Acaprena visita Apremavi: celebração de uma história ativista compartilhada
Um dos primeiros programas da mais antiga organização ambientalista de SC é a promoção de visitas a locais com relevância ambiental. Ao completar 50 anos de fundação, a Acaprena promoveu um roteiro de visitas em Santa Catarina, com uma visita na Apremavi para trocar sobre restauração ecológica e rememorar a história compartilhada entre as duas organizações.
Ao longo dos anos a Acaprena utilizou das visitas para observar extremos: locais poluídos, degradados e condenados ao desequilíbrio pela ação humana contrastavam com o roteiro para contemplar destinos de relevante interesse ecológico, como Unidades de Conservação na Mata Atlântica e no Pantanal. Os ônibus usados nas visitas organizadas pela Acaprena chegaram em praticamente todos os parques federais da região Sul, que sempre procurou ser recebida pelos gestores das UCs e atores das comunidades.
Em 2023, por ocasião dos 50 anos completos de existência da Acaprena, excursões curtas em Santa Catarina foram planejadas para celebrar o trabalho e a história da organização. Unidades de Conservação e áreas de relevância ambiental, bem como a busca pelo conhecimento das diferentes realidades e cenários no estado foram os objetivos centrais da agenda.
Visitas em São Bento do Sul, APA do Rio Vermelho e Morro do Baú precederam a chegada da delegação da Acaprena na Apremavi, que recebeu o grupo no início de setembro. Na oportunidade, foram apresentadas as estruturas e as atividades que possibilitam a produção de 200 espécies de mudas nativas da Mata Atlântica no Viveiro Jardim das Florestas e os projetos de restauração ecológica. O contexto socioambiental e caminhos das organizações socioambientalistas ao longo do tempo estiveram em debate e reflexão pelos presentes. A Acaprena foi essencial na decisão dos fundadores da Apremavi em criar uma ONG no Alto Vale do Itajaí, servindo de inspiração e auxílio em diversos momentos.
Participantes da visita da Acaprena à Apremavi. Foto: Arquivo Apremavi.
Paisagens culturais da região também foram visitadas na passagem pelo Alto Vale. Além disso, o grupo visitou a Terra Indígena Laklãnõ-Xokleng, conforme destaca Lauro Bacca, um dos fundadores da Acaprena e organizadores do passeio: “Essa excursão foi emocionante. Foi exatamente nesse local (da Terra Indígena) que surgiu a ideia da Acaprena, conforme está relatado no livro. Vamos descansar em outubro e em novembro há uma nova programação, com uma visita ao Parque das Nascentes“. O desmatamento da região da Serra da Abelha, onde está a TI Laklãnõ-Xokleng, também foi motivadora da fundação da Apremavi, em 1987.
Autor: Vitor Lauro Zanelatto | Revisão: Carolina Schäffer
Foto de capa: Fundadores da Acaprena e da Apremavi em uma das visitas de estudo para a criação da ARIE da Serra da Abelha, 1987. Foto: Arquivo Apremavi