Ipê-rosa, o rei da primavera

27 set, 2021 | Guia de Espécies, Notícias, Para paisagismo, Para restauração, Secundárias

A árvore do Ipê, independente da espécie, possui grandíssimo valor aos olhos de todos, apaixonando cada um que tem a oportunidade de vê-la florescer. Presente em praticamente todas cidades e regiões brasileiras, pode ser encontrada em toda a América Central e Sul, desde o México até o norte da Argentina e no Paraguai, onde é o símbolo do país.

Uma árvore com longo histórico de utilização pelo ser humano, especialmente para fins ornamentais, já que apresenta uma beleza única. É amplamente distribuída pelo Brasil, sendo encontrada abundantemente na Mata Atlântica e em todos os seus biomas, com exceção do Pampa, e também nas cidades, quando é vista em praças públicas, parques, jardins botânicos e ao longo de avenidas Além do grande valor paisagístico, é muito utilizada na recuperação de áreas degradadas, pela sua fácil integração em diversos biomas brasileiros.

Outra utilização relativamente comum do Ipê é a retirada de sua casca interna para a produção de chás, que possuem propriedades medicinais, combatendo inflamações, tendo ação antifúngica, antiviral e antioxidante, além de fortalecer o sistema imunológico*. Infelizmente, a espécie é ainda hoje alvo de extrações ilegais, por conta da sua madeira, de alta qualidade e longevidade. Também apresenta uma relação muito interessante e próxima com as aves em especial, espécies de beija-flor, como o Bico-reto-de-banda-branca (Heliomaster squamosus), o Beija-flor-preto (Florisuga fusca) e o Beija-flor-de-veste-preta (Anthracothorax nigricollis), que ajudam na sua polinização.

Diferentes estruturas e aspectos do Ipê-rosa. Fotos: Jan Meerman, Nicole Estrella, J. Arturo de Nova e Ivani Martínez; através do Biodiversity4All.

De grande porte, atinge até 30 metros de altura quando no meio da floresta. Seu tronco costuma ter por volta de 60-80 cm de espessura e é correspondente a cerca de um terço do seu tamanho, enquanto seus ramos e florações costumam ocupar a maior e mais notória parte, fazendo com que um simples olhar seja um grande espetáculo aos olhos. Suas folhas são compostas, com cinco folíolos que, entre julho e setembro, costumam dar espaço para esplêndidos ramos de flores esperando serem polinizadas por artrópodes e aves.

O nome ipê origina-se da língua indígena Tupi, significando “casca dura”. Também é popularmente conhecida por outros nomes, como pau d’arco, por se tratar de uma árvore que, durante muitos anos, foi utilizada por indígenas para a manufatura de arcos.

 

Ficha técnica

Nome científico: Tabebuia rosea (Bertol.)
Família: Bignoniaceae
Utilização: Construções, medicina tradicional, paisagismo e restauração florestal
Flor: Rosa
Fruto: Secos e deiscentes
Coleta das sementes: Pode ser feita diretamente da árvore quando os frutos começarem a se abrir, em seguida devem ser deixados ao sol protegidos por tela fina para completar a abertura e liberação das sementes. O plantio deve ser realizado poucos dias após a coleta, pois as sementes perdem rapidamente sua capacidade germinativa.
Crescimento da muda: Moderado
Status na Lista Vermelha da IUCN: pouco preocupante (least concern).

* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações de profissionais habilitados.

 

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Exsicata de Tabebuia rosea (Bertol.). Foto: Jardim Botânico do RJ/REFLORA.

Fontes consultadas

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. 5ª edição.

Jardim Botânico do Rio de Janeiro (ed.). Programa REFLORA/CNPq. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil/. Acesso em: 27 set. 2021.

Botanic Gardens Conservation International (BGCI) & IUCN SSC Global Tree Specialist Group. 2019. Tabebuia rosea. The IUCN Red List of Threatened Species 2019: e.T61986278A149016658. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2019-2.RLTS.T61986278A149016658.en. Acesso em: 27 set. 2021.

Autor: João Casimiro

Revisão: Carolina Schaffer e Vitor Lauro Zanelatto

Foto de capa: Mauricio Mercadante

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