Apremavi participa de encontro das Unidades Regionais do Pacto Mata Atlântica
Entre os dias 17 e 21 de outubro a Apremavi esteve presente no Encontro das Unidades Regionais (URs) do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica que aconteceu na sede da Reserva Ecológica de Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu (RJ).
O primeiro encontro presencial pós-pandemia contou com apresentações de cada UR sobre o trabalho realizado na restauração dos ecossistemas da Mata Atlântica, bem como conversas sobre como ampliar a escala da restauração, o uso de ferramentas de monitoramento como drones e outras metodologias, e ainda visitas de campo para conhecer áreas de restauração e técnicas experimentais para ampliação da escala, como a muvuca.
Vindas de 15 estados onde há ocorrência da Mata Atlântica, além da Apremavi entre as organizações participantes, estavam a APOENA, Associação Ambientalista Copaíba, Associação Mico-Leão-Dourado, Cepan, Dap Web, ECO OCELOT, Grupo Ambiental Natureza Bela, IBAM, Instituto ÇaraKura, Iracambi Centro de Pesquisas, Mater Natura, Reserva Ecológica de Guapiaçu e SAVE Brasil.
Carolina Schäffer, vice-presidente da Apremavi, esteve no encontro e comentou que foi oportuna a troca de saberes: “nada substitui esse contato físico com os ambientes restaurados e com os agentes de restauração; saímos dessas experiências sempre com muita energia e com a certeza de que não estamos sozinhos nos desafios e na busca de soluções”.
Registros do encontro das Unidades Regionais do Pacto Mata Atlântica. Fotos: Carolina Schäffer
Mico-leão-dourado um ator da restauração
No terceiro dia do encontro ocorreu a visita à sede da Associação Mico-Leão-Dourado (AMDL), em Silva Jardim (RJ). Na ocasião foram visitadas áreas restauradas pela instituição, remanescentes florestais de propriedades “parceiras do mico” onde foi possível avistar um banco com 12 indivíduos andando livremente pela mata, e também o primeiro viaduto vegetado do país.
A região de ocorrência do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) está localizada entre a cidade do Rio de Janeiro, segunda maior metrópole brasileira, e a Bacia de Campos/Macaé, a mais importante área de exploração de petróleo do país. Em razão do crescimento industrial e para superar a barreira das rodovias em ampliação na região, a AMLD tem trabalhado na implementação de passagens de fauna e na recomposição de áreas degradadas.
“Micos de populações diferentes precisam se encontrar para se reproduzir, mas isso só vai ocorrer se matas isoladas forem conectadas”, afirma Luís Paulo Marques Ferraz, Secretário-Executivo da Associação.
Visita à sede da Associação Mico-Leão-Dourado. Fotos: Carolina Schäffer
Cartilha Planejando Propriedades e Paisagens Sustentáveis
Durante o encontro as Unidades Regionais foram apresentadas à nova publicação da Apremavi – a Cartilha Planejando Propriedades e Paisagens Sustentáveis, lançada virtualmente em maio com apoio da Iniciativa Internacional Clima e Floresta da Noruega (NICFI), num consórcio de organizações não governamentais liderado pelo Observatório do Código Florestal (OCF), no âmbito do projeto Implantando o Código Florestal.
A cartilha é uma ferramenta de conscientização e formação que traz informações sobre a Mata Atlântica e sua importância, trata da adequação ambiental de propriedades rurais, especialmente no âmbito do Novo Código Florestal e da Lei da Mata Atlântica e apresenta diversas soluções baseadas na natureza, para serem implementadas nos diversos territórios.
O lançamento da versão física da publicação está previsto para novembro durante a IV Conferência Brasileira de Restauração Ecológica que acontecerá em Vitória (ES).
Apresentação da cartilha Planejando Propriedades e Paisagens Sustentáveis. Foto: Instituto Çarakura
O Pacto Mata Atlântica
O Pacto pela Restauração da Mata Atlântica é um movimento nacional que tem a missão de articular e integrar atores interessados na restauração do bioma, induzindo ações e resultados em larga escala, com benefícios ambientais, sociais e econômicos.
Estabelecido em abril de 2009, o Pacto atua estrategicamente articulando instituições públicas e privadas, governos, empresas, comunidade científica e proprietários de terras para integrar seus esforços e recursos na geração de resultados em restauração e conservação da biodiversidade nos 17 estados do bioma.
Atualmente, o movimento prioriza a atuação em três linhas principais: Territórios Certificados, Comunicação e Capacitação e Monitoramento Multidimensional. E sua atuação se dá através das unidades regionais que têm como função atuar no diagnóstico da cadeia de restauração, auxiliando na identificação dos cenários e dos atores locais, bem como na identificação das lacunas de informações e dos elos dessa cadeia.
Mapa das Unidades Regionais do Pacto Mata Atlântica. Figura: Pacto Mata Atlântica
Autora: Carolina Schäffer.
Revisão: Thamara Santos de Almeida.