Organizações brasileiras se preparam para a COP16 da biodiversidade na Colômbia
A Conferência das Partes é o órgão supremo que toma as decisões sobre a Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB). Os países signatários da CDB, dentre eles o Brasil, se reúnem desde 1994 para tomar decisões com foco na conservação da biodiversidade, buscando seu uso sustentável e a repartição justa dos benefícios da biodiversidade.
A 16ª Conferência das Partes das Nações Unidas (ONU) da Diversidade Biológica (COP16) ocorrerá em Cali, na Colômbia, entre 21 de outubro e 1° de novembro de 2024.
A COP16 da biodiversidade é a primeira desde a adoção histórica do Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal (GBF, na sigla em inglês) que visa orientar políticas mundiais em prol da biodiversidade, com quatro objetivos de longo prazo até 2050 e 23 metas para 2030.
Os objetivos até 2050 em relação ao Marco são:
- Manter a integridade, conectividade e resiliência de todos os ecossistemas além do aumento das áreas restauradas; redução do risco de extinção e aumento da abundância das espécies; manutenção da diversidade genética;
- Gestão sustentável da biodiversidade, incluindo serviços ecossistêmicos;
- Compartilhamento dos benefícios associados a natureza de forma justa e equitativa incluindo as comunidades indígenas e tradicionais;
- Os meios de implementação, incluindo financiamento, capacitação, recursos técnicos e cooperação científica, bem como acesso e transferência de tecnologia, são protegidos e acessíveis equitativamente a todas as partes, especialmente países em desenvolvimento.
Dentre as 23 metas a serem alcançadas até 2030, estão 30% de conservação dos ambientes terrestres, costeiros e oceanos e 30% de áreas restauradas.
Preparação brasileira para a COP16 é realizada em Brasília (DF)
Entre os dias 18 e 19 de abril, a Apremavi acompanhou, em Brasília (DF), a oficina para elaboração das contribuições da Sociedade Civil para o Novo Marco Global de Biodiversidade.
Imersos em 23 temas, distribuídos em quatro grandes objetivos, o diálogo sobre as metas brasileiras resultou num documento que será enviado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima com vistas a compor a Estratégia e Planos de Ação Nacionais de Biodiversidade (EPANB) em preparação para COP16.
Oficina para elaboração das contribuições da Sociedade Civil para o Novo Marco Global de Biodiversidade em Brasília (DF). Foto: Carolina Schäffer
“Tivemos a oportunidade de olhar para as metas nacionais relacionadas ao GBF e recomendar sugestões de redação para o documento oficial visando a sua implementação real ao entender o papel que cada setor da sociedade tem diante dos desafios da conservação da biodiversidade”, comenta Carolina Schäffer, vice-presidente e coordenadora de comunicação e projetos na Apremavi, que esteve presente no evento representando a instituição.
Autoras: Thamara Santos de Almeida e Carolina Schäffer.