochnow.

Autoras: Miriam Prochnow e Carolina Schäffer.

Apremavi repudia pacote de retrocessos aprovados pelo Congresso

Apremavi repudia pacote de retrocessos aprovados pelo Congresso

Apremavi repudia pacote de retrocessos aprovados pelo Congresso

Apremavi se une a sociedade civil e repudia pacote de retrocessos, aprovados pelo Congresso no último dia 23, que estraçalham a Lei da Mata Atlântica, esvaziam o Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima e o Ministério dos Povos Indígenas e colocam em cheque os rumos da política ambiental no país.

Às vésperas do Dia da Mata Atlântica, a Câmara dos Deputados não surpreende: desconsidera a votação prévia do Senado que impugnou matérias alheias e inconstitucionais à MP 1.150 e MP 1.154, e aprova um novo texto que escancara o desmonte ambiental que vinha em curso desde o governo passado.

O relatório, proposto pelo Deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB/AL), apresentado no último dia 23 de maio na Comissão Mista da Câmara dos Deputados, inseriu pontos que evidenciam o projeto de desmonte da política ambiental iniciado no governo passado.

Listamos os principais equívocos aprovados:

  • A gestão do Cadastro Ambiental Rural (CAR) sai do Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima (MMA) e vai para o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), levando um instrumento de política ambiental para um ministério sem essa competência técnica;
  • A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Sistema Nacional de Gerenciamento da Gestão de Recursos Hídricos (SIGRH) saem do MMA e vão para o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR), quebrando o princípio da integração e indissociabilidade da gestão das Águas e do Meio Ambiente;
  • A gestão de Resíduos Sólidos vai para o Ministério das Cidades e sai do MMA, excluindo a política ambiental do setor;
  • A demarcação das terras indígenas sai do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e vai para o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), quebrando a espinha dorsal dos direitos dos povos indígenas.

O texto aprovado da MP 1.154, que trata da reestruturação ministerial, fragiliza o sistema e diminui o protagonismo necessário da área socioambiental nos debates nacionais. Já a nova versão da MP 1.150 coloca novamente o bioma que abriga cerca de 72% da população brasileira (IBGE, 2014) em risco; um bioma que segue com taxas de desmatamento alarmantes.

De acordo com os dados divulgados no último dia 24 de maio pelo Atlas da Mata Atlântica, entre os meses de outubro de 2021 e de 2022, 20.075 hectares de Mata Atlântica foram destruídos. Isso corresponde a mais de 20 mil campos de futebol desmatados a cada três dias. Entre os cinco Estados que mais destruíram o bioma – o mais devastado do País -, quatro são presença constante na lista da devastação desde o início dos anos 2000: Minas Gerais, Bahia, Paraná e Santa Catarina.

Ambas MPs vão na contramão dos debates de mitigação dos cenários de crise climática, socioeconômica e de biodiversidade em curso, e inviabilizam a retomada das políticas públicas brasileiras, imprescindíveis para a garantia de qualidade de vida para todas as espécies, bem como essenciais para o desenvolvimento econômico e a imagem do Brasil no exterior. 

Como diz o ditado, para bom entendedor, poucas palavras bastam: os equívocos estão esclarecidos e Eliane Brum foi precisa quando escreveu que se o Lula rifar o meio ambiente, seu governo acaba. Estamos de acordo. O Presidente precisa reassumir o controle desse embate cheio de politicagem e ensinar os agentes das boiadas como se faz a verdadeira política, baseada em ciência e com respeito ao meio ambiente; o futuro da humanidade depende disso. #VetaLula.

Apoio às manifestações da Sociedade Civil

Além de repudiar veementemente qualquer projeto de enfraquecimento da Lei da Mata Atlântica e dos órgãos ambientais brasileiros, a Apremavi se une às vozes da sociedade civil que mostram a gravidade desses atos. Conclamamos todas as organizações a fazerem o mesmo e ampliarem essa mobilização.

Veja notas com chamado para assinatura lançadas pelos coletivos nacionais:

Autora: Carolina Schäffer.
Revisão: Miriam Prochnow.

Apremavi participa do Encontro Anual do Observatório do Clima

Apremavi participa do Encontro Anual do Observatório do Clima

Apremavi participa do Encontro Anual do Observatório do Clima

Entre os dias 3 e 5 de maio de 2023 a Apremavi esteve presente no Encontro Anual do Observatório do Clima (OC), a maior rede da sociedade civil dedicada ao debate da agenda socioambiental e climática no Brasil.

Junto com 155 pessoas que representavam 70 organizações, das 94 que compõem o OC, a Apremavi ajudou a aprovar o plano estratégico da rede para o período 2023 – 2026. As atividades do quadriênio estão divididas em quatro macro-objetivos estratégicos (produção de conhecimento, incidência política, incidência Internacional, e engajamento da sociedade), que se desdobram em objetivos específicos que são debatidos em diferentes grupos de trabalho.

“Construir pautas claras e oferecer soluções é uma das formas de fortalecer a rede do Observatório do Clima e também a luta contra a crise climática”, comenta Carolina Schäffer, vice-presidente da Apremavi, que acompanhou o evento realizado no interior paulista.

A assembleia, instância máxima da governança da rede, se reúne anualmente e este ano elegeu sua nova coordenação, que é a responsável por orientar o secretariado executivo no cumprimento das deliberações da assembleia. A nova coordenação passa a ser integrada por Adriana Ramos, assessora de Política e Direito Socioambiental do ISA, Andréa Bavaresco, coordenadora-executiva do IEB, Ane Alencar, diretora de Ciência do Ipam, Caetano Scannavino, coordenador do Projeto Saúde e Alegria, Délcio Rodrigues, diretor do Instituto ClimaInfo, e Marina Piatto, diretora-executiva do Imaflora.

Selo Signatário do Movimento ODS SC 2023

Marina encerra assembleia anual do Observatório do Clima. Foto: Felipe Werneck/MMA.

O Encontro Anual do OC foi encerrado com a participação da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que comentou que a preservação áreas naturais brasileiras e o respeito aos direitos indígenas são questões urgentes e inadiáveis: “estamos trabalhando em conjunto com os estados e o MPI para impulsionar a criação de novas Unidades de Conservação e garantir a demarcação das terras indígenas. Esta é uma prioridade absoluta em nossa agenda de proteção ambiental.”

Acesse o site do Observatório do Clima

Essa ação está relacionada com os ODS:

 

Autora: Carolina Schäffer.
Revisão: Thamara Santos de Almeida.
Foto da capa: abertura do Encontro Anual, por Carolina Schäffer.

RPPNs, um caminho para o Protetor das Florestas conservar o seu legado

RPPNs, um caminho para o Protetor das Florestas conservar o seu legado

RPPNs, um caminho para o Protetor das Florestas conservar o seu legado

No Dia do Protetor das Florestas (17/05) a Apremavi coloca em foco a possibilidade dos proprietários de áreas naturais conservarem as florestas por meio da criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).

Criadas por iniciativas espontâneas de proprietários privados, que podem ser pessoas físicas ou jurídicas, as RPPNs estão previstas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), por meio da Lei nº 9.985/2000, conhecida como Lei do SNUC. Além de disciplinar o compromisso para a conservação das florestas, dos recursos hídricos e para a proteção das paisagens naturais, a legislação também prevê o desenvolvimento de atividades de baixo impacto ambiental e significativa importância para a sociedade, como projetos de educação ambiental e ecoturismo. 

As áreas protegidas privadas possuem as mesmas condições de conservação da natureza daquelas criadas por órgãos governamentais, mas o pertencimento e responsabilidade em relação à área se mantém integralmente ao proprietário. Outra diferença está no tempo para criação de uma Unidade de Conservação particular: o processo é rápido; sobretudo quando ponderada a morosidade para a criação de uma Unidade de Conservação pública, que pode demandar desapropriações, esforços políticos, elaboração de complexos planos de manejo, instituição de regimentos e conselhos.

A criação de uma RPPN garante a isenção do Imposto Territorial Rural (ITR) sobre a área. Além disso, o proprietário pode solicitar auxílio do poder público para elaborar um plano de manejo, proteção e gestão da área. Outra possibilidade é firmar parcerias com ONGs ou centros de ensino para o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, como ocorre na RPPN Serra do Pitoco, em Atalanta (SC).

> Conheça a RPPN Serra do Lucindo, da Apremavi

O Brasil possui 2.000 RPPNs, que untas representam um significativo complemento aos esforços governamentais na conservação da biodiversidade por meio da ampliação das áreas naturais protegidas, que protegem córregos, rios e nascentes, colaboram com a educação ambiental e na execução de pesquisas científicas. O turismo ecológico é outra possibilidade que pode ser explorada, com potencial de geração de renda ao proprietário.

RPPN Serra do Lucindo

RPPN Serra do Lucindo, da Apremavi. Foto: Arquivo Apremavi.

Caminhos para criação de uma RPPN

As reservas são criadas exclusivamente através da iniciativa voluntária do proprietário, que solicita ao órgão ambiental o reconhecimento de parte ou do total do seu imóvel. A RPPN é perpétua e também deve ser averbada no cartório, à margem do registro do imóvel.

Em nível federal, a criação de uma RPPN é realizada através do ICMBio. O primeiro passo é o preenchimento do requerimento online disponível no Sistema Informatizado de Monitoria de Reservas Particulares do Patrimônio Natural – SIMRPPN.

Após a análise da documentação, o Instituto promove a consulta pública da reserva e realiza a vistoria técnica na área da RPPN proposta. O Termo de Compromisso para averbação da RPPN à margem da matrícula do imóvel é enviado ao proprietário que, após averbá-lo, deverá encaminhar a certidão ao órgão ambiental. Ao final, o ICMBio publica a portaria de criação da RPPN no Diário Oficial da União (DOU).

Em nível estadual, as demandas para a criação de uma RPPN podem variar. Recomenda-se visitar a página do órgão ambiental estadual para informações detalhadas.
> Confira os requisitos em SC – através do Instituto de Meio Ambiente de SC (IMA)
> Confira os requisitos no PR – através do Instituto Água e Terra (IAT)

A criação também pode ocorrer em âmbito municipal, caso haja legislação específica sobre RPPNs no município. Nesses casos, a secretaria municipal de meio ambiente e/ou órgão a ela vinculado  são responsáveis pelo reconhecimento dessas reservas.
> Saiba mais sobre RPPNs municipais no guia da SOS Mata Atlântica

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Revisão: Thamara Santos de Almeida.
Foto de Capa: RPPN Serra do Pitoco, Atalanta (SC).

Mobilização contra a MP1150 que ameaça a Mata Atlântica é urgente

Mobilização contra a MP1150 que ameaça a Mata Atlântica é urgente

Mobilização contra a MP1150 que ameaça a Mata Atlântica é urgente

A Medida Provisória (MP) 1.150 de 2022, aprovada na Câmara dos Deputados no último dia 30 de março, que altera o Código Florestal e destrói a Lei da Mata Atlântica, pode ser votada a qualquer momento no plenário do Senado Federal e uma mobilização por parte da sociedade é urgente.

