A restauração de ecossistemas gera trabalho, além de beneficiar a natureza

22 jul, 2022 | #AtivismoSIM, Mudanças Climáticas, Notícias, Viveiro Jardim das Florestas

A importância da restauração de ecossistemas é inegável no combate à crise climática global, melhora da segurança alimentar, fornecimento e preservação da qualidade da água e manutenção da biodiversidade, segundo a Década da Restauração da ONU.

Além disso, as iniciativas de restauração são importantes para as atividades econômicas, principalmente para pequenas organizações e empreendimentos. Segundo um estudo recentemente publicado, foram criados 42 postos de trabalho diretos a cada 100 hectares restaurados no Brasil, sendo a maioria deles na Mata Atlântica.

Caso a meta do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), que prevê de 20 a 50% de recuperação de áreas degradadas no Brasil, for cumprida até 2030 o potencial de geração é de 1 a 2,5 milhões de empregos diretos, por meio da restauração de 12 milhões de hectares. Esses empregos correspondem a diversas atividades, como a coleta de sementes, produção de mudas e plantio, manutenção de serviços técnicos e monitoramento.

+ Confira a íntegra do estudo

Outro resultado importante foi a relação entre o trabalho, o enfraquecimento das políticas ambientais e a pandemia de Covid-19. Durante esse período, 20% dos empregos relacionados à área de restauração foram perdidos, prejudicando principalmente os pequenos agricultores, empresas de médio porte, associações, cooperativas, redes e pequenas ONGs.

Exemplos de atividades que devem gerar postos de trabalho na Agenda da Restauração. Fotos: Arquivo Apremavi.

O trabalho foi publicado por pesquisadores brasileiros na revista People and Nature da Sociedade Ecológica Britânica que consultou, por meio de um questionário online, 356 instituições no ano de 2020, que informaram seus postos de trabalho na área da restauração. Ele é fruto da parceria da Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE), Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura, e do Pacto Pela Restauração da Mata Atlântica. O estudo recebeu apoio da Aliança pela Restauração na Amazônia e apoio financeiro de importantes instituições importantes na área da conservação e recuperação de áreas naturais do Brasil, como a The Nature Conservancy Brasil e World Resources Institute Brasil.

O conhecimento das organizações propiciou tanto a criação da plataforma Vitrine da Restauração, que reúne organizações do Brasil todo que trabalham com o tema, quanto a criação de um Sumário para Políticas Públicas, que busca embasar iniciativas para ampliação dos planos e regeneração das florestas e de ecossistemas no Brasil.

Vitrine da Restauração

Desenvolvida pela SOBRE em parceria com o Pacto pela Mata Atlântica e Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, a plataforma disponibiliza informações de contato institucional organizadas por biomas, estados, municípios e papel desempenhado na cadeia da restauração.

É necessário que enfrentemos juntos a urgência das mudanças climáticas e seus efeitos, não só pela biodiversidade, mas também pelas pela criação de soluções sustentáveis para as sociedades. A restauração pode andar junto com a economia, gerando empregos verdes, promovendo equidade de gênero, criando cidades configuradas para a vida em contato com a Natureza, entre outros objetivos previstos na Década da Restauração e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Relembre a série #MulheresQueRestauram, lançada em novembro de 2021 com o apoio do GT de Gênero e Clima do Observatório do Clima, para tornar conhecida a história das mulheres brasileiras protagonistas que trabalham promovendo a recuperação das paisagens no Brasil e que são exemplo para gerações atuais e futuras.

 

Autores: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Carolina Schäffer e Vitor L. Zanelatto.

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