20 anos de sucesso no cultivo de uma parceria entre sociedade civil e setor privado

8 dez, 2025

Em 2025, dois programas que transformam a realidade socioambiental de centenas de famílias agricultoras e milhares de hectares na Mata Atlântica chegam a marcos importantes de sua trajetória: o Programa Klabin Transforma Matas Legais, com 20 anos de atuação, e o Programa Klabin Transforma Matas Sociais, que completa 10 anos. Lançados originalmente como Matas Legais (2005) e Matas Sociais (2015).

Desenvolvidos a partir da parceria entre a Apremavi, organização do terceiro setor reconhecida pela excelência no desenvolvimento de projetos de conservação e restauração da Mata Atlântica, e a Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, líder em embalagens de papelão ondulado e referência em celulose de mercado de fibra curta, longa e fluff, os programas se consolidaram como exemplos de que é possível unir conservação da natureza, cumprimento da legislação ambiental e desenvolvimento sustentável nas propriedades rurais.

Miriam Prochnow, coordenadora de políticas públicas da Apremavi, relata a importância das parcerias entre sociedade civil e setor privado. “As parcerias são um passo além do simples apoio a projetos. São oportunidades de crescimento mútuo, com avaliações sobre as atividades que cada instituição pretende desenvolver e o que é possível fazer para potencializar essas ações. Entendo que tudo o que conseguimos implementar nesses anos não só pode, como deve inspirar experiências parecidas em outros territórios, por outras instituições”, avalia Miriam.

Lançado em 2005, o Matas Legais nasceu da necessidade de apoiar produtores rurais vinculados ao Programa Plante com a Klabin, de parceria florestal, no cumprimento da legislação ambiental. Mais do que um ajuste legal, o projeto carrega em seu nome o duplo sentido: legais por cumprirem a lei e por proporcionarem qualidade de vida.

O programa atua em propriedades rurais do Paraná e de Santa Catarina, oferecendo diagnóstico ambiental, projetos técnicos, doação de mudas nativas produzidas no Viveiro Jardim das Florestas da Apremavi, orientação para plantio, monitoramento e apoio ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) e ao Programa de Regularização Ambiental (PRA).

Além da restauração, o Matas Legais promove educação ambiental em escolas e atividades que incentivam a permanência de jovens no campo, disseminando boas práticas de sustentabilidade e despertando novas gerações para a conservação.

O agricultor Irineu Wiggers Warmling, de Santa Catarina, resume sua experiência:

“Aceitei a proposta de plantar mata nativa em três hectares da fazenda. Hoje não tenho nenhuma nascente desprotegida. Onde havia apenas um banhadinho, agora corre água limpa. A natureza retribui quando a gente dá o primeiro passo.”

Em 2015, surgiu o Matas Sociais, ampliando a atuação da parceria para além da adequação ambiental e das ações relacionadas às questões legais. Voltado especialmente à agricultura familiar, o programa é realizado também em Santa Catarina e no Paraná com foco no planejamento da produção, apoio à comercialização de alimentos e geração de renda sustentável.

Um legado de transformação

Somados, os dois programas já atenderam cerca de 2.500 propriedades e promoveram a doação de mais de 2,3 milhões de mudas nativas da Mata Atlântica, resultando em 2.700 hectares restaurados entre plantios e condução da regeneração natural.

Para Mireli Moura Pitz, coordenadora de Responsabilidade Ambiental e Social da Klabin e que acompanha o projeto desde o início, o maior legado está na mudança de mentalidade. “Vemos produtores pensando em geleias com frutos da Mata Atlântica, em sistemas agroflorestais, em novas formas de renda sustentável. A cada ano surgem ideias inovadoras que mostram como é possível conciliar produção e conservação”, explica. 

Já Leandro Casanova, que acompanhou a criação do Matas Legais em 2005 pela Apremavi, destaca a transformação cultural: “Em 20 anos, evoluiu muito a conscientização ambiental dos agricultores. Hoje há mais interesse em preservar nascentes, conservar matas ciliares e pensar na biodiversidade. Esse é um ganho coletivo para toda a sociedade.”

Assinatura da parceria entre a Apremavi e a Klabin em 2005 Foto Arquivo Apremavi

Assinatura da parceria entre a Apremavi e a Klabin em 2005. Foto: Arquivo Apremavi

Olhando para o futuro

Ao completar 20 anos do Matas Legais e 10 anos do Matas Sociais, a Apremavi e a Klabin celebram conquistas que vão além dos números: a formação de uma rede de produtores mais conscientes, paisagens rurais mais sustentáveis e comunidades mais preparadas para enfrentar os desafios da sustentabilidade.

“Mais do que hectares restaurados ou mudas plantadas, esses programas representam um movimento de transformação social e ambiental nas propriedades rurais. Um exemplo concreto de que parcerias entre empresas, organizações da sociedade civil e agricultores podem gerar impacto positivo duradouro”, comenta Maurício Reis, coordenador de projetos da Apremavi.

Área restaurada pelo Matas Legais no Alto Vale do Itajaí (SC)

Área restaurada pelo Matas Legais no Alto Vale do Itajaí (SC). Foto: Arquivo Klabin

Autora: Thamara Santos de Almeida
Revisão: Carolina Schäffer e Equipe Klabin
Foto de capa: Arquivo Apremavi

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