O que é ativismo?
| ativo + -ismo:
transformação da realidade por meio da ação prática.
O ativismo de hoje é fruto de distintas mobilizações populares com natureza política que aconteceram ao longo dos anos no mundo inteiro – desde as lutas do movimento operário do final do século XIX; a luta pelos direitos civis sediada em vários continentes; os movimentos antiguerra, antinuclear e pacifistas; o surgimento do próprio movimento ecológico e ambientalista, a partir das décadas de 70 e 80, como uma tentativa de salvar o Meio Ambiente; até as mais recentes greves entituladas “Fridays For Future” que representam uma jornada global da juventude contra os governos que insistem em não tomar medidas práticas frente às emergências climáticas.
Como ser um ativista?
Se informando
Entenda a importância do ativismo, estude sua história, os conheça os casos de sucesso e as conquistas que os ativistas conseguiram em prol da sociedade. Quanto mais você souber, mais agrega para o movimento!
Apoiando ações
Apoiar ações na sua comunidade, fazer parte de grupos de estudos, integrar grêmios estudantis, ocupar as ruas, mobilizar recursos para uma causa, organizar mutirões… o universo de atividades é imenso. Seja criativo! Seja ATIVISTA!
compartilhando notícias
A desinformação espalha desconfiança, medo e mentiras. Mas quanto mais nos informamos lendo notícias de fontes confiáveis e compartilhando esse conhecimento, mais nosso ativismo ganha força e o medo se dissipa!
Assinando manifestos
Acesse o abaixo-assinado contra os cinco PLs pró-caça que tramitam na Câmara dos Deputados e seja mais uma voz ativa na campanha #TodosContraACaça!
Porque ser um ativista?
O que diz a legislação?
Artigo 19 da Declaração Universal de Direitos Humanos
Todo indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão; este direito inclui o de não ser incomodado por causa de suas opiniões, o de investigar e receber informações e opiniões, e o de difundi-las, sem limitação de fronteiras, por qualquer meio de expressão.
Vai protestar? Confira o guia do Protestos.org!
Artigo 5° da Constituição Federal
Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.
Artigo 220 da Constituição Federal
A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
“Nós somos a mudança que buscamos para o mundo“,
Barack Obama.
O manifesto #AtivismoSim nasceu durante as campanhas eleitorais de 2018 como um convite a toda a sociedade civil para que apoiassem as 3 mil organizações não-governamentais, coletivos e movimentos sociais nacionais e internacionais que repudiaram publicamente a afirmação feita por Jair Bolsonaro sobre acabar com o ativismo no Brasil. O manifesto ainda é válido.
manifesto do ativismo, apoie!
O Ativismo na Apremavi
O ativismo sempre esteve presente na vida da Apremavi. Ao mesmo tempo em que “colocou a boca no trombone”, denunciando desmatamentos, caça e poluição, a Apremavi “colocou a mão na massa”, mostrando que existem maneiras de proteger e utilizar os recursos naturais de forma sustentável. É o ativismo na prática.
Sempre promoveu a ampliação da consciência ambiental de indivíduos e organizações públicas e privadas, através de atividades de informação, educação ambiental. Já foram produzidas mais de 20 publicações e produzidos mais de 30 vídeos educativos.
Identifica problemas, faz denúncias, confecciona laudos sobre delitos ambientais, propõe soluções e opera junto ao Poder Público visando a implementação de políticas que propiciem a conservação e a recuperação dos ecossistemas atlânticos.
Ao longo de sua história, a Apremavi mobilizou grande esforço pelo aprimoramento das políticas públicas e da legislação ambiental com destaque na aprovação e regulamentação da Lei da Mata Atlântica. Aprovada em 2006 e regulamentada em 2008, a Lei garantiu proteção para os remanescentes de vegetação nativa e deu uma chance para a recuperação da floresta e dos animais que nela vivem.
Criou inúmeras campanhas de conscientização dentre as quais destacam-se: Barra Grande – a Hidrelétrica que não viu a Floresta, UCs para as Araucárias Já, Eu Respeito Os Animais da Natureza – Diga Não à Caça, Santa e Frágil Catarina, Combatendo o borrachudo, Estreito do Rio Uruguai, Até Quando?, Rio Trombudo a Agonia de um Rio, Combate à Plantação de Fumo, Código Florestal – Vamos Apitar essa Partida.
Participa ativamente de redes e articulações como a Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), o Diálogo Florestal Nacional e Internacional (DF e TFD), o Observatório do Clima (OC), o Pacto para a Restauração da Mata Atlântica, o Observatório do Código Florestal (OCF), a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, a Federação de Entidades Ecologistas Catarinenses (FEEC), entre outras.