Proposta ainda no governo Bolsonaro, a MP tratava apenas da prorrogação do prazo de adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), vencido em 31 de dezembro de 2022. Entretanto, durante a votação do último dia 30 de março, o relator incluiu no texto final aprovado pelos deputados emendas que alteram na íntegra a Lei da Mata Atlântica enfraquecendo a proteção do Bioma ao abrir brechas para mais desmatamentos no pouco que restou (12%) do bioma mais ameaçado do país.

Além de destruir a Lei especial que protege o bioma onde vive a maior parte da população brasileira, a medida prejudica a recuperação de áreas degradadas, ao alterar o Código Florestal, e ainda interfere em outra Lei, a que gere Unidades de Conservação como os parques nacionais.

Na prática, a MP permite que um proprietário que tenha derrubado a floresta de sua propriedade além do permitido por Lei, inclusive nas áreas de preservação permanente (APPs) no entorno de rios e nascentes, não tenha mais prazo para recuperar aquela vegetação e não seja punido neste período indeterminado.

 

Chamado para mobilização

Nesta terça-feira, dia 11 de março, a partir das 14h, participe do TUITAÇO e ajude a pressionar o Senado a não pautar a MP 1.150:

📢 Hashtag: #SalveOCódigoFlorestal e #SalveAMataAtlântica
📢 Frase: DIGA NÃO À MP 1150
📢 Acesse o banco de tuítes e cards

MP1150
Vote contra a MP 1.150 no portal E-Cidadania

O Senado abriu uma consulta pública para a votação da MP. Mesmo que haja veto presidencial, não há garantias de que a câmara vá acatar o veto, portanto é importante a sociedade se posicionar contra esse absurdo!

 

Entenda o caso

Para entender melhor o caso, veja os posicionamentos divulgados pelo Observatório do Clima (OC), pelo Observatório do Código Florestal (OCF), pela Fundação SOS Mata Atlântica e pela Apremavi:

Autora: Thamara Santos de Almeida com informações da Apremavi, do Observatório do Clima, do Observatório do Código Florestal e da Fundação SOS Mata Atlântica.
Revisão: Carolina Schäffer.

Quaresmeira, a flor que anuncia a Páscoa

Quaresmeira, a flor que anuncia a Páscoa

Quaresmeira, a flor que anuncia a Páscoa

A Quaresmeira também pode ser conhecida popularmente como manacá-da-serra, flor-de-maio, flor-da-quaresma, jacatirão-de-capote e pau-de-flor. As espécies do gênero Tibouchina são conhecidas como quaresmeiras, a principal delas é a Tibouchina granulosa, muito presente na arborização urbana. As espécies de maior ocorrência na Mata Atlântica são a Tibouchina mutabilis e a Tibouchina sellowiana.

Elas são muito parecidas morfologicamente por se tratarem do mesmo gênero, portanto são difíceis de serem diferenciadas, principalmente apenas com informações advindas de fotografias. Assim, por serem as duas espécies de quaresmeira com maior ocorrência na Mata Atlântica vamos abordar as duas nesta matéria nos referindo a elas como quaresmeiras.

A quaresmeira é uma espécie pioneira, característica da encosta úmida da Serra do Mar que ocorre do Rio de Janeiro até Santa Catarina. É encontrada quase exclusivamente na mata secundária, chegando, por vezes, a dominar a paisagem e podendo viver de 60 a 70 anos.

Além da importância ecológica, a quaresmeira é muito utilizada na arborização urbana, com fins paisagísticos, devido à beleza de suas flores e por não apresentar raízes agressivas, permitindo seu plantio em diversos espaços, desde isoladas em calçadas, até em pequenos bosques em grandes parques públicos. Seu crescimento é rápido.

Elas têm esse nome porque parte da floração mais intensa é próxima ao período religioso da Quaresma, que vai da quarta-feira de cinzas ao domingo de Páscoa, período de reflexão que antecede a Páscoa para os católicos. Outra coincidência: a cor símbolo da Páscoa é o roxo, mesma tonalidade de cor das flores da quaresmeira.

As flores são solitárias, grandes, vistosas e duráveis. Desabrocham com a cor branca e gradativamente vão se tornando violáceas, passando pelo rosa. Esta particularidade faz com que na mesma planta sejam observadas flores de três cores.

Sua madeira apesar de ser de qualidade inferior é indicada para a construção de vigas, caibros, obra internas, postes, esteios e moirões para lugares secos.

Estresse faz as quaresmeiras florirem

Na mata original, a quaresmeira pode viver de 60 a 70 anos. Com o estresse da cidade, ocasionado pelo monóxido de carbono, elas adotaram uma estratégia evolutiva diferente e vivem menos de 50 anos e podendo florescer três vezes por ano. As quaresmeiras que se encontram isoladas nas ruas são as mais afetadas por esse estresse causado pelo monóxido de carbono, produzido pela queima de combustível dos veículos, e o ozônio. A falta de adubação, o pequeno espaço para crescer e expandir suas raízes e as podas drásticas também apressam a morte das quaresmeiras.

Segundo os pesquisadores, as plantas estressadas acabaram adotando a estratégia evolutiva de produzir mais flores para garantir mais sementes e mais “descendentes”. A floração é a forma de perpetuação da espécie. Nas quaresmeiras, as mais velhas vão ficando cada vez mais exuberantes.

A Origem das Quaresmeiras contada pelos índios

Por várias vezes tamoios e portugueses se enfrentaram e no ano de 1566 aconteceu um grande combate entre os dois povos. Esse episódio ficou conhecido na história como a guerra das canoas, que se desenrolou ao redor de Paquetá (RJ) e que dizimou toda a tribo tamoio que vivia na Ilha.

Dizem que os tamoios, já prevendo essa derrota e a extinção da sua tribo, providenciaram com antecedência um grande ritual religioso  em que  invocaram os espíritos dos seus ancestrais para que, de alguma forma, ficasse marcado para sempre que o chão e a Natureza desta ilha das muitas pacas era território deles, e a eles pertencia.

Não há concordância em relação ao local em que tal rito ocorreu: se na Imbuca, ou na Lagoa Grande. Em cada um desses locais havia uma taba da tribo de Paquetá, e cada uma delas era dirigida por um cacique, além do Pajé, que era o mesmo para as duas aldeias. Eram pois três chefes: dois temporais e um espiritual. E foi em torno deles que ficou estabelecido o sinal para marcar a posse indígena de Paquetá. Ficou combinado que os espíritos dos ancestrais usariam para marcar esse fato, as mesmas cores que cada um dos três caciques costumava usar nos seus cocares e nos seus colares. O da Imbuca preferia o amarelo das penas dos bem-te-vis, o da Lagoa Grande preferia as flores azuis das bromélias que enfeitavam as margens dessa grande lagoa e o Pajé andava sempre ornamentado com vários colares de conchas cor-de-rosa, que existiam em quantidade nas praias de Paquetá.

E os mais antigos contam que foi depois da guerra das canoas, quando morreram todos os índios de Paquetá e os seus três caciques, que começaram a aparecer mata atlântica, essas três grandes árvores ornamentais: o Ipê amarelo, que floresce principalmente na Imbuca, as quaresmeiras, que enfeitam de  roxo as encostas, e as paineiras da curva do vento, que sempre enfeitam Paquetá com as suas  grandes flores cor-de-rosa. Dizem que elas simbolizam aqueles três grandes chefes tamoios.

Quaresmeira ou manacá-da-serra. Foto: Carolina Schäffer

Detalhes da flor da quaresmeira (T. mutabilis ou T. sellowiana). Foto: Carolina Schäffer

 

Quaresmeira

Nome científicoTibouchina mutabilis (Vell.) Cogn. e Tibouchina sellowiana.
Família: Melastomataceae
Utilização: Madeira utilizada para vigas, caibros e moirões. Muito utilizada para paisagismo urbano e geral.
Coleta de sementes: Diretamente da árvore quando começar a abertura espontânea dos frutos.
Fruto: marrom, seco, em forma de taça, contendo várias sementes por fruto, possuindo aproximadamente 0,7 cm de diâmetro.
Flor: Rosa, branca, violácea.
Crescimento da muda: Rápido.
Germinação: Delicada.
Plantio: Mata ciliar, área aberta, solo degradado.
Época de coleta de sementes: Fevereiro a abril 
Observação
: As sementes deverão ser minimamente cobertas com substrato leve mantidas com pouca umidade.

Autoras: Tatiana Arruda Correia e Miriam Prochnow.
Revisão: Thamara Santos de Almeida e Guilherme Peres Coelho.
Foto de capa: Carolina Schäffer.

Fontes Consultadas:

BIANCARELLI, A. Estresse faz quaresmeiras florirem. Disponível em:
http://www.premioreportagem.org.br/article.sub?docId=440&c=Brasil&cRef=Brazil&year=2002&date=mar%C3%A7o%202002. Data de acesso: 06 abr. 2009.

CARDOSO, M. A Origem das Paineiras, das Quaresmeiras e do Ipê Amarelo. Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/5387/1/a-origem-das-paineiras-das-quaresmeiras-e-do-ipe-amarelo/pagina1.html . Data de acesso: 31 mar. 2009.

LORENZI, H. Tibouchina mutabilis (Vell.) Cogn.  In: LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. p. 262.

Manacá-da-Serra. Disponível em:
http://www.jardineiro.net/br/banco/tibouchina_mutabilis.php. Data de acesso: 02 abr. 2009.

 

8 de março: dia de luta e inspiração

8 de março: dia de luta e inspiração

8 de março: dia de luta e inspiração

O Dia Internacional das Mulheres, 8 de março, nasceu há um pouco mais de cem anos, a partir da luta das mulheres em diversos movimentos pelo mundo. Por volta de 1910, esses movimentos começaram a se organizar tendo como tema principal o direito ao voto; nascia assim o movimento sufragista. Além do direito ao voto, as mulheres lutavam por mudanças na regulamentação do casamento, do divórcio e do acesso aos bens da família, pelo direito ao estudo e ao trabalho, bem como pela participação em organizações políticas.

Essas reivindicações não eram unificadas, ocorriam até então em datas distintas ao redor do mundo. Entretanto, em 1917, durante a Revolução Russa, uma greve de operárias e sua revolta contra a escassez de alimentos e exploração (conhecida como luta por “Paz e Pão”), motivou as mulheres no mundo inteiro pela criação de uma data que representasse o ideal do movimento. Elas precisaram de quatro anos, e só em 1921 o dia 8 de março foi escolhido, durante a Conferência das Mulheres Comunistas, como o Dia Internacional das Mulheres.

Conheça a história completa no livro “As origens e a comemoração do dia internacional das mulheres” da historiadora espanhola Ana Isabel Álvarez González

No Brasil, o movimento sufragista teve como principal ícone e liderança a advogada, ativista, bióloga, cientista e servidora pública, Bertha Maria Júlia Lutz (1894-1976). Bertha teve contribuição fundamental na luta pelos direitos das mulheres, tendo, entre outras ações, liderado o movimento pelo direito das mulheres ao voto, que só virou realidade no país em 1933.

