Nesta 4a feira, a Apremavi realizou visita à sua nova propriedade no município de Papanduva (SC). No início deste mês, uma área de cerca de 260 ha foi definitivamente escriturada no nome da Instituição.

Já em 1996, a Sra. Irmgard Grimm ( 1910 –  1999) doara à Associação o terreno, situado no município de Papanduva (SC). Devido a dificuldades fiscais, apenas recentemente pôde-se realizar a escrituração da propriedade.

A falecida senhora Irmgard, filha de Otto Grimm e irmã de Emmy Kirchgarte, herdara o referido terreno no qual a firma Grimm & Cia Ltda de Agrolândia extraía canela-sassafrás (Ocotea pretiosa) até o início da decada de 1980. Com essa nova propriedade, a Apremavi passou a ser "dona de terra", poder-se-ia pensar… Uma afirmação um bocado provocativa, uma vez que não se pretende usar o terreno de forma tradicional, já que a entidade não têm fins lucrativos. Mas o que poderia se chamar de "mas que baita terreno!" não tem um futuro improdutivo pela frente.

A Apremavi pretende tornar a área uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), assegurando com isso a preservação de raras espécies de árvores e animais que ainda ocorrem na região.

Sr. Davide, membro da diretoria, os funcionários Edegold Schäffer, Carlos A. dos Santos Krieck (biólogo), Leandro Casanova e Philipp Stumpe (Engenheiros florestais) foram conduzidos à área pelo Sr. José, antigo funcionário da empresa Grimm. O Sr. José conhecia bem a área, por ter trabalhado alguns anos para a empresa Grimm no local.

Em entrevista para aprenews, Leandro conta:

    Visitamos hoje com uma equipe da Apremavi esta área de mais de 200 ha para conhecer e fazer uma vistoria geral. Queríamos ver o estado dos fragmentos florestais da área, com o objetivo de realizar um levantamento de áreas que possam vir a ser recuperadas com o plantio de espécies florestais nativas, a exemplo do que a entidade já fez com o seu projeto de enriquacimento de florestas secundárias.

    Ficamos surpresos em encontrar partes da área com significativa cobertura florestal, pouco impactadas pela exploração comercial do passado. Uma das principais espécies existentes no local é a canela-sassafrás, hoje espécie ameaçada de extinção. Esta espécie foi muito explorada no passado, para a exploração de óleo, gerando um ciclo econômico na região do Alto Vale. Além dessa espécie existem no local outras espécies igualmente listadas como ameaçadas de extinção, como a canela-preta (Ocotea catharinensis), além de cedros, perobas, canjeranas.

    Segundo depoimento de antigo caseiro da área, existe na região uma fauna bastante diversificada, ocorrendo espécies raras e ameçadas de extinção, como puma, veados, catetos, tamanduá-mirim e até onça-pintada.

    Também nos chamou a atenção a grande quantia de nascentes com águas cristalinas, coisa que hoje em dia já é até coisa rara…

    Além disso, a região é de grande beleza panorâmica. A diferança de altitudes vai de 600 até mais de 900 metros acima do nível do mar, assim que na área toda encontramos diferentes micro-climas, que propiciam diferentes condições de desenvolvimento à vegetação.com características próprias …

    A Apremavi pretende realizar diferentes trabalhos nesta área e no entorno da região, como o enriquecimento da floresta e programas de educação ambiental.

Equipe que vistoriou o terreno

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