Os caminhos trilhados pela Apremavi, algumas vezes difíceis e árduos, levaram a muitas vitórias em prol da natureza. É por causa dos desafios para o futuro que a Apremavi quer inspirar cada vez mais pessoas, empresas e instituições públicas e privadas em busca de um mundo melhor e o ativismo tem um papel fundamental nessa história.
Código Florestal
Demoramos anos para conseguir aprovar o Código Florestal em 2012, e agora a luta continua para que a lei não seja alterada e, principalmente, para que seja cumprida.
Barra Grande
Apesar da luta incansável da Apremavi, a Usina Hidrelétrica de Barra Grande foi construída com base num Relatório de Impacto Ambiental fraudado, que omitiu a existência de remanescentes primários da floresta com araucárias.
Salve o Rio da Prata
Em 2009 o desmatamento em torno do Rio da Prata atingiu níveis alarmantes, por conta disso a Apremavi elaborou um dossiê sobre a situação e encaminhou denúncias aos órgãos ambientais.
RVS Rio da Prata
Ao mesmo tempo em que elaboramos o dossiê e encaminhamos as denúncias sobre os dematamentos, coletamos adesões para o abaixo-assinado em prol da criação do Refúgio de Vida Silvestre do Rio da Prata.
Rio Cubatão
Em 2008 endossamos o abaixo-assinado contrário a construção de 06 Pequenas Centrais Hidrelétricas na Bacia do Rio Cubatão do Sul, em Santa Catarina, que colocava em risco o meio ambiente e as atividades turísticas dos municípios de Santo Amaro da Imperatriz e Águas Mornas.
Código Ambiental de SC
Ao mesmo tempo que Santa Catarina vivia uma de suas maiores tragédias ambientais, em 2008 o governo do Estado aprovava o Código Ambiental para privilegiar exclusivamente segmentos com uma visão imediatista de desenvolvimento. Nosso abaixo-assinado era contrário a essa nova lei.
Santa e Frágil Catarina
A catástrofe de novembro de 2008 foi o impulso que nos levou a criar a Campanha Santa e Frágil Catarina, que serviu para conscientizar a população sobre a urgência da conservação ambiental como medida de prevenção das emergências climáticas.
SOS Rio Pelotas
Em 2006 a Apremavi organizou um abaixo-assinado em prol da criação do Refúgio de Vida Silvestre “Corredor do Pelotas” e contra a construção da Usina Hidrelétrica de Paiquerê na tentativa de proteger um importante remanescente da floresta com araucárias no Estado.
“Se você vai a um protesto e depois vai para casa, já fez algo. Mas aqueles que estão no poder podem sobreviver a isso. O que eles não suportam é pressão constante e crescente, organizações que não cessam, pessoas que seguem aprendendo com o que fizeram e fazendo melhor nas próximas vezes”.
Noam Chomsky – Livro “What Uncle Sam Really Wants”, 1993.
Uma carta aos jovens ativistas
Eu sou ativista. Segundo o dicionário, ativista é a pessoa que trabalha de modo ativo por uma causa e ativismo é a transformação da realidade por meio da ação prática.
Eu sou ativista ambiental. Minha causa é o bem comum, é a conservação da natureza, da qual tod@s somos dependentes. Da qual depende a sobrevivência da espécie humana. Meu lema sempre foi “boca no trombone e mão na massa”, denunciando as agressões ao meio ambiente, mas dando exemplos de como as coisas podem ser feitas de forma sustentável e com diálogo.
Nos meus mais de 30 anos de ativismo, encontrei milhares de pessoas que também abraçaram a causa e por conta disso conseguimos inúmeros avanços que garantem qualidade de vida para tod@s e a proteção mínima da biodiversidade. Já recebi inúmeros prêmios de reconhecimento.
Mas também por conta do meu trabalho, já sofri muitas ameaças, inclusive de morte, fui perseguida e até agredida, física e moralmente, por aqueles que se acharam no direito de impedir que a guerreira verde trabalhasse pelo bem comum.
Pelo meu histórico, pela minha vida, digo que ativismo não é opção, é urgência. O Brasil precisa de ativistas e não o contrário. O Brasil precisa de democracia. O Brasil precisa de inclusão e respeito à diversidade. O Brasil precisa de amor e comprometimento. Por isso, para tudo que ferir a minha existência, eu serei resistência.
Brasil urgente, ativismo sempre.
Miriam Prochnow