Fauna
A preservação dos remanescentes florestais da Mata Atlântica é imprescindível para a manutenção da fauna.A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos e ameaçados de extinção do planeta. Abriga uma diversidade impressionante de espécies animais, muitas das quais não existem em nenhum outro lugar do mundo, são as chamadas espécies endêmicas. Atualmente, estima-se que a fauna da Mata Atlântica compreenda:
- 384 espécies de mamíferos, sendo 109 endêmicas
- 1.025 espécies de aves, com 215 exclusivas do bioma
- 517 espécies de répteis, com 126 endêmicas
- 719 espécies de anfíbios, sendo 504 encontradas apenas aqui
Se a Mata Atlântica fosse um país, ela seria classificada como um país de megadiversidade, posição reservada às nações com maior riqueza biológica do planeta. Só na última década, 157 novas espécies foram descobertas. Em um país onde grande parte da biodiversidade ainda é desconhecida pela ciência, muitas espécies podem desaparecer antes mesmo de serem descritas.
Ameaças e extinção:
Apesar de sua riqueza, a fauna da Mata Atlântica está gravemente ameaçada. O bioma possui o maior número de espécies ameaçadas de extinção no Brasil: 573 espécies de animais estão em risco. Além disso, o número de espécies oficialmente extintas subiu para oito, tornando a situação ainda mais alarmante.
A fragmentação do habitat, o desmatamento, a caça ilegal e os impactos das mudanças climáticas são os principais fatores de pressão.
A fauna tem um papel vital nos ecossistemas: ela poliniza plantas, dispersa sementes, controla populações de insetos e pequenos animais, e participa dos ciclos naturais de nutrientes. Conservar e restaurar os habitats naturais, combater o tráfico de animais silvestres, e apoiar políticas públicas e projetos de conservação são caminhos urgentes para garantir que a Mata Atlântica continue a ser um lar para a sua fauna singular.
Listas Vermelhas de Espécies Ameaçadas:
As Listas Vermelhas de Espécies Ameaçadas são instrumentos que indicam o grau de risco de extinção de diferentes espécies. A lista global é elaborada pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e avalia o status de conservação de espécies no mundo todo. Já as listas locais, como as nacionais e estaduais no Brasil, avaliam as espécies em contextos regionais. Essas listas são fundamentais para orientar ações de conservação, políticas públicas e pesquisas científicas voltadas à proteção da biodiversidade.
Espécies em destaque
Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia)
Símbolo da conservação da Mata Atlântica, ele vive em fragmentos florestais do estado do Rio de Janeiro. Graças a programas de reprodução e restauração, sua população começou a se recuperar, mas ainda depende de esforços constantes para garantir sua sobrevivência.

Muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides)
O maior primata das Américas, possui hábitos pacíficos e uma dieta baseada em folhas e frutos. Sua função ecológica como dispersor de sementes é essencial para a regeneração natural da floresta. É endêmico da Mata Atlântica e está criticamente ameaçado.


Gato-maracajá (Leopardus wiedii):
Felino arborícola e de hábitos noturnos, o maracajá lembra uma pequena onça-pintada, mas é ainda mais ágil entre os galhos. Vive em florestas densas e bem conservadas, sendo fortemente impactado pela fragmentação do habitat e pela caça. É uma espécie vulnerável e pouco conhecida, o que reforça a urgência de sua conservação.

Bicudinho-do-brejo (Stymphalornis acutirostris)
Pequena ave endêmica dos brejos litorâneos do Paraná e Santa Catarina. Foi descrita pela ciência apenas nos anos 90 e já está ameaçado devido à degradação e drenagem dos ambientes úmidos onde vive.
Mico-leão-da-cara-preta (Leontopithecus caissara)
Um dos primatas mais raros do mundo, vive exclusivamente em pequenas áreas de floresta entre o litoral sul de São Paulo e o norte do Paraná. Descoberto na década de 90, enfrenta ameaças pela perda de habitat, urbanismo e turismo desordenado.

Papagaio-charão (Amazona pretrei)
Endêmico da Mata Atlântica e associado à araucária (Araucaria angustifolia), principalmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Sua sobrevivência está ligada à presença das sementes da araucária (pinhões), seu principal alimento. Está ameaçado de extinção.

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