Chuva de flores, o Ripão floresceu!
Não é por acaso que em algumas regiões do país essa espécie é chamada de chuva-de-ouro. As flores abundantes e agrupadas do Ripão (Cassia leptophylla Vogel) são capazes de embelezar desde avenidas movimentadas até silenciosas florestas.
Além do seu amplo uso no paisagismo, é indicada para plantios de recuperação de áreas degradadas. Sua germinação e desenvolvimento, que necessitam de condições ideais para ocorrer, são facilitadas pela inserção antrópica no ambiente, acelerando o processo de regeneração. Além disso, a espécie também é utilizada na fitoterapia, sendo preconizada como desintoxicante e depurativa*.
A característica lenhosa dos frutos dificulta a propagação das sementes pelos animais. Após o amadurecimento, entre maio e setembro, é possível realizar a coleta das sementes direto do chão, tendo estas maiores níveis de germinação, se comparado às coletadas diretamente da árvore.
A semeadura demanda alguns cuidados adicionais. É preciso realizar a quebra da dormência das sementes, utilizando água fervente ou ou através da escarificação com uma lixa. O plantio deve ser feito em canteiros semi-sombreados, preferencialmente em substrato organo-argiloso.
Em destaque: brotos de Cassia leptophylla produzidos no Viveiro Jardim das Florestas. Foto: Vitor L. Zanelatto.
Galeria: Aspectos da Cassia leptophylla Vogel. Fotos: Gerson Luiz Lopes
Ripão
Nome científico: Cassia leptophylla Vogel
Família: Fabaceae
Utilização: Madeira utilizada para fabricação de caixas, brinquedos e pequenas obras. Espécie muito utilizada para o paisagismo em geral.
Coleta de sementes: diretamente da árvore.
Época da coleta de sementes: maio a julho.
Fruto: legumes cilíndricos indeiscentes, lenhosos e alongados, com até 45cm de comprimento.
Flor: pétalas amarelas de até 2cm, agrupadas em racemos terminais pendentes (cachos).
Floração: de agosto a dezembro.
Crescimento da muda: lento.
Germinação: baixa, emergência em 60 dias.
As sementes desta espécie necessitam de quebra de dormência em água fervente.
Plantio: mata ciliar, área aberta, solo degradado.
* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações médicas.
Fontes consultadas
Jardim Botânico do Rio de Janeiro (ed.). Programa REFLORA/CNPq. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil/. Acesso em: 03 mar. 2022.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. 5ª edição.
PROCHNOW, Miriam (Org.). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007.
Autor: Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: Leandro da Rosa Casanova
Foto de capa: Vitor Lauro Zanelatto