20 anos de sucesso no cultivo de uma parceria entre sociedade civil e setor privado
Em 2025, dois programas que transformam a realidade socioambiental de centenas de famílias agricultoras e milhares de hectares na Mata Atlântica chegam a marcos importantes de sua trajetória: o Programa Klabin Transforma Matas Legais, com 20 anos de atuação, e o Programa Klabin Transforma Matas Sociais, que completa 10 anos. Lançados originalmente como Matas Legais (2005) e Matas Sociais (2015).
Desenvolvidos a partir da parceria entre a Apremavi, organização do terceiro setor reconhecida pela excelência no desenvolvimento de projetos de conservação e restauração da Mata Atlântica, e a Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, líder em embalagens de papelão ondulado e referência em celulose de mercado de fibra curta, longa e fluff, os programas se consolidaram como exemplos de que é possível unir conservação da natureza, cumprimento da legislação ambiental e desenvolvimento sustentável nas propriedades rurais.
Miriam Prochnow, coordenadora de políticas públicas da Apremavi, relata a importância das parcerias entre sociedade civil e setor privado. “As parcerias são um passo além do simples apoio a projetos. São oportunidades de crescimento mútuo, com avaliações sobre as atividades que cada instituição pretende desenvolver e o que é possível fazer para potencializar essas ações. Entendo que tudo o que conseguimos implementar nesses anos não só pode, como deve inspirar experiências parecidas em outros territórios, por outras instituições”, avalia Miriam.
Lançado em 2005, o Matas Legais nasceu da necessidade de apoiar produtores rurais vinculados ao Programa Plante com a Klabin, de parceria florestal, no cumprimento da legislação ambiental. Mais do que um ajuste legal, o projeto carrega em seu nome o duplo sentido: legais por cumprirem a lei e por proporcionarem qualidade de vida.
O programa atua em propriedades rurais do Paraná e de Santa Catarina, oferecendo diagnóstico ambiental, projetos técnicos, doação de mudas nativas produzidas no Viveiro Jardim das Florestas da Apremavi, orientação para plantio, monitoramento e apoio ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) e ao Programa de Regularização Ambiental (PRA).
Além da restauração, o Matas Legais promove educação ambiental em escolas e atividades que incentivam a permanência de jovens no campo, disseminando boas práticas de sustentabilidade e despertando novas gerações para a conservação.
O agricultor Irineu Wiggers Warmling, de Santa Catarina, resume sua experiência:
“Aceitei a proposta de plantar mata nativa em três hectares da fazenda. Hoje não tenho nenhuma nascente desprotegida. Onde havia apenas um banhadinho, agora corre água limpa. A natureza retribui quando a gente dá o primeiro passo.”
Em 2015, surgiu o Matas Sociais, ampliando a atuação da parceria para além da adequação ambiental e das ações relacionadas às questões legais. Voltado especialmente à agricultura familiar, o programa é realizado também em Santa Catarina e no Paraná com foco no planejamento da produção, apoio à comercialização de alimentos e geração de renda sustentável.
Um legado de transformação
Somados, os dois programas já atenderam cerca de 2.500 propriedades e promoveram a doação de mais de 2,3 milhões de mudas nativas da Mata Atlântica, resultando em 2.700 hectares restaurados entre plantios e condução da regeneração natural.
Para Mireli Moura Pitz, coordenadora de Responsabilidade Ambiental e Social da Klabin e que acompanha o projeto desde o início, o maior legado está na mudança de mentalidade. “Vemos produtores pensando em geleias com frutos da Mata Atlântica, em sistemas agroflorestais, em novas formas de renda sustentável. A cada ano surgem ideias inovadoras que mostram como é possível conciliar produção e conservação”, explica.
Já Leandro Casanova, que acompanhou a criação do Matas Legais em 2005 pela Apremavi, destaca a transformação cultural: “Em 20 anos, evoluiu muito a conscientização ambiental dos agricultores. Hoje há mais interesse em preservar nascentes, conservar matas ciliares e pensar na biodiversidade. Esse é um ganho coletivo para toda a sociedade.”

Assinatura da parceria entre a Apremavi e a Klabin em 2005. Foto: Arquivo Apremavi
Olhando para o futuro
Ao completar 20 anos do Matas Legais e 10 anos do Matas Sociais, a Apremavi e a Klabin celebram conquistas que vão além dos números: a formação de uma rede de produtores mais conscientes, paisagens rurais mais sustentáveis e comunidades mais preparadas para enfrentar os desafios da sustentabilidade.
“Mais do que hectares restaurados ou mudas plantadas, esses programas representam um movimento de transformação social e ambiental nas propriedades rurais. Um exemplo concreto de que parcerias entre empresas, organizações da sociedade civil e agricultores podem gerar impacto positivo duradouro”, comenta Maurício Reis, coordenador de projetos da Apremavi.

Área restaurada pelo Matas Legais no Alto Vale do Itajaí (SC). Foto: Arquivo Klabin
Autora: Thamara Santos de Almeida
Revisão: Carolina Schäffer e Equipe Klabin
Foto de capa: Arquivo Apremavi