Apremavi é premiada em duas categorias do 31° Prêmio Expressão de Ecologia

Apremavi é premiada em duas categorias do 31° Prêmio Expressão de Ecologia

Apremavi é premiada em duas categorias do 31° Prêmio Expressão de Ecologia

A Apremavi acaba de conquistar mais um importante reconhecimento: o 31° Prêmio Expressão de Ecologia, a mais longeva e respeitada premiação ambiental do Brasil. Essa é a 13ª vez que a Apremavi recebe o Troféu Onda Verde,  retrato da sua atuação protagonista e compromisso com a conservação e restauração da Mata Atlântica.

Nesta edição, que contou com 151 iniciativas inscritas nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, foram selecionados 33 projetos de 27 organizações, com base nos critérios de relevância, inovação, impacto ambiental e potencial de replicabilidade. A Apremavi foi premiada em duas categorias: Educação Ambiental e Manejo Florestal Sustentável.

 

Geração +Floresta

Na categoria Educação Ambiental, o destaque foi o programa Geração +Floresta, vinculado ao Projeto +Floresta e desenvolvido no município de Abelardo Luz (SC). A iniciativa atua em seis instituições de ensino públicas, com o objetivo de aproximar a comunidade escolar das ações do projeto, utilizando a educação ambiental como ferramenta de conscientização e transformação. 

Desde 2023, o programa já capacitou 245 alunos e professores, promovendo vivências e aprendizados sobre temas como restauração ecológica e conservação de espécies ameaçadas, como a araucária, a imbuia e o xaxim-bugio. Em 2024, os estudantes participaram do plantio de 500 mudas nativas nas escolas e em áreas do entorno.

Registros das atividades do programa Geração +Floresta. Fotos: Edilaine Dick, Marluci Pozzan e Thamara S. de Almeida. 

Programa Matas Legais: uma parceria de sucesso

Na categoria Manejo Florestal Sustentável, o prêmio foi concedido ao  programa Matas Legais, resultado da parceria entre a Apremavi e a Klabin. A iniciativa desenvolve ações de conservação, educação ambiental e fomento florestal, promovendo a conservação e restauração florestal em propriedades que participam do programa de fomento florestal da empresa.  A palavra legal procura traduzir dois sentidos: o de cumprimento da legislação ambiental e o de expressão de um lugar agradável, bonito e bom de se viver. É referência na articulação entre setor privado e organizações da sociedade civil, comemorando 20 anos de existência em 2025. Em 2005, quando foi firmada, a parceria era considerada inédita.

Atuando nos estados de Santa Catarina e Paraná, o Matas Legais busca sanar os principais desafios que o proprietário rural enfrenta para cumprir a legislação ambiental na propriedade: as dificuldades em compreender quais ações são necessárias na prática para implementar o que prevê a legislação ambiental, planejar as atividades e obter assessoria técnica, viabilizar o investimento para as ações de restauração ecológica necessária e monitorar o progresso da restauração florestal. Até o final de 2023, o programa tinha atendido 1.426 propriedades, com cerca de 2.200 hectares de áreas em restauração. Foram plantadas e distribuídas em campanhas quase 2 milhões de mudas nativas.

 

Registros de Antes e Depois do Programa Matas Legais. Fotos: Arquivo Apremavi.

A cerimônia de premiação deve acontecer no dia 30 de agosto de 2025 em Florianópolis (SC), reunindo os vencedores e celebrando as boas práticas ambientais. Criado pela Editora Expressão em 1993, logo após a ECO-92, o Prêmio Expressão de Ecologia tem reconhecimento do Ministério do Meio Ambiente e já reuniu mais de três mil e quinhentos projetos inscritos ao longo de sua história. 

> Confira todos os vencedores do prêmio em 2025

Autora: Thamara Santos de Almeida
Revisão: Miriam Prochnow e Vitor Lauro Zanelatto
Foto de capa: Carolina Schäffer

Laranjinha-do-mato, a mirtácea pouco conhecida da Mata Atlântica

Laranjinha-do-mato, a mirtácea pouco conhecida da Mata Atlântica

Laranjinha-do-mato, a mirtácea pouco conhecida da Mata Atlântica

Nativa da Mata Atlântica e com ocorrência registrada entre os estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, a Eugenia speciosa Cambess. é uma espécie da família Myrtaceae, mesmo grupo da pitanga (Eugenia uniflora L.) e da goiabeira-serrana (Acca sellowiana (O. Berg) Burret). 

Apresenta diferentes tamanhos, dependendo do ecossistema onde ocorre,  desde arbustos de 1 a 3 metros de altura na restinga, podendo atingir até 20 metros de altura em florestas. O tronco mede 10 a 30 centímetros de diâmetro e a casca tem coloração pardo-acinzentada que se desprende em escamas, característica comum entre as mirtáceas. 

Muitas espécies da fauna alimentam-se com o fruto da espécie, que apresenta coloração amarelada e alaranjada, 1,5 a 2,5 cm de diâmetro e polpa suculenta. Uma única semente é gerada em cada drupa, e a dispersão das sementes é realizada principalmente por zoocoria, ou seja, através dos animais. Os frutos também podem ser consumidos pelas pessoas,  in natura ou na forma de geléia.

As mudas apresentam um crescimento rápido, especialmente em solos vermelhos e arenosos com rápida drenagem da água das chuvas. Além disso, a espécie é muito resistente a condições adversas:  é resistente a geadas leves, frutifica tanto em pleno sol como na sombra pode ser cultivada em áreas inundáveis. Além de aplicações em atividades para a restauração ecológica da Mata Atlântica, a espécie pode ser utilizada para fins paisagísticos.

Aspectos da Eugenia speciosa. Fotos: Vitor Lauro Zanelatto.

Laranjinha-do-mato

Nome científico: Eugenia speciosa Cambess.
Família: Myrtaceae
Coleta de sementes: coletar os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea, ou recolhê-los do chão após a queda.
Floração: flores brancas, com floração entre os meses de agosto e novembro.
Fruto: carnoso, com uma casca espessa de cor amarela. Mede cerca de 2,5 cm de diâmetro. Os frutos amadurecem entre dezembro e fevereiro, dependendo da região.
Crescimento da muda: rápido.
Germinação: alta, ocorre entre 60 e 90 dias.
Plantio: pode ser plantada em pleno sol, solos úmidos e regiões acima de 700 metros de altitude.
Status de conservação: MMA: Não listada – Portaria MMA 148/2022 | IUCN: Menos preocupante (Least Concern  – LN) (IUCN).

Referências consultadas:

BRASIL. Portaria nº 148, de 07 de junho de 2022. Portaria MMA Nº 148. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/Portaria/2020/P_mma_148_2022_altera_anexos_P_mma_443_444_445_2014_atualiza_especies_ameacadas_extincao.pdf. Acesso em: 01 abr. 2025.

GIEHL, E.L.H. (coordenador) 2025. Flora digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Disponível em:  http://floradigital.ufsc.br. Acesso em: 01 abr. 2025.

IUCN. IUCN Red List. 2022. Disponível em: https://www.iucnredlist.org/. Acesso em: 01 abr. 2025.

JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO. Reflora. Disponível em: https://reflora.jbrj.gov.br/reflora/herbarioVirtual/. Acesso em: 01 abr. 2025.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992.

MUNIZ, H. J. T. Colecionando Frutas: Eugenia speciosa. Disponível em: https://www.colecionandofrutas.com.br/eugeniaspeciosa.htm/. Acesso em: 01 abr. 2025.

Autor: Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: Thamara Santos de Almeida
Foto de capa: Vitor Lauro Zanelatto

O ecoturismo nos Campos de Altitude

O ecoturismo nos Campos de Altitude

O ecoturismo nos Campos de Altitude

Entenda como o desenvolvimento do turismo ecológico nos Campos de Altitude pode contribuir para a proteção do ecossistema.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) definem o ecoturismo ou turismo ecológico como o “segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações“. 

Essa definição é importante: ao mesmo passo que esse segmento do turismo promove o contato das pessoas com ambientes naturais com belas paisagens e a biodiversidade dos biomas brasileiros as atividades demandam uma série de responsabilidades, buscando assegurar conservação e o menor impacto possível aos elementos da paisagem, sejam eles biológicos, como as plantas e a fauna; minerais, como as formações rochosas do local, ou culturais, como produções de valor histórico relevante de comunidades humanas que habitaram o local no passado, por exemplo. 

Pedra Furada. Foto: Arquivo Apremavi. 

Nos Campos de Altitude e em todas as áreas onde o turismo ecológico pode ser realizado, o fortalecimento dos serviços de apoio e visitação, bem como a conscientização sobre as atividades turísticas permitidas nas áreas naturais são o ponto de partida para garantir a proteção da natureza. 

Antes de ofertar atividades de turismo ecológico é preciso considerar:
∙ Potenciais impactos que as atividades podem gerar para a conservação da área; 
∙ Os riscos que a área oferta para as pessoas (como animais peçonhentos, terreno com relevo acentuado, dificuldades para a comunicação, etc.);
∙ Medidas para garantir a sustentabilidade do ambiente, como a definição de uma capacidade de suporte diária para a visitação; 
∙ Se for uma Unidade de Conservação, o que prevê o Plano de Manejo e quais são as regras da instituição administradora em relação ao turismo.

Muitas atividades de ecoturismo nos Campos de Altitude ocorrem no Parque Nacional de São Joaquim (PNSJ), um dos primeiros criados no Brasil e o primeiro em Santa Catarina, em 1961. Seu objetivo principal foi a proteção das araucárias, mas ao longo do tempo foi reconhecida a relevância da área para toda a fauna e flora além dessas árvores, e despertando o interesse de muitos visitantes. 

