Em celebração ao Dia da Árvore (21/09), a Apremavi lança nova publicação com conhecimentos reunidos em mais de três décadas no Viveiro Jardim das Florestas para a coleta de sementes nativas da Mata Atlântica. 

A articulação iniciada pela Apremavi na região Oeste de Santa Catarina já rendeu muitas mudas: 280 quilos de sementes de 20 espécies nativas da Floresta Ombrófila Mista foram coletadas pela Rede de Sementes Mais Floresta, possibilitando que a produção no Viveiro Jardim das Florestas tenha cada vez mais espécies, promovendo a diversidade genética das mudas, gerando renda para moradores das comunidades beneficiadas pelo projeto +Floresta e valorizando o conhecimento local sobre o território. 

A rede é uma iniciativa independente, apoiada pela Apremavi a partir dos projetos +Floresta e Conservador das Araucárias, que promovem a compra das sementes e, posteriormente, o plantio das mudas em áreas alteradas. Enquanto o +Floresta atua em Abelardo Luz, no Oeste de Santa Catarina, a área de trabalho do Conservador das Araucárias se estende de Santa Catarina até o estado de São Paulo, com a meta de restaurar sete mil hectares. Serão necessárias milhões de mudas para esses e outros projetos da Apremavi, e muitas mãos para coletar sementes.

Para compartilhar os saberes sobre as atividades de coleta, beneficiamento e armazenamento de sementes, a equipe da Apremavi produziu o “Guia de coleta de sementes nativas da Mata Atlântica”, que busca apresentar aos coletores de sementes boas práticas para a execução das atividade, ações para o beneficiamento de cada espécie e também medidas para a segurança dos coletores. A publicação também traz um calendário de coleta, com base na época de frutificação das árvores em Santa Catarina.

Frutos e sementes de espécies nativas da Mata Atlântica. Fotos: Carolina Schäffer, Miriam Prochnow e Wigold B. Schäffer.

“Conhecer a biologia das sementes é essencial para podermos manejar adequadamente nossos recursos naturais, ampliando assim o sucesso de programas de recuperação ambiental, restauração de ecossistemas, reabilitação de populações naturais viáveis, mas também igualmente imprescindível para o aproveitamento racional das plantas que exploramos.”, destacaram os organizadores da publicação. 

De certa forma, o guia também conta a história do Viveiro Jardim das Florestas, que iniciou as atividades em uma época onde pouco se sabia sobre a produção de mudas nativas em escala. A experimentação e persistência dos viveiristas da Apremavi, bem como de todas as coletoras e coletores de sementes contribuíram com as descobertas sobre o recolhimento, limpeza e melhores formas de armazenamento das sementes. 

Wigold Bertoldo Schäffer, co-fundador do Viveiro Jardim das Florestas, ressalta a importância do trabalho dedicado nas atividades dessa natureza, com observação constante e sensível a cada árvore: “Cabe ao coletor de sementes a busca pelo conhecimento sobre essas características, a observação para esses detalhes e o desenvolvimento de habilidades que são necessárias para o sucesso da coleta, que é apenas o primeiro passo da cadeia da restauração. Depois de coletados, os frutos e sementes, precisam passar pelo processo de extração, beneficiamento e secagem, para então serem armazenados ou imediatamente levados para germinação e repicagem.”

 

> Acesse a publicação

A publicação também terá uma versão impressa, com distribuição prioritária para a Rede de Coleta de Sementes Mais Floresta e demais coletores de sementes nativas parceiros da Apremavi.

Autor: Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: Carolina Schäffer e Marluci Pozzan
Foto de capa: Carolina Schäffer

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