Recusar à mulher igualdade de direitos em virtude do sexo é negar justiça à metade da população“, dizia Bertha em um dos vários depoimentos de luta.

Dia da Mulher

Bertha Lutz falando em uma reunião da Organização das Nações Unidas (ONU). Foto: Arquivo UN Photo replicado na Agência Senado.

Desafios atuais na luta das mulheres

Cem anos depois, apesar das conquistas, como o direito ao voto, os desafios enfrentados ainda são inúmeros. Um dos maiores é a luta pela vida e pela vida com qualidade.

Inúmeros são os casos de mulheres que são mortas pelos seus parceiros pelo fato de serem mulheres. Somente em 2022 o número de vítimas de feminicídio aumentou 5% no ano passado e chegou ao recorde de 1,4 mil mulheres mortas. Um dos fatores que contribuiu para esse fato cruel, sem dúvida, foi o desmonte da rede de proteção à mulher instaurado pelo Governo Bolsonaro. 

Eventos extremos causados pela mudança do clima, como tempestades, enchentes e deslizamentos, também impactam de forma diferente as mulheres, sobretudo as que vivem em condição periférica. Segundo infográfico publicado pelo GT de Gênero e Clima do Observatório do Clima, mulheres e meninas são mais afetadas e têm mais probabilidade de morrer em tragédias causadas por fenômenos naturais.

Além do medo de perderem a vida, as mulheres enfrentam a divisão desproporcional do trabalho doméstico e do cuidado com as pessoas. A sociedade segue enxergando trabalhos domésticos, não-remunerados, como algo natural e inerente às mulheres. Na pandemia isso ficou evidenciado quando um estudo mostrou que as pesquisadoras mulheres, principalmente aquelas com filhos pequenos, foram os grupos mais afetados pelo COVID-19 em relação a sua produtividade acadêmica. Ou seja, as mulheres produziram menos artigos científicos, que é o principal trabalho de uma pesquisadora, para assumir, muito mais que os seus parceiros homens, os cuidados com os filhos pequenos que tiveram que ficar em casa com o fechamento das escolas.

As profissionais da área da saúde também foram vítimas de forma desigual da pandemia. O relatório da Organização PanAmericana da Saúde (OPAS) evidenciou que as mulheres são a maioria dos profissionais de saúde e estavam na linha de frente cuidando dos pacientes, representando 72% de todos os casos de COVID-19 entre os profissionais de saúde da região.

 

As Mulheres da Apremavi

A Apremavi acredita que o protagonismo e a participação das mulheres no processo de criação de ideias e tomada de decisão, a visibilização e a remuneração do trabalho da mulher, além do olhar para a participação de gênero como parte da solução e não só como ponto de vulnerabilidade, são caminhos importantes em busca de um futuro mais justo e sustentável.

8 de março

Mosaico de foto das mulheres que fazem parte da equipe da Apremavi em diversos cargos da instituição, desde a vice-presidência, a coordenação de projetos e da área financeira, até a área técnica, administrativa e de comunicação e o envolvimento nas atividades do dia-a-dia do Viveiro Jardim das Florestas. E cards com depoimentos de algumas delas sobre o que representa para cada uma delas o dia 8 de março. Fotos e cards: Arquivo Apremavi.

Grande inspiração, não só na Apremavi, Miriam Prochnow, ambientalista e co-fundadora da instituição, trabalha na área ambiental há mais de 35 anos. Em seu depoimento sobre como vê o seu trabalho ela relata “gosto de imaginar que meu trabalho inspira e dá forças para que outras mulheres se sintam encorajadas a participar da construção de um mundo melhor para as futuras gerações. Um mundo sustentável e de paz. Nós precisamos que isso aconteça se quisermos que a humanidade continue pelas bandas do planeta Terra”.

Em 1987, na fundação da Apremavi, Miriam esteve acompanhada também de outra mulher inspiradora, Lucia Sevegnani (em memória). Doutora em Ecologia e ex-professora da FURB, Lucia foi, dentre tantas outras coisas, uma das pesquisadoras e organizadoras do “Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina”, em 2012. Sua vida e seu trabalho ainda hoje são fonte de pesquisa e alento para toda a sociedade catarinense. 

Seguindo os passos das fundadoras, Carolina Schäffer, mestre em Botânica, atualmente exerce a vice-presidência da Apremavi e busca sua maior inspiração na história da instituição e na própria Mata Atlântica, “trabalhar para conservá-la e restaurá-la, e fazer isso na companhia de muitas mulheres aguerridas, é o que me inspira”. Carolina também acredita que “contratar mulheres e empoderá-las para que exerçam suas funções com maestria e autonomia é parte da minha missão como gestora da instituição”.

O olhar e a busca pela equidade de gênero na equipe da Apremavi não é nova. Hoje a instituição emprega 18 mulheres, num universo de 38 colaboradores, e estas ocupam os mais variados cargos da instituição, desde a vice-presidência, a coordenação de projetos e da área financeira, até a área técnica, administrativa e de comunicação e o envolvimento nas atividades do dia-a-dia do Viveiro Jardim das Florestas.

Uma das técnicas ambientais da Apremavi, Gabriela Goebel, mestranda em Botânica, atua e vive pelo que acredita; “meu trabalho contribui com a causa ambiental por meu comprometimento e amor ao meio ambiente. Acredito que essa vontade de fazer a diferença possa inspirar outras mulheres a ocupar e ter voz em todos os espaços, e mostrar que estamos fortes na luta por um mundo mais justo para todas as espécies e ecossistemas”.

Também dedicada, a mestre em Biologia Animal, que atua como assistente de comunicação e informação na instituição, Thamara Santos de Almeida, espera “inspirar e encorajar outras mulheres a acreditarem que é possível lutar contra as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade transformando o amor em mudar essa realidade por trabalho remunerado, conquistando assim a nossa independência financeira, algo tão caro para nós mulheres”.

Em seu depoimento, Thamara toca em outro ponto que precisa ser pauta: a disparidade salarial entre gênero. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que globalmente, em média, as mulheres recebem salários cerca de 20% menores do que os dos homens. Por isso, o encorajamento por independência financeira e a oferta de salários igualitários é uma das ações que ajuda a combater a desigualdade de gênero.

Coordenadora administrativa e membro da diretoria, a administradora Maria Luiza Schmitt Francisco comenta “sinto que vim para este mundo com uma ou com várias missões, buscando sempre a evolução, e que não faz sentido algum trabalhar somente para receber o salário no final do mês. Preciso me sentir realizada e sentir que estou fazendo algo pelo bem comum, para o benefício da minha e, principalmente, das futuras gerações”.

Atuar no presente e inspirar futuras gerações move a Apremavi desde o início, por isso a instituição promove ações de conscientização e educação ambiental no âmbito dos projetos que executa, além de impulsionar o engajamento dos jovens na área socioambiental.

Inspirar pelo exemplo também é lema das auxiliares de administração da Apremavi. A contadora, Sirlene Ceola, pensa que o exemplo dá condições mais fortes que palavras, além disso “ensinar nossos filhos a cuidar do meio ambiente atrai uma geração atrás da outra. Sou inspirada por mulheres e posso fazer o mesmo, inspirá-las com meu trabalho”. E sem dúvida inspira mesmo, tanto é que sua colega Aline Martins, graduanda em administração, diz que espera com a sua atuação profissional “influenciar outras mulheres a ter um olhar mais amplo do meio ambiente, de forma a enxergar sua importância e adquirir responsabilidade social, garantindo à nossa e às futuras gerações uma melhor qualidade de vida”.


A equidade faz parte dos Princípios da Apremavi

Na última revisão da Carta de Princípios da Apremavi foram incorporados os propósitos “Respeitar e valorizar as diferenças individuais (de origem, nacionalidade, gênero, cor/ raça, religião, étnicas, sociais, culturais, etárias, físicas e de orientação sexual)” e “Promover a equidade de gênero, oferecendo oportunidades iguais independente de diferenças individuais em um ambiente de trabalho“. Desde então, estratégias para o cumprimento desses princípios de forma plena estão sendo observadas com ainda mais intensidade e implementadas de forma transversal na instituição.

Muito além de inspirar, na missão pela conservação e restauração da Mata Atlântica e sua biodiversidade, precisamos garantir que todas as mulheres tenham acesso às mesmas oportunidades de aprendizagem e tenham condições igualitárias de trabalho e de ocupação dos espaços científicos, políticos e no setor socioambiental.

REFERÊNCIAS

Lopes, M. M., de Souza, L. G. P., & de Oliveira Sombrio, M. M. (2004). A construção da invisibilidade das mulheres nas ciências: a exemplaridade de Bertha Maria Júlia Lutz (1894-1976). Revista gênero, 5(1).

González, A. I. Á. (2010). As origens e a comemoração do dia internacional das mulheres. São Paulo: Expressão Popular.

Pan American Health Organization (2021). Gendered Health Analysis COVID-19 in the Americas.

Pay transparency legislation:  Implications for employers’  and workers’ organizations (2022).  International Labour Organization.

Autoras: Carolina Schäffer e Thamara Santos de Almeida.

Retrospectiva 2022: juntos, plantamos florestas de esperança e avançamos na restauração

Retrospectiva 2022: juntos, plantamos florestas de esperança e avançamos na restauração

Retrospectiva 2022: juntos, plantamos florestas de esperança e avançamos na restauração

É hora de avançar e fazer mais. Em mais de 35 anos de atuação, a Apremavi esteve atuante diuturnamente para garantir a proteção das florestas e de todas as formas de vida, através do advocacy “boca no trombone”, para denunciar retrocessos ambientais, constantes nos últimos anos. Ao mesmo tempo, executamos diversos projetos de restauração, conservação e articulação política, praticando o “mão na massa”.

Fatos relevantes como o avanço da Década da Restauração de Ecossistemas e o lançamento de projetos da Apremavi com metas ambiciosas para os próximos anos, agregam-se ao otimismo de um novo governo progressista e democrático no Brasil e de recentes evoluções em pautas da agenda climática internacional, indicando um cenário onde propostas poderão ser debatidas e avanços sistêmicos aprovados na área socioambiental, algo que há muito não é visto no Brasil.

Essas motivações se somam às diversas demandas e necessidades que o país apresenta, que também podem ser encaradas como oportunidades para o desenvolvimento sustentável e geração de empregos. A construção de uma cadeia econômica para a restauração ecológica, a regulamentação do mercado de carbono, o avanço na implementação do Código Florestal e a retomada das iniciativas de proteção e ampliação das Unidades de Conservação e da biodiversidade no Brasil são desafios que a Apremavi tem vocação para contribuir. 

2022 foi o ano em que enfrentamos uma das eleições mais importantes dos últimos tempos, onde os brasileiros tiveram a oportunidade de escolher (re)construir um outro Brasil.

Relembre os destaques de 2022 junto conosco.

