Forquilheira, uma espécie para a restauração e paisagismo

29 jul, 2022 | Guia de Espécies, Notícias, Para fauna, Para paisagismo, Para restauração

A forquilheira (Tabernaemontana catharinensis), conhecida popularmente como cobrina, jasmim, jasmim-pipoca, jasmim-catavento, sapirangui, leiteira, leiteira-dois-irmãos, é uma espécie de arbusto que possui látex abundante, geralmente associada a áreas degradadas, clareiras e bordas de floresta. No Brasil, ocorre principalmente no bioma Mata Atlântica e com menor ocorrência no Cerrado, abrangendo a região Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste.  

Pioneira e ornamental, atinge até 10 cm de altura e diâmetro de 35 cm, possui flores brancas perfumadas com formato que lembram um cata-vento, sendo bastante utilizada para paisagismo. Os frutos atraem muitos pássaros, devido ao arilo vermelho que envolve as suas sementes, sendo esse tipo de dispersão chamada de zoocórica, fundamental para a sua propagação. Assim, ela é bastante utilizada para fins de restauração, principalmente em áreas degradadas, podendo ser plantada em áreas mais abertas ou fechadas

A espécie é tradicionalmente reconhecida como planta medicinal, sendo utilizada para o tratamento de doenças, picadas e alergias. Esse uso é de origem indígena da etnia Guarani, chamado de “Piquiri”. A ciência já evidenciou em uma série de estudos que ela possui alcalóides com propriedades antifúngicas, antivirais, antimicrobianas, antiflamatórias, cicatrizantes e analgésica*, além da sua utilização como bioinseticida. 

Flor da Forquilheira. Foto: Guilherme Peres Coelho

Flores, árvore e frutos da Forquilheira.  Fotos: Guilherme Peres Coelho, Tabernaemontana_catharinensis_1: Marcia  Stefani, CC BY 2.0 <https://creativecommons.org/licenses/by/2.0>, via Wikimedia Commons, 800px Tabernaemontana_catharinensis_(2) CHUCAO, CC BY-SA 3.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0>, via Wikimedia Commons 

Forquilheira

Nome científico: Tabernaemontana catharinensis A. DC

Família: Apocynaceae

Utilização: Além do uso medicinal a madeira é utilizada para caixotaria, também pode ser cultivado para paisagismo e reflorestamentos mistos em áreas de preservação.

Coleta de sementes: os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore quando iniciarem sua abertura espontânea, após devem ser deixados secando à sombra para completarem sua abertura e facilitar a retirada das sementes, sem necessidade de remover a fina camada de arilo que as envolve. Um kilo de sementes contém aproximadamente 6.800 unidades.

Fruto: Frutos deiscentes, constituídos de dois mericarpos separados, com muitas sementes envoltas por arilo vermelho.

Flor: perfumadas de pétalas brancas que se abrem durante o dia.

Floração: outubro a novembro.

Crescimento da muda: rápido.

Germinação: alta.

Produção de mudas: as sementes devem ser semeadas de forma imediata em canteiros a meia-sombra preparados com substrato organo-argiloso, com a cobertura de uma fina camada do substrato peneirado. A emergência das mudas ocorre em 40-50 dias.

Plantio: áreas degradadas e paisagismo.

Status na Lista Vermelha da IUCN: pouco preocupante (Least Concern), ou seja, a espécie não está ameaçada de extinção.

* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral, onde os estudos foram feitos com propriedades isoladas em uma quantidade específica. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações médicas

Fontes consultadas

JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO (ed.). Programa REFLORA/CNPq. Disponível em: http://floradobrasil2015.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB4861/. Acesso em 27 de julho de 2022.

LORENZI, Harri. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 1992.

SOARES, Deivid Costa et al. Leishmanicidal activity of a supercritical fluid fraction obtained from Tabernaemontana catharinensis. Parasitology International, v. 56, n. 2, p. 135-139, 2007.

BÉLO, Muracy et al. Avaliação do efeito bioinseticida dos extratos de Tabernaemontana catharinensis A. DC.(Apocynaceae) e Zeyheria montana Mart.(Bignoniaceae) sobre a mosca Zaprionus indianus (Díptera: Drosophilidae)(Gupta, 1970). Revista Brasileira de Biociências, v. 7, n. 3, 2009.

FERREIRA, José Tércio B.; CORRÊA, Arlene G.; VIEIRA, Paulo Cezar. Produtos naturais no controle de insetos. In: Produtos naturais no controle de insetos. 2001. p. 176-176.

PORTAL DAS MISSÕES. Cobrina um patrimônio do Sul. Disponível em http://www.portaldasmissoes.com.br/noticias/view/id/1940/cobrina—um-patrimonio-do-sul.html

Autora: Thamara Santos de Almeida
Revisão: Carolina Schäffer
Foto de capa: Guilherme Peres Coelho

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