O delegado de Polícia Civil de Atalanta, Paulo César França, esteve hoje, 7 de agosto, onde Wigold Schaffer e Miriam Prochnow foram agredidos e tidos como reféns sob a mira de arma de fogo para fazer a perícia do local. Wigold reconstituiu a cena e mostrou como ele e sua esposa agiram durante o episódio.

Os conselheiros da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) voltaram a morar na área rural de Atalanta, um município de 3.300 habitantes, a 277km de Florianópolis (via BR101) em Santa Catarina depois de 14 anos de residência em Brasília. Ainda sentindo dores pelo corpo devido a escoriações e hematomas, Wigold sente-se aliviado, já que o tiro que levou na mão poderia ter lhe tirado a vida.

A família está muito sensibilizada com o grande número de manifestações de apoio que vem recebendo, inclusive de instituições do exterior.

Por orientação do advogado do casal, Odair Luiz Andreani, as fotos divulgadas pelo casal ocultaram o rosto do caçador, o que provocou muitas manifestações onde foram publicadas. “Ante o fato condenável tanto pela prática ilegal da caça, porte ilegal de arma de fogo e tentativa de homicídio, optamos por tomar caminhos para que o acusado seja punido sob os aspectos da lei, denunciando os fatos às autoridades competentes. Elas já tem o nome e a foto do responsável e a elas cabe divulgar. Às vítimas, cabe exigir que o culpado seja punido na forma da lei”, justifica Andreani.

Ele ainda acrescenta que a caça e o porte ilegal de armas de fogo não são fatos isolados. Segundo o advogado quando se mostra a "cara" do cidadão que cometeu esse crime em específico, as reações podem tanto atrair a ira dos cidadãos de bem como até a promoção de um “herói” por aqueles que pensam e agem como ele. “Sob o aspecto jurídico, mesmo sendo o fato conhecido e comprovado, o agressor é um acusado, suspeito, principalmente pela forma como foi denunciado”.

Além disso, Andreani argumenta que não há um sentença condenatória transitada em julgado. “É um direito a ser preservado”. Sem esse cuidado, corria-se o risco de atrair para todos que divulgassem, inclusive para a Apremavi e a imprensa, riscos desnecessários de uma ação de reparação de danos. “A preservação da exposição é um direito do cidadão. Veja que tal situação é corriqueira sempre que ocorre até a prisão de quadrilhas”.

Conforme a notícia divulgada no site do jornal Diário Catarinense, o delegado esperava que o acusado fosse se apresentar hoje. No entanto, ele não apareceu, sob a alegação de que não poderia contar com a presença de seu advogado. A Polícia informou que o depoimento será dado amanhã, quinta-feira, dia 8 de agosto.

O Ministério Público catarinense também está cuidando do caso, que acabou tendo uma repercussão nacional e chamando a atenção da sociedade o quanto a caça vem sendo uma prática comum, apesar de proibida.

Diversas pessoas que se manifestaram em sites, onde a notícia da agressão foi veiculada, contaram situações envolvendo caçadores, não só em Santa Catarina, mas também no Rio Grande do Sul. Não é raro encontrar vestígios dessa prática em locais onde há fauna nativa, como Áreas de Preservação Ambiental e Unidades de Conservação.

Sílvia Franz Marcuzzo
jornalista MTb/RS 7551

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