A sustentabilidade depois da pandemia
Essa é a grande questão. A pandemia da Covid-19 está mostrando que o mundo tem condições de se mobilizar para tentar evitar catástrofes. Literalmente todos os países, mesmo os governados por terraplanistas como os USA e Brasil, estão se mobilizando e tomando decisões inimagináveis há poucas semanas, e o mais interessante, a maioria da população (pobres, ricos, empresários e trabalhadores, com exceção dos terraplanistas e outros fundamentalistas) entenderam e estão participando da mobilização e dando o melhor de si para tentar superar logo e da melhor maneira possível esse flagelo.
Isso é uma boa notícia, mas a pergunta é: a retomada da vida “normal” após a pandemia vai ter um rumo mais sustentável ou será ainda menos sustentável que hoje?
Se atentarmos para o que dizem a unanimidade dos cientistas, veremos que os efeitos das mudanças climáticas poderão ser, no médio e longo prazo, muito mais sérias e seus efeitos muito mais devastadores, não apenas para os humanos mas para toda a vida na terra.
A diferença em relação à pandemia da Covid-19 é que os efeitos das mudanças climáticas não são sentidos assim tão rapidamente e isso tem resultado, em que pese todos os alertas dos cientistas, ambientalistas e de jovens como Greta Tumberg, em letargia, falta de mobilização e ação dos atores políticos e empresariais, com honrosas exceções.
Diante da dura realidade que o coronavírus está impondo é hora de pensar no mundo que vai emergir após a pandemia. Os mesmos atores que agora lutam para salvar vidas humanas e evitar que a economia entre em colapso, terão que trabalhar para que a retomada das relações sociais e econômicas realmente seja num rumo muito mais sustentável e com maior empatia, colaboração, parceria, diálogo e solidariedade do que tem sido até hoje.
Não é possível imaginar que o mundo saia dessa catástrofe sanitária e continue no rumo do abismo. Os riscos existem e tem muita gente pensando em como reorientar a economia num modelo mais sustentável.
Existem inúmeras ações que precisam ser implementadas, rumos corrigidos, parcerias e colaborações estabelecidas. Só a paz, a solidariedade, a democracia e a colaboração entre pessoas, empresas, governos, países, ouvindo a voz dos cientistas e corrigindo os erros do passado, poderão levar ao caminho da sustentabilidade ambiental planetária e, dessa forma, garantir a continuidade da vida, inclusive dos humanos, neste planeta azul, único lugar conhecido do universo onde a vida floresce.
Este é apenas um pequeno ensaio e quem quiser, nestes tempos de quarentena, contribuir com ideias, é bem vindo.
Autores: Miriam Prochnow e Wigold B. Schäffer.