Ato Pela Terra e força da Sociedade Civil

14 mar, 2022 | Notícias

Brasileiras e brasileiros estiveram juntos em Brasília para demandar o arquivamento de projetos nocivos à vida e exaltar a pluralidade brasileira.

Na última quarta-feira (09/03) o gramado do Congresso Nacional recebeu milhares de pessoas, numa das maiores mobilizações dos últimos anos. O #AtoPelaTerra, liderado por Caetano Veloso e co-realizado por organizações do terceiro setor, teve como foco mobilizar a sociedade para o impedimento do avanço de propostas recheadas de retrocessos socioambientais que estão tramitando no Congresso, o chamado ‘Pacote da Destruição’.

O ato contou com shows do músico e de outros cantores, como Criolo, Emicida, Seu Jorge, Maria Gadú, Duda Beat, Nando Reis e Baco Exu do Blues. Antes disso, dezenas de ativistas, artistas e líderes ambientalistas do país estiveram com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que se comprometeu em paralisar a tramitação de projetos de lei que já foram aprovados pelos deputados, e estão agora na câmara revisora, como o que muda as regras para o licenciamento de agrotóxicos no Brasil.

Ao comparar com outras manifestações sobre políticas públicas, chama atenção a adesão e apoio de personalidades públicas, de diferentes setores. A participação em peso de cantores, atores, chefes de cozinha e escritores, entre outras classes formadoras de opinião, mostram uma preocupação genuína em colaborar com o desenvolvimento sustentável. Uma mobilização com essa caraterística há muito tempo não era vista no Brasil.

Organizações estimaram cerca de 15 mil participantes no Ato Pela Terra. Foto: Mídia Ninja.

Miriam Prochnow, Wigold Schäffer e Gabriela Schäffer, que integram o quadro de conselheiros da Apremavi, representaram a organização em Brasília, ao lado de centenas de integrantes de iniciativas socioambientais. Miriam compartilhou sua percepção sobre essa união multisetorial em prol do Brasil:

“O ato foi emocionante. Milhares de pessoas unidas em uma só voz e amor pela Terra. Falando claramente que a destruição e os retrocessos precisam parar imediatamente. Sem isso não teremos a mínima chance de sobrevivência enquanto espécie. Apesar da pauta pesada, a energia que emanou do movimento durante todo o tempo foi de paz, esperança e resiliência”.

Resiliência deve guiar a atuação em prol da biodiversidade e da vida neste ano, já que vários Projetos de Lei com retrocessos ambientais estão previstos para serem pautados no Congresso esse ano. Enquanto o Senado se mostrou aberto a ouvir as demandas da sociedade, a Câmara preferiu observar o ato da última quarta-feira pelas janelas e, no mesmo dia, seguiu caminho oposto das demandas da sociedade civil. Liderados por Arthur Lira, os deputados aprovaram um Requerimento de Urgência para a tramitação de uma proposta que libera mineração em Terras Indígenas. 

 

Registros da mobilização, desde as primeiras horas da tarde até os últimos shows, que ocorreram à noite. Fotos: Gabriela Schäffer e Wigold B. Schäffer. 

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Foto de Capa: Mídia Ninja.

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