A trilha da Serra do Pitoco é uma das possibilidades para a prática de caminhadas, agregada ao ecoturismo, em Atalanta. No dia 26 de janeiro de 2007, para conferir de perto a beleza da Serra, que é uma das paisagens que se vê logo de cara quando se chega à cidade, um grupo de pessoas ligado à Apremavi resolveu “botar o pé na trilha”.

A serra, na realidade é um importante remanescente florestal com aproximadamente 5.000 ha que fica situada nos municípios de Atalanta, Agrolândia e Petrolândia, no Alto Vale do Itajaí.

Cedinho, Mariluci, Gabriela, Carolina, Jaqueline, Miriam, Uilson, Maicon, Lauro, André e Wigold, escoltados pelo fiel pastor alemão “Juninho”, começaram o caminho que levaria até o topo da serra. Antes da subida, porém, passaram pelos módulos experimentais do projeto de enriquecimento de florestas secundárias da Apremavi e também por um recente plantio de árvores nativas feito, na propriedade de Ângelo Sardá.

Durante a caminhada, que durou seis horas, uma das perguntas mais freqüentes foi: de onde veio o nome Pitoco?

Existem controvérsias sobre a origem do nome, uns dizem que assim se chama porque na verdade parece ser o final da Serra Geral, ou seja, o “pitoco” dessa serra. A outra versão é bem mais popular, pois contam os mais antigos da região que o nome vem de um cachorro de nome “Pitoco” que se perdeu por aquelas bandas e nunca mais foi achado, ficando o local conhecido como, a “Serra do Pitoco”.

Mas o que importa é que, “pitoca” ou não, a serra continua lá, como um símbolo de resistência do passado e esperança no futuro. Um passado que não foi nada favorável, porque ela teve que sobreviver ao agressivo processo de exploração pelo qual passou toda a Mata Atlântica.

O extrativismo da madeira, e de algumas espécies para produção de essências (óleo de sassafrás), representou um dos primeiros ciclos econômicos da região, perdurando até a década de 70. Nos anos 80 a Apremavi realizou vistorias e denúncias sobre desmatamentos ilegais, em especial de araucárias e outras madeiras nobres. Mesmo assim, a exploração madeireira na Serra do Pitoco perdura até os dias de hoje. Infelizmente, durante a caminhada, o grupo se deparou com um crime ambiental: a derrubada recente de cinco araucárias. Um trabalho formiguinha escondido no meio da mata.

Mas por que então a Serra do Pitoco é também um símbolo de esperança? É simples. Porque abrigados nos seus remanescentes, em especial em suas encostas, estão exemplares únicos de espécies de árvores nobres da Mata Atlântica, que sobreviveram porque ninguém conseguiu chegar até lá com o machado e a motosserra. Essas árvores são também o refúgio para espécies de animais ameaçados, como o macaco bugio (Allouata fusca), cujo barulho se pode escutar de longe e também de macacos-prego, como os que foram avistados por alguns integrantes do grupo durante a caminhada. Além desses, nessas matas se escondem quatis, cotias, serelepes e outros.

Outra coisa que impressiona, é a quantidade e diversidade de aves. Por todo o caminho havia uma sinfonia em andamento. E para os que se atém a detalhes, é muito grande o número de diferentes fungos que podem ser avistados.

Enfim, como disseram os estudantes de biologia, Carolina e André: “o lugar é de uma beleza extraordinária e de fundamental importância ambiental, que merece estudos futuros para fins conservacionistas”.

Informações sobre o acesso à trilha podem ser obtidas no viveiro Jardim das Florestas com Edinho ou Edegold: (47) 35350119. (Informação adendada em 06.02.08, após solicitacão via comentário).

Fotos de Miriam Prochnow, Wigold Schäffer e Gabriela Schäffer

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