A EcoTrilhas Serra Catarinense é uma das empresas que atuam no PNSJ e em outras áreas de Campos de Altitude, como o Campo dos Padres. Os roteiros oferecidos demonstram que muitas pessoas estão interessadas pelo turismo ecológico na região, e também a valorização dos diversos elementos que fazem esse ecossistema ser tão importante. Entre as atividades oferecidas estão:

∙ Expedições e travessia no Campo dos Padres: proporciona uma imersão na natureza local; 
∙ Percurso de observação de Aves (birdwatching): realizada nos Campos de Altitude e na Floresta com Araucárias permitindo aos participantes apreciar a rica avifauna da Serra Catarinense;
∙ Trilhas em Cânions: passeios por formações geológicas impressionantes, como o Cânion das Laranjeiras, Cânion do Funil e Pedra Furada, onde os Campos de Altitude proporcionam paisagens deslumbrantes;
Circuito Santa Bárbara: trilha que inicia em um vale de araucárias, passando por cascatas e subindo até os Campos de Altitude da Santa Bárbara. 

Segundo Dário Lins, sócio da EcoTrilhas Serra Catarinense, o ecoturismo é extremamente importante tanto para a conservação da natureza quanto para o desenvolvimento econômico sustentável: “Ele ajuda a proteger áreas naturais, gera renda para comunidades locais e incentiva práticas mais sustentáveis. Além disso, cria empregos, movimenta a economia da região e conscientiza as pessoas sobre a importância de preservar o meio ambiente.” 

Lins também destaca a importância do planejamento e mensuração dos impactos que as visitas geram ao ambiente: “Claro, há  desafios, como o risco de turismo descontrolado, que pode acabar prejudicando a própria natureza. Por isso, é essencial ter boas políticas de gestão, controle de visitantes e educação ambiental. Quando feito de maneira correta, o ecoturismo consegue equilibrar preservação e desenvolvimento, beneficiando todo mundo – tanto a natureza quanto as pessoas que dependem dela.”

A capacitação de guias e outros trabalhadores para esse segmento do turismo é essencial para promover também o conhecimento da natureza e da história dos territórios através das visitas, incentivando os turistas a contribuir com a proteção das áreas e a reconhecer a importância das Unidades de Conservação, por exemplo. Além disso, o incremento no número de visitantes pode contribuir com a conservação, desenvolvimento social, cultural e econômico dos destinos turísticos e das comunidades locais. 

Paisagens do PN Sao Joaquim

Fotos das paisagens e da realização de trilhas nos Campos de Altitude de Santa Catarina. Fotos: Wigold B. Schäffer e Arquivo Apremavi. 

Ecoturismo consciente: o que eu preciso saber

Se você planeja conhecer uma área dos Campos de Altitude, ou outra paisagem natural do Brasil, essas são algumas atividades para uma visita tranquila e responsável:

∙ Saber quem é o proprietário da área e obter autorização para a visita (se for uma área privada) ou realizar contato para o agendamento e autorização da visita com a instituição que administra o local (se for uma área pública);
∙ Mapear a área, manter informações de localização atualizadas e, sempre que possível, contar com um um guia para a visita; 
∙ Manter junto de si todos os objetos, não coletar materiais da natureza e descartar o lixo gerado corretamente; 
∙ Verificar os riscos possíveis que o local oferece e tomar todas as medidas de proteção.

> Acesse o Guia de Conduta Consciente em Ambientes Naturais, do ICMBio
> Leia o Guia de turismo na Mata Atlântica, da SOS Mata Atlântica
> Acesse o Guia do Visitante do Parque Nacional de São Joaquim 



Campanha em prol dos Campos de Altitude

Essa matéria é fruto da campanha “Proteja os Campos de Altitude”, uma das iniciativas do projeto “Cuidando da Mata Atlântica: Articulação Região Sul da RMA”, executado numa articulação entre a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais, Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e Instituto Mira Serra, com o apoio financeiro da Fundação dinamarquesa Hempel por meio da Fundação SOS Mata Atlântica.

> Conheça a campanha 

Paisagens do PN Sao Joaquim

Autor: Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: Carolina Schäffer e Thamara S. de Almeida
Foto de capa: Wigold Schäffer

Os Campos de Altitude e seus serviços ecossistêmicos

Os Campos de Altitude e seus serviços ecossistêmicos

Os Campos de Altitude e seus serviços ecossistêmicos

Além da indiscutível importância para a conservação da biodiversidade, beleza cênica e importância para atividades econômicas sustentáveis, como o turismo ecológico, os Campos de Altitude se destacam pelos serviços ecossistêmicos providos de forma gratuita e silenciosa.

Os serviços ecossistêmicos promovem benefícios essenciais para a sociedade. São gerados pela natureza, que promove a manutenção, recuperação ou melhoria das condições ambientais, refletindo diretamente na qualidade de vida das pessoas.

Esse aspecto é difícil de ser identificado ao olhar para a paisagem, mas de extrema importância para todas as formas de vida, conectando a manutenção do ecossistema local com o equilíbrio de outras regiões.  Nesse sentido, os Campos de Altitude promovem uma série de “benefícios” para as pessoas, que asseguram a disponibilidade de componentes fundamentais para a qualidade de vida. Entre eles, destacam-se:

∙ Regulação Climática: a vegetação dos campos de altitude ajuda a regular o clima local, influenciando a umidade e a temperatura;

∙ Recursos Hídricos:
promove a recarga de aquíferos, abriga mantém e nascentes, proporcionando maior regularidade no regime hídrico e assim garantindo a disponibilidade de água para as comunidades locais;

∙ Proteção dos Solos:
a cobertura vegetal exerce papel essencial na formação e manutenção da integridade do solo, e na redução de processos erosivos, especialmente em áreas com maior declive;

∙ Biodiversidade:
os campos abrigam uma riqueza singular de Flora, fauna e funga, se constituindo em espaço insubstituível para grande número de espécies endêmicas e raras.

 

Campos de Altitude

Paisagens dos Campos de Altitude. Fotos: Wigold B. Schäffer.

A mudança do uso do solo nos Campos de Altitude é uma das principais ameaças do ecossistema, com efeitos nocivos para os serviços ecossistêmicos. O avanço das áreas de agricultura, com uso intenso de agrotóxicos e retirada da cobertura vegetal nativa – entre muitos outros exemplos negativos – compromete a estabilidade da paisagem e promove a contaminação da água que é armazenada no solo. 

Por isso, além da criação de novas Unidades de Conservação para a conservação da biodiversidade, é preciso combater grandes impactos em todas as áreas do ecossistema e restaurar os ambientes que já estão alterados. Isso demanda uma série de investimentos e participação dos atores de cada região, assim como o desenvolvimento de uma cadeia de restauração dedicada aos campos, que apresentam dinâmicas ecológicas muito diferentes das paisagens florestais. Outra medida que pode contribuir na proteção dos ambientes naturais e dos serviços ecossistêmicos associados é o desenvolvimento de iniciativas de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que quantificam, valoram e remuneram os proprietários de terras que fornecem tais serviços. 

Ao mesmo passo, o desenvolvimento de atividades de baixo impacto ambiental, ou até mesmo positivas para o meio ambiente, são oportunidades para o engajamento das pessoas, fortalecimento de uma visão sobre a importância das paisagens naturais e desenvolvimento de renda para as pessoas e desenvolvimento das cidades e comunidades.

 

 

Campanha em prol dos Campos de Altitude

Essa matéria é fruto da campanha “Proteja os Campos de Altitude”, uma das iniciativas do projeto “Cuidando da Mata Atlântica: Articulação Região Sul da RMA”, executado numa articulação entre a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais, Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e Instituto Mira Serra, com o apoio financeiro da Fundação dinamarquesa Hempel por meio da Fundação SOS Mata Atlântica.

> Conheça a campanha 

Referências:

BRASIL. Lei Nº 14.119: Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais. Disponível em: https://legis.senado.leg.br/norma/33089316/publicacao/33104500. Acesso em: 17 mar. 2025.

BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE E MUDANÇA DO CLIMA. Serviços Ecossistêmicos. 2025. Disponível em: https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade-e-biomas/biomas-e-ecossistemas/conservacao-1/servicos-ecossistemicos. Acesso em: 17 mar. 2025.

SOUSA, Letícia Penno de et al. As Funcionalidades Ambientais dos Campos de Altitude do Paraná. In: IX CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 9., 2009, São Lourenço. Anais […] . São Lourenço: Seb, 2009. p. 1-4.

Autor: Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: João de Deus Medeiros e Thamara S. de Almeida
Foto de capa: Wigold Schäffer

Ministra Marina Silva recebe ambientalistas para falar sobre a Mata Atlântica

Ministra Marina Silva recebe ambientalistas para falar sobre a Mata Atlântica

Ministra Marina Silva recebe ambientalistas para falar sobre a Mata Atlântica

No último dia vinte, a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva, recebeu uma equipe da Rede de Ongs da Mata Atlântica (RMA), que lhe entregou a “Carta de Atalanta”, documento elaborado por ONGs que trabalham pela proteção da Mata Atlântica nos estados do Sul do Brasil. A carta é resultado do Seminário sobre Unidades de Conservação da Região Sul, ocorrido em setembro de 2024, realizado no âmbito do projeto colaborativo executado com o apoio da Fundação SOS Mata Atlântica e da Fundação Hempel.

