Erva-mate artesanal é uma ótima alternativa para o agricultor familiar
A Apremavi e o Centro Vianei de Lages, entidades executoras do projeto Agrofloresta Familiar, realizaram no mês de junho intercâmbio com agricultores do Alto Vale do Itajaí e Planalto Serrano em Ipê no Rio Grande do Sul. O objetivo da viagem foi visitar o sistema de produção e industrialização artesanal de erva-mate sombreada e orgânica.
Considerando as potencialidades que alguns municípios das regiões onde é desenvolvido o projeto de Agrofloresta, por conta de sua relação a cadeia produtiva da erva-mate, é intenção das entidades executoras do projeto mostrar a viabilidade de agregar valor ao produto, mediante o beneficiamento artesanal.
Segundo depoimento do agricultor visitado no município de Ipê, Flávio Zanotto, hoje a erva-mate é responsável por 50% da geração da renda da sua propriedade. Como o agricultor trabalha de forma orgânica e já está articulado com uma associação de agricultores, a comercialização da erva-mate é feita em feiras agroecológicas nos municípios próximos a Ipê e em Porto Alegre, capital gaúcha.
Em um segundo momento do intercâmbio os agricultores e técnicos assistiram a uma palestra de um agrônomo especialista em erva-mate, que enfatizou que no futuro, uma boa potencialidade para a erva-mate na agricultura familiar é o processamento (cancheamento) e destinação da erva-mate, para indústrias extraírem princípios ativos e extratos.
O modo artesanal e correto do processamento da erva-mate é muito importante porque sendo um processo lento e gradual permite que uma série de elementos nutricionais da erva-mate não sejam eliminados, ao contrário do que acontece nos sistemas industriais modernos, que necessitam de rapidez na produção e com isso há a eliminação de componentes nutricionais importantes.