Imbuia, a espécie nobre da Mata Atlântica
A dispersão dos frutos acontece principalmente através de animais como aves e mamíferos, que deixam a semente livre da casca carnosa, fazendo a sua disseminação. É uma espécie clímax e recomendada para reposição de mata ciliar, para locais sem inundação.
De acordo com a Lei Estadual nº 4.984/1983 é considerada a árvore símbolo do estado de Santa Catarina, devido a sua ampla ocorrência no Estado.
É considerada uma espécie nobre e já foi muito importante para o desenvolvimento econômico do país. Devido ao seu uso desenfreado atualmente se encontra na lista de espécies ameaçadas de extinção (Portaria MMA nº 443/2014).
Devido a sua rusticidade e encanto, a madeira da Imbuia já foi bastante utilizada no ramo dos mobiliários de luxo servindo para fazer móveis, assoalhos, portas e janelas, e, na construção civil, para fazer pontes e mourões das estradas de ferro. Ainda hoje é comum ver nas casas das propriedades rurais a forma como os cernes de Imbuia foram utilizados na construção de cercas, além de encontrar troncos abandonados que servem como peças ornamentais.
Importantes exemplares encontram-se protegidos em Unidades de Conservação (UCs) como no Parque Nacional das Araucárias em Passos Maia e Ponte Serrada, na Estação Ecológica da Mata Preta em Abelardo Luz, e, na Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Lucindo em Bela Vista do Toldo. Além dos indivíduos encontrados em maciços florestais bem conservados nas propriedades rurais.
Por outro lado, a ameaça a espécie continua. Está em tramitação na Câmara dos Deputados o Projeto de Decreto Legislativo n° 03/2015, de autoria do Deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), que susta a Portaria MMA n° 443/2014 que contém a Lista Nacional de Flora Ameaçada de Extinção.
Imbuia
Nome científico: Ocotea porosa (Nees & C. Mart) Barroso
Família: Lauraceae.
Utilização: madeira nobre, utilizada para fabricação de móveis, esquadrias e pontes. Usada na construção civil e marcenaria. Seus frutos servem de alimento para várias aves. Usada também para paisagismo em geral.
Coleta de sementes: diretamente da árvore ou recolhe-los no chão após a queda espontânea dos frutos.
Época de coleta de sementes: março a abril.
Fruto: roxo escuro, arredondado, com aproximadamente 02 cm de diâmetro, com pouca polpa, contendo única semente por fruto.
Flor: amarela.
Crescimento da muda: lento.
Tratamento das sementes: escarificação mecânica seguida de estratificação em areia ou serragem úmida por 60 a 120 dias. Outra opção prática consiste no uso da escarificação solar, colocando as sementes molhadas em um local sob insolação direta. Após a secagem, o tegumento se rompe facilmente e as sementes podem ser semeadas.
Germinação: irregular podendo se prolongar por até 06 meses.
Plantio: recuperação de áreas degradas, sub-bosque.
Fontes consultadas
BRASIL. Câmara dos Deputados. PDC 03/2015. Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=946165
CARVALHO, P.E.R. Espécies Florestais Brasileiras: Recomendações silviculturais, potencialidades e usos da madeira. Embrapa Florestas. Disponível em: http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/efb/temp/index_especies.htm
PROCHNOW, M. (Org.). No Jardim das Florestas. Rio do Sul. Apremavi: 2007.
UNICENTRO. Laboratório de Manejo Florestal. Disponível em http://sites.unicentro.br/wp/manejoflorestal/8800-2/