Além da ministra participaram da reunião o Secretário Executivo do Ministério, João Paulo Capobianco, André Lima, Secretário Extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial, Rita Mesquita, Secretária de Biodiversidade e Floresta, Bráulio Dias, Diretor de Conservação e Uso Sustentável e Guilherme Checco, Diretor de Programas.

Após a reunião com a Ministra, os ambientalistas se reuniram também com o Presidente do ICMBio, Mauro Pires. Além da Carta de Atalanta, também foram entregues outros dois documentos, um ofício relatando a situação da Mata Atlântica no litoral norte do Paraná e outro apontando questões relacionadas ao Parque Nacional de São Joaquim.

Representando a RMA estavam presentes Diego Igawa, João de Deus Medeiros, Miriam Prochnow, Reginaldo Ferreira e Tânia Martins.

Registros das audiências realizadas em 20/02/2025. Fotos: Arquivo Apremavi e Rogerio Cassimiro/MMA. 

Carta de Atalanta

A Carta de Atalanta tem como foco as Unidades de Conservação, assim o diálogo começou com os ambientalistas apontando uma ameaça à Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, o SNUC, por conta da proposta do Projeto de Lei PL 3354/24, do Deputado Lúcio Mosquini, MDB-RO, que pretende abrir as Unidades de Conservação para fixar moradia a indígenas desvinculados de seus territórios tradicionais, em UC de proteção integral e de uso sustentável. Isso representa um enorme perigo à integridade das UCs e do próprio SNUC.

Os ambientalistas explicaram para a ministra que reconhecem a luta e a necessidade da demarcação e homologação de Terras Indígenas, entretanto, ela não pode ocorrer nas já tão fragilizadas e vulneráveis unidades de conservação da Mata Atlântica. Foram apontadas para a ministra ocupações indígenas que já ocorrem no Sul, como são os casos da Reserva Biológica de Bom Jesus (PR), do Parque Nacional da Serra do Itajaí (SC), do Parque Nacional Guaricanas (PR), do Parque Nacional do Iguaçu (PR) e das Florestas Nacionais (Flonas) de Passo Fundo (RS), Três Barras (SC), Canela e São Francisco de Paula (RS). Esses casos representam uma ameaça à biodiversidade nessas regiões e claramente afrontam a Lei do SNUC.

Outros pontos em pauta

Os ambientalistas também estão preocupados com a paralisação da agenda de criação de Unidades de Conservação na Mata Atlântica, e cobraram do MMA e do ICMBio a retomada dos trabalhos para debater a criação de UCs em áreas prioritárias para a conservação na região Sul. Foi também citado o caso da Serra Vermelha, localizada no Sul do Piauí, que a RMA vem lutando para proteger desde 2008, sem êxito por enquanto. Segundo Marina Silva, tudo o que foi possível foi feito pelo MMA para anexar a Serra Vermelha ao Parque Nacional Serra das Confusões, no entanto, um entrave político, protagonizado pelo Senador Marcelo Castro-MDB, se estabeleceu e, por essa razão a minuta do decreto sempre emperra na Casa Civil a espera de um ofício de anuência do Governador do Piauí. Lembraram que a retomada da agenda de criação de unidades de conservação é compromisso de campanha do Presidente Lula e que o ano de 2025 é o ano para avançar nessa agenda, inclusive como legado da realização da COP 30 em Belém (PA) no final deste ano.

A ameaça aos Campos de Atitude, decorrentes da atual legislação estadual de Santa Catarina e do PL 364/2019, ora em tramitação na Câmara dos Deputados, também entraram na pauta. Os ambientalistas lembraram que a Nota Técnica do MMA/24 ressalta que “Os campos de altitude são parte inerente, insubstituível e irrecuperável do bioma Mata Atlântica, contendo alto nível de endemismos, além de prover diversos serviços ambientais essenciais para a região”.

E, mais uma vez, os ambientalistas reivindicaram a regulamentação do Fundo da Mata Atlântica, previsto na Lei 11.428/2006, se utilizando do argumento de que nesse momento em que se faz necessário enfrentar as mudanças climáticas, a implementação do fundo se torna fundamental.

A Ministra e equipe se propuseram a trabalhar para atender as reivindicações, sinalizando a retomada do grupo de trabalho da agenda de criação de UCs e a realização de um evento para tratar de conflito de competências relacionado às autorizações de desmatamento na Mata Atlântica, quando do lançamento do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento (PPCD) da Mata Atlântica. Em relação ao Fundo da Mata Atlântica ficou o compromisso de retomar e verificar internamente como está no momento o processo de regulamentação do mesmo.

Autoras: Tânia Martins (RMA) e Miriam Prochnow.
Foto de capa: Rogerio Cassimiro/MMA

Pau-cutia, espécie ideal para o enriquecimento ecológico

Pau-cutia, espécie ideal para o enriquecimento ecológico

Pau-cutia, espécie ideal para o enriquecimento ecológico

Guaxupita, canela-de-cotia e pau-cutia são alguns dos muitos nomes populares da espécie Esenbeckia grandiflora Mart. Seu crescimento depende das características do ambiente, tornando-se arbustiva ou arbórea após a fase de crescimento. Suas folhas são perenes, sempre verdes e exuberantes, em árvores que podem atingir até 20 metros de altura. 

Pode ser encontrada entre o Ceará e o Rio Grande do Sul, principalmente nas Florestas Semideciduais da Mata Atlântica, entre uma altitude de 50 até 1360 metros. A polinização das flores é realizada por moscas (miofilia) e a dispersão das sementes ocorre por gravidade (autocoria). A taxa de germinação das sementes é alta, e estas apresentam comportamento ortodoxo, possibilitando o armazenamento para a semeadura nas melhores condições climáticas. 

Essas características, junto da significativa tolerância da espécie à sombra, fazem da espécie pau-de-cutia uma excelente espécie para plantios de enriquecimento ecológico; ou seja, ações de restauração ecológica buscando aumentar a diversidade de espécies de plantas em áreas onde uma floresta já está crescendo, seja através de plantios anteriores ou por meio da regeneração natural. 

No passado, a madeira da espécie foi utilizada para a produção de varais de carroça e na confecção de cabos de ferramentas como martelos, pás, machados e outras que exigiam certa resistência. Atualmente, a pau-de-cotia pode ser empregada em plantios com objetivos apícolas, buscando proporcionar pólen às abelhas; e também em plantios paisagísticos, inclusive em centros urbanos, já que seu crescimento é moderado, se comparado a outras árvores nativas.

Fotos: Registros de diferentes estruturas da espécie Esenbeckia grandiflora. (CC) Flora digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Pau-cutia

Nome científico: Esenbeckia grandiflora Mart.

Família: Rutaceae

Coleta de sementes: os frutos devem ser coletados diretamente da árvore, quando estes iniciarem a abertura espontânea. Para a liberação das sementes, os frutos devem ser expostos ao sol. As sementes podem ser armazenadas por mais de quatro meses. 

Fruto: lenhoso, arredondado e coberto com espinhos. Mede cerca de 2,5 cm de diâmetro.

Flor: varia de creme-esverdeado a avermelhada. Mede cerca de 1,4 cm de diâmetro. Floresce entre os meses de dezembro e janeiro.

Crescimento da muda: lento. 

Germinação: alta.

Plantio: por ser uma espécie secundária tardia, deve ser evitado o plantio em áreas de pleno sol.

Status de conservação: MMA: Não listada – Portaria MMA 148/2022 | IUCN: Menos preocupante (Least Concern  – LN) (IUCN).

 

Referências consultadas:

BRASIL. Portaria MMA Nº 148. Brasília, Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1140573/1/Especies-Arboreas-Brasileiras-vol-5-Pau-de-Cutia.pdf. Acesso em: 20 jan. 1015.

CARVALHO, Paulo Ernani Ramalho. Espécies Arbóreas Brasileiras. Embrapa Florestas. Disponível em: https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1140573/1/Especies-Arboreas-Brasileiras-vol-5-Pau-de-Cutia.pdf. Acesso em: 19 jan. 2025.

GIEHL, Eduardo Luís Hettwer (org.). Flora digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 2025. Disponível em: http://floradigital.ufsc.br. Acesso em: 19 jan. 2025.

INTERNATIONAL UNION FOR CONSERVATION OF NATURE AND NATURAL RESOURCES. IUCN Red List. Disponível em: https://www.iucnredlist.org. Acesso em: 19 jan. 2025.

LORENZI, H. 1992. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Editora Plantarum Ltda. Nova Odessa, São Paulo vol. 1, 368 p.

Autor: Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: Carolina Shäffer
Foto de capa: Arquivo Apremavi

Apremavi leva a Mata Atlântica para as salas de aula na Alemanha

Apremavi leva a Mata Atlântica para as salas de aula na Alemanha

Apremavi leva a Mata Atlântica para as salas de aula na Alemanha

Entre os dias 18 e 22 de novembro de 2024, a Mata Atlântica foi tema de palestras ministradas pela Apremavi em escolas de Heidelberg, cidade localizada no sul da Alemanha.

Carolina Schäffer, vice-presidente da Apremavi, esteve em Heidelberg, Alemanha, para conversar com estudantes alemães sobre a importância da Mata Atlântica e sua biodiversidade. Acompanhada de Brigitte Heinz, representante da ONG alemã BUND – Freunde der Erde, que é parceira da Apremavi, Carolina realizou atividades e palestras, ministradas na língua alemã em 07 escolas, envolvendo 09 turmas e mais de 580 alunos, com idade entre 7 e 15 anos. Este ano Carolina também acompanhou as atividades de um grupo de estudos coordenado pelo BUND e participou de uma feira expondo o projeto da parceria.

