Matas Legais proporciona troca de experiências entre proprietários rurais no Paraná
A história de restauração protagonizada por Renato dos Santos Moreira e Maria Dilce Moreira começa em 1986, em conjunto com a fundação do Assentamento São Luiz II, na cidade de Sapopema (PR). Naquele ano o casal plantou 10 sementes de Araucária, apenas uma germinou.
Em 2012, quase trinta anos depois da germinação da primeira mudinha, a propriedade passou a ser atendida pelo Programa Matas Legais, contando com auxílio e orientações técnicas para diversificar a produção. Hoje o sistema produtivo está dividido entre agricultura orgânica, Sistemas Agroflorestais (SAFs), pecuária, apicultura, piscicultura e silvicultura. Todas as atividades são para subsistência da família.
Além desse auxílio, a Klabin, o Matas Legais doou 2.090 mudas de árvores nativas da Mata Atlântica produzidas no Viveiro Jardim das Florestas, da Apremavi, que foram usadas tanto na restauração da Área de Preservação Permanente (APP) da propriedade como na implantação dos SAFs.
Devido ao amor e a dedicação que Renato e Dilce têm pela terra, pela água cristalina e pelo consumo de alimentos sem agrotóxicos, hoje a propriedade é uma referência e recebe visitas de universidades, colégios técnicos agropecuários e do público em geral.
Imagem área da propriedade do Renato dos Santos Moreira e Maria Dilce Moreira em Sapopema (PR). Foto: Weliton Machado
Ações no Assentamento São Luiz II inspiram outros proprietários
Douglas Bedore de Alcântara e Selma Alcantara adquiriram há cerca de 2 anos uma propriedade rural no município de Japira (PR), onde pretendem implantar um sistema sustentável de produção. Dentre as ações previstas está a implantação de Sistemas Agroflorestais e turismo rural. Como o casal Renato e Dilce já possuem SAFs implantados há aproximadamente 12 anos, conquista impulsionada pelo investimento e apoio que a Klabin disponibiliza na região, e trabalham com turismo rural, a Apremavi articulou um encontro de troca de saberes entre os produtores.
“Essa experiência presencial demonstrou na prática que é possível conciliar a subsistência, a sustentabilidade da propriedade e estabelecer conexões”, contou Douglas após o dia de transferência de saberes.
Renato, parceiro de longa data do Matas Legais, também relatou a importância da troca de experiências: “a visita foi maravilhosa, pudemos trocar experiências e ideias, fico feliz em ver esse casal voltando para a propriedade rural e contando com o apoio do Matas Legais na doação de mudas e assistência técnica. Assim como nós, tudo isso começa com uma semente“, comenta Renato.
Maurício Reis, coordenador de projetos da Apremavi, comenta que foi uma oportunidade fantástica poder intermediar esse encontro; “casais que até então não se conheciam, porém foram unidos por um fato em comum: a paixão em cuidar do meio onde vivem. Esperamos que o início dessa história possa motivar outras pessoas que também amam, cuidam e defendem a natureza”, relata Maurício.
Encontro de troca de saberes entre proprietários rurais articulado pela Apremavi. Fotos: Maurício Reis e Weliton Machado
Desenvolvendo o Ecoturismo
O Assentamento São Luiz II, onde a propriedade de Renato e Dilce está inserida, possui uma paisagem natural exuberante que desperta interesse para o desenvolvimento de turismo ecológico no Assentamento. Além de ser o território com maior estrutura para receber esse tipo de atividade, Renato e seu filho Rodrigo atuam como guias turísticos locais e fornecem uma oportunidade de imersão na cultura e costumes locais aos visitantes.
O Matas Legais
É uma iniciativa da parceria entre a Apremavi e a Klabin que acontece em Santa Catarina e no Paraná. Além de ações para o planejamento e propriedades e paisagens, como as que ocorrem no Assentamento São Luiz II, o projeto desenvolve estratégias de conservação e sustentabilidade para desenvolvimento do negócio florestal para parceiros da Klabin, o fomento florestal, que ajudam a preservar e recuperar os remanescentes florestais nativos, a melhorar a qualidade de vida da população e aprimorar o manejo florestal sustentável, que é reconhecido por diferentes certificações internacionais.
A palavra legal procura traduzir dois sentidos: o de cumprimento da legislação ambiental e o de expressão de um lugar agradável, bonito e bom para viver.
Autor: Maurício Reis.
Revisão: Thamara Santos de Almeida, Vitor L. Zanelatto, Carolina Schäffer e Elder Monteiro.