Viveiro Jardim das Florestas

Localizado na comunidade de Alto Dona Luiza, em Atalanta (SC), o viveiro tem como missão produzir mudas nativas da Mata Atlântica para atender as demandas dos projetos da Apremavi. Tem capacidade produtiva de 1 milhão de mudas por ano, através da tecnologia Ellepot, que dispensa o uso de embalagens plásticas e favorece o crescimento sadio das raízes das mudas.

Mantido com apoio de vários projetos e através da venda direta das mudas excedentes, o viveiro está equipado com estufas, galpões e veículos que dão suporte para todo o processo de produção das mudas, desde a coleta das semenstes em diversas regiões de Santa Catarina até a entrega das mudas em campo, para o plantio.

Neste ano, até novembro, o viveiro produziu 719.089 mudas. O número representa 11% de aumento, se comparado a 2021. As espécies mais produzidas foram principalmente mudas de erva-mate (Ilex paraguariensis), de araucária (Araucaria angustifolia) e de araçá-vermelho (Psidium cattleyanum Sabine).

 

Centro Ambiental

Junto ao viveiro está o Centro Ambiental Jardim das Florestas, que abriga a sede da Apremavi e Ecoloja. Construído em 2013 com o apoio de inúmeros parceiros da região, foi idealizado para que a instituição pudesse desenvolver uma parte importante de sua missão, que é a de compartilhar conhecimentos para a conservação da biodiversidade. O espaço recebe estagiários, voluntários, pesquisadores e detentores de saberes que buscam ensinar e aprender sobre produção de mudas, restauração e biodiversidade.

Em 2022, o Centro Ambiental recepcionou 1.190 pessoas através de 50 visitas agendadas. Além disso, recebeu eventos como o ‘Diálogos pela Restauração’ – 1º encontro dos projetos aprovados pelo Chamamento Público nº 02/2018 do IBAMA.

Projetos da Apremavi

Clima legal:

O projeto institucional da Apremavi focado na neutralização das emissões de CO2 atua majoritariamente em Santa Catarina, com plantios em áreas públicas e privadas, contribuindo com a mitigação da emergência climática e com a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica. 

Em 2022, a Apremavi realizou diversos plantios a partir de adesões de pessoas físicas e jurídicas ao projeto, contando com a colaboração de agricultores, instituições e escolas. No total foram plantadas 6.429 novas árvores em 10 cidades de Santa Catarina.

 

Bosques de Heidelberg: 

Desenvolvido desde 1999 em parceria com ONG alemã Bund für Umwelt und Naturschutz Deutschland (BUND), promove a restauração da Mata Atlântica e a realização de ações de educação ambiental em cidades brasileiras e alemãs, com foco em municípios do Alto Vale do Itajaí (SC) e de Heidelberg (GER), respectivamente.

Neste ano, houve a doação de 7.386 mudas, envolvendo 13 cidades e 19 propriedades. Além disso, um novo Bosque foi implementado na cidade de Pouso Redondo (SC) e a equipe da Apremavi ministrou palestras na Alemanha sobre a Mata Atlântica para 730 alunos como fruto do projeto. O projeto também foi anunciado vencedor do 28º Prêmio Expressão de Ecologia, na categoria ‘Parceria Global Pela Segurança Climática’.

 

Matas Legais:  

Criado em parceria com a Klabin, desenvolve ações de conservação, educação ambiental e fomento florestal, tendo como base o planejamento de propriedades e paisagens.

Em Santa Catarina, 7,56 hectares de vegetação nativa foram conservados, 7,47 hectares foram restaurados, 85.591 mudas foram doadas, 36 propriedades foram atendidas, presentes em 10 municípios. Também foram realizadas 11 palestras, atingindo 800 pessoas.

Já no Paraná, 2.421,94 hectares de vegetação nativa foram conservados, 80 hectares foram restaurados, 134,71 hectares de áreas restauradas foram monitorados, 65.383 mudas foram doadas, 132 propriedades foram atendidas. Neste ano promoveu e/ou apoiou 20 palestras, alcançando cerca de 1.440 pessoas

 

Matas Sociais: 

Desenvolvido em parceria com a Klabin e o Sebrae, atua no fortalecimento econômico, ambiental e social das pequenas e médias propriedades rurais do Paraná e Santa Catarina.

Em Santa Catarina, 3,4 hectares foram restaurados, 8.908 mudas foram doadas, 50 propriedades foram atendidas, presentes em 5 municípios.

Já no Paraná, 154,23 hectares de vegetação nativa foram conservados, 11,55 hectares foram restaurados, 40.331 mudas foram doadas, 61 propriedades foram atendidas. O projeto está presente em 11 municípios, e neste ano realizou 6 palestras, alcançando cerca de 1115 pessoas. O Programa também produz regularmente o podcast ‘Voz do Matas’, distribuído para a rede de agricultores parceiros.

 

Implantando o Código Florestal

O projeto, executado em consórcio com outras Organizações da Sociedade Civil brasileiras, é resultado de uma articulação do Observatório do Código Florestal (OCF) e apoio do Norway´s International Climate and Forest Initiative (NICFI) através da Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (NORAD),  atua no fomento de políticas, práticas, transparência e governança para a implantação do Código Florestal.

O projeto realizou seis reuniões de articulação com parceiros, reunindo 34 lideranças para o debate, avaliação e articulação de políticas públicas necessárias para a implementação do Código Florestal. Além disso, 68 pessoas foram entrevistadas para uma pesquisa sobre o Programa de Regularização Ambiental (PRA) que foi apresentada na Conferência Brasileira de Restauração Ecológica.

Destaca-se a parceria com o município de Salete (SC), que contou com a participação de 80 pessoas e 19 propriedades atendidas pela Apremavi em atividades de restauração e planejamento da propriedade, a partir de palestras e articulações com o governo local.

O projeto, em parceria com o Observatório do Código Florestal, também mobilizou uma campanha nacional para alertar sobre o prazo de adesão ao PRA. Foram produzidos estudos, materiais técnicos e de comunicação, que deram origem a produtos para as mídias sociais, rádios e materiais de divulgação impressos sobre a temática. Tão logo foi lançada, a Apremavi contou com o apoio de diversas redes para a divulgação da iniciativa, como a Amigos da Terra, a Rede de ONGs da Mata Atlântica e o Diálogo Florestal.

 

Conservador das Araucárias: 

O projeto é fruto da parceria entre a Tetra Pak e a Apremavi e visa a restauração florestal de cerca de 7 mil hectares com espécies nativas nos próximos 10 anos, atrelada à captura de carbono para mitigação das mudanças climáticas, a adequação de propriedades rurais à legislação ambiental e a conservação de mananciais hídricos, do solo e da biodiversidade, bem como a melhoria da qualidade de vida da população inserida no território de abrangência do projeto.

Em 2022, houve a ativação do projeto e o início das atividades de restauração com o plantio de 4 mil árvores em uma área piloto. No Viveiro Jardim das Florestas, foram produzidas mais de 70.000 mudas de Araucária até o mês de novembro.

 

+ Floresta: 

Com o objetivo de contribuir com a restauração da vegetação nativa em Reservas Legais de Projetos de Assentamento (PAs) da Reforma Agrária em Abelardo Luz (SC), o projeto avançou nas atividades de articulação e estudo da região onde as atividades de restauração devem ocorrer, localizadas no Oeste de Santa Catarina. As intervenções da Apremavi serão  voltadas ao incremento das populações de araucária (Araucaria angustifolia), imbuia (Ocotea porosa) e xaxim (Dicksonia sellowiana), espécies vegetais ameaçadas de extinção com histórico de intensa exploração no estado.

Com previsão de ser implementado até 2030, neste ano o projeto foi iniciado com 13 reuniões envolvendo 9 parcerias. Além disso, 10 reuniões para sensibilização do projeto foram feitas com o envolvimento de 108 pessoas. No total, 170 famílias foram entrevistadas e 260 hectares da área foram percorridos para um diagnóstico inicial. Destaca-se ainda a parceria inovadora com o Instituto Federal (IFC) de Rio do Sul para pesquisa de reprodução do Xaxim-bugio.  

 

 

Prêmios

Neste ano a Apremavi conquistou dois prêmios: o 28° Prêmio Expressão de Ecologia através do projeto Bosques de Heidelberg, que promove plantios na Mata Atlântica e a conexão de comunidades com a floresta e o inédito Prêmio Melhores ONGs, onde a Apremavi foi considerada uma das 100 melhores Organizações do Terceiro Setor brasileiras em 2022. Este prêmio reconhece o trabalho de uma equipe dedicada e de toda a rede de parceiros que atua nos diversos projetos da organização, beneficiando o meio ambiente e as pessoas.

 

Os incontáveis esforços dos últimos meses renderam avanços significativos nas metas da organização, que cada vez mais abraça as oportunidades e firma parcerias com potencial de alcançar novos paradigmas na restauração e na conservação da biodiversidade, de modo especial na Mata Atlântica, onde a Missão da Apremavi foi cunhada. 

Esperamos que as sementes de esperança e reconstrução que semeamos ao longo dos últimos 35 anos floresçam cada vez mais em 2023. Feliz ano novo!

É hora de avançarmos e fazermos mais; juntos!

Autores: Thamara S. de Almeida e Vitor L. Zanelatto | Revisão: Carolina Schäffer
Foto de Capa: Carolina Schäffer | Ilustrações: Isabelle Nogueira, para Apremavi

Doe para a Apremavi pela plataforma das Melhores ONGs do Brasil

Doe para a Apremavi pela plataforma das Melhores ONGs do Brasil

Doe para a Apremavi pela plataforma das Melhores ONGs do Brasil

Já está no ar a plataforma de doações para as Melhores ONGs do Brasil.

A ferramenta anuncia a lista das 100 Melhores ONGs de 2022, entre elas a Apremavi, e os destaques em algumas categorias e causas especiais, além de permitir que qualquer pessoa física e/ou jurídica doe diretamente para as organizações listadas e ajude a fortalecer as ações desenvolvidas pelo terceiro setor.

Doare Melhores ONGs

Melhores ONGs no Festival Internacional de Inovação Social

No último sábado, dia 22 de outubro, a Apremavi esteve presente no Festival Internacional de Inovação Social (fiiS) que aconteceu no Parque Ibirapuera em São Paulo/SP. Na ocasião houve o primeiro encontro das 100 Melhores ONGs de 2022 com anúncio das três organizações finalistas ao prêmio de Melhor ONG do ano. Além disso, startups de diversos países com projetos inovadores relacionados à educação, trabalho e alfabetização digital, bem como a ação climática e a economia circular se apresentaram no palco principal.

Carolina Schäffer, vice-presidente da Apremavi, que esteve no evento comenta que o evento foi um festival de comemorações: “todas as organizações do terceiro setor que estavam presentes estavam radiantes por terem seu trabalho reconhecido e figurarem na lista das melhores de 2022; para nós estar nessa lista ratifica que o empenho de toda nossa equipe em atuar diuturnamente na missão da Apremavi compensa“.

O fiiS São Paulo é parte do festival de empreendedorismo e inovação social mundial que reúne pessoas que estão lutando para construir uma sociedade mais justa, sustentável e diversa, em um evento que une inspiração, cultura e educação. Tudo isso através da colaboração, tendo as pessoas como centro da discussão.