A ação “Der Regenwald kommt in die Klassenzimmer (nome em alemão para “a Mata Atlântica vai à sala de aula”) é realizada bianualmente desde 2008 pela Apremavi e pelo BUND e faz parte do projeto Bosques de Heildelberg. Com duração de 1 hora e 30 minutos, as palestras abordam temas relacionados com a Mata Atlântica no Brasil, sua riqueza e belezas naturais e também os problemas e ameaças que afetam a sua biodiversidade. Um dos pontos altos do encontro é a apresentação dos filmes com os resultados do projeto e sobre as belezas dos biomas brasileiros, elaborado pela Apremavi especialmente para este intercâmbio.

Essa já é minha quarta vez conduzindo a ação e levando a Mata Atlântica para as salas de aula e eu estou muito feliz com a oportunidade de apresentar não só um dos biomas mais biodiversos do mundo para os jovens alemães, mas também de poder conversar com eles sobre a importância da sua conservação para o Brasil e para o mundo”, comenta Carolina.

Atividades desenvolvidas por Carolina em Heidelberg. Fotos: Carolina Shäffer e Brigitte Heinz/BUND.

O projeto

O projeto Bosques de Heidelberg e o intercâmbio entre a Apremavi e o BUND acontece desde 1999 e busca a restauração da Mata Atlântica no Brasil. A principal atividade é o plantio de árvores, aliado a realização de palestras, visitação a trilhas em áreas de florestas e apoio a campanhas educativas, buscando sensibilizar e envolver alunos e a sociedade em geral na proteção e recuperação do ambiente natural. Sempre que possível, os bosques são plantados em centros de ensino, áreas estratégicas para que o espaço também seja explorado como recurso em atividades de educação ambiental, contemplação e interpretação da natureza. 

O primeiro Bosque de Heidelberg foi implantado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Ribeirão Matilde, em Atalanta (SC), em 1999, logo após a parceira ter sido acordada. Ao longo dos anos, o bosque foi crescendo e tornou-se parte significativa do espaço escolar. Em 2019, quando vinte anos do plantio foram completados, os alunos também elaboraram cartões postais, ilustrados com elementos do Bosque da Escola através de desenhos e colagens. No mesmo ano, foram lançadas as cartilhas ecológicas “Desenhando o Bosque da Escola: 20 anos de amor pela Natureza”. A cartilha é uma iniciativa da Escola, tem o apoio da Apremavi e do BUND, e contém desenhos e poemas elaborados pelos alunos que fizeram do bosque sua fonte de inspiração artística.

 

Autora: Carolina Schaffer
Revisão: Vitor L. Zanelatto
Foto de capa: Palestra da ação “A Mata Atlântica vai à sala de aula”. Crédito: Arquivos BUND

Apremavi Contrata: técnica(o) ambiental

Apremavi Contrata: técnica(o) ambiental

Apremavi Contrata: técnica(o) ambiental

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) apresenta oportunidade de contratação para três vagas de técnica(o) ambiental, com diferentes pré-requisitos e locais de atuação. A saber:

∙ Contratação de técnica(o) ambiental com ensino técnico ou curso superior em Ciências Biológicas, Engenharia Florestal, Engenharia Ambiental e/ou áreas afins.

∙ Contratação de técnica(o) ambiental para atuação no município de Atalanta (SC) e na região serrana de Santa Catarina.

∙ Contratação de técnica(o) ambiental para atuação no município de Xanxerê (SC) e região.

+ Confira o Termo de Referência (TDR) com o detalhamento da oportunidade, pré-requisitos e atividades previstas

 

Pessoas interessadas devem enviar o currículo para o e-mail  info@apremavi.org.br até o dia 20 de novembro de 2024, com o título “Currículo Técnico Ambiental”.

A Apremavi tem como princípios a equidade e a diversidade. Incentivamos profissionais de grupos minoritários (de origem e raça, étnicos, gênero, orientação sexual, sociais, culturais, etários, e físicos) a apresentar proposta. 

Autor: Vitor Lauro Zanelatto
Foto de capa: Arquivo Apremavi

Rede de Sementes Mais Floresta planeja próximos passos

Rede de Sementes Mais Floresta planeja próximos passos

Rede de Sementes Mais Floresta planeja próximos passos

No dia 15 de outubro a Rede de Sementes Mais Floresta se reuniu no Sítio Oliveira, em Abelardo Luz (SC), para mais uma reunião de planejamento. A atividade contou com 15 pessoas, entre coletores, equipe da Apremavi e convidados: servidores do Instituto Água e Terra (IAT) do Governo do Estado do Paraná e representante da Sociedade Chauá.

A reunião foi conduzida por Edilaine Dick e Marluci Pozzan, coordenadoras de projetos da Apremavi, e pelo viveirista Alex Sieves, do Viveiro Jardim das Florestas. O Encontro teve como objetivo a apresentação de informações das últimas atividades e o planejamento das ações da Rede de Sementes. Na oportunidade foi realizada a entrega em primeira mão da versão impressa da publicação Guia de Sementes da Mata Atlântica aos coletores, lançada em setembro de 2024 pela Apremavi.

Além do guia, os coletores também receberam o caderno de coletas de sementes nativas. O Guia deverá fornecer informações de coleta, beneficiamento e armazenamento das sementes, enquanto o caderno servirá como um registro das sementes encontradas por cada coletor.

Para Edilaine Dick, “É uma alegria ver que a Rede segue mobilizada e animada para a coleta de sementes e com certeza os dois materiais produzidos servirão para aprimorar o conhecimento da Apremavi e dos coletores”. Após a reunião os coletores fizeram uma visita na propriedade para identificação e esclarecimentos sobre o ponto de coleta de algumas espécies que se encontram na floração nesta época do ano.

Selo Signatário do Movimento ODS SC 2023

Registro da reunião da rede de sementes. Foto: Marluci Pozzan.

Outra novidade é que agora a Rede de Sementes Mais Floresta integra oficialmente o Redário, iniciativa que reúne redes de coletoras e coletores de todo o Brasil. Em julho, a Apremavi esteve no terceiro Encontro do Redário, em Juazeiro (BA), participando das discussões. 

A Rede de Sementes Mais Floresta é coordenada pelo Projeto +Floresta e apoiada pela Apremavi através dos projetos +Floresta e Conservador das Araucárias.
> Saiba mais 

O projeto + Floresta é financiado pelo Ibama através do Acordo de Cooperação Técnica nº 34/2021 e supervisionado pelo Ministério Público Federal de Santa Catarina (MPF/SC), pelo Instituto Socioambiental (ISA) e pela Justiça Federal de Santa Catarina, na forma da ação n° 5001458-53.2017.4.04.7200/SC.

Essa ação está relacionada com os ODS:

 

Autora: Marluci Pozzan
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto
Foto de capa: Arquivo Apremavi

Apremavi lança guia de coleta de sementes nativas

Apremavi lança guia de coleta de sementes nativas

Apremavi lança guia de coleta de sementes nativas

Em celebração ao Dia da Árvore (21/09), a Apremavi lança nova publicação com conhecimentos reunidos em mais de três décadas no Viveiro Jardim das Florestas para a coleta de sementes nativas da Mata Atlântica. 

A articulação iniciada pela Apremavi na região Oeste de Santa Catarina já rendeu muitas mudas: 280 quilos de sementes de 20 espécies nativas da Floresta Ombrófila Mista foram coletadas pela Rede de Sementes Mais Floresta, possibilitando que a produção no Viveiro Jardim das Florestas tenha cada vez mais espécies, promovendo a diversidade genética das mudas, gerando renda para moradores das comunidades beneficiadas pelo projeto +Floresta e valorizando o conhecimento local sobre o território. 

A rede é uma iniciativa independente, apoiada pela Apremavi a partir dos projetos +Floresta e Conservador das Araucárias, que promovem a compra das sementes e, posteriormente, o plantio das mudas em áreas alteradas. Enquanto o +Floresta atua em Abelardo Luz, no Oeste de Santa Catarina, a área de trabalho do Conservador das Araucárias se estende de Santa Catarina até o estado de São Paulo, com a meta de restaurar sete mil hectares. Serão necessárias milhões de mudas para esses e outros projetos da Apremavi, e muitas mãos para coletar sementes.

Para compartilhar os saberes sobre as atividades de coleta, beneficiamento e armazenamento de sementes, a equipe da Apremavi produziu o “Guia de coleta de sementes nativas da Mata Atlântica”, que busca apresentar aos coletores de sementes boas práticas para a execução das atividade, ações para o beneficiamento de cada espécie e também medidas para a segurança dos coletores. A publicação também traz um calendário de coleta, com base na época de frutificação das árvores em Santa Catarina.

Frutos e sementes de espécies nativas da Mata Atlântica. Fotos: Carolina Schäffer, Miriam Prochnow e Wigold B. Schäffer.

“Conhecer a biologia das sementes é essencial para podermos manejar adequadamente nossos recursos naturais, ampliando assim o sucesso de programas de recuperação ambiental, restauração de ecossistemas, reabilitação de populações naturais viáveis, mas também igualmente imprescindível para o aproveitamento racional das plantas que exploramos.”, destacaram os organizadores da publicação. 

