Dia Nacional de Conscientização das Mudanças Climáticas com indicações da Apremavi

16 mar, 2023 | Notícias

O Dia Nacional de Conscientização das Mudanças Climáticas foi instituído pela Lei nº 12.533/2011 com o intuito de ampliar as discussões e conscientizar sobre as mudanças climáticas e seus efeitos. Um dos artigos da lei orienta que a data, 16 de março, seja utilizada pelas escolas para a promoção de atos, eventos, debates e mobilizações relacionadas a medidas de proteção dos ecossistemas brasileiros.

É preciso mais que a reserva da data no calendário para que mudanças efetivas sejam promovidas sobre o tema. O primeiro passo deve ser a consciência plena e o envolvimento dos cidadãos no tema, sabendo quais os riscos, problemas sistêmicos e também oportunidades que o combate estruturado à emergência climática pode criar. 

O Brasil sofre as consequências das mudanças climáticas de forma extensiva, com o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos; como secas, enchentes e deslizamentos de terra. Com o objetivo de ampliar a conscientização e o debate acerca dos efeitos das mudanças climáticas sob as óticas de gênero, social, econômica e biodiversidade, separamos algumas sugestões de conteúdos.

 

Indicações para o Dia Nacional de Conscientização das Mudanças Climáticas

Plataforma educacional EmpoderaClima

A EmpoderaClima é uma plataforma educacional criada para aumentar a conscientização dos impactos desproporcionais que meninas e mulheres enfrentam no Sul Global devido às mudanças climáticas. Os conteúdos, disponíveis em inglês, espanhol, português e francês, promovem a discussão sobre gênero e clima para estudantes, pesquisadores, ativistas e jovens engajados de países em desenvolvimento com foco no Sul Global.

 

Publicação “Quem precisa de justiça climática no Brasil?”

A publicação lançada em 2022 é oriunda de um estudo realizado pelo GT de Gênero e Clima do Observatório do Clima e profissionais convidados e buscou promover o diálogo e a ação climática a partir da perspectiva de gênero e suas intersecções. Pesquisar e apresentar conceitos e dados sobre o tema no Brasil, sistematizar informações sobre a justiça climática a partir de uma perspectiva interseccional, reunir narrativas para ilustrar a dimensão múltipla do conceito e prática da justiça climática considerando diferentes perspectivas (gênero, raça e lugar social) foram os três objetivos principais do estudo.

 

Relatório “Desigualdade de Carbono em 2030: emissões de consumo per capita e a meta de 1,5°C”

O relatório lançado em 2021 por encomenda da Oxfam estimou as pegadas de carbono das pessoas mais ricas e mais pobres em todo o mundo e verificou a desigualdade presente nessas emissões. Segundo o relatório, o 1% mais rico da população mundial deve emitir 30 vezes mais do que o nível de 1,5°C proposto até 2030, por outro lado, a metade mais pobre da população global vai continuar emitindo bem menos do que o nível proposto de 1,5°C em 2030. Ou seja, uma pequena elite mundial está com passe livre para emitir, enquanto os mais pobres estão fazendo a sua parte para o Acordo de Paris. A publicação aponta que quem está no grupo do 1% teria que reduzir suas emissões em cerca de 97% em relação ao que emite hoje para atingir o nível proposto.

“Nos últimos 25 anos, os 10% mais ricos da população mundial foram responsáveis por mais da metade de todas as emissões de carbona. A injustiça e a desigualdade nesta escala são um câncer. Se não agirmos agora, este século pode ser o nosso último”, diz Antônio Guterres, secretário Geral da ONU em depoimento presente na publicação.

 

Pesquisa “Escuta de Crianças sobre a Natureza e as Mudanças Climáticas”

Entre os anos de 2018 a 2020, os pesquisadores Ana Cláudia de Arruda Leite e Gandhy Piorski do Instituto Alana desenvolveram uma pesquisa de escuta de crianças nas cinco regiões do Brasil. O  ponto de partida foi o interesse em considerar a perspectiva das crianças sobre o impacto das mudanças climáticas em suas vidas e nas futuras gerações. Como resultado os pesquisadores classificaram que as produções das crianças em quatro eixos: “teia da vida” (relação de interdependência nos acontecimentos sobre o meio ambiente e de conexão entre os fatos), “retorno ao primitivo” (ideia de retorno aos estágios primitivos da civilização, como as destruições em massa), “drama geológico” (as ameaças e transformações viriam não dos seres humanos, mas sim do planeta e sua reorganização geológica, ou até do sistema solar e do cosmos) e “drama ético” (responsabilidade dos seres humanos nas consequências negativas e positivas em relação ao meio ambiente).

 

Manifesto “Jovens Pela Educação Climática”

Uma proposta elaborada por jovens brasileiros em 2021 coloca a educação climática nas escolas como urgência. O texto mostra o espaço escolar como o melhor ambiente para que as consequências das mudanças climáticas e o papel da sociedade civil na mudança desse paradigma seja debatido. O Chão da escola também pode ser encarado como terreno fértil para a criação de projetos onde os próprios jovens sejam protagonistas da mudança, como ocorre no movimento #FridaysForFuture

 

Plantar florestas é a melhor forma de mitigar os efeitos das mudanças climáticas

No Brasil, a maior parte das emissões de gases de efeito estufa é gerada pelo desmatamento e mudanças no uso da terra, como por exemplo, a ação de derrubar florestas para dar lugar à pecuária. É o que aponta o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), uma iniciativa do Observatório do Clima, que avalia a produção de estimativas anuais das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no país. Assim, restaurar as áreas desmatadas e manter a floresta em pé é uma das maiores formas de contribuição para a mitigação das mudanças climáticas.

Gráfico de emissão total por setor no Brasil. