Apremavi participa de reportagem especial sobre Araucária no Globo Rural
Em comemoração aos 43 anos do Globo Rural uma matéria especial sobre a Araucária foi feita na região Sul do Brasil com a participação da Apremavi.
A reportagem mostra a história da Araucária, também conhecida como Pinheiro Brasileiro (Araucaria angustifolia) e como a exploração da sua madeira a levou a figurar na lista de espécies ameaçadas de extinção. Uma história parecida com a da etnia indígena Xokleng que quase foi dizimada pelo desbravamento do Sul do Brasil durante o tropeirismo. A Floresta com Araucárias e os Xokleng têm histórias interligadas.
O programa também apresentou o resultado de pesquisas desenvolvidas com a espécie e a importância dela para agricultores da região Sul do Brasil, com a coleta do pinhão. Mostraram em detalhes todo o processo de coleta e beneficiamento, receitas tradicionais como o entrevero e a novidade da utilização do pinhão para produção de farinha e outros alimentos.
Edilaine Dick, coordenadora de projetos da Apremavi, concedeu uma entrevista no bloco de apresentação do Parque Nacional das Araucárias, apresentando o trabalho desenvolvido pela Apremavi na criação do parque, na elaboração do Plano de Manejo e junto aos agricultores na área de amortecimento do Parque, este último trabalho oriundo do Projeto Araucária. “A Unidade de Conservação apresenta um ganho para a propriedade, uma vez que há uma melhora na qualidade de água”, comenta Edilaine.
A Apremavi tem trabalhado arduamente pela conservação da Floresta com Araucárias, desde o combate ao desmatamento e o apoio à criação e implementação de Unidades de Conservação, até a restauração de seu ecossistema, que vai da produção de mudas, até o plantio. Por conta do risco de extinção, o corte da araucária está proibido desde 2000. Somente é permitido o corte de araucárias comprovadamente plantadas, com fins econômicos e em áreas que não sejam de preservação permanente.
Atualmente, a Apremavi está desenvolvendo o projeto + Floresta, que tem como objetivo restabelecer populações de espécies ameaçadas de extinção, sendo uma delas a Araucária.
Projeto Araucária
Teve como objetivo promover a conservação e recuperação de remanescentes florestais e espécies-chave da Mata Atlântica, através da implantação de sistemas agroflorestais, recuperação de áreas degradadas e enriquecimento de florestas secundárias, possibilitando o uso sustentável dos recursos naturais.
Com 2 anos de duração, entre 2013 e 2015, o projeto foi realizado em Santa Catarina abrangendo 13 municípios inseridos na Mata Atlântica. O público alvo envolveu escolas, ONGs, universidades, prefeituras, comitês de bacia, lideranças comunitárias e agricultores familiares.
O Projeto Araucária teve apoio da Petrobras por meio do programa Petrobras Socioambiental.
A Floresta com Araucárias
A floresta com araucárias, chamada cientificamente de Floresta Ombrófila Mista, é um ecossistema da Mata Atlântica, característico da região sul do Brasil e de algumas áreas da região Sudeste, que abriga uma grande variedade de espécies, algumas das quais só são encontradas neste ecossistema. Sua fisionomia natural é caracterizada pelo predomínio da Araucaria angustifolia, uma árvore de grande porte popularmente conhecida como pinheiro-brasileiro.
Originalmente ocupava 200.000 km², estando presente em 40% do território do Paraná, 30% de Santa Catarina e 25% do Rio Grande do Sul. Também ocorria em maciços descontínuos nas partes mais elevadas das Serras do Mar, Paranapiacaba, Bocaina e Mantiqueira, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e também na Argentina.
Gravado em 2005, durante a Semana da Mata Atlântica realizada em Campos do Jordão (SP), o depoimento do professor Dr. Paulo Nogueira Neto (em memória) fala da importância e urgência de se proteger os remanescentes da Floresta com Araucárias e da necessidade de se criar Unidades de Conservação em todos os ecossistemas.
Autoras: Thamara Santos de Almeida e Miriam Prochnow com informações do Globo Rural.
Revisão: Carolina Schäffer