Apremavi lança Relatório de Atividades de 2020
O ano de 2020 foi desafiador e o Relatório de Atividades da Apremavi, que acaba de ser divulgado, reflete cada um dos desafios que o ano trouxe. Além disso, reporta as ações e atividades realizadas pela instituição na consolidação da agenda da restauração, no enfrentamento à crise climática, na manutenção das políticas ambientais, no fortalecimento das redes e coletivos socioambientais, na busca pela sustentabilidade em todas as esferas e na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS.
Mesmo que em isolamento, trabalhamos em união com a nossa equipe e nossa comunidade para cumprir com as metas de cada um dos projetos que desenvolvemos e para viabilizar a agendas das seis áreas temáticas com as quais atuamos. O trabalho integrado com diversas organizações do terceiro setor e parceiros da iniciativa privada, com o poder público e com instituições acadêmicas também foi fundamental para viabilizar todas as ações desenvolvidas.
O Relatório de Atividades de 2020, que pode ser acessado na íntegra nesse link, é apresentado por Noemia Bohn, Miriam Prochnow, Orival Grahl, Philipp Stumpe e Wigold Bertoldo Schäffer – fundadores da Apremavi e pode ser lido abaixo.
Carta dos Fundadores
No final de 2019, quando falamos que estávamos preparados para o ano de 2020, nós na verdade não fazíamos ideia do que estava por vir…
Falar de 2020 é inevitavelmente falar sobre a Covid-19. Ainda que os meses de janeiro e fevereiro estivessem indo de vento em popa, a pandemia chegou e tudo foi colocado em pausa. Atividades de campo, encontros com a comunidade, reuniões e palestras, mutirões de plantio… muitos dos nossos planos foram adiados, alguns foram reajustados e passaram a ser virtuais, outros ficaram para depois e tivemos também planos novos tendo que ser implementados. Por isso o ano de 2020 teve uma cara diferente, um jeitão todo dele. E isso está refletido neste Relatório de Atividades.
Ao mesmo tempo em que nos mantemos ativistas frente às catástrofes socioambientais, tentamos mostrar que existem maneiras de proteger e utilizar os recursos naturais de forma sustentável. Isso tem ajudado a conseguir o engajamento das pessoas, mas o momento nos mostra que precisamos de muito mais. E a pandemia que estamos enfrentando indica que é necessário e urgente rever nossos conceitos e valores.
Por um lado, o enfrentamento da Covid-19 está mostrando que o mundo tem condições de se mobilizar para combater e evitar catástrofes, uma vez que a maioria dos países, de alguma forma, vem se mobilizando e grande parte da população entendeu e está participando dessa mobilização. Essa é uma boa notícia. Por outro lado, infelizmente no Brasil, temos um governo que nega a ciência, adota práticas antidemocráticas, não se importa com a vida das pessoas e está promovendo o maior desmonte ambiental de nossa história. Isso nos coloca diante de um desafio a mais a ser superado. E ainda nem mencionamos a crise climática, que está quase chegando no ponto de não retorno.
Se atentarmos para o que dizem a unanimidade dos cientistas, veremos que os efeitos das mudanças climáticas poderão ser, no médio e longo prazo, muito mais sérias e seus efeitos muito mais devastadores, não apenas para os humanos mas para toda a vida na Terra. Apenas para lembrar, os seis anos mais quentes da história ocorreram de 2015 até 2020, sendo que 2016 e 2020 empataram como sendo os mais quentes.
A diferença em relação à pandemia da Covid-19 é que os efeitos das mudanças climáticas não são sentidos assim tão rapidamente e isso tem resultado, em que pese todos os alertas dos cientistas, ambientalistas e de jovens como Greta Thunberg, em letargia, falta de mobilização e ação dos atores políticos e empresariais, com honrosas exceções.
Diante da dura realidade que o coronavírus está impondo é hora de pensar no mundo que vai emergir após a pandemia. Os mesmos atores que agora lutam para salvar vidas humanas e evitar que a economia entre em colapso, terão que trabalhar para que a retomada das relações sociais e econômicas realmente seja num rumo muito mais sustentável e com maior empatia, colaboração, parceria, diálogo e solidariedade do que tem sido até hoje.
Não é possível imaginar que o mundo saia dessa catástrofe sanitária e continue no rumo do abismo. Os riscos existem e tem muita gente pensando em como reorientar a economia num modelo mais sustentável. A natureza precisa de toda a sociedade, num movimento urgente para evitar que os retrocessos se concretizem. Somente com a proteção e restauração da Mata Atlântica e dos outros biomas brasileiros, teremos alguma chance de combater os efeitos da grave crise climática em andamento.
Existem inúmeras ações que precisam ser implementadas, rumos corrigidos, parcerias e colaborações estabelecidas. Só a paz, a solidariedade, a democracia e a colaboração entre pessoas, empresas, governos, países, ouvindo a voz dos cientistas e corrigindo os erros do passado, poderão levar ao caminho da sustentabilidade ambiental planetária e, dessa forma, garantir a continuidade da vida, inclusive dos humanos, neste planeta azul, único lugar conhecido do universo onde a vida floresce.
Acesse os Relatórios
Acesse os documentos na íntegra:
Autora: Carolina Schäffer.