Pau-cutia, espécie ideal para o enriquecimento ecológico
Guaxupita, canela-de-cotia e pau-cutia são alguns dos muitos nomes populares da espécie Esenbeckia grandiflora Mart. Seu crescimento depende das características do ambiente, tornando-se arbustiva ou arbórea após a fase de crescimento. Suas folhas são perenes, sempre verdes e exuberantes, em árvores que podem atingir até 20 metros de altura.
Pode ser encontrada entre o Ceará e o Rio Grande do Sul, principalmente nas Florestas Semideciduais da Mata Atlântica, entre uma altitude de 50 até 1360 metros. A polinização das flores é realizada por moscas (miofilia) e a dispersão das sementes ocorre por gravidade (autocoria). A taxa de germinação das sementes é alta, e estas apresentam comportamento ortodoxo, possibilitando o armazenamento para a semeadura nas melhores condições climáticas.
Essas características, junto da significativa tolerância da espécie à sombra, fazem da espécie pau-de-cutia uma excelente espécie para plantios de enriquecimento ecológico; ou seja, ações de restauração ecológica buscando aumentar a diversidade de espécies de plantas em áreas onde uma floresta já está crescendo, seja através de plantios anteriores ou por meio da regeneração natural.
No passado, a madeira da espécie foi utilizada para a produção de varais de carroça e na confecção de cabos de ferramentas como martelos, pás, machados e outras que exigiam certa resistência. Atualmente, a pau-de-cotia pode ser empregada em plantios com objetivos apícolas, buscando proporcionar pólen às abelhas; e também em plantios paisagísticos, inclusive em centros urbanos, já que seu crescimento é moderado, se comparado a outras árvores nativas.
Fotos: Registros de diferentes estruturas da espécie Esenbeckia grandiflora. (CC) Flora digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
Pau-cutia
Nome científico: Esenbeckia grandiflora Mart.
Família: Rutaceae
Coleta de sementes: os frutos devem ser coletados diretamente da árvore, quando estes iniciarem a abertura espontânea. Para a liberação das sementes, os frutos devem ser expostos ao sol. As sementes podem ser armazenadas por mais de quatro meses.
Fruto: lenhoso, arredondado e coberto com espinhos. Mede cerca de 2,5 cm de diâmetro.
Flor: varia de creme-esverdeado a avermelhada. Mede cerca de 1,4 cm de diâmetro. Floresce entre os meses de dezembro e janeiro.
Crescimento da muda: lento.
Germinação: alta.
Plantio: por ser uma espécie secundária tardia, deve ser evitado o plantio em áreas de pleno sol.
Status de conservação: MMA: Não listada – Portaria MMA 148/2022 | IUCN: Menos preocupante (Least Concern – LN) (IUCN).

Referências consultadas:
BRASIL. Portaria MMA Nº 148. Brasília, Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1140573/1/Especies-Arboreas-Brasileiras-vol-5-Pau-de-Cutia.pdf. Acesso em: 20 jan. 1015.
CARVALHO, Paulo Ernani Ramalho. Espécies Arbóreas Brasileiras. Embrapa Florestas. Disponível em: https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1140573/1/Especies-Arboreas-Brasileiras-vol-5-Pau-de-Cutia.pdf. Acesso em: 19 jan. 2025.
GIEHL, Eduardo Luís Hettwer (org.). Flora digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 2025. Disponível em: http://floradigital.ufsc.br. Acesso em: 19 jan. 2025.
INTERNATIONAL UNION FOR CONSERVATION OF NATURE AND NATURAL RESOURCES. IUCN Red List. Disponível em: https://www.iucnredlist.org. Acesso em: 19 jan. 2025.
LORENZI, H. 1992. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Editora Plantarum Ltda. Nova Odessa, São Paulo vol. 1, 368 p.
Autor: Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: Carolina Shäffer
Foto de capa: Arquivo Apremavi