Apremavi avalia guia de monitoramento de áreas restauradas em propriedades no Paraná

18 maio, 2023 | Notícias

Entre os dias 8 a 11 de maio a equipe técnica da Apremavi realizou uma série de atividades de campo no Paraná para testar o Guia de Monitoramento de Projetos de Restauração de Áreas Degradadas e Alteradas desenvolvido em parceria com a Klabin

Desde o ano passado a Apremavi é parceira oficial da  Década da ONU da Restauração de Ecossistemas (2021 – 2030). O objetivo da Década é inspirar e apoiar governos, organizações multilaterais, sociedade civil, empresas do setor privado, jovens, grupos de mulheres, povos indígenas, agricultores, comunidades locais e indivíduos para colaborar, desenvolver e catalisar iniciativas de restauração em todo o mundo.

Em 2021, o Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO), lançaram o “Plano de Ação para a Restauração de Ecossistemas na América Latina e no Caribe”, durante a XXII Reunião do Fórum de Ministros do Meio Ambiente da América Latina e do Caribe.

Uma das barreiras apontadas pelo documento para alcançar as metas de restauração diz respeito ao investimento limitado em pesquisa científica e monitoramento de áreas restauradas e aponta a necessidade de métodos avaliativos de monitoramento. Uma das sugestões apontadas pela publicação é a promoção de uma nova geração de profissionais e técnicos que participem no planejamento, implementação, avaliação e monitoramento de projetos e programas de restauração de ecossistemas. A restauração vai além do plantio de árvores, é um esforço interdisciplinar, por isso, se faz necessário monitorar e avaliar a efetividade dessas atividades nos diversos projetos de restauração desenvolvidos e treinar a equipe técnica para isso.

Pensando nisso, há alguns anos a Apremavi está trabalhando na elaboração de um protocolo de monitoramento de áreas restauradas e degradadas. A primeira versão do guia de monitoramento foi elaborada considerando principalmente as particularidades do Projeto Restaura Alto Vale

O “Guia de Monitoramento de Projetos de Restauração de Áreas Degradadas e Alteradas” foi elaborado a partir de uma extensa pesquisa bibliográfica, inúmeras reuniões realizadas com a equipe técnica e testes realizados em campo. Ele foi embasado no “Protocolo de Monitoramento para Programas e Projetos de Restauração Florestal (2013)” do Pacto Pela Restauração da Mata Atlântica, no “Guia para Monitoramento de Reflorestamentos para Restauração (Melo, 2010)” e na Portaria n° 170 de 01 de Junho de 2020 do Instituto Água e Terra (IAT) do Governo do Estado do Paraná.

O guia foi elaborado no contexto de propriedades restauradas pelos programas Matas Legais e Matas Sociais e em áreas de Área de Preservação Permanente da própria Klabin. Contudo, o mesmo pode ser modificado e aplicado para a realidade dos demais projetos que a Apremavi executa em conjunto com seus parceiros, apoiadores e financiadores.

Os projetos de restauração são realizados com apoio do proprietário rural e/ou parceiro, sendo que a maioria deles são desenvolvidos em Áreas de Preservação Permanente (APP). Para elaboração do guia foram consideradas três estratégias ou metodologias principais adotadas nos projetos de restauração, sendo:

– Condução da regeneração natural;

– Introdução de espécies nativas em área total (plantio de mudas);

– Enriquecimento de florestas secundárias.

 

 

Equipes técnicas da Apremavi se reúnem no Paraná para testar o guia de monitoramento

Entre 8 e 11 de maio, às equipes técnicas dos programas Matas Legais e Matas Sociais de Santa Catarina e do Paraná, acompanhados de integrantes da Diretoria e da Coordenação de Comunicação e Informação, estiveram nas cidades de Curiúva e Imbaú, no Paraná, visando testar em campo o guia de monitoramento.

Para isso, foram amostradas propriedades de distintas áreas, metodologias de restauração e localidades de ambos os projetos. A equipe testou na prática a aplicação da pesquisa de monitoramento no aplicativo Survey 123 do ArcGis.

A pesquisa envolvia uma série de perguntas relacionadas a fase de implantação dos projetos (fase I) e pós implantação (fase II). O primeiro passo era preencher a pesquisa com o nome do proprietário, da propriedade, área restaurada, fase e a metodologia de restauração. Após isso, parcelas eram avaliadas aleatoriamente ao longo dos projetos de restauração, onde a quantidade de regenerantes, diversidade de espécies, dentre outros fatores, eram amostrados. Por fim, a partir da pesquisa, o projeto de restauração era classificado em “em adequação”, “ satisfatório” ou “adequado”.

Apremavi avalia guia de monitoramento de áreas restauradas em propriedades no Paraná. Foto: Carolina Schäffer

Equipes técnicas dos programas Matas Legais e Matas Sociais de Santa Catarina e do Paraná, acompanhados de integrantes da Diretoria e da Coordenação de Comunicação e Informação avaliando em campo o guia de monitoramento de áreas restauradas. Fotos: Carolina Schäffer.

Para finalizar a semana, a equipe se reuniu na Biblioteca Pública Municipal Paulo Freire, de Imbaú (PR), para discutir as necessidades de alterações no guia e dividir a execução das próximas etapas de elaboração do mesmo.

“A avaliação do guia em campo foi muito esclarecedora, foi possível ver que o trabalho em prol da restauração não é mecânico, é preciso ter um treinamento e olhar clínico junto aos colegas a fim de traduzir da melhor forma possível o real; o que não é tarefa simples”, relata Leandro Casanova, Coordenador de Projetos da Apremavi.

Tatiane Arruda Correia, Coordenadora de Projetos da Apremavi, destaca a importância da semana para conhecer as distintas realidades das propriedades atendidas: “Foi muito bom conhecer um pouco mais da realidade do Paraná e compreender as dificuldades de mensurar e ter informações mais aproximadas do monitoramento da restauração. Ao longo da semana visitamos propriedades grandes, como as atendidas pelo Matas Legais, e também foi importante trazer a realidade da agricultura familiar por meio das pequenas propriedades do Matas Sociais”.

 

Matas Legais

É uma iniciativa da parceria entre a Apremavi e a Klabin que ocorre em Santa Catarina e no Paraná. O projeto desenvolve ações para o planejamento de propriedades e paisagens, estratégias de conservação e sustentabilidade para o fomento florestal, que ajudam a preservar e recuperar os remanescentes florestais nativos, e a melhorar a qualidade de vida da população.

A palavra legal procura traduzir dois sentidos: o de cumprimento da legislação ambiental e o de expressão de um lugar agradável, bonito e bom para viver.

> Conheça o Matas Legais

 

Matas Sociais

É uma parceria entre a Klabin, a Apremavi e o Sebrae que também ocorre em Santa Catarina e no Paraná. O objetivo é contribuir para o fortalecimento social, econômico e ambiental de pequenas e médias propriedades rurais em benefício da agricultura familiar e do desenvolvimento sustentável.

> Conheça o Matas Sociais

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Carolina Schäffer.

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