Mundialmente, o Festival já completa 9 anos amplificando a voz da inovação e dos empreendedores sociais comprometido com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, tendo sido organizados 43 festivais que envolveram mais de 650 mil participantes ao redor do mundo.

Melhores ONGs

Melhores ONGs de 2022 se reuniram durante Festival Internacional de Inovação Social em São Paulo. Fotos: Carolina Schaffer.

Autora: Carolina Schäffer.
Revisão: Thamara Santos de Almeida.

Neste domingo, eleja quem aderiu à Plataforma Ambiental

Neste domingo, eleja quem aderiu à Plataforma Ambiental

Neste domingo, eleja quem aderiu à Plataforma Ambiental

No próximo domingo, dia 02 de outubro de 2022, o Brasil será palco da eleição mais importante das últimas quatro décadas.

É chegada a hora de elegermos candidaturas comprometidas com a democracia e que possam recolocar o Brasil como protagonista mundial na conservação e restauração do meio ambiente, bem como reposicionar o país como liderança no cenário internacional em acordos e cooperações que visem mitigar a emergência climática.

Para apresentar propostas, documentos e compromissos que devem ser assumidos e incorporados nos planos de gestão por todas as candidaturas, a Apremavi lançou no dia 31 de agosto a Plataforma Ambiental que reúne recomendações e propõe caminhos para a promoção de um país democrático e sustentável.

Entre os documentos que compõem a Plataforma estão a estratégia “Brasil 2045 – Construindo uma potência ambiental”, elaborada pelo Observatório do Clima, e a carta “Retomar o Desenvolvimento“, elaborada pela Fundação SOS Mata Atlântica.

Enviada por email para todos os partidos políticos com atividades em Santa Catarina, a Plataforma Ambiental recebeu até o momento da publicação deste artigo, 11 adesões (veja lista abaixo).

Candidaturas que aderiram à Plataforma Ambiental

Candidaturas à Câmara Legislativa Estadual

Coletiva Raízes

PSOL

Eliane Greggio

Rede sustentabilidade

Geva Ferro

Rede Sustentabilidade

Joani Moçambique

Rede sustentabilidade

Mandata Feminista do Bem Viver

PSOL

Marquito

PSOL

Rodrigo Preis

PT

Candidaturas à Câmara dos Deputados Federal

Kerexu

PSOL

Reinaldo Haas

Rede Sustentabilidade

Teresa das Águas

Rede Sustentabilidade

Candidaturas ao Senado Federal

Afrânio Boppré

PSOL | Federação PSOL – Rede Sustentabilidade

É urgente reconstruir a democracia ameaçada e eleger representantes que propõem uma agenda de desenvolvimento permanente e duradoura para o Brasil, que precisa ser sustentável e, para tanto, deve promover a descarbonização da economia por meio de políticas públicas alinhadas à emergência climática e à equidade socioambiental afinal, o mundo tem menos de 90 meses para solucionar o maior desafio coletivo já enfrentado pela humanidade, a emergência climática.

Autora: Carolina Schäffer.

Apremavi lança Plataforma Ambiental para as Eleições 2022

Apremavi lança Plataforma Ambiental para as Eleições 2022

Apremavi lança Plataforma Ambiental para as Eleições 2022

A eleição mais importante das últimas quatro décadas se aproxima e é chegada a hora de ouvir as propostas e demandar das candidatas e candidatos compromissos que possam recolocar o Brasil como protagonista mundial na conservação e restauração do meio ambiente, bem como como reposicionar o país como liderança no cenário internacional em acordos e cooperações que visem mitigar a emergência climática.

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) tem como missão a defesa, preservação e recuperação do meio ambiente e dos valores culturais, buscando a qualidade de vida na Mata Atlântica e em outros Biomas

As principais ações da Apremavi estão relacionadas com o aprimoramento das políticas públicas, o combate às mudanças climáticas, a produção de mudas nativas da Mata Atlântica, a restauração de áreas degradadas e matas ciliares, o enriquecimento de florestas secundárias, educação ambiental e capacitação, advocacy e defesa da legislação ambiental, a produção e divulgação de materiais sobre meio ambiente, denúncias de agressões ambientais, a construção de parcerias de sucesso e a oportunização de intercâmbios com diferentes regiões, estados e países. Tanto a missão quanto as ações da Apremavi nos impõe uma atuação firme para exigir compromissos reais e efetivos de todas as candidaturas, independente de partidos.

A Apremavi é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), sem fins lucrativos, que não distribui quaisquer dividendos ou resultados a seus associados ou dirigentes, investindo todos os recursos gerados na conservação e restauração do meio ambiente, sempre procurando melhorar a qualidade de vida da população, respeitando os limites da natureza e dos recursos naturais.

As tomadas de decisão da organização são pautadas na democracia, igualdade e diversidade, conforme prevê a Carta de Princípios da Apremavi. Sem democracia plena, independência entre os Poderes, atuação efetiva das instituições e confiança da sociedade no Estado brasileiro não será possível avançar no desenvolvimento sustentável e na promoção de justiça climática. Ao longo dos últimos anos a Sociedade Civil teve seus espaços de participação limitados, teve integrantes perseguidos e viu avançar as agressões contra ativistas. Esse cenário precisa ser enfrentado urgentemente.

A Apremavi é signatária de dois importantes documentos, que propõem caminhos para a promoção de um país democrático e sustentável. “Brasil 2045 – Construindo uma potência ambiental”, elaborado pelo Observatório do Clima, uma rede da qual a Apremavi faz parte e que reúne 73 organizações da sociedade civil. As propostas se dividem em oito temas principais: 1. Política climática e acordos internacionais; 2. Prevenção e controle do desmatamento; 3. Bioeconomia e atividades agrossilvopastoris; 4. Justiça climática; 5. Energia; 6. Biodiversidade e áreas costeiras; 7. Indústria e gestão urbana; 8. Governança e financiamento da política ambiental nacional.

O outro documento que a Apremavi assina é a carta “Retomar o Desenvolvimento” elaborada pela Fundação SOS Mata Atlântica para os próximos governantes e parlamentares. Este documento propõe uma agenda de desenvolvimento permanente e duradoura para o Brasil, que precisa ser sustentável e, para tanto, deve promover a descarbonização da economia por meio de políticas públicas alinhadas à emergência climática e à equidade socioambiental.

Ambos os documentos têm como fundamento, entre outros, o Sexto Relatório de Avaliação (AR6) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), que alertou que o planeta precisa reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% até 2030 e zerá-las em 2050, se quiser ter mais de 50% de chance de limitar o aquecimento global em 1,5°C, como preconiza o Acordo de Paris e, assim, evitar os piores efeitos da catástrofe do clima. Na última década, porém, as emissões globais tiveram o maior aumento da história.

Ou seja, o mundo tem pouco mais de 90 meses para solucionar o maior desafio coletivo já enfrentado pela humanidade, a emergência climática.

O Brasil é o sexto maior emissor do planeta, mas ao mesmo tempo tem grande responsabilidade no corte de gases de efeito estufa pois está em melhor posição do que muitos outros países para aproveitar as oportunidades econômicas e de justiça social que a transição para uma economia limpa oferece.

A emergência climática, embora nos ameace, também representa grande chance para o Brasil resgatar a credibilidade e abrir oportunidades para o desenvolvimento. O fim do desmatamento, a restauração dos ecossistemas, investimentos intensos em energia limpa e renovável e a descarbonização da economia são centrais para o planejamento de um futuro próspero e equitativo, incidindo em lutas que fazem intersecção com a justiça climática e que são desafios para as futuras lideranças políticas; como a geração de empregos, a promoção de ações afirmativas e o combate às injustiças históricas, como o racismo e a desigualdade de gênero.

A Diretoria da Apremavi reafirma a premissa apresentada nos documentos supracitados: para retomar o desenvolvimento é preciso priorizar o meio ambiente, com metas claras e compromissos efetivos. É urgente reconstruir a democracia ameaçada e anular todos os decretos e atos que desmantelaram a legislação ambiental brasileira.

O combate às crises hídrica, climática e de biodiversidade passa pela conservação e restauração da Mata Atlântica e para isso, entre outras iniciativas imediatas, é necessário:

  • Fazer valer a Lei da Mata Atlântica e implementar o Código Florestal;
  • Reforçar a fiscalização ambiental e erradicar o desmatamento;
  • Realizar o planejamento territorial, especialmente nas áreas de risco, com vistas a mitigar os efeitos das enxurradas, enchentes e deslizamentos;
  • Incentivar a restauração de áreas degradadas urbanas e rurais;
  • Ampliar o sistema de Unidades de Conservação criando novos parques e reservas estaduais, municipais e particulares, além de implementar os já existentes.

Muitas pessoas e instituições têm trabalhado para conservar e restaurar a natureza e a Apremavi, que no dia 09 de julho de 2022 completou 35 anos, tem papel de destaque nessa transformação da realidade.

Neste sentido, a Apremavi apresenta e cobra compromissos verdadeiros para com a democracia, o meio ambiente e a biodiversidade de todas as candidatas e candidatos a cargos nestas eleições. Recomendamos que as propostas contidas neste documento e nos documentos “Brasil 2045 – Construindo uma potência ambiental” e Retomar o Desenvolvimento, sejam recebidas, assumidas e incorporadas nos planos de gestão por todas as candidaturas, independentemente do cargo ao qual se propõem ocupar. A adesão das candidaturas pode ser feita até dia 20 de setembro através do formulário disponível neste link.

A Apremavi também convida as candidatas e candidatos para visitarem a sede da instituição, o Viveiro Jardim das Florestas, o Centro Ambiental e a Trilha da Restauração, localizados em Atalanta (SC) e aprenderem sobre os processos envolvidos na agenda da restauração e da conservação da Mata Atlântica. As visitas devem ser previamente agendadas através do e-mail viveiro@apremavi.org.br e todas as visitas serão acompanhadas por um colaborador da Apremavi após apresentação das candidatas e candidatos na recepção do Centro Ambiental.

Documentário denuncia ataques sofridos pelo Parque Nacional da Serra do Itajaí

Documentário denuncia ataques sofridos pelo Parque Nacional da Serra do Itajaí

Documentário denuncia ataques sofridos pelo Parque Nacional da Serra do Itajaí

Apremavi e outros órgãos de preservação da mata atlântica em Santa Catarina denunciam em documentário, a articulação de políticos catarinenses para afrouxar leis de preservação do meio ambiente.

O documentário lançado pela Apremavi com apoio da Acaprena, da Rede de ONGs da Mata Atlântica, da Rede Pró-UC e do Observatório de Justiça e Conservação, no último dia 25/7, mostra os ataques sofridos pelo Parque Nacional da Serra do Itajaí. Políticos catarinenses articulam para que o Parque Nacional saia da categoria parque e seja registrado como Floresta Nacional, uma forma de voltar a permitir a exploração não sustentável de recursos naturais, dentro de uma área de preservação da Mata Atlântica.

