Aroeira-periquita: protagonista em SAFs e recuperação de ecossistemas
A floração da aroeira-periquita varia de agosto a dezembro no Paraná, de setembro a outubro em Santa Catarina, e de setembro a novembro no Rio Grande do Sul. Seus frutos amadurecem entre novembro e abril no Rio Grande do Sul e entre dezembro e fevereiro no Paraná.
A dispersão das sementes é um processo diverso, sendo realizada principalmente por aves como sanhaços, psitacídeos e pela água. Como espécie pioneira ou secundária inicial, a aroeira-salsa desempenha um papel fundamental na regeneração de áreas alteradas. É especialmente eficaz em solos pedregosos e bem drenados, onde sua capacidade de regeneração natural é notável.
Nos Sistemas Agroflorestais (SAFs) é utilizada em sistemas silviagrícolas e silvipastoris, especialmente na Região do Chaco, onde protege culturas agrícolas como cítricos e fornece sombra ao gado. Também é indicada para quebra-ventos, resistindo a condições de ventos fortes. Além disso, suas flores são melíferas, contribuindo para a produção de mel.
É uma excelente escolha para arborização urbana, sendo frequentemente utilizada em praças e jardins. Contudo, deve-se ter cuidado com seu uso, pois a planta pode causar reações alérgicas na pele de indivíduos sensíveis.
Devido à sua resistência e capacidade de brotar após cortes ou queimadas, a aroeira-salsa é amplamente empregada na recuperação de áreas alteradas e desertificadas, como na região de Alegrete, no Rio Grande do Sul. Sua utilização em projetos restauração é indicada para estabilização de solos e arborização de cursos d’água.
No Peru, seu arilo açucarado é dissolvido em água para produzir uma bebida diurética chamada upi, que pode ser fermentada para obtenção de xaropes e vinagres. Em outros países, como Argentina e Bolívia, as sementes são utilizadas como substituto ou adulterante da pimenta-preta, sendo conhecidas pelo aroma e sabor picante. No entanto, o consumo desses frutos deve ser realizado com cautela, pois podem causar efeitos adversos, como depressão do miocárdio e queda da pressão arterial.
A semeadura é realizada em sementeiras, com repicagem para recipientes adequados, mas também pode ser feita diretamente no campo. O plantio puro, a pleno sol, é ideal para o crescimento da espécie, que é longeva e tem alto potencial de adaptação.
Aroeira-periquita
Nome científico: Schinus molle L.
Família: Anacardiaceae.
Coleta de sementes: a extração das sementes se faz por maceração dos frutos. Após isso, as sementes devem ser secas a meio-sol, em ambiente ventilado.
Fruto: Os frutos, drupas, são muito semelhantes aos da pimenta-rosa, porém são mais escuros quando maduros.
Flor: Pequenas, amarelo-esverdeadas, aparecendo nas extremidades dos ramos novos.
Crescimento da muda: O crescimento inicial em altura da aroeira-salsa é muito rápido. Na fase de viveiro, cresce normalmente entre 50 cm a 1,20 m de altura, no primeiro ano de vida.
Germinação: Início entre 20 a 120 dias após a semeadura. O poder germinativo é variável, entre 30% a 80%.
Plantio: plantio puro, a pleno sol em SAFs, recuperação de ecossistemas alterados e nas áreas de desertificação, bem como na arborização dos cursos d´água.
Status de conservação: Não listada – Portaria MMA 148/2022; LC – Menos preocupante (IUCN).
* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral, onde os estudos foram feitos com propriedades isoladas em uma quantidade específica. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações médicas
Fontes consultadas:
Silva-Luz, C.L.; Pirani, J.R.; Pell, S.K.; Mitchell, J.D. Anacardiaceae in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB4398>.
Carvalho, P. (2006). Aroeira-salsa: Schinus molle.
Autora: Thamara Santos de Almeida.
Foto de capa: Salomé Bielsa.