Protagonistas da Rede de Sementes visitam a Apremavi
Os coletores da Rede de Sementes de Abelardo Luz (SC) visitaram o Centro Ambiental e o Viveiro Jardim das Florestas nos dias 07 e 08 de fevereiro. Na mesma oportunidade, a Apremavi também recebeu representantes da Rede de Sementes do Vale do Ribeira, do estado de São Paulo.
O encontro buscou promover a troca de experiências entre os coletores e conhecimento do processo de produção de mudas no viveiro a partir das sementes coletadas. No primeiro dia do intercâmbio, os participantes conheceram a sede da Apremavi e a Trilha da Restauração, localizada no entorno do viveiro. Para finalizar o dia, percorreram a trilha do Parque Natural Municipal da Mata Atlântica.
Já no segundo dia, a programação iniciou com uma conversa com Maria Tereza Veiga e Zelia Pupo, coletoras da Rede de Sementes Vale do Ribeira, além do Juliano Nascimento, engenheiro agrônomo do Instituto Socioambiental (ISA) e responsável técnico pela Rede de Sementes Vale do Ribeira. O trio contou a história da rede e a forma de organização do grupo. Além disso, as coletoras puderam contar suas experiências ao longo dos últimos anos como elos das suas comunidades. O elo é uma figura importante nas redes de sementes, responsável por organizar as entregas de sementes e orientar todos os integrantes sobre os acordos da rede.
Em 2022 técnicos da Apremavi fizeram uma visita à Rede de Sementes Vale do Ribeira – que integra o faz parte do Redário e é parceira da Apremavi – para conhecer a iniciativa e visitar a casa de sementes e viveiro no quilombo Nhunguara, bem como uma área em restauração por semeadura direta.
Juliano Nascimento comenta sobre a importância do encontro: “A troca de experiência entre coletores e coletoras de sementes nativas é essencial para o desenvolvimento de tecnologias sociais para a produção de sementes de base comunitária, possibilitando a partilha do conhecimento entre agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais e assentados da reforma agrária, que sempre transmitiram seu conhecimento através da oralidade e do convívio com a floresta.”
Registros das atividades na sede da Apremavi. Fotos: Marluci Pozzan e Miriam Prochnow.
A segunda parte da manhã foi conduzida por Leandro Casanova, coordenador de projetos da Apremavi e Alex Sieves, viveirista da Apremavi. O grupo aprendeu sobre coleta, beneficiamento e armazenamento dos principais grupos de sementes nativas. Além disso, pôde conhecer melhor o processo de produção de mudas na Apremavi, desde a semeadura até a rustificação das mudas.
Ivanir Oliveira, moradora de Abelardo Luz e integrante da Rede de Sementes do município, conta como é participar participar da rede e do intercâmbio: “É uma experiência e um conhecimento muito gratificante você saber que coletou a semente do chão, cuidou dela, e agora ela já está ali crescendo. É muito prazeroso saber que aquela sementinha vai ser plantada em outro lugar e daqui há alguns anos vai produzir frutos também. É uma rede de sementes, mas também é uma rede de trabalho entre várias pessoas.”
Autora: Marluci Pozzan
Revisão: Thamara Santos de Almeida e Vitor Lauro Zanelatto
Foto de capa: Marluci Pozzan