De certa forma, o guia também conta a história do Viveiro Jardim das Florestas, que iniciou as atividades em uma época onde pouco se sabia sobre a produção de mudas nativas em escala. A experimentação e persistência dos viveiristas da Apremavi, bem como de todas as coletoras e coletores de sementes contribuíram com as descobertas sobre o recolhimento, limpeza e melhores formas de armazenamento das sementes. 

Wigold Bertoldo Schäffer, co-fundador do Viveiro Jardim das Florestas, ressalta a importância do trabalho dedicado nas atividades dessa natureza, com observação constante e sensível a cada árvore: “Cabe ao coletor de sementes a busca pelo conhecimento sobre essas características, a observação para esses detalhes e o desenvolvimento de habilidades que são necessárias para o sucesso da coleta, que é apenas o primeiro passo da cadeia da restauração. Depois de coletados, os frutos e sementes, precisam passar pelo processo de extração, beneficiamento e secagem, para então serem armazenados ou imediatamente levados para germinação e repicagem.”

 

> Acesse a publicação

A publicação também terá uma versão impressa, com distribuição prioritária para a Rede de Coleta de Sementes Mais Floresta e demais coletores de sementes nativas parceiros da Apremavi.

Autor: Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: Carolina Schäffer e Marluci Pozzan
Foto de capa: Carolina Schäffer

Plataforma Ambiental 2024

Plataforma Ambiental 2024

Plataforma Ambiental 2024

As eleições municipais se aproximam e, num cenário de mudanças climáticas com consequências cada vez mais intensas nas cidades e comunidades, é preciso o compromisso das candidaturas em pautar iniciativas socioambientais em seus planos de trabalho, tanto nas prefeituras quanto no legislativo municipal. Este é o momento de ouvir as propostas e cobrar das candidatas e candidatos compromissos para priorizar a conservação e a restauração do meio ambiente, bem como buscar a mitigação e adaptação aos efeitos de eventos climáticos extremos, que ameaçam as pessoas e todas as formas de vida.

A emergência climática, embora ameace, também representa grande chance para as lideranças atuarem de forma exemplar pelo desenvolvimento sustentável e na implementação de soluções pioneiras para a resiliência e adaptação dos municípios, buscando a intersecção com a justiça climática; a geração de empregos; o planejamento sustentável das cidades e a promoção de ações afirmativas e o combate às injustiças históricas, como o racismo e a desigualdade de gênero.

Muito precisa ser feito para que as cidades estejam preparadas para o novo cenário global, onde o desenvolvimento, proteção do meio ambiente e segurança das pessoas e proteção da vida se constroem em conjunto. Nesse sentido, a  Apremavi apresenta as seguintes metas como prioridades para planos de ação política em nível municipal:

1. Combater as crises hídrica, climática e de biodiversidade através de projetos de restauração ecológica nas áreas rurais e urbanas, conservação da biodiversidade,  elaboração do Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica do município e planejamento territorial com base no Código Florestal e na Lei da Mata Atlântica;

2. Proteger os remanescentes florestais das cidades, através da criação de Unidades de Conservação públicas municipais e incentivo à criação de Reservas do Patrimônio Natural Particulares (RPPNs);

3. Realizar o planejamento territorial no município, especialmente nas áreas de risco, com vistas a prevenir riscos, promover adaptação e mitigar os efeitos das enxurradas, enchentes e deslizamentos;

4. Fortalecer as secretarias de Meio Ambiente e a Defesa Civil municipal, para uma atuação efetiva e constante pela proteção dos recursos naturais nos municípios e preparação para o enfrentamento de eventos climáticos extremos;

5. Empreender projetos de educação ambiental na rede municipal de ensino, buscando a educação climática e formação de uma geração de cidadãos preocupados e atuantes no desenvolvimento sustentável das cidades, além de apoiar iniciativas em nível local desenvolvidas por escolas, grupos e coletivos ou Organizações da Sociedade Civil;

6. Respeitar a Democracia, os Direitos Humanos e a equidade de gênero, bem como combater a todas as formas de discriminação. 

A Apremavi cobra compromissos verdadeiros das candidatas e candidatos para com a democracia e as instituições do Estado,  o meio ambiente e a biodiversidade, conforme prevê a sua Carta de Princípios. Sem democracia plena, independência entre os Poderes, atuação efetiva das instituições e confiança da sociedade no Estado brasileiro não será possível avançar no desenvolvimento sustentável e na promoção de justiça climática.

Além da Plataforma Ambiental, candidaturas podem se comprometer com um futuro sustentável através da plataforma Vote Pelo Clima, iniciativa nacional co-liderada pelas organizações NOSSAS e Clima de Eleição e apoiada pela Apremavi, que elenca como compromissos aos candidatos a construção de políticas sociais de apoio às populações atingidas por eventos climáticos extremos; transição climática com justiça social, racial e de gênero; proteção ambiental e dos recursos naturais; incentivo à participação popular e ao engajamento da juventude; investimentos em pesquisa e inovação para enfrentar a crise climática e a valorização dos saberes tradicionais e tecnologias sociais na busca de soluções. Outra iniciativa recomendada pela Apremavi é a Plataforma Ambiental da Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional. 



Mostre seu compromisso com o futuro:
Sobre a Apremavi

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) tem como missão a defesa, preservação e recuperação do meio ambiente e dos valores culturais, buscando a qualidade de vida na Mata Atlântica e em outros Biomas. As principais ações da instituição estão relacionadas com o aprimoramento das políticas públicas, o combate às mudanças climáticas, a produção de mudas nativas da Mata Atlântica, a restauração de áreas degradadas e matas ciliares, o enriquecimento de florestas secundárias, educação ambiental e capacitação, advocacy e defesa da legislação ambiental, a produção e divulgação de materiais sobre meio ambiente, denúncias de agressões ambientais, a construção de parcerias de sucesso e a oportunização de intercâmbios com diferentes regiões, estados e países.

A Apremavi é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), sem fins lucrativos, que não distribui quaisquer dividendos ou resultados a seus associados ou dirigentes, investindo todos os recursos gerados na conservação e restauração do meio ambiente, sempre procurando melhorar a qualidade de vida da população, respeitando os limites da natureza e dos recursos naturais. A instituição sempre priorizou o diálogo como estratégia para solucionar conflitos e firmar parcerias, tendo realizado inúmeras ações com prefeituras municipais. A Plataforma Ambiental para as eleições é uma iniciativa recorrente, iniciada em 2012, que busca auxiliar as candidaturas em evidenciar os compromissos com a área socioambiental, bem como implementar iniciativas no setor, quando eleitas.

Candidaturas que assinaram a Plataforma Ambiental
Nome da candidaturaPartidoCargo Cidade
Aurio GislonPTCâmara de VereadoresRio do Sul (SC)
Marcos José de Abreu (Marquito)PSOLPrefeituraFlorianópolis (SC)
Professor FontãoREDECâmara de VereadoresFlorianópolis (SC)

Atualizado em 02/10/2024.

Apremavi participa da celebração de 30 anos do FSC Internacional

Apremavi participa da celebração de 30 anos do FSC Internacional

Apremavi participa da celebração de 30 anos do FSC Internacional

Há 30 anos, a missão do FSC (Forest Stewardship Council®) no mundo é promover o manejo florestal responsável. É através de um sistema de certificação que incorpora, de forma igualitária, as perspectivas de grupos sociais, ambientais e econômicos, que são atestadas as boas práticas desse processo produtivo. 

No Brasil, o FSC foi oficialmente estabelecido em 2002 e desde então a Apremavi acompanha as discussões e ajuda a propor critérios e princípios para a certificação, integrando o sistema de governança da rede, sobretudo a câmara ambiental.

Para celebrar as três décadas de existência e os mais de 160 milhões de hectares de florestas certificados até aqui, o FSC Brasil, no âmbito do seu encontro nacional, organizou um dia para celebrar o que foi feito até aqui e inspirar as próximas décadas de ação.

A membresia brasileira se reuniu no AYA Earth Partners, em São Paulo, e desfrutou de sessões temáticas e paineis sobre serviços ecossistêmicos, European Deforestation Regulation implementation (EUDR), remediação, entre outros assuntos. Além de visitar uma exposição de produtos certificados e usufruir de um coquetel, onde histórias foram compartilhadas reforçando o espírito de comunidade que é tão característico do FSC.

Registro das sessões temáticas durante o encontro. Foto: Carolina Schäffer. 

Encontro do FSC Brasil

Nos dias 20, 21 e 22 de agosto de 2024, em São Paulo, aconteceu a Assembleia Geral de membros do FSC Brasil, instância máxima de tomada de decisão do sistema FSC. O encontro promoveu diálogos entre os diferentes atores que compõem a rede e foi um momento para tomada de decisões estratégicas e discussão sobre os desafios futuros.

Registro da  Assembleia Geral de membros do FSC Brasil 2024. Fotos: Carolina Schäffer FSC Brasil.

“Compor a rede FSC é um responsabilidade enorme, porque lá podemos ajudar a promover o diálogo e a troca de informações entre os membros e buscar soluções para a conservação das florestas e o manejo sustentável, primordiais para o enfrentamento da crise climática e a manutenção da biodiversidade nos biomas terrestres”, comenta Carolina Schäffer, vice-presidente da Apremavi e representante da instituição na rede.

Além das reuniões do conselho diretor (CD), do conselho fiscal (CF) e dos comitês de resolução de conflitos (CRC) e de desenvolvimento de padrões (CDP), também foram realizadas reuniões intra e intercâmaras que oportunizam discussões transversais entre os representantes das diferentes câmaras (social, ambiental e econômica) para identificar sinergias e áreas de cooperação e formular propostas que vão guiar as próximas meses de trabalho do FSC no Brasil.

