Jurubeba-falsa, importante na restauração

12 out, 2022 | Guia de Espécies, Melíferas, Notícias, Para fauna, Para restauração

A jurubeba-falsa (Solanum variabile), também conhecida como jurubeba ou jurubeba-velame, é uma espécie de arbusto geralmente encontrada em locais úmidos e terrenos elevados. A origem do nome vem do latim “variabile”, variável, pela enorme variação nos pelos e no formato das folhas.

Ocorre no Sudeste e Sul do Brasil nos biomas Mata Atlântica e Pampa, nas formações de Campo de Altitude, Floresta Ombrófila e Floresta Ombrófila Mista, com maior frequência nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. É uma espécie arbustiva que pode atingir de 3 a 4 metros de altura.

Por ser uma espécie zoocórica, ou seja, com a dispersão das sementes feita por animais, é importante em áreas restauradas pelo seu potencial já visto de atração da fauna, com destaque para as abelhas nativas sem ferrão. Além do seu crescimento rápido que auxilia na cobertura do solo e na estruturação da floresta.

Em relação ao seu potencial medicinal, um estudo evidenciou, por meio da experimentação em camundongos, a importância dessa espécie para tratamento de úlcera gástrica*. Além disso, em uma determinada concentração a jurubeba foi eficiente em sua ação repelente ao gorgulho-do-milho, pequeno besouro presente na cultura do milho.

Jurubeba-falsa. Foto: Vitor Lauro Zanelatto

Detalhes da flor, fruto e folhas da Jurubeba-falsa, registrada em Imbaú (PR). Fotos:  Carolina Schäffer e Vitor Lauro Zanelatto

Jurubeba-falsa

Nome científico: Solanum variabile Mart.

Família: Solanaceae

Utilização: Uso medicinal, paisagismo e em áreas de restauração

Fruto: possui uma cor verde esbranquiçada quando jovem e amarela quando maduro. Os frutos se desprendem na maturação e liberam as sementes por decomposição de seus tecidos. Cada fruto encerra cerca de 10 sementes.

Flor: branca.

Floração: setembro e novembro.

Crescimento da muda: rápido.

Status na Lista Vermelha da IUCN: pouco preocupante (Least Concern), ou seja, a espécie não está ameaçada de extinção.

 

* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral, onde os estudos foram feitos com propriedades isoladas em uma quantidade específica. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações médicas

 

Fontes consultadas

Solanaceae in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB14880>. Acesso em: 12 out. 2022

ANTONIO, Jose Marcelino. Atividade antiulcerogenica do extrato etanolico bruto obtido a partir das folhas de Solanum variabile Mart.

PEDOTTI-STRIQUER, Lara; BERVIAN, Cleberson Inacio Baungaertner; FAVERO, Silvio. Ação repelente de plantas medicinais e aromáticas sobre Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae). Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, v. 10, n. 1, p. 55-62, 2006.

BECHARA, Fernando Campanhã. Unidades demonstrativas de restauração ecológica através de técnicas nucleadoras: Floresta Estacional Semidecidual, Cerrado e Restinga. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, 2006.

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto.
Foto de capa: Carolina Schäffer.
Identificação da espécie: Leandro Casanova e Gabriela Goebel.

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