Araçá-amarelo, alimento garantido para os bichos!
O Araçá-amarelo, descrito cientificamente como Psidium cettleyanum Sabine, é uma árvore de pequeno porte presente desde o Rio Grande do Sul até Pernambuco, sobretudo na Floresta Ombrófila Densa da faixa litorânea. Pode ser encontrada com facilidade em pomares, na arborização das cidades e em plantios para a restauração de áreas degradadas.
É facilmente avistada em matas ciliares, terrenos úmidos e capoeiras. Os frutos, adocicados e ricos em vitamina C, são apreciados in natura ou em receitas, como sucos, doces, sorvetes e geléias. Na medicina popular, o chá das folhas é utilizado como antidiarréico e em banhos para aliviar as dores provocadas pela artrite e reumatismo. Cascas do tronco são utilizadas para estancar hemorragias em geral.*
Sua presença massiva na Mata Atlântica se dá sobretudo pelas características do fruto, que é fonte de alimento da avifauna e mamíferos. A consequente dispersão de espécies pela fauna dá origem a novas árvores, principalmente em áreas em estágios iniciais de regeneração.
Para a produção de novas mudas, como feito no Viveiro Jardim das Florestas, é necessário realizar a coleta de sementes diretamente do chão, condição que atesta o amadurecimento do fruto. É preciso realizar a remoção da polpa, sendo dispensável grandes cuidados, já que as sementes apresentam estrutura resistente. O uso de uma peneira e água corrente facilita o processo.
A semeadura pode ser feita diretamente, em recipientes individuais, ou em sementeiras, com posterior repicagem. Indica-se substrato organo-argiloso e irrigação diária, além da disposição das mudas em ambiente semi-sombreado.
Aspectos das folhas, galhos e frutos do Araçá-amarelo. Fotos: O Produtor Garden, Arquivo Apremavi.
Ficha Técnica
Nome científico: Psidium cettleyanum Sabine
Família: Myrtaceae
Utilização: como a madeira é resistente, pode ser empregada para a fabricação de cabo de ferramentas, carvão e lenha. Seus frutos são comestíveis, com potencial de utilização em diversas receitas, como geléias, sucos e sorvetes.
Coleta de sementes: diretamente da árvore ou no chão após a queda dos frutos.
Época da coleta de sementes: outubro a março.
Fruto: baga amarela, carnosa e com polpa suculenta esbranquiçada, contendo várias sementes reniformes com testa óssea.
Flor: branca, hermafrodita e polistêmone.
Floração: de agosto a dezembro.
Crescimento da muda: moderado.
Germinação: alta, emergência em 60 dias.
Plantio: mata ciliar, área aberta, solo degradado.
Exsicata de Araçá-amarelo (Psidium cettleyanum). Fonte: Programa REFLORA.
Fontes Consultadas
Jardim Botânico do Rio de Janeiro (ed.). Programa REFLORA/CNPq. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil/. Acesso em: 03 mar. 2022.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. 5ª edição.
PROCHNOW, Miriam (Org.). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007.
*Informação Importante: Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações de profissionais habilitados.
Autor: Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: Carolina Schäffer
Foto de Capa: Produtor Garden