Na Assembleia Geral, foram deliberados temas centrais para o funcionamento do FSC, aprovadas as contas do último ano e eleitos os novos representantes dos conselhos e comitês. Além disso, foram escolhidos os primeiros integrantes do comitê de ética do FSC Brasil, tendo sido a Apremavi escolhida para representar a câmara ambiental.

O encontro foi encerrado com a participação do Diretor Geral do FSC Internacional, Kim Carstensen, que após 12 anos está concluindo seu mandato à frente do FSC. “O Brasil tem uma forte presença no sistema FSC, sendo o país com um dos maiores grupos de membros. Vocês já contribuíram muito até aqui, mas vamos precisar fazer mais para continuar impulsionando mudanças significativas no manejo florestal responsável”, comentou Kim.

 

Autora: Carolina Schäffer com informações do FSC Brasil
Revisão: Thamara Santos de Almeida
Foto de capa: Carolina Schäffer

Klabin e Apremavi apresentam o Programa Matas Sociais na 25ª Festa do Colono de Imbaú

Klabin e Apremavi apresentam o Programa Matas Sociais na 25ª Festa do Colono de Imbaú

Klabin e Apremavi apresentam o Programa Matas Sociais na 25ª Festa do Colono de Imbaú

No dia 25 de julho, o Programa Matas Sociais, criado em parceria entre Klabin, Apremavi e Sebrae, esteve presente na 25° edição da Festa do Colono em Imbaú (PR). A tradicional celebração ocorreu na comunidade rural Charqueada de Baixo, com intuito de incentivar e fortalecer a agricultura familiar local e da região.

O evento contou com representantes das secretarias municipais, além de representantes  da Apremavi, Instituto Desenvolvimento Rural (IDR), Klabin e Sicredi, que desenvolvem iniciativas de fortalecimento da agricultura familiar. O secretário da agricultura do município,  Juscelino Couto Ribeiro, ressaltou a importância de parcerias para o desenvolvimento da agricultura no município: “São com parcerias que fortalecemos e conseguimos trazer o desenvolvimento sustentável para o nosso município e para os nossos agricultores“.  

O Matas Sociais apresentou a atuação do programa nessa região e promoveu a doação de 600 mudas de espécies nativas em seu estande. Cereja, pitanga, pinheiro-bravo, ipê, canela-sassafrás, coqueiro- jerivá e outras espécies da Mata Atlântica foram distribuídas para plantio nas propriedades, proporcionando a implantação de bosques, pomares de espécies frutíferas e ornamentais, melhorando a qualidade de vida do produtor no campo e contribuindo para conservação da fauna e flora local. Além da doação de mudas nativas, a equipe realizou a entrega  de cartilhas e folders que ilustram os trabalhos desenvolvidos pelo programa. 

Os representantes do Matas Sociais orientaram os produtores sobre questões ambientais legais em suas propriedades rurais, orientando sobre a importância das Áreas de Preservação Permanente, a importância da preservação e proteção da água e as consequências da emergência climática para a agricultura. A comunidade também pode receber orientações sobre as ações para a adequação ambiental das propriedades rurais, implantação de corredores ecológicos e o fortalecimento da agricultura familiar.

Registros do stand do Matas Sociais na 25ª Festa do Colono de Imbaú. Fotos: Marcos José dos Santos. 

Autores: Marcos José dos Santos e Emílio André Ribas
Revisão: Cecilia de Moura Santos (Klabin) e Vitor Lauro Zanelatto (Apremavi).

Estudo evidencia a atuação não violenta da sociedade civil

Estudo evidencia a atuação não violenta da sociedade civil

Estudo evidencia a atuação não violenta da sociedade civil

Concebido pela Escola de Ativismo, o Estudo “Não violência, princípios e práticas políticas da sociedade civil brasileira”, evidencia a visão e atuação da sociedade civil no combate aos diferentes tipos de violência. 

A pesquisa foi planejada e executada entre os anos de 2021 e 2023, tendo ouvido 137 organizações da sociedade civil – incluindo a Apremavi –  das mais diversas áreas de atuação e com presença em todas as regiões do país. Os resultados foram reunidos em uma publicação, que documenta diferentes interpretações do conceito de violência, como os tipos de violência que as organizações combatem, as formas como as OSCs reagem às violências sofridas e as diferentes noções e representações da ideia de não violência.

“53,3% das OSCs apontam “violência de gênero”, bem como 34,3% apontam  ‘racismo e violência contra a população negra’. As pautas de gênero e raça estão também incorporadas quando se examina as práticas de equidade implementadas pelas OSCs e, junto com ‘respeito à natureza e justiça socioambiental’, também estão presentes no rol de valores e princípios das organizações. Embora em menor proporção, verifica-se o mesmo fenômeno quanto à luta por direitos LGBTQIAPN+”
(Estudo “Não violência, princípios e práticas políticas da sociedade civil brasileira”, p. 195).

 

Gráfico sobre as violências praticadas contra as OSCs. Figura: adaptada do estudo “Não violência, princípios e práticas políticas da sociedade civil brasileira”.

Além disso, foram documentadas e analisadas as práticas das organizações em face do par violência/não violência,  o posicionamento das OSCs diante de práticas mais ou menos “agressivas” e a não violência e o desafio do enfrentamento ao autoritarismo e à extrema-direita no Brasil. Já o último dos sete capítulos da publicação apresenta reflexões a partir do estudo, como a  interseccionalidade de causas, a relevância política do debate sobre não violência e o combate da violência.

 

Confira algumas conclusões do estudo: 

As OSCs brasileiras são não violentas – As organizações da sociedade civil brasileiras se entendem como não violentas. Do total de OSCs, 87,6% concordam em ser vistas como não violentas.

As OSCs brasileiras praticam a não violência – 73,7% das OSCs afirmam que suas práticas podem ser consideradas “totalmente” não violentas; outras 22,6%, que podem ser consideradas pelo menos “em parte” não violentas.

OSCs desaprovam táticas violentas – A tendência das OSCs é recusar as ações que podem ser lidas e enquadradas como violentas. O nível de aprovação (e adoção) de ações ou táticas de ação vai diminuindo à medida que percepção de violência associada a elas vai aumentando: quanto menos “violentas”, mais aprovação e aceitação; quanto mais “violentas”, menos aprovação e menos aceitação.

Rejeição da não violência – O Estudo registra que 6,6% das OSCs rejeitam a não violência.

OSCs atuam contra a violência – Todas as organizações e movimentos entrevistados, com apenas uma exceção, atuam contra a violência.

As organizações também sofrem violência – As OSCs não só precisam combater a violência como também são obrigadas a reagir e se defender da violência. Mais de 75% das organizações já sofreram algum tipo de violência em decorrência da sua atuação. As OSCs enfrentam e combatem a violência sofrida com práticas que não são violentas.

As duas perspectivas de não violência – Há duas perspectivas diferentes da noção e da prática da não violência entre as organizações da sociedade civil brasileira:
1. uma perspectiva empática/conciliatória – que se baseia na escuta, no diálogo e na resolução de conflitos pela via da produção de acordos; e
2. uma perspectiva pragmática/antagonista – que se orienta pela consecução dos objetivos políticos e enfrentamento dos conflitos, ainda que na impossibilidade do acordo ou na condição crítica do impasse.

A hipótese que deu origem ao estudo parece comprovada: as organizações da sociedade civil (OSCs) brasileiras se entendem como não violentas. Mas o Estudo, de caráter inédito no Brasil, aponta muitas outras questões relevantes para o ativismo brasileiro. Segundo Miriam Prochnow, os resultados mostram que a cultura da não violência é muito importante para as organizações e que elas entendem que conseguem desenvolver suas atividades dessa forma, mesmo convivendo em ambientes que muitas vezes não são nada harmoniosos: “o ativismo praticado com humor e às vezes com escracho traz resultados bem interessantes e em tempos de emergência climática essa talvez seja uma das formas mais eficientes de conscientização” complementa Miriam, que também representa a Apremavi junto a redes como o Observatório do Clima, a Rede de ONGs da Mata Atlântica e o Observatório do Código Florestal, que tem utilizado esse tipo de comunicação.

Por outro lado, o diálogo e busca pela construção de consenso também sempre foi uma estratégia utilizada pela Apremavi para promover soluções e atuar em rede pela conservação e restauração da Mata Atlântica. Iniciativas como o Diálogo Florestal brasileiro, o Pacto Pela Restauração da Mata Atlântica e a Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura são espaços balizados por esses princípios construídos pela sociedade e que buscam catalisar iniciativas pelo desenvolvimento sustentável.

> Conheça a publicação Governança, Diálogo e Formação de Redes 

Em uma realidade onde a violência se tornou disseminada e gravemente legitimada por segmentos da sociedade, o estudo é um insumo importante para organizações, movimentos e ativistas que buscam incidir politicamente na conjuntura brasileira de forma pacífica e democrática.

 

Lançamento do estudo

A Escola de Ativismo realizará o lançamento oficial da publicação nesta quarta-feira 14/08 às 19h no Espaço da Ação Educativa – R. General Jardim, 660, em São Paulo, SP. Durante o evento, serão apresentados os principais achados da pesquisa, seguidos por uma discussão enriquecedora com os convidados e participantes.
> Saiba mais

Sobre a Escola de Ativismo 

A Escola de Ativismo é um coletivo independente constituído em 2011 com a missão de fortalecer grupos ativistas por meio de processos de aprendizagem em estratégias e técnicas de ações não-violentas e criativas, campanhas, comunicação, mobilização e segurança e proteção integral, voltadas para a defesa da democracia e dos direitos humanos.

