Apremavi testa semeadura direta de espécies nativas para restauração
A primeira atividade foi realizada na área piloto do projeto Conservador das Araucárias, em Urubici (SC). Uma área da Fazenda Santa Bárbara ocupada no passado por pastagem para o gado recebeu sementes de bracatinga (Mimosa scabrella), aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolia), capororoca-branca (Myrsine coriacea) e araçá-vermelho (Psidium cattleyanum), espécies de crescimento rápido e com boa resistência ao frio da Serra Catarinense. A semeadura foi realizada à mão livre pelos técnicos da Apremavi.
A metodologia de semeadura direta tem grande potencial na restauração de áreas degradadas. Sementes de espécies nativas de diferentes estágios sucessionais podem ser utilizadas, dependendo do diagnóstico da área e do objetivo da restauração, e pode ser uma metodologia vantajosa por conta da diminuição de custos de implantação e melhor adaptação e desenvolvimento das espécies às condições ambientais do local. Sendo assim, os técnicos da Apremavi estão com boas expectativas em relação ao experimento. Como a área tem cobertura majoritariamente de gramíneas nativas, sem a presença significativa de espécies invasoras, as condições para germinação e desenvolvimento das plântulas são boas, e devem melhorar com a chegada do verão. Visitas de monitoramento serão realizadas nos próximos meses para acompanhar a evolução da restauração na área e mensurar o sucesso da germinação.
Se exitosa, a experiência poderá ser replicada e auxiliar na execução da meta ambiciosa do projeto: restaurar 7.000 hectares da Mata Atlântica, com ênfase na Floresta com Araucárias. O território de atuação do projeto abriga 107 Unidades de Conservação, 23 Quilombos, 47 Terras Indígenas e 220 Assentamentos de Reforma Agrária. Além de acelerar a restauração em áreas onde o plantio não é viável – por dificuldades de acesso às mudas e insumos, por exemplo – essa metodologia pode reduzir custos e incentivar a cadeia de coleta de sementes, uma das formas de diversificação das atividades econômicas em pequenas propriedades e comunidades.
Capacitação: O objetivo geral é aumentar o número de técnicos capacitados para recomendar, implantar ou autorizar a semeadura direta;
Novos plantios: Busca-se garantir a efetividade da semeadura direta por meio de assistência técnica e acompanhamento de novas áreas com o método;
Sementes: Visa disponibilizar sementes para atender a demanda crescente para restauração, conectando produção (coletores) e mercado (clientes);
Normas: Destravar os principais gargalos legais para alavancar a semeadura direta;
Difusão de conhecimento: Foco em apoiar demais pilares do plano de ação com divulgação de informações concisas e atrair novos parceiros e interessados.
> Saiba mais sobre semeadura direta no guia da Caminhos da Semente
Revisão: Carolina Schäffer
Foto de capa: Gabriela Goebel