Leituras para (começar a) conhecer a Mata Atlântica
“Vi muitas árvores diferentes das nossas, e várias delas tinham ramos diferentes saindo de um mesmo tronco – um ramo era de um tipo, e o outro de outro – tão estranhos por sua diversidade que era certamente a coisa mais maravilhosa do mundo” – Diário de Cristóvão Colombo, 16.10.1492
Em celebração ao Dia Mundial do Livro (23/04) a Apremavi indica obras para aqueles que desejam adentrar a Mata Atlântica através das páginas de uma publicação, mergulhando nos conhecimentos e caminhando entre as belezas da biodiversidade que o bioma detém.
A exuberância das florestas impressionou os conquistadores portugueses quando eles chegaram na América A vastidão de cores e texturas foi documentada no diário que Colombo elaborava rotineiramente, quiçá o primeiro registro amplo de aspectos botânicos da vegetação litorânea na língua portuguesa. Muito antes disso, a floresta já ocupava papel central na teia densamente emaranhada do modus vivendi dos povos originários, que sempre realizavam a transmissão do conhecimento ecológico por meio das “tradições orais”.
A História da Mata Atlântica pode ser retratada a partir de diferentes lentes, formadas pelas vivências e perspectivas de quem se propôs a escrever. Há muitos títulos ao alcance, desde aqueles voltados aos conhecimentos técnicos até os romances contemporâneos. Este artigo, que certamente poderia abrigar dezenas de indicações, busca apresentar essa diversidade de perspectivas sobre esse hotspot de biodiversidade, onde já foram identificadas mais de 20.000 espécies de plantas e 2.420 vertebrados, com um alto nível de endemismo.
Dia Mundial do Livro
Celebrado em 23 de abril, o Dia Mundial do Livro foi definido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como referência para a celebração das obras, incentivo à leitura e discussão de questões relacionadas a direitos legais. A data comemorativa é uma homenagem a três grandes nomes da literatura mundial: William Shakespeare, Miguel de Cervantes e Inca Garcilaso de La Vega; autores que faleceram na data em questão.
Um dos objetos mais importantes de acesso ao conhecimento, tem seu acesso limitado para grande parte da população, por conta dos altos custos de produção, distribuição e, sobretudo, ausência de iniciativas para o fomento e incentivos ao mercado editorial.
Referências Bibliográficas
LUTZENBERGER, José. Fim do Futuro? Manifesto Ecológico Brasileiro (5a edição). Porto Alegre: Editora Movimento, 1999.
MYERS, N. et al. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, n. 6772, p. 853–858, 2000.
REZENDE, C. L. et al. From hotspot to hotspot: An opportunity for the Brazilian Atlantic Forest. Perspectives in ecology and conservation, v. 16, n. 4, p. 208–214, 2018.
TORODOV, Tzvetan. “Colombo e os ındios”. In: A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins Fontes, 1991. p. 33-48.
WAGNER, Roy. A Invenção da Cultura. São Paulo: Ubu Editora, 2020. 240 p. Tradução de Marcela Coelho de Souza e Alexandre Morales.
Declarações éticas: 1. Este artigo foi inspirado no texto ‘Dez livros para (começar a) conhecer a Amazônia‘, escrito por Joaquim Melo e publicado em SUMAÚMA. | 2. Listas como essas são pessoais, sem caráter de análise técnica ou classificação. | 3. Foram preconizadas obras em circulação no mercado e/ou disponíveis para acesso virtual. | 4. Os livros foram apresentados em ordem alfabética.
Autor: Vitor Lauro Zanelatto | Revisão: Thamara Santos de Almeida