Projeto +Floresta realiza coleta de dados em campo
Os meses de julho a outubro foram de muito trabalho para coleta de dados em campo no Projeto +Floresta, que está realizando neste ano os estudos preliminares e planejamento das atividades de restauração de 260 hectares de floresta.
Nesse período foram levantados os dados para os diagnósticos dos aspectos socioeconômicos (diagnóstico de populações e uso do solo) e do meio físico (hidrografia, morfologia, solo e vegetação) nas unidades de implantação (UIs) do projeto.
As áreas que receberam os estudos estão localizadas nas Reservas Legais de sete Projetos de Assentamento (PAs) da Reforma Agrária e em uma Área de Preservação Permanente da Terra Indígena Toldo Imbu – Abelardo Luz, na Região Oeste de Santa Catarina.
Diagnóstico das populações
O levantamento de dados foi realizado pela equipe do projeto entre 25 de julho a 22 de setembro de 2022. Foram entrevistados moradores limítrofes às Reservas Legais e Unidades de Implantação do projeto. No dia 08 de setembro foi realizada uma reunião com cerca de 40 moradores da TI Toldo Imbu, visando a construção do mapa falado pela comunidade. Além disso, alguns moradores do Bairro São João Maria também foram visitados e entrevistados, uma vez que são vizinhos à unidade de implantação da TI Toldo Imbu.
Registro da entrevista com a população. Foto: Maíra Ratuschinski
Uso do solo e meio físico
No período de 06 a 10 de setembro foram percorridas todas as unidades de implantação juntamente com a equipe da Bio Teia Estudos Ambientais para checar informações referentes à hidrografia, morfologia e uso do solo. Na oportunidade, ainda foram coletadas amostras de solo para realização de análises físicas e químicas a fim de auxiliar no diagnóstico dos solos.
Edilaine Dick, coordenadora do + Floresta, destacou a importância das atividades de investigação e pesquisa no território: “nesse período de diagnóstico a aproximação com os moradores locais foi muito positiva, permitindo construir um raio-x o mais próximo possível da situação atual das áreas a serem restauradas pelo projeto. O intercâmbio entre as equipes de diferentes projetos traz resultados não somente para o + Floresta, mas para os outros projetos desenvolvidos pela instituição, a partir da troca de experiências e metodologias compartilhadas”.
Levantamento florístico e fitossociológico
No mês de outubro, a equipe do projeto contou com o reforço das equipes da Apremavi e de outros projetos de Santa Catarina e do Paraná para a realização do levantamento florístico e fitossociológico. Todas as UIs foram amostradas com a alocação de parcelas fixas para análise do componente arbóreo e arbustivo, e subparcelas para análise da regeneração natural. Todos os dados coletados serão processados e seus resultados devem embasar a elaboração dos projetos finalísticos de restauração do projeto + Floresta.
Mesmo com as intempéries climáticas ocorridas nessa atividade, o levantamento fitossociológico foi um momento fantástico, visto a larga experiência de membros da equipe em identificação de espécies. Foi um momento de não somente identificar as espécies, mas entender a qual família essas espécies pertencem, características físicas que auxiliam na sua identificação e sua região de ocorrência, esses conhecimentos me contribuirão nas atividades do projeto no qual trabalho” comenta Maurício Reis, coordenador de Projetos da Apremavi.
Registros das coletas de dados em campo do projeto +Floresta. Fotos: Edilaine Dick e Marluci Pozzan
+Floresta
O +Floresta foi lançado para contribuir com a restauração da vegetação nativa na Floresta Ombrófila Mista, no Oeste de Santa Catarina, com o incremento de espécies vegetais ameaçadas de extinção como a araucária, a imbuia e o xaxim, ambas com histórico de intensa exploração no estado.
Será desenvolvido ao longo de oito anos, de 2022 a 2030, no município de Abelardo Luz, em Santa Catarina, sendo que as unidades de implantação estão localizadas nas Reservas Legais de sete Projetos de Assentamento (PAs) da Reforma Agrária – 13 de Novembro, Bela Vista, José Maria, Maria Silverstone, Recanto Olho D’Água, Roseli Nunes e Volta Grande, e em uma Área de Preservação Permanente da Terra Indígena – T.I. Toldo Imbu.
A iniciativa é financiada pelo Ibama através do Acordo de Cooperação Técnica nº 34/2021 e supervisionado pelo Ministério Público Federal de Santa Catarina (MPSC), pelo Instituto Socioambiental (ISA) e pela Justiça Federal de Santa Catarina, na forma da ação n° 5001458-53.2017.4.04.7200/SC.
Autora: Marluci Pozzan.
Revisão: Edilaine Dick, Thamara Santos de Almeida e Vitor Lauro Zanelatto.