Semana no Rio de Janeiro coloca a ação climática no centro do diálogo
A Rio Climate Action Week aconteceu entre os dias 23 e 29 de agosto, com uma programação diversa para discutir as múltiplas iniciativas em ação sobre as mudanças climáticas no contexto brasileiro.
A Semana de Ação Climática do Rio (RCAW) é uma iniciativa independente e preparatória para a COP30 do Clima, e foi realizada em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro e a Semana de Ação Climática de Londres. A edição brasileira da iniciativa foi a mais recente de uma série de semanas de ação climática em cidades, inspirada no modelo pioneiro da Semana de Ação Climática de Londres a partir de 2019.
A Apremavi esteve presente em vários eventos da semana, incluindo a sessão de abertura que ocorreu no dia 25 de agosto, no Museu do Amanhã. Foi um momento especial em que puderam ser relembrados agendas e acordos estabelecidos na Conferência de 1992, que ocorreu no RJ. A Apremavi já havia participado de outra Semana do Clima, em Nova York, em 2019.
Miriam Prochnow, Coordenadora de Políticas Públicas da Apremavi, participou ativamente dos eventos organizados pela BVRio, em parceria com o Observatório do Código Florestal. Foram eventos voltados a temas como restauração florestal, transição agrícola e climática e investimentos para a transição climática, em parceria com atores-chave desses segmentos. As iniciativas reuniram especialistas, governos, setor privado e sociedade civil para debater soluções concretas e escaláveis, reforçando o protagonismo brasileiro na agenda climática rumo à COP30, do Clima, que será realizada em Belém, em novembro deste ano.
No dia 26 de agosto aconteceram dois eventos: Oportunidades e Desafios para Escalar a Restauração, visando à integração de políticas, recursos e inovação para ampliar a restauração no Brasil, e Diálogos sobre Clima e Código Florestal visando um debate sobre o papel do Código Florestal na agenda climática e avanços na regularização ambiental.
No dia 27 de agosto foi a vez do evento: Financiando a Transição Agrícola e Climática, quando foram apresentados casos e instrumentos financeiros para agricultura sustentável e instrumentos e políticas públicas para adaptação climática.

Registros da Rio Climate Action Week. Fotos: Miriam Prochnow.
Para Miriam Prochnow ficou claro que a implementação efetiva do Código Florestal é peça central para que o Brasil consiga atingir as metas da Convenção do Clima, dando escala necessária e almejada à restauração: “segundo o Observatório do Código Florestal, temos 21 milhões de hectares de APPs e RLs que precisam ser restaurados e a meta brasileira dentro da NDC é restaurar 12 milhões de hectares, ou seja, nosso “dever de casa” é muito maior do que a meta estabelecida. Para que esses hectares que precisam ser restaurados entrem no sistema de restauração, precisamos de um lado de uma atuação firme de comando e controle e de outro, apoio para fazer acontecer. A restauração também precisa entrar e se consolidar dentro do sistema de financiamento, crédito e incentivo financeiro nacional. Somente dessa forma alcançaremos nossas metas, lembrando mais uma vez que a aplicação do Código Florestal é vital tanto nas ações de mitigação quanto nas de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas”, ressalta Miriam. Ela enfatiza ainda que o Brasil é uma verdadeira potência em se tratando de soluções baseadas na natureza, projetos bem sucedidos e boas práticas que podem e devem ser replicadas em larga escala.
A Semana de Ação Climática do Rio é uma resposta, em nível municipal, ao apelo da presidência brasileira da COP30 por um “mutirão”, esforço coletivo, demonstrando ações de baixo para cima e de cima para baixo para mitigar e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas e construir resiliência em sociedades e comunidades.
Autora: Miriam Prochnow
Revisão: Carolina Schäffer e Vitor Lauro Zanelatto
Foto de capa: Miriam Prochnow