O filme mostra como políticos, como o deputado Ivan Naatz (PL), presidente da Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Alesc, declararam conclusões falsas, em audiência pública realizada no dia 29 de junho, onde o mesmo afirmou que muitas famílias, situadas dentro do parque, ainda não tinham sido indenizadas.

Segundo Wigold Schaffer, ambientalista, co-fundador e conselheiro da Apremavi, o filme é importante para a proteção do parque, pois assim a sociedade pode ver de perto o que realmente está acontecendo. “Produzimos o documentário como uma forma de resistência. Não cabe a um deputado estadual propor mudança de categoria de um parque. Os deputados catarinenses convenceram um deputado federal a protocolar um projeto de lei criminoso no congresso. Além disso, eles estão disseminando fake-news e enganando a população quando dizem que há milhares de pessoas não indenizadas, uma vez que são apenas três famílias. Nós devemos impulsionar o ecoturismo, não criar leis que desmatem a Mata Atlântica”, salienta Wigold.

Segundo a Apremavi, o discurso de que muitas famílias ainda não foram indenizadas é errôneo, uma vez que de 69 famílias situadas 100% dentro do Parque Nacional, apenas três ainda não receberam a indenização. O documentário produzido pela associação está disponível no YouTube da Apremavi e pode ser acessado abaixo:

Documentário chama atenção para a importância do Parque Nacional da Serra do Itajaí.

Ecoturismo é o futuro

Na contramão do desmatamento e da destruição do meio ambiente, o ecoturismo chega como esperança de um futuro melhor, onde exista trabalho e renda a partir da ecologia. E é assim que a Apremavi vê o futuro do Parque Nacional da Serra do Itajaí. 

Conforme o Fórum Econômico Mundial (WEF), o Brasil ocupa o 1º lugar em recursos naturais no planeta e o 28º lugar no Índice de Competitividade Internacional do Turismo. Dados do Ministério do Turismo apontam que 19% do total de turistas que visitam o Brasil escolhem o Ecoturismo e o Turismo de Aventura como ponto principal da sua viagem. 

Conforme a pedagoga Miriam Prochnow, co-fundadora e conselheira da Apremavi, os objetivos dos Parques Nacionais são de preservar ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, além de proteger mananciais hídricos e a biodiversidade. “De acordo com a Lei nº 9.985/2000, o Parque Nacional da Serra do Itajaí é uma Unidade de Conservação de proteção integral e de domínio público. Isso significa que nesse espaço de preservação podemos utilizar do ecoturismo como forma de gerar emprego e renda, sem denegrir a mata”, explica Miriam.

Ainda segundo a pedagoga, o Parque Nacional da Serra do Itajaí é responsável por abrigar centenas de espécies de plantas, muitas ainda em descoberta. Além de ter em funcionamento diversas pesquisas envolvendo animais, como os pumas. “Isso é ciência e vida. Quando lutamos pela preservação do Parque Nacional, estamos falando de preservar espécies da fauna ameaçadas de extinção, como o papagaio-de-peito-roxo, o gavião-pomba, o papo-branco, o gato-maracajá, a maria-da-restinga, a onça-parda, os pumas etc. Sem mencionar espécies de plantas que ainda nem sabemos que existem. Isso tudo gera pesquisa, conhecimento e salva vidas. Além de contribuir para o turismo estadual. O parque tem capacidade de receber por ano milhares de pessoas, com atividades em trilhas ecológicas, cachoeiras, vistas deslumbrantes”.

O Parque Nacional da Serra do Itajaí foi criado em 2004, e é mantido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, que aprovou em 2009, o Plano de Manejo (PM) do Parque. O PM contempla todos os municípios que abrangem o parque, sendo eles: Ascurra, Apiúna, Blumenau, Botuverá, Gaspar, Guabiruba, Indaial, Presidente Nereu e Vidal Ramos, os quais podem desenvolver e usufruir dos recursos gerados pelo ecoturismo, uma das atividades econômicas que mais cresce no mundo.

A Organização Mundial de Turismo (OMT) aponta uma crescente no ecoturismo de 15% a 25% ao ano, enquanto o turismo convencional cresce aproximadamente 7,5%. Ainda conforme dados da OMT, o faturamento anual do ecoturismo, a nível mundial, é estimado em US$ 260 bilhões, do qual o Brasil soma cerca de US$ 70 milhões.

 

Turistando no Parque Nacional

De morros às nascentes, os pontos turísticos do Parque Nacional da Serra do Itajaí são variados. Pensando nisso, a Apremavi separou alguns deles para que você possa conhecer, e no futuro visitar. Eles estão divididos entre as cidades que compõem o parque. 

  1. O morro Spitzkopf, em Blumenau, que pode receber até 300 pessoas por dia, isso equivale a mais de 100 mil visitantes por ano;
  2. Galerias das antigas Minas de Prata do Garcia em Blumenau;
  3. Setor Nascentes também em Blumenau, com cerca de 50 km de trilhas, das quais cerca de 15 km já estão abertas para uso público. Tem potencial para receber  mais de 200 mil visitantes/ano;
  4. Travessias Leste-Oeste, com cerca de 45 km de Blumenau a Apiúna. Aproveita o traçado de estrada rural existente, que pode ser feita a pé ou de bicicleta;

E aí, ainda restam dúvidas que é possível preservar a natureza, se divertir e gerar emprego e renda para as pessoas com o ecoturismo? É de extrema importância que o Parque Nacional da Serra do Itajaí continue cumprindo seus objetivos: proporcionar o fortalecimento do turismo ecológico, proteger a biodiversidade e a água, que abastece mais de 1 milhão de pessoas na região. Todas essas atividades além de contribuir para a mitigação das mudanças climáticas, auxiliam economicamente o Brasil.

É urgente que o governo federal através do ICMBio proceda a regularização fundiária e que os deputados estaduais, federais e senadores de Santa Catarina ajudem a mobilizar recursos para indenizar os três proprietários restantes. Dessa forma será possível realizar a implementação do Parque. O futuro de Santa Catarina depende destas mobilizações. Parque Nacional é sinônimo de vida, de futuro!

Autora: Ana Laura Baldo.
Revisão: Carolina Schäffer.

A Mata Atlântica em perigo

A Mata Atlântica em perigo

A Mata Atlântica em perigo

A Mata Atlântica em perigo – porque a mobilização de todos os setores é fundamental para salvar um dos biomas mais ameaçados de extinção do mundo. Escrito por Julian Fox e Miriam Prochnow*, no Dia da Mata Atlântica, para o Estadão.

 

Estamos a apenas oito anos de 2030, ano que marca o fim da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas, um apelo para a proteção e revitalização de ecossistemas do mundo todo. Os riscos envolvendo a perda da biodiversidade foram discutidos durante a 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP 15) que ocorreu na China, em 2021. Durante o evento, foi divulgado que nas próximas décadas, pelo menos um milhão de espécies correm risco de desaparecer para sempre graças à ação humana, que está por trás das mudanças climáticas, da destruição de habitats, poluição e agricultura industrial.

O ano de 2030 também foi definido como meta para a redução das emissões dos gases de efeito estufa (GEE) em 45% em comparação com os níveis de 2010. Trata-se de um passo fundamental para limitar o aquecimento global a 1,5ºC e frear os danos causados pelas mudanças climáticas. Durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) ocorrida na Escócia em 2021, o Brasil se comprometeu a restaurar e reflorestar 18 milhões de hectares até 2030, além de recuperar 30 milhões de hectares de pastagens degradadas. Mas ainda não está claro de que forma poderemos atingir essa meta.

O Brasil, conhecido por sua natureza rica e exuberante, infelizmente, foi líder mundial na perda de florestas tropicais em 2021, de acordo com dados do Global Forest Watch. Com a perda de 1,5 milhão de hectares de florestas primárias, o país respondeu por 40% da derrubada registrada globalmente. Em 2021 foram desmatados mais de 21 mil hectares de Mata Atlântica, índice 66% superior ao registrado no período de 2019-2020 e 90% acima do observado entre 2017 e 2018. O país encontra-se em um momento crítico, colocando em risco biomas únicos como a Mata Atlântica, um hotspot mundial com recordes de biodiversidade e um dos mais ameaçados do planeta. Com apenas 12,5% de sua área original preservados, abriga 35% de todas as espécies vegetais do país e mais de duas mil espécies de animais, sem contar os insetos. Conforme mostram os dados do Atlas da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica/Inpe), o bioma continua sofrendo com desmatamentos, colocando em risco a qualidade de vida de mais de 100 milhões de brasileiros que dependem das bacias hidrográficas localizadas em áreas de Mata Atlântica para terem acesso à água.

É por isso que o 27 de maio, o Dia da Mata Atlântica, é mais um alerta à sociedade diante desse cenário e um chamado para a ação. Além dos riscos à biodiversidade, o desmatamento aumenta os níveis de erosão do solo e afeta a qualidade e a disponibilidade de água para a população. Outra consequência é o aumento nas emissões de CO2 na atmosfera, que contribuem com o aquecimento global, levando a uma maior incidência de inundações, ondas de calor, furacões e incêndios florestais no mundo todo. No Brasil, os principais efeitos das mudanças climáticas são períodos de estiagem mais longos na região nordeste e o aumento na frequência e na intensidade das inundações no sul e sudeste.

A boa notícia é que, mesmo com níveis de desmatamento alarmantes, o Brasil sozinho representa 20% das oportunidades globais nas chamadas Soluções Baseadas na Natureza (SBNs). As SBNs são uma das formas mais eficientes de recuperar áreas florestais degradadas e incluem ações como a restauração ambiental, o enriquecimento ecológico de florestas secundárias e a gestão sustentável de ecossistemas. Ainda que o investimento inicial possa parecer alto, já que exige um amplo planejamento e conhecimento técnico para garantir a escala e o sucesso desse tipo de empreitada, dados apontam que para cada dólar investido em restauração, pode-se esperar entre US$ 7 a US$ 30 em retorno para a sociedade.

Além das vantagens para o meio ambiente, esse tipo de iniciativa oferece oportunidades para a diversificação de renda no meio rural, como a silvicultura de espécies nativas, os sistemas agroflorestais e o potencial pagamento por serviços ambientais (PSA), que remunera os produtores rurais que investem na restauração ambiental de suas propriedades.

Estudos divulgados pelo WRI apontam que mundialmente, as florestas em pé têm papel importante no combate ao aquecimento global por funcionarem como uma espécie de sumidouro de carbono, com uma absorção líquida de 7,6 bilhões de toneladas de CO2 por ano, 1,5 vez mais carbono do que os EUA, segundo maior emissor do mundo, emitem anualmente.

A humanidade enfrenta atualmente um dos seus maiores desafios: a reversão do aquecimento global e seus inúmeros danos, que já são sentidos em todas as partes do planeta. O Brasil, país continental com sua biodiversidade única, tem a oportunidade de ser um dos protagonistas nessa busca por um futuro possível. É preciso que o tema faça parte do dia a dia da sociedade, das empresas e do governo para que possamos nos unir em prol desta importante missão.