O coletivo é formado por um grupo multidisciplinar de ativistas, que se organiza de maneira distribuída e não hierárquica, por meio de princípios orientadores em diversas regiões do Brasil.
> Conheça a Escola de Ativismo

Autores:  Vitor L. Zanelatto, Cássio Martinho e Miriam Prochnow
Revisão: Thamara S. de Almeida
Foto de capa: Arquivo Apremavi

Equipe da Apremavi do Paraná contribui na coleta de sementes para o viveiro

Equipe da Apremavi do Paraná contribui na coleta de sementes para o viveiro

Equipe da Apremavi do Paraná contribui na coleta de sementes para o viveiro

A equipe da base da Apremavi em Curiúva (PR) iniciou neste ano a coleta de sementes nativas da Mata Atlântica, que são beneficiadas e enviadas para a produção de mudas no viveiro da Apremavi. Além de contribuir com a produção de mudas, a iniciativa busca enriquecer o banco de sementes, melhoramento de material genético, e engajamento com os produtores rurais e comunidades do território da atuação. 

As atividades contam com o auxílio dos participantes dos projetos da Apremavi no estado, que  avisam quando as espécies estão em processo de frutificação. O material é posteriormente beneficiado – em processos como a despolpa e secagem das sementes, por exemplo – na  estrutura recém-construída na base de trabalho em Curiúva. Após essa etapa, o resultado das coletas é enviado para o Viveiro Jardim das Florestas, onde são produzidas as mudas utilizadas nas iniciativas de restauração da Apremavi, incluindo os projetos executados no Paraná. 

O princípio das atividades ocorreu ainda em 2023, quando o colaborador da Apremavi Lucas Costa participou de capacitações com Leandro Casanova, engenheiro florestal da Apremavi. Os procedimentos para realizar a coleta, manuseio e armazenamento foram estabelecidos, bem como os cuidados necessários para a seleção do material, buscando a produção de mudas de qualidade. Também foi realizado o mapeamento das matrizes no território, que compreende principalmente a Floresta Ombrófila Mista. Para o mapeamento das árvores com potencial de coleta alguns fatores são levados em consideração, como o porte de árvore (altura e diâmetro de seu tronco) e a ausência de doenças ou pragas. 

A primeira coleta foi realizada no dia 21 de maio de 2024, com visitas prévias para o acompanhamento até o fruto estar em ponto ideal para coleta. Lucas compartilhou como está sendo o processo: “É uma grande experiência e uma oportunidade muito gratificante poder contribuir e ajudar em toda essa estrutura ligada a coleta de sementes, desde a capacitação interna, o mapeamento das matrizes, até a coleta e beneficiamento. Com o objetivo de aumentar a diversidade de genética e espécies no Paraná.”

+ Veja o processo de produção de mudas de araucária desde a coleta do pinhão

 

Selo Signatário do Movimento ODS SC 2023

As primeiras sementes  coletadas no PR foram entregues à equipe do viveiro em 06/2024. Foto: Maurício Reis. Galeria: trabalho para a coleta e beneficiamento de sementes. Fotos: Maurício Reis e Arquivo Apremavi.

Essa ação está relacionada com os ODS:

 

Autores: Pedro Ferreira e Maurício Reis
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto e​  Thamara Santos de Almeida
Foto de capa:  Vitor Lauro Zanelatto

Apremavi contrata PJ para serviços de design gráfico

Apremavi contrata PJ para serviços de design gráfico

Apremavi contrata PJ para serviços de design gráfico

Se você tem interesse na causa ambiental e experiência com diagramação de publicações e elaboração de identidades visuais para terceiro setor, esse é o momento de trabalhar conosco!

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) busca profissional com atuação na área de design gráfico, para contratação no âmbito da Coordenadoria de Comunicação e Informação. A contratação prevê a entrega de dois produtos:
1.1 Diagramação de publicação – versão digital e para impressão.
1.2 Criação e cessão da propriedade de logotipo para a Rede de Sementes +Floresta.

O envio de propostas pode ser realizado até o próximo dia 14/08, que deverão ser encaminhadas até às 23h59min (horário de Brasília) para o e-mail vitor@apremavi.org.br, com o assunto “Proposta comercial – TDR design gráfico”. Na mesma correspondência, deverá ser apresentado o portfólio profissional.

>  Confira o Termo de Referência (TDR) com o detalhamento da oportunidade

A Apremavi tem como princípios a equidade e a diversidade. Incentivamos o envio de propostas por profissionais de grupos minorizados e historicamente invisibilizados (étnicos, gênero e orientação sexual, sociocultural e pessoas com deficiência).

Autor: Vitor L. Zanelatto.

Monitoramento da restauração: guia apresenta metodologias e tecnologias para qualificar a mensuração dos resultados

Monitoramento da restauração: guia apresenta metodologias e tecnologias para qualificar a mensuração dos resultados

Monitoramento da restauração: guia apresenta metodologias e tecnologias para qualificar a mensuração dos resultados

A  restauração ecológica não termina com o plantio de mudas nativas, pelo contrário. O caminho para que o ambiente natural se recomponha demanda um trabalho recorrente. para avaliar o progresso da recuperação do ecossistema, como o crescimento de mudas plantadas e o surgimento de regenerantes de forma espontânea, isto é, plantas que começam a crescer naturalmente, promovendo a sucessão ecológica na área. Esse monitoramento demanda preparo técnico e recursos para prover visitas nas áreas, coleta de dados por sensoriamento remoto e a aplicação de protocolos para produzir dados estatísticos.

À luz da Década da Restauração de Ecossistemas da ONU e outras iniciativas que incentivam a escala nas iniciativas de restauração ecológica, o Pacto Pela Restauração da Mata Atlântica e a Aliança Pela Restauração na Amazônia lançaram um documento dedicado a aprimorar as estratégias de monitoramento  através de novas tecnologias. O principal objetivo é proporcionar maior transparência, escala e governança no monitoramento e, por consequência, incentivando o avanço dos esforços pela restauração no Brasil, de forma especial nos biomas Amazônia, altamente ameaçado pelo desmatamento; e Mata Atlântica, hotspot de biodiversidade global. 

O protocolo é fruto de dois anos de trabalho de um corpo técnico-científico que contou com mais de 20 profissionais com notório saber em iniciativas que buscam a recomposição das florestas nativas. Os esforços para reunir conhecimentos em monitoramento iniciaram em 2020, com a realização de uma série de workshops online junto a especialistas em Ecologia de Restauração de Ecossistemas, Sensoriamento Remoto e Políticas Públicas. Desta forma, foram identificadas técnicas de Sensoriamento Remoto que utilizam novas tecnologias com a finalidade de aprimorar a coleta de dados e realizar as atividades de mensuração em escala, ao mesmo passo que apresentam, robustez e confiança na produção de dados para o monitoramento das atividades. 

São dezenas de páginas dedicadas a apresentar novas tecnologias e seus usos possíveis para qualificar o monitoramento, como drones-RGB, sensores LiDAR (Light Detection And Ranging), imagens de satélite como o Google Earth Engine (GEE) e inteligência artificial. Os autores também destacam metodologias que podem contribuir significativamente para melhorar a qualidade, escala e frequência do monitoramento da restauração, complementando as atividades de campo com as novas ferramentas disponíveis para a coleta e análise de dados. 

A publicação foi elaborada em parceria com a The Nature Conservancy (TNC) Brasil, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), Universidade Federal de Goiás (UFG) e outras instituições que pesquisam, apoiam e executam iniciativas de restauração ecológica. 

O uso de ferramentas de sensoriamento remoto nas atividades de monitoramento não substitui o monitoramento tradicional, com os estudos através de parcelas em campo, essencial para a qualificação do diagnóstico e análise de áreas não amostradas para a produção de dados. O Sensoriamento Remoto é complementar, com potencial de ampliar a escala das informações coletadas.

A complementaridade fica evidente no trabalho desenvolvido pela Apremavi: ao mesmo passo que tecnologias como drones, uso de softwares de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) como o ArcGIS Survey123 e o Portal Ambiental facilitaram o trabalho dos técnicos em campo; as visitas in loco são essenciais para registrar indícios de retorno da fauna, analisar a necessidade de replantios na área, presença de plantas exóticas invasoras e até mesmo para manter a mobilização proprietários rurais parceiros, sobretudo num contexto de atuação em pequenas propriedades.

> Saiba mais sobre as tecnologias utilizadas pela Apremavi

Equipe da Apremavi em atividade de monitoramento utilizando tecnologias de geoprocessamento. Foto: Carolina Schäffer. 

Autor: Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: Thamara Santos de Almeida
Foto de capa: Monitoramento por drone de Área de Preservação Permanente a ser restaurada em Abelardo Luz (SC). Thamara Santos de Almeida

 

Apremavi: 37 anos de boca no trombone e mão na massa

Apremavi: 37 anos de boca no trombone e mão na massa

Apremavi: 37 anos de boca no trombone e mão na massa

A Apremavi completa hoje 37 anos de fundação. O ativismo, presente desde antes da formalização da organização, há muito é feito também na restauração ecológica da Mata Atlântica, que conta com as mudas nativas produzidas no Viveiro Jardim das Florestas, coração da instituição. 

O plantio de árvores nativas é o ponto de partida para a conservação da biodiversidade e contribuição na mitigação da emergência climática. As mudanças nas paisagens podem ser percebidas de perto e de longe, desde as sementes que são coletadas em árvores plantadas na época da fundação da Apremavi até as imagens de satélite que hoje mostram florestas formadas onde em 1987 estavam áreas alteradas. 

