Apremavi lança vídeo com os principais resultados do Diálogo do Uso do Solo no Alto Vale do Itajaí
A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) acaba de lançar o vídeo “Diálogo do Uso do Solo – Planejando Paisagens Sustentáveis no Alto Vale do Itajaí”. O vídeo, de 7 minutos, mostra a metodologia e os principais resultados do diálogo, que está sendo realizado desde abril de 2016.
O Diálogo do Uso do Solo é uma iniciativa internacional que reúne os diferentes setores que atuam ou tem influência sobre a paisagem, para juntos definirem áreas e ações prioritárias que permitam uma melhor governança, em busca da conservação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável.
No Brasil, iniciou em abril de 2016, num seminário realizado em Atalanta, Santa Catarina, com a participação de ONGs, agricultores, empresas privadas e públicas, governos locais, cooperativas e associações de produtores e universidades, da região do Alto Vale do Itajaí. Esse seminário foi a primeira etapa de um processo que tem como objetivo planejar e implementar Paisagens Sustentáveis no Alto Vale do Itajaí.
No Alto Vale, a iniciativa tem a coordenação da Apremavi e do Diálogo Florestal, em parceria com o Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí (Unidavi), a Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí (Amavi), a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a Cooperativa Regional Agropecuária Vale do Itajaí (Cravil), a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), a Faculdade Metropolitana de Rio do Sul (Uniasselvi-Famesul), a Klabin, a Pamplona Alimentos SA e a Cooperativa de Crédito Cresol. O projeto tem apoio da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), do Diálogo Florestal Internacional (TFD) e do Programa de Florestas do Banco Mundial (PROFOR).
Em março de 2017 foi realizado um segundo seminário para debater e delimitar Paisagens Sustentáveis no Alto Vale do Itajaí”, que contou com 90 participantes representando agricultores, empresas, academia, poder público e ONGs.
Durante o seminário foi elaborado o primeiro Mapa de Áreas Prioritárias de Paisagens Sustentáveis para o Alto Vale do Itajaí e municípios adjacentes. Para isso foram considerados os resultados de um questionário sobre cenários para o futuro respondido por conhecedores da região, e uma farta base de dados geográficos, informações técnicas e científicas disponíveis e o conhecimento dos participantes.
Foram mapeadas aproximadamente 150 áreas e regiões prioritárias em 8 temas.
1 – Áreas onde já existe ou tem potencial para o desenvolvimento do turismo rural ou turismo ecológico.
2 – Áreas onde já existem ou tem potencial para o desenvolvimento de atividades de produção sustentável tais como: produção agroecológica, sistemas agroflorestais, cordões vegetais/quebra-ventos, plantio/exploração de erva-mate, apicultura, etc.
3 – Áreas prioritárias para conservação da biodiversidade e dos recursos naturais tais como: belezas cênicas naturais, remanescentes florestais bem conservados, locais de abrigo de fauna e flora ameaçada, endêmica ou rara, nascentes de água e mananciais hídricos, etc.
4 – Áreas prioritárias para restauração tais como: Áreas de Preservação Permente (APPs), Reserva Legal e áreas para criar corredores de fauna e flora.
5 – Áreas onde existem agressões ambientais que precisam ser sanadas tais como: poluição, desmatamento, extração ilegal de madeira nativa, caça, etc.
6 – Áreas com potencial de enriquecimento ecológico com espécies nativas (frutíferas, palmito, erva-mate, etc.)
7 – Áreas prioritárias para formação de corredores ecológicos e manejo integrado da paisagem.
8 – Áreas de maior risco de serem afetadas por enchentes e desbarrancamentos.
Também foram elencadas recomendações para os setores público e privado e para a comunidade, sobre como melhorar a ocupação e uso do solo nas áreas urbana e rural,. O objetivo dessas recomendações é a prevenção e mitigação dos riscos e efeitos de eventos climáticos extremos, a proteção do solo, a melhoria dos processos produtivos, a proteção e recuperação das florestas e da biodiversidade, a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e a proteção dos recursos hídricos.
O Mapa das Áreas de Risco no Alto Vale do Itajaí apresenta um dado muito importante: apenas aproximadamente 10% da área total da região é sujeita a riscos de enchentes. Isso mostra que é possível e, acima de tudo, é urgente planejar a ampliação das cidades da região, para fora dessas áreas de risco.
É importante destacar que todas as áreas naturais são essenciais para conservação da biodiversidade e para manutenção dos serviços ambientais como a água limpa e o ar puro, e devem ser preservadas conforme a legislação vigente.
O estabelecimento de prioridades visa orientar políticas públicas, investimentos em conservação e recuperação e ainda projetos e iniciativas do setor privado.
O próximo passo é implantar as ações elencadas. E para isso, o apoio e envolvimento de toda a sociedade será fundamental.
Autores: Miriam Prochnow e Wigold Schäffer