*Autores: Julian Fox é Diretor Global de Nature Programs na Tetra Pak e Miriam Prochnow é co-fundadora da Apremavi. Juntas, lançaram em abril de 2022 o projeto Conservador das Araucárias. Para mais informações, acesse.

Publicado originalmente em: Estadão.

Dados Mata Atlântica

O Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica é uma colaboração entre a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que monitora a vegetação nativa do bioma desde 1989.

A edição mais recente (17ª) foi lançada em maio de 2022 e identificou uma perda de 21.642 hectares (medida equivalente a mais de 20 mil campos de futebol) de florestas nativas no período observado (2020-2021). O valor representa um aumento de 66% em relação ao período de 2019-2020 (13.053 hectares) e de 90% em relação ao período de 2017-2018 – quando se atingiu o menor valor de desflorestamento da série histórica (11.399 hectares).

Cinco estados acumulam 89% do desflorestamento verificado: Minas Gerais (9.209 ha), Bahia (4.968 ha), Paraná (3.299 ha), Mato Grosso do Sul (1.008 ha) e Santa Catarina (750 ha). Houve alta do desflorestamento em 15 estados e queda em apenas dois.

Paraná e Santa Catarina continuam entre os 5 estados que mais desmataram.

O relatório anual é uma referência no conhecimento sobre o desmatamento da Mata Atlântica e tem contribuído ao longo de suas edições na identificação das regiões mais críticas –, mais devastadas e mais ameaçadas –, à pesquisa e ao conhecimento, bem como para a atuação dos órgãos ambientais e Ministérios Públicos dos 17 estados abrangidos pelo bioma.

O Atlas monitora, atualmente, fragmentos florestais mais preservados, maiores que 3 hectares, com dossel de copas fechado e sem sinais de degradação –, como estradas e solo exposto –, a partir de interpretação visual de imagens de satélite Landsat. Estes são os fragmentos considerados em melhor estado de conservação ou florestas mais maduras, com maior biodiversidade e estoque de carbono.

O Atlas passou por inúmeros aprimoramentos ao longo dos anos, acompanhando a evolução tecnológica, e desde 2010 mantém uma base de mapeamento  fixa para monitorar os fragmentos florestais com esta característica. E, em quatro estados (SP, RJ, PR e SC) identifica fragmentos florestais e desmatamentos maiores que 1 hectare.

Mais uma enchente ameaça o Vale do Itajaí

Mais uma enchente ameaça o Vale do Itajaí

Mais uma enchente ameaça o Vale do Itajaí

Às 15 horas de hoje, 04 de maio de 2022, a Defesa Civil de Rio do Sul alertava estado de emergência com a subida de 9.33 metros do nível do Rio Itajaí-Açú. A primeira cota de inundação da cidade de Rio do Sul (SC) é aos 7.5 metros, atingida às 02 horas da manhã. De lá para cá a chuva não parou e tudo indica que as próximas horas serão cruciais para o que pode ser considerada uma enchente de grandes proporções.

Antes de mais nada, é preciso se solidarizar com todas as regiões e com a população que já sofre as consequências de mais uma tragédia, bem como prestar apoio e assistência. Alguns ocupam as Áreas de Preservação Permanente (APPs) às margens de rios ou encostas íngremes, que são sinônimo de áreas de risco, por absoluta falta de outra opção ou até por desconhecimento.

A questão das enchentes aqui no Vale do Itajaí é recorrente e, como atesta a Organização das Nações Unidas (ONU) em seu Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, vai se tornar cada vez mais frequente em razão da crise climática. 

Segundo o Secretário Geral da ONU, António Guterres, o mundo caminha para a catástrofe climática e isso significa que as principais cidades ficarão debaixo d’água, haverá ondas de calor sem precedentes, tempestades aterrorizantes, falta de água generalizada e a extinção de 1 milhão de espécies de plantas e animais. A ONU também afirma que a mudança climática já é uma ameaça e que temos apenas 8 anos, até o final dessa década, para fazer as mudanças e adaptações necessárias.

Enchente no Vale do Itajaí

Registro do Rio Dona Luiza, que abastece o Rio Itajaí-Açú, feito às 13 horas do dia 04 de maio de 2022. Foto: Miriam Prochnow.

E o que fazem ou já fizeram as autoridades no nível municipal, estadual e federal?

No nível federal temos o pior governante de todos os tempos em relação aos cuidados com o meio ambiente, que só não é fatal porque o STF tem barrado os principais retrocessos.

No nível estadual, Santa Catarina está na vanguarda do atraso quando se trata de proteção do meio ambiente. O deputado Milton Hobus, juntamente com a maioria dos deputados estaduais, com a chancela do governador, numa manobra puramente demagógica e eleitoreira, fragilizaram o Código Ambiental de Santa Catarina, abrindo as porteiras para o desmatamento, a destruição de habitats e a ocupação das margens de rios. A Lei 18.350, sancionada em janeiro deste ano, alterou para muito pior a Lei 14.675, de 2009, que trata da proteção do meio ambiente no estado. É necessário lembrar que a Lei de 2009 já era ruim.

Já os deputados Rogério Peninha Mendonça (autor da Lei 14.285/2021), Angela Amin, Darci de Matos (relator da Lei 14.285/2021) apoiados pela grande maioria dos deputados federais, com a chancela do centrão e do presidente da República, são os responsáveis pela aprovação da Lei 14.285/2021, que dá aos municípios o poder de reduzir as Áreas de Preservação Permanente (APPs) em áreas urbanas. Os senadores de Santa Catarina, Dário Berger, Esperidião Amin e Jorginho Mello, também se esforçaram para aprovar a proposta do deputado Peninha, apesar do Senado, num acordo com ambientalistas, ter votado um substitutivo melhor, que depois foi derrubado pela Câmara dos Deputados. É notório que a Lei foi feita para atender interesses de especuladores imobiliários, em detrimento da qualidade de vida e do bem-estar das pessoas que moram nas cidades.

Tanto a nova Lei Federal, quanto a Lei Estadual, são inconstitucionais e estão sendo questionadas na justiça, por ONGs e partidos políticos. O Ministério Público Federal (MPF) também se manifestou dizendo que a Lei Federal 14.285/2021 representa um  grave retrocesso em termos de proteção do meio ambiente nas áreas urbanas.

No nível municipal, é público e notório que a maioria das autoridades do executivo e legislativo dos municípios do Vale do Itajaí é inerte ou apoia os desmandos produzidos pelas autoridades estaduais e federais. 

É importante frisar que o bem-estar das populações das cidades somente estará assegurado se essas populações não estiverem sujeitas aos riscos de enchentes, desbarrancamentos, falta d’água, poluição, secas e/ou outros desequilíbrios ambientais, e poderem desfrutar de uma paisagem harmônica e equilibrada. 

Também é preciso considerar que os riscos de desastres socioambientais já são um fato altamente relevante e preocupante para a maioria das cidades do Vale do Itajaí, e que estes são potencializados pela ocupação irregular das Áreas de Preservação Permanente. Estes desastres, cada vez mais frequentes, têm causado perdas de vidas humanas e prejuízos econômicos de grande monta aos cidadãos atingidos e aos cofres públicos, ou seja, afetam toda a sociedade.

Diante disso, é necessário alertar a população do Vale do Itajaí e demais municípios de Santa Catarina, a exemplo do que faz a ONU para o planeta todo, que os eventos climáticos como enchentes, secas, tornados, ciclones, chuvas torrenciais, serão cada vez mais extremos e frequentes, e já afetam a todos.

Indo além, vale lembrar que na hora de escolher os representantes na próxima eleição de outubro o melhor caminho é não votar em quem vota contra o meio ambiente e contra a qualidade de vida da população. E a essa altura do campeonato, todos já deveriam saber muito bem quem são os políticos que fazem demagogia, passam a boiada e atendem interesses de especuladores imobiliários em detrimento da população.

Autores: Wigold B. Schäffer e Carolina Schäffer.
Foto de capa: enchente em Rio do Sul em 7 de junho de 2017, por Wigold B. Schäffer.

Tetra Pak e Apremavi lançam parceria pela restauração da Floresta com Araucárias

Tetra Pak e Apremavi lançam parceria pela restauração da Floresta com Araucárias

Tetra Pak e Apremavi lançam parceria pela restauração da Floresta com Araucárias

Projeto Conservador das Araucárias tem como meta a restauração de áreas degradadas da Mata Atlântica e contribuirá para os compromissos da Tetra Pak de atingir zero emissões líquidas de gases de efeito estufa (GEE) em sua operação e na cadeia produtiva.

Lançado hoje, o Conservador das Araucárias é um projeto de restauração ambiental que traz um modelo inovador focado na recuperação de áreas rurais degradadas por meio do plantio de espécies nativas, com benefícios para as comunidades locais, fauna e flora da Mata Atlântica.

Desenvolvido em parceria com a Tetra Pak, líder mundial em soluções para processamento e envase de alimentos, a iniciativa irá se concentrar, em seu primeiro ano, na restauração de uma área piloto de 80 hectares e no mapeamento de áreas potenciais de recuperação. Os modelos validados durante a fase inicial serão replicados ao longo de dez anos em uma área de 7 mil hectares de Mata Atlântica distribuídos pelos estados de Santa Catarina e Paraná. A área equivale a 9.800 campos de futebol.

O Conservador das Araucárias é a nossa resposta ao chamado das Nações Unidas de fazer desta a década da restauração de ecossistemas”, explica Julian Fox, Diretor Global de Nature Programs na Tetra Pak. “Estamos entusiasmados com as perspectivas deste projeto, que visa conectar diversos grupos da sociedade brasileira no desenvolvimento de um modelo inovador, unindo restauração ambiental e análise de captura de carbono para mitigação das mudanças climáticas e recuperação da biodiversidade”, completa o executivo.

Entre as metodologias propostas estão o plantio de mudas nativas, o enriquecimento ecológico de florestas secundárias e a condução da regeneração natural”, complementa Miriam Prochnow, conselheira e co-fundadora da Apremavi. “No longo prazo, as áreas restauradas serão integradas a corredores ecológicos, reduzindo a pressão sobre as espécies animais ameaçadas de extinção como o papagaio-do-peito-roxo e o veado-campeiro. Essas ações são fundamentais para a proteção da biodiversidade, a restauração da qualidade do solo e na manutenção da disponibilidade de água da região”.

Além disso, a Tetra Pak certificará a área em carbono voluntário e de biodiversidade seguindo padrões internacionais. A certificação medirá o sequestro de carbono, o que significa que o projeto terá um papel fundamental no compromisso da companhia de zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa em suas operações até 2030. Mas a Tetra Pak viabilizará a certificação de uma área mais ampla do que a prevista para a restauração: serão 13,7 milhões de hectares – uma área do tamanho da Inglaterra – de forma a incentivar outras organizações a aderirem à iniciativa.

No médio e longo prazos, o projeto pretende gerar benefícios sociais e econômicos à região, com o apoio aos proprietários rurais parceiros na adequação de suas propriedades à legislação ambiental. Além disso, haverá a oportunidade de diversificação de renda por meio do Programa de Pagamentos por Serviços Ambientais vinculado a créditos de carbono, algo inédito no país. 

