Apremavi e Plantando o Futuro participam de 6º Seminário do Galo Verde
Sexto encontro de ativistas da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), conhecido como Seminário do Galo Verde, aconteceu em Rodeio (SC) no último dia 9 de novembro de 2019 e contou com a participação da Apremavi, de jovens do Grupo Plantando o Futuro e de cerca de 30 membros da IECLB. O físico aposentado e ativista ambiental Johannes Gerlach, coordenador do Programa Ambiental Galo Verde, conduziu o encontro que teve como tema “As igrejas e o cuidado com a Criação de Deus”.
Na abertura do encontro o pastor Alan Schulz leu a carta pastoral da Presidência da IECLB para novembro que aborda, entre outros assuntos, o derramamento de petróleo no litoral brasileiro. “Que atitudes podemos tomar e que ações precisamos desenvolver para defender a criação? Cada pessoa pode começar com pequenas ações: consumo consciente, diminuir o uso de plásticos, não desperdiçar água, economizar energia”, aconselha o manifesto.
A partir daí, ao longo do dia, foram feitas falas sobre a situação das lutas socioambientais no Brasil e a contribuição das organizações cristãs na temática ambiental. O pastor Nilton Giese, que veio especialmente ao seminário para falar dos crimes das mineradoras Samarco, em Mariana (MG), e da Vale, em Brumadinho (MG), apresentou um dramático documentário com relatos de vítimas e dos principais dramas que até hoje são vivenciados. “O que fazer? Também não sabíamos”, confessou. “Percebemos que a doação de galões de água e de cestas básicas era enorme e por isso decidimos optar por enviar também palavras de aconchego e esperança através de cartas que chegavam para nós de todo o Brasil e foram direcionadas para as vítimas com apoio da IECLB de Belo Horizonte“, complementou Nilton.
O pastor Werner Fuchs, de Curitiba (PR), ativista histórico e ecumênico de causas socioambientais, destacou as parcerias com as igrejas evangélicas e pleiteou o aprofundamento da Teologia da Criação. “Nós também precisamos abraçar as lutas ambientais“, comentou Werner.
A irmã franciscana Lucia Gianesini (ICAR), vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário-CIMI, apresentou o Sínodo para a Amazônia. Ocorrido sob a liderança do Papa Francisco em Roma, em outubro, o encontro católico foi apresentado aos ativistas com um relato sobre o seu preparo, as resoluções e os desafios.
Recebidos com entusiasmo, os membros do Plantando o Futuro tiveram a oportunidade de apresentar algumas ações que o grupo vem desenvolvendo ao longo dos últimos anos, bem como relatar os resultados das atividades de educação ambiental que são realizadas nas escolas, em especial na Escola de Educação Básica Doutor Frederico Rolla em Atalanta (SC). Além disso, ao relatarem a experiência de engajamento do grupo com o movimento global de jovens, Fridays for Future, ficou evidente a marcas de encorajamento que o Plantando o Futuro deixou nos participantes do seminário.
O grupo estava acompanhado do conselheiro e sócio-fundador da Apremavi, Wigold Schäffer, que aproveitou a oportunidade para destacar a necessidade de todos, em todos os lugares e todos os momentos trabalhamos em prol do meio ambiente para o bem do futuro do nosso Planeta. “As igrejas ainda tem uma inserção muito grande na comunidade, muitas pessoas as tem como referencia e elas alcançam um público que os ambientalistas às vezes tem um pouco de dificuldade de alcançar”, complementa Wigold que acha fundamental a abordagem da temática ambiental também nos centros religiosos.
Após o seminário, o núcleo do Galo Verde realizou uma reunião para avaliar as ações e planejar passos futuros. Ficou definido que a principal ação será concluir e distribuir uma cartilha para ajudar comunidades interessadas a organizar eventos e festas que cuidem da questão ambiental.
Imagens dos participantes do 6º seminário do Galo Verde realizado no dia 9 de novembro, no Centro de Eventos Rodeio 12, em Rodeio (SC). Fotos: Arquivo Galo Verde.
Autores: Carolina Schäffer e Clovis Horst Lindner.