Murucututu, a coruja de barriga amarela
Soberanas da noite, enquanto todos dormem, as corujas ficam acordadas, com os olhos arregalados, vigilantes e atentas aos barulhos da noite. Há mais de cem espécies de corujas no mundo com várias cores e tamanhos, algumas tipicamente brasileiras, um exemplo, a murucututu-de-barriga-amarela.
A murucututu-de-barriga-amarela (Pulsatrix koeniswaldiana) é uma espécie de ave Strigiforme pertencente à família Strigidae. É a maior coruja tropical e uma das maiores do Brasil, possui em torno de 44 cm de comprimento. Apresenta um disco facial castanho, sobrancelhas brancas ao redor do bico; dorso castanho escuro e cauda com faixas transversais brancas; tem um colar largo da mesma cor e o ventre é de cor clara. Ela é conhecida também como corujão-mateiro ou coruja-de-garganta-branca.
A murucututu-de-barriga-amarela virou personagem da Apremavi, para ilustrar materiais de Educação Ambiental. Um deles, o folder sobre a importância dos animais nativos, pode ser acessado aqui. A Muru, como é carinhosamente chamada pela equipe da Apremavi também vai ajudar a sinalizar o Centro Ambiental Jardim das Florestas.
A murucututu-de-barriga-amarela se diferencia das outras espécies por diversos motivos e um deles é sua ótima visão noturna. Assim como os gatos, esta coruja pode ver a quilômetros de distância e por isso não são surpreendidas com facilidade. Caçam somente durante a noite. Elas costumam observar suas presas ao longe e por isso costumam apenas atacar quando estão certas do alvo. Alimentam-se de insetos, pequenos mamíferos e especialmente roedores. O interessante deste animal é que ele não digere tudo o que come: costumam engolir suas presas inteiras para depois vomitar o que não aproveitam, tais como penas ou pedaços de ossos.
As corujas tem uma audição muito mais apurada que os seres humanos. Assim como todas as outras espécies de corujas, a murucututu é uma ave tímida, solitária, discreta, porém com uma audição muita aguçada. Além disso, são extremamente atentas ao ambiente podendo girar sua cabeça em até 270° que ainda pode ser projetada para cima. Outra habilidade é a sua capacidade de voar quase que totalmente em silêncio, sem os ruídos provocados pelo bater das asas. Os pesquisadores atribuem esse vôo silencioso a várias características. A estrutura da asa da coruja é ampla e curvada (a forma ideal para deslizar lentamente) e é coberta por uma plumagem aveludada que ajuda a absorver o som. Além disso, na extremidade das asas há penas que são serrilhadas para dispersar e suavizar efetivamente a turbulência do ar.
A época de reprodução acontece com a chegada da primavera e verão, quando o alimento é mais abundante. Durante o período de reprodução, ocupam ocos de árvores para nidificar. O macho oferece uma presa à fêmea, quando a presa é aceita, ocorre o acasalamento. No geral botam apenas dois ovos com a fêmea incubando-os durante trinta e sete dias aproximadamente e os filhotes começam a voar, em média, em 75 dias. O macho tem o papel de trazer alimento tanto para a fêmea quanto para os filhotes. A espécie pode viver de 15 a 20 anos.
A murucututu é endêmica da Mata Atlântica, ocorre nas regiões sul e sudeste do Brasil (Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina) e em áreas adjacentes do Paraguai e Argentina. Habita o interior das matas úmidas primárias ou ainda as matas secundárias e bordas, podendo inclusive se aventurar nas clareiras com árvores esparsas. Seu canto é fantástico, um dos mais belos timbres dentre as corujas. É comum o casal cantar em dueto, mas quem pia mais forte é a fêmea.
Desde a antiguidade as corujas chamam atenção. Na antiga Grécia cunhavam-se moedas com imagem de uma coruja. A ave era associada à deusa Atena e, portanto, era considerada um símbolo de sabedoria. Atualmente a coruja é o mascote dos escoteiros e o símbolo dos cursos universitários de Filosofia, Pedagogia ou Letras.
Murucututu-de-barriga-amarela
Nome científico: (Pulsatrix koeniswaldiana)
Ordem: Strigiformes
Família: Strigidae
Habitat: vive essencialmente na mata.
Alimentação: pequenos invertebrados, insetos e roedores.
Fontes consultadas
Aves de Rapina do Brasil. Consultado em: http://www.avesderapinabrasil.com/pulsatrix_koeniswaldiana.htm.
Wiki Aves. Consultado em: http://www.wikiaves.com.br/murucututu-de-barriga-amarela.