Este é um importante passo para a Tetra Pak globalmente e em nosso país rumo a liderança na transformação da sustentabilidade. Nós já somos reconhecidos pelo compromisso de longo prazo com o meio ambiente e a cadeia de reciclagem e este projeto reforça a nossa jornada em sustentabilidade, encorajando proprietários de terras rurais a se tornarem aliados na preservação e conservação destas áreas, enquanto poderão ter uma diversificação de renda”, complementa Marco Dorna, presidente da Tetra Pak Brasil. 

A iniciativa terá o acompanhamento da Conservation International (CI), da The Nature Conservancy Brasil (TNC) e da Klabin, fornecedora de matéria prima da Tetra Pak e parceira de longa data da Apremavi nos Programas Matas Legais e Matas Sociais

Equipe da Apremavi em campo durante plantio de 4 mil árvores na área piloto do Conservador das Araucárias. Foto: Arquivo Apremavi.

Acesse aqui o PDF do artigo escrito pela jornalista Daniela Chiaretti para o Valor Econômico.

Autoria: release de imprensa Tetra Pak e Apremavi.

Apremavi receives 28th Expressão de Ecologia Award

Apremavi receives 28th Expressão de Ecologia Award

Apremavi receives 28th Expressão de Ecologia Award

The 12th “Onda Verde” (Green Wave) trophy awarded to Apremvai is a recognition for the “Heidelberger Walchen” (Heildelberg’s forests) project results, promoting native trees planting in the Atlantic Rain Forest and connecting the communities to the forest. The project receives the 28th Expressão de Ecologia Award in the category nominated Global partnership for climatic security.

The project began through a partnership between Apremavi and a German NGO called BUND (Bund für Umwelt und Naturschutz Deutschland), that already had exchange programs and mutual support in actions developed for the socio-environmental cause. The initiative to plant trees took shape in 1998, when the first forests were planted in the heart of Santa Catarina. 

Apremavi is responsible for producing native Atlantic Rain Forest seedlings and planting them in public or private areas that are identified as degraded landscapes or others that have the characteristics needed for a forest to grow. While in Germany BUND promotes, alongside students from local schools, fundraisers to enable the planting in Brazilian soil. The events organized by the schools normally gather resources through food selling, such as pancakes and cakes, in the fairs. 

The majority of funds are raised during the holiday season, near Christmas, when students are stimulated to substitute the traditional Christmas presents with the “acquisition” of a native seedling to restore the Atlantic Rain Forest and get a certificate of the deed. It is possible to identify a characteristic that expands the meaning of the project, and perhaps can explain its success: the involvement of local communities to implement and give depth to the project, which creates opportunities for environmental education, citizenship and cultural exchanges.

Before and After of an area restored in 1999 through the Heidelberg’s Forests Project. The forest is part of the Kruger Haus, a private property in Trombudo Central, at Alto Vale do Itajaí (SC). Photos: Apremavi’s Arquive.

In addition to the tree planting, since 2008, the action “Der Regenwald kommt in die Klassenzimmer” (The Atlantic Rain Forest goes to the classroom) has been held every two years, where Apremavi’s representatives hold a week of lectures in all the schools that are part of the project. Lectures are given in German for students aged 9 to 17 (elementary and high school), involving around 600 students each year. The lecture mainly addresses topics such as the Atlantic Rain Forest in Brazil, its riches and natural beauties, as well as the problems and threats that affect its biodiversity.

One of the first forests from the project can be seen at the back of a small school, in the countryside of Atalanta (SC). Today the Municipal Elementary School Ribeirão Matilde has the shade of imposing trees for the students to play before classes or during the break. Twenty years after planting, the school organized the publication of a coloring book created in collaboration with the students.

Video created to celebrate 20 years of the Heidelberg’s Forests Project, in 2019. 

Project’s main results

Planting: in more than 20 years of existence, “Heidelberger Walchen” has already promoted the planting of 161,448 trees that were planted and donated in environmental education campaigns in the states of Santa Catarina, Paraná and São Paulo, benefiting 123 public and private properties and more than 1,800 people.

Exchange of knowledge: “Der Regenwald kommt in die Klassenzimmer” (The Atlantic Rain Forest goes to the classroom) was carried out seven times, with lectures being held in 09 schools in the city of Heidelberg, contacting 3,610 students since 2008.

New forests: more than 120 hectares have already been restored, 15 of which are planted in schools in the Alto Vale do Itajaí region, in Santa Catarina.

Recognition: the forest at the Municipal Elementary School Ribeirão Matilde in Atalanta, received the 1st Environmental Education Award from the Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina, in 2019.

Expressão de Ecologia Award

The Expressão de Ecologia Award was created in 1993 by Editora Expressão, one year after the World Environment Conference in Rio de Janeiro – Eco 92, the first UN event in Brazil that discussed environmental issues. The purpose of the Expressão de Ecologia Award is to publicize the main sustainability actions and encourage the replicability of these initiatives.

In twenty-eight years, the Expressão de Ecologia Award registered 3,118 cases, from main companies, NGOs, municipalities and entities in the South and, in the last year,  the state of São Paulo as well. Contrary to the initial prediction, the Award collects hundreds of entries each year and its award events have become a point of reference for the environmental community.

This is the 12th “Onda Verde” Trophy, the materialization of the Expressão de Ecologia Award, that Apremavi won. In the last edition, the NGO was awarded for the Restaura Alto Vale project and the Viveiro Jardim das Florestas.

Author: Vitor Lauro Zanelatto
Review: Carolina Schäffer
Layer photo: Apremavi’s arquive

Protagonistas da restauração: relembre a história das Mulheres que Restauram

Protagonistas da restauração: relembre a história das Mulheres que Restauram

Protagonistas da restauração: relembre a história das Mulheres que Restauram

Neste Dia Internacional da Mulher convidamos você a relembrar as histórias e depoimentos de seis mulheres que são protagonistas da restauração. Elas atuam como coordenadoras de projetos, presidentes de cooperativas, professoras e já plantaram dezenas de árvores. Elas são as Mulheres que Restauram.

Lançada em 2021, Mulheres que Restauram é uma série realizada pela Apremavi para a Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas, com apoio do GT de Gênero e Clima do Observatório do Clima, e teve o objetivo de divulgar histórias de mulheres protagonistas na restauração e no planejamento de propriedades e paisagens, como forma de conscientizar a sociedade sobre a importância da atuação feminina na mitigação da crise do clima e promover o plantio de árvores nativas e a recuperação de áreas degradadas.

A Década da Restauração de Ecossistemas (2021 – 2030) pretende aumentar os esforços para restaurar ecossistemas degradados, criando medidas eficientes para combater a crise climática, alimentar, hídrica e da perda de biodiversidade.

 

Ercília e o sonho de ter uma floresta | Ep. 1

O ano era 1996 quando Ercília Felix Leite voltou para casa dos pais, em Taió (SC), para cuidar deles. Recebendo de herança um pequeno terreno, o sonho dela era ter uma floresta. Esse sonho começou a se concretizar em 1997, quando ela ajudou a plantar mais de 18 mil mudas de 45 espécies nativas da Mata Atlântica. Ercília estima que com a ação de enriquecimento que ela vem fazendo durante os anos e o próprio processo de regeneração, hoje existam cerca de 30 mil espécimes de flora na área.

Episódio 1: conta a história de Ercília Felix Leite e foi lançado no dia 22 de abril de 2021.

Dona Helena e a vontade de ter um pedacinho de terra | Ep. 2

Há 35 anos trocamos um fusca pela terra que a gente mora hoje. Fizemos disso aqui nosso paraíso e hoje não troco essa terra nem por 20 fuscas”, é assim que começa a história de restauração de Helena de Jesus Moreira, a Dona Helena.

Óleo de babaçu, doce de buriti, castanha e açaí, estes são alguns dos produtos que Dona Helena tira da floresta que ela ajudou a restaurar. Além disso, ela coleta sementes das árvores que plantou e ajuda a manter um viveiro de mudas nativas no município de Cotriguaçu. “Precisamos passar para os outros o conhecimento que adquirimos, e esse viveiro é uma das formas de fazer isso. Só a mãe natureza é capaz de nos garantir a vida, o bem-viver e o bem-estar”, comenta Helena que é uma das lideranças da APROFECO e Conselheira Fiscal da REPOAMA, ambas parceiras do Instituto Centro de Vida.

Episódio 2: conta a história de Helena Jesus de Moreira e foi lançado no dia 24 de setembro de 2021.

Edilaine Dick e a vocação de restaurar florestas | Ep. 3

No último semestre da faculdade, Edilaine Dick, que estrela o terceiro capítulo da Série Mulheres que Restauram, fez um curso de restauração de áreas degradadas que mudou sua vida. Foi ali que ela descobriu o que queria fazer: trabalhar com restauração, plantar árvores e mudar a vida das pessoas. “O amor pela causa ficou óbvio depois disso”, menciona a bióloga.

Edilaine Dick, Coordenadora de Projetos da Apremavi, estrela o terceiro capítulo da série Mulheres que Restauram.

Episódio 3: conta a história de Edilaine Dick e foi lançado no dia 13 de outubro de 2021.

Josefa e a felicidade de morar na floresta | Ep. 4

“Eu moro no meio da floresta, sou rodeada de árvores e sou muito feliz”, é assim que Josefa Machado Neves recebe as pessoas na sua propriedade, o Sítio Alvorada. Mas nem sempre foi assim, antes de conhecer e se dedicar aos Sistemas Agroflorestais ela afirma ter cortado muitos pés de acerola que nasciam na propriedade. O estudo a fez mudar da água para vinho e hoje ela é uma mulher que restaura e que vê na floresta uma fonte de sustento e saúde. Essa visão e o seu trabalho a tornaram presidente da Associação das Mulheres Produtoras de Polpas de Frutas de São Félix do Xingu, no Pará.

Episódio 4: conta a história de Josefa Machado Neves e foi lançado no dia 28 de outubro de 2021.

Olinda Yawar e o cuidado com a terra | Ep. 5

Do trabalho pela criação da APA Kaapora, localizada dentro da Terra Indígena Caramuru – Paraguaçu, na região Sul da Bahia, a indígena Olinda Yawar aprendeu que o cuidado com a terra é essencial: “trabalhar com restauração é realmente uma questão de gostar, de pensar num futuro porque o que temos visto é que não temos outra opção.

Episódio 5: conta a história de Olinda Yawar  e foi lançado no dia 22 de novembro de 2021.

Jô Santin e o desejo da terra produtiva | Ep. 6

Integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Joscimar Marins Santin, a Jô, é a estrela do sexto episódio da Série Mulheres que Restauram por acreditar que “as árvores são vida e cada planta que a gente põe na terra a gente tem que colocar na terra com o maior carinho, porque a terra é mãe e gera vida”.

Episódio 6: conta a história de Jô Santin e foi lançado no dia 22 de dezembro de 2021.

Autora: Carolina Schäffer.
Foto de capa: Imaflora.

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