Tucaneira: importante para a polinização, avifauna e restauração ecológica

13 set, 2024 | Guia de Espécies, Melíferas, Notícias, Para fauna, Para restauração, Secundárias

A tucaneira, tarumã-branco ou tarumã (Citharexylum myrianthum) é uma espécie melífera (atrativa para as abelhas), apreciada pela avifauna e que pode ser utilizada para fins paisagísticos e na restauração.

Ela é encontrada no Brasil, Argentina e Paraguai. Em terras brasileiras ocorre nas regiões Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro) e no Nordeste (Bahia) principalmente na Floresta Ombrófila Densa.

O nome “Citharexylum” vem do grego “xylon”, que significa “madeira de cítara” (um instrumento musical). Já o termo “myrianthum” se refere à sua abundância de flores. Trata-se de uma árvore que varia de 6 a 15 metros de altura e de 20 a 40 cm de diâmetro à altura do peito (DAP), podendo alcançar até 25 metros de altura e 70 cm de DAP na fase adulta.

A tucaneira é polinizada por mariposas, insetos pequenos, borboletas e várias espécies de beija-flores. Seus frutos e sementes são bastante apreciados por aves e mamíferos, especialmente pelo tucano (Ramphastos toco) e pelo bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans). A espécie é classificada como pioneira a secundária inicial, ocorrendo frequentemente em vegetação secundária, particularmente em capoeirões situados em várzeas úmidas e planícies.

Apresenta uma ampla gama de utilizações, destacando-se por sua importância apícola, paisagística e para recuperação ambiental. Suas flores são melíferas, fornecendo néctar e pólen para abelhas, o que favorece a produção de mel. Além disso, as folhas da espécie possuem propriedades antivirais e antifúngicas*. No paisagismo, é indicado para áreas com lençol freático superficial e solo supersaturado, como praças e parques, apesar de suas raízes aflorarem com facilidade, o que requer atenção em seu manejo.

No contexto da restauração ecológica, o seu plantio é recomendando em áreas úmidas e várzeas, sendo seus frutos disseminados por aves. A espécie também é indicada para a restauração de matas ciliares em locais sujeitos a inundações de curta duração. Seu plantio a pleno sol é ideal, podendo ser usado como tutora de espécies secundárias e de clímax no plantio misto.

Tucaneira (Citharexylum myrianthum)

Detalhes da flor, folhas, frutos e tronco. Fotos: João Augusto Bagatini, João Maçaneiro, Juliana Gonçalves da Silva e Robert Foster para Flora Digital da UFSC.

Tucaneira

Nome científico: Citharexylum myrianthum Cham.
Família: Verbenaceae.
Utilização: Madeira utilizada para a fabricação de caixas, brinquedos e tábuas em geral. Seus frutos são muito procurados por aves.
Coleta de sementes:  No chão após a queda.
Época de coleta de sementes: Fevereiro a março.
Fruto: Vermelho, arredondado.
Flor: Branca.
Crescimento da muda: Rápido.
Germinação: Normal.
Plantio: Mata ciliar, área aberta, solo degradado.
Status de conservação: Não listada – Portaria MMA 148/2022; LC – Menos preocupante (IUCN).

* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral, onde os estudos foram feitos com propriedades isoladas em uma quantidade específica. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações médicas

 

Fontes consultadas:

CARVALHO, P. (2003). Tarumã-branco: Citharexylum myrianthum.

PROCHNOW, P. (org.). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: Apremavi, 2007. 188 p. Disponível em: https://apremavi.org.br/wp-content/uploads/2018/03/livro-jardim-das-florestas.pdf. Acesso em: 27 dez. 2023.

O’LEARY, N; THODE, V.A. Citharexylum in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB15136>. Acesso em: 13 set. 2024

 

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto.
Foto de capa: João Paulo de Maçaneiro/Flora Digital da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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