Apremavi sedia encontro do comitê das Defensoras por Defensoras do Observatório do Clima

18 jul, 2025

Evento fortalece círculo de mulheres defensoras de território e pauta socioambiental e avança na construção dos próximos passos da atuação em rede

Entre os dias 8 e 10 de julho de 2025, a Apremavi recebeu em em Atalanta (SC) o encontro do comitê de coordenação do grupo das Defensoras por Defensoras, iniciativa que acontece no âmbito do Observatório do Clima que reúne mulheres de diferentes regiões do Brasil engajadas na defesa dos seus territórios e da luta socioambiental.

O evento teve como objetivo aprofundar os diálogos sobre os desafios enfrentados pelas defensoras em seus territórios, além de construir coletivamente os próximos passos do projeto “Clima e Cuidado”. A programação de três dias incluiu vivências, trocas de experiências, construção de estratégias e encaminhamentos que visam fortalecer a atuação das mulheres.

Foi muito estimulante sediar este encontro e poder, além de discutir as pautas prioritárias do grupo, falar um pouco das atividades da Apremavi, num ambiente onde as mulheres se sentiram muito acolhidas. Como uma das integrantes do grupo, poder mostrar em campo o trabalho na defesa, conservação e restauração da Mata Atlântica é muito gratificante. Restaurar florestas é uma das maneiras mais eficientes de mitigar o efeito das mudanças climáticas e isso também é um dos temas do grupo“, relata Miriam Prochnow, cofundadora e diretora da Apremavi.

O primeiro dia do encontro foi marcado por uma visita guiada ao Viveiro Jardim das Florestas, carro-chefe da Apremavi, referência na produção de mudas nativas da Mata Atlântica. Em seguida, realizaram a Trilha da Restauração, uma imersão prática em áreas restauradas pela instituição sob diferentes metodologias.

O segundo dia começou com uma roda de conversa na qual cada mulher compartilhou os motivos que a levaram ao encontro, seus desafios e ameaças enfrentadas nos territórios. As falas revelaram histórias potentes de luta, resiliência e ancestralidade, reforçando a importância do espaço seguro para escuta e acolhimento por meio da dinâmica corpo-território.

“O Brasil é um dos países que mais mata pessoas que defendem o meio ambiente, precisamos fortalecer mulheres que protegem seus territórios com as suas vidas, o Defensoras por Defensoras é um espaço de fortalecimento, proteção, mas também de celebração, amor e alegria”, relata Tatianny Soares, facilitadora do GT de Gênero e Clima do Observatório do Clima, sobre a importância desse espaço.

Durante o encontro, foi reafirmada a identidade do comitê como um grupo de mulheridades que se fortalecem mutuamente, um espaço pedagógico, político e de formação continuada, com o objetivo de ampliar o alcance das ações e consolidar a sua governança. Foram definidos eixos estratégicos de atuação como formação continuada, pequenos fundos para defensoras e sistemas de proteção. Os próximos encontros incluem vivências e multiplicações em seus territórios.

O encontro  reforçou que, mesmo diante de múltiplas ameaças, a força coletiva, a solidariedade, o apoio, o afeto e o acolhimento são ferramentas políticas fundamentais para a transformação socioambiental. As Defensoras por Defensoras seguem firmes na construção de uma coalizão que valoriza o protagonismo feminino na defesa dos territórios e dos direitos das populações que os habitam. “Foi um momento de lembrar a caminhada enquanto defensoras para entender quem somos e o que queremos, trilhamos ações para os próximos meses e anos”, acrescenta Tatianny.

Reunião do Comitê das Defensoras por Defensoras do Observatório do Clima na Apremavi

Comitê das Defensoras por Defensoras em reunião na Apremavi, visitando a Trilha da Restauração da instituição e o Parque Natural Municipal da Mata Atlântica. Foto: Thamara Santos de Almeida.

Defensoras por Defensoras

Criado pelo GT de Gênero e Clima do Observatório do CLima o “Defensoras por Defensoras” teve sua primeira edição em 2021 como uma formação dedicada a ser um espaço de aprendizado, fortalecimento pessoal, social e político, além de acolhimento e troca mútua entre mulheres que atuam em diversas causas sociais e ambientais no Brasil.

Em março de 2025 foi realizada a exposição “Somos o Clima que Protegemos” no Museu do Amanhã como resultado da iniciativa. Uma árvore, peça principal da exposição, foi produzida pelas defensoras, junto a ela, um painel apresenta as fotos das defensoras e um vídeo conta as suas histórias.

Ao reunir mulheres com repertórios inspiradores e selecionadas por sua representatividade local e atuação territorial, o programa promoveu o desenvolvimento individual e coletivo, fortalecendo suas lutas socioambientais. Em 2024, o programa retorna, reunindo essas defensoras para continuar a troca de conhecimentos e experiências, ampliando a rede de apoio e potencializando a luta socioambiental no Brasil.

> Conheça o GT de Gênero e Justiça Climática do Observatório do Clima

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Miriam Prochnow.
Foto de capa: Thamara Santos de Almeida.

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