Para continuar avançando na proteção do meio ambiente e da vida, a Apremavi atua para além da restauração, incidindo em campanhas de advocacy em defesa da legislação que protege a natureza e propondo soluções para o aprimoramento das políticas públicas socioambientais. A Lei da Mata Atlântica, de 2006, foi uma das grandes vitórias conquistadas na trajetória da instituição.

Diálogo e trocas de conhecimento também foram essenciais para as conquistas desses 37 anos. Foram inúmeras palestras, atividades de educação ambiental e eventos realizados, atividades de educação ambiental. Publicações e, mais recentemente, conteúdos para as mídias digitais são produzidas constantemente para compartilhar os aprendizados, apresentar os avanços e, principalmente, convidar mais pessoas a ajudar na construção de um planeta mais justo, sustentável e equilibrado para as vidas humanas e não humanas. 

O trabalho é compartilhado com inúmeros parceiros: colaboradores, associados, voluntários e estagiários, co-realizadores de iniciativas e apoiadores acreditam nas iniciativas da instituição e ajudam a fazer com que a missão da Apremavi seja cumprida. A dedicação dessas pessoas já fez com que mais de 9 milhões de árvores fossem produzidas e plantadas no Brasil. E com a ajuda de ainda mais pessoas que muitas outras serão plantadas.

Registros do Viveiro Jardim das Florestas, Centro Ambiental e iniciativas da Aprermavi. Fotos: Arquivo Apremavi. 

Fazendo a Década da Restauração acontecer

Confira alguns avanços nos projetos e iniciativas desenvolvidas pela Apremavi no último ano, que constam no Relatório de Atividades da instituição de 2023, apresentado durante a Assembleia Geral no dia 19 de junho:

・Alcance do equilíbrio de gênero no quadro de colaboradores e nas posições de coordenação;

・Produção de 632.024 mudas de 109 espécies no Viveiro Jardim das Florestas, a maior diversidade de espécies em um ano;

・Realização de 52 visitas guiadas no Centro Ambiental Jardim das Florestas, totalizando 1.033 pessoas recebidas;

・Plantio de 5.728 mudas em 16 novos Bosques de Heidelberg, em 11 municípios do Vale do Itajaí (SC);

・36,69 hectares restaurados (com plantio em área total, condução da regeneração natural e enriquecimento) e 2.429,55 hectares conservados em 172 propriedades (cadastradas e monitoradas) de 23 municípios do Paraná através do programa Matas Legais;

・Através do programa Matas Sociais, 19.088 mudas foram doadas para plantio e ações de educação ambiental, tendo o projeto atendido 15 propriedades em cinco municípios de Santa Catarina;

・Apoio à criação de uma rede de sementes no oeste de Santa Catarina, como uma estratégia para alavancar a cadeia da restauração;


・Com o projeto Implantando o Código Florestal, foram atendidos 38 proprietários rurais para auxílio no processo de retificação do Cadastro Ambiental Rural (CAR);

・Início da revisão do plano de manejo e de atividades de monitoramento da fauna no Parque Natural Municipal da Mata Atlântica (Atalanta, SC), através do projeto Cuidando da Mata Atlântica em parceria com a The Vita Coco Company.

 

Registro da Assembleia Geral de 2024. Figura: Taís Fontanive. 

Autor: Vitor L. Zanelatto
Revisão: Thamara Santos de Almeida
Foto de capa: Vitor L. Zanelatto

Apremavi recebe homenagem na ALESC

Apremavi recebe homenagem na ALESC

Apremavi recebe homenagem na ALESC

No dia vinte de junho a Apremavi recebeu da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (ALESC) uma homenagem pelo trabalho realizado em prol do desenvolvimento de Santa Catarina. 

A homenagem foi proposta pelo Deputado Rodrigo Preis (PT), ex-prefeito do município de Rio do Campo e suplente do Deputado Padre Pedro. O evento, ocorrido na sede da ALESC, em Florianópolis, reuniu entidades e lideranças importantes para o estado de Santa Catarina em um ato solene. Em comum a todos os homenageados está o trabalho pelo desenvolvimento econômico, social e ambiental do estado, principalmente da região do Alto Vale do Itajaí. 

Durante a cerimônia foi destacado o trabalho da Apremavi pela restauração ecológica na Mata Atlântica, bem como as parcerias estabelecidas com prefeituras municipais e outras entidades locais para estabelecer conexões com pequenos proprietários rurais e promover o planejamento de paisagens sustentáveis. Também foi citado o Viveiro Jardim das Florestas, referência em produção de mudas nativas, com sede em Atalanta, no centro do Alto Vale do Itajaí. 

As entidades que tiveram seu trabalho reconhecido foram a Apremavi, Cooperfavi, Coopersalete, Coopertaió, Cravil, Cresol Confederação, Epagri, FETRAF-SC, IFC – Rio do Sul, Unicafes. Já entre as lideranças, receberam homenagens: Anna Julia Rodrigues, Célio Haverroth, Dirceu Luiz Dresch, Ewaldo Gramkow, Jamil Abdalla Fayad, Lothar Weise Filho, Luci Teresinha Koswoski Choinacki, Nilton Fronza, Zita Schlikman Oderdeng, Carmela Panini e Ivanor Boing; este último, participante do Conselho da Apremavi em gestões pretéritas. 

Na ocasião, os homenageados receberam agradecimentos pela trajetória de contribuições para sociedade catarinense, nas mais diversas esferas, como no campo político, social, educacional e ambiental. “É muito gratificante poder estar presente na homenagem representando a Apremavi, mas ainda mais ver o trabalho da instituição, realizado por muitas mãos há mais de 35 anos, recebendo esse merecido espaço de reconhecimento em meio a outras entidades e lideranças que fazem parte da história de Santa Catarina. A homenagem reforça ainda mais a importância do trabalho realizado em prol do meio ambiente e de uma sociedade mais justa”, comenta Gabriela Goebel, representante da Apremavi no evento.

Registros da homenagem recebida pela Apremavi. Fotos: Vitor Lauro Zanelatto.

Autores: Gabriela Goebel e Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: Thamara Santos de Almeida
Foto de capa: Juan Carvalho



Apremavi lança relatório de atividades 2023

Apremavi lança relatório de atividades 2023

Apremavi lança relatório de atividades 2023

Apresentando um panorama das atividades desenvolvidas em 2023, o documento é mais uma demonstração de transparência das ações e do avanço nas metas assumidas pela instituição.

Em 2023 a Apremavi beneficiou diretamente mais de 3.900 pessoas. Esse número significativo contabiliza apenas as propriedades atendidas pelos projetos de restauração ecológica e iniciativas de educação ambiental, sensibilização e formação. Mas o trabalho chegou mais longe: centenas de pessoas colocaram a mão na terra para plantar as mudas nativas produzidas pelo Viveiro Jardim das Florestas doadas em ações na Região Sul do Brasil, a rede de coleta de sementes nativas fomentada pela instituição se consolidou como o primeiro coletivo de Santa Catarina dessa natureza e as estratégias em políticas públicas para a implementação do Código Florestal e proteção da legislação ambiental brasileira foram demandas constantes ao longo do último ano, e trouxeram resultados recompensadores. 

As estratégias de comunicação também cresceram. Foram 134 matérias publicadas no site institucional; representando notícias da área socioambiental, textos de opinião e artigos de divulgação sobre a Mata Atlântica, emergência climática e restauração ecológica; com desdobramentos nas mídias sociais e nos canais de articulação com parceiros locais dos projetos. Historicamente, a Apremavi sempre investiu em dialogar com as pessoas e promover trocas de conhecimento, objetivo que justifica a ampliação do alcance dos produtos de comunicação e também a produção colaborativa com pessoas e outras instituições. 

2023 foi marcado por eventos climáticos extremos e grandes manchetes anunciando o fracasso em limitar a mudança na temperatura da Terra. Frente a esse desafio, a Apremavi contribui com aquilo que sabe fazer melhor, a restauração de áreas alteradas. Com metas ambiciosas em um projeto de neutralização de Gases de Efeito Estufa (GEE), o Conservador das Araucárias atuou em grandes áreas de Santa Catarina e estabeleceu parcerias para plantar os 7.000 hectares de florestas previstos para os próximos anos. “O Conservador das Araucárias tem metas ambiciosas, mas diante do desafio posto, não poderia ser diferente; 2030 está a menos de 6 anos de nós e muito precisa ser feito. Por isso, quando se trata de restauração de ecossistemas ter uma visão estratégica que alia a conservação da biodiversidade, a proteção dos recursos hídricos e a mitigação das mudanças climáticas é primordial“, destaca Carolina Schäffer, coordenadora de comunicação da Apremavi e uma das coordenadoras do projeto. 

Um princípio comum entre as mais de 360 propriedades que receberam a Apremavi para iniciar projetos de restauração ecológica, nas 632.240 mudas produzidas pelo viveiro e em todas as demais atividades de 2023, é o trabalho com propósito. Para que cada semente fosse coletada, muda plantada ou diálogo realizado pela proteção da biodiversidade prevaleceu o compromisso pelo futuro comum, a busca pela proteção do meio ambiente e a perseverança para fazer no presente o máximo possível para combater a mudança no clima e buscar a proteção da vida.

 

Autor: Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: Carolina Schäffer e Thamara Santos de Almeida
Foto de capa: Carolina Schäffer



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