Direito à diversidade: uma luta de todos e para todos
O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ (28/06) marca a luta pelo fim da discriminação, preconceito e violência contra essa parcela da população e fortalece a defesa da diversidade, buscando a representatividade, o respeito e os direitos para todos que compõem a comunidade e fazem parte dessa luta.
A diversidade faz parte da essência da natureza humana desde os primórdios; vivemos em sociedade e são plurais as culturas, origens, histórias, etnias, idiomas, raças, orientações sexuais e crenças. O respeito à essa pluralidade é o pressuposto de sociedades democráticas e está presente também na Carta de Princípios da Apremavi:
“Respeitar e valorizar as diferenças individuais (de origem, nacionalidade, gênero, cor/ raça, religião, étnicas, sociais, culturais, etárias, físicas e de orientação sexual)”.
O respeito à diversidade é subterfúgio na defesa da biodiversidade. A Apremavi acredita em um futuro onde seres humanos vivem em harmonia entre si e com a natureza e isso só é possível quando há acolhimento e aceitação de todas identidades, quando toda forma de amar e ser é soma e não exclusão.
Diversidade sexual e o desafio da luta pelo direito de existir
A diversidade sexual é formada por uma múltipla combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais e é basicamente composta por quatro elementos: identidade de gênero, orientação sexual, sexo biológico e expressão de gênero.
Entenda mais sobre o assunto coma ilustração elaborada para a cartilha Paisagens florestais e o protagonismo das mulheres do Fórum Florestal Paraná e Santa Catarina do Diálogo Florestal publicada no ano passado.
Ilustração elaborada para a cartilha Paisagens florestais e o Protagonismo das Mulheres.
Dentro dessa perspectiva, o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é um chamado para honrar e fortalecer a luta pelo direito à ser diverso. Sobretudo quando os direitos dessa parcela da população vêm enfrentando retrocessos nas esferas jurídica e legislativa e a violência segue com dados alarmantes.
O Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil, publicado pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, denuncia que durante o ano de 2022 ocorreram 273 mortes de forma violenta no país. Isso significa dizer que o Brasil assassinou uma pessoa LGBTQIA+ a cada 32 horas em 2022. Dados de 2023 já apontam 80 mortes.
Além de serem vulneráveis à violências e negativas de Direitos Fundamentais, como a própria vida, o preconceito é generalizado contra a comunidade. Cabe a toda a sociedade a luta para reverter essa situação. O Dossiê aponta algumas soluções para combate à LGBTFOBIA:
- Voto com consciência: escolher candidatos e acompanhar o trabalho de políticos que defendem as causas da comunidade e incluem em seus projetos e planos de governo pautas de defesa e garantia dos direitos.
- Denúncias e políticas públicas: usar canais municipais, estaduais e federais que recebem denúncias, além de procurar conselhos de Direitos Humanos para relato de vivências, ajuda na quantificação e qualificação dos dados para um melhor planejamento e execução de políticas públicas. Use: Disque 100, Aplicativo Rugido, Canal do Observatório.
- Apoio à figuras públicas: seguir e acompanhar o trabalho de ícones da comunidade LGBTQ+, como Rita von Hunty, Liniker, Linn da Quebrada,Louie Ponto, dentre outras pessoas, ajuda a promover a luta e a causa.
Reino animal multidiverso e sem preconceito
No reino animal a diversidade sexual é natural e vem sendo documentada em diversas espécies, incluindo mamíferos, aves, répteis, anfíbios e até mesmo peixes.
Conheça alguns exemplos:
- Bonobo (Pan paniscus): espécie totalmente bissexual, ou seja, tanto machos como fêmeas se envolvem em comportamentos heterossexuais e homossexuais, geralmente para além da função reprodutiva, mas para alívio da tensão, além de possuirem uma sociedade matriarcal.
- Boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis humboldtiaba): os golfinhos mostram uma variedade de comportamentos sexuais, incluindo atividade homossexual. Eles podem formar relações sexuais de curto prazo ou de longo prazo com parceiros do mesmo sexo e muitas vezes não-reprodutivo.
- Pinguim-rei (Apenodytes patagonicus): muitas espécies de pinguins, como os pinguins-imperadores, exibem comportamento homossexual e até mesmo formando casais e adotando filhotes abandonados.
- Albatroz-de-laysan (Phoebastria immutabilis): não se trata de animais inerentemente homossexuais, mas há vestígio no bando da existência de casais formados por duas fêmeas sem parentesco entre si. E mais: elas cuidam de filhotes cujos pais são machos que já estão em um ‘casamento estável’ com outra fêmea, mas ‘pulam a cerca’ para acasalar com uma ou ambas as fêmeas do casal de mesmo sexo.
Referências:
De Waal, F. B. M. (1995). Bonobo sex and society. Scientific American. March, (272), 50.
Pincemy, G., Dobson, F. S., & Jouventin, P. (2010). Homosexual mating displays in penguins. Ethology, 116(12), 1210-1216.
Sylvestre, J. P. (1985). Some observations on behaviour of two Orinoco dolphins (Inia geoffrensis humboltiana Pilleri and Gihr 1977) in captivity at Duisburg Zoo. Aquatic mammals, 11(2), 58-65.
Zuk, M., & Bailey, N. W. (2008). Birds gone wild: same-sex parenting in albatross. Trends in ecology & evolution, 23(12), 658-660.
Autoras: Carolina Schäffer e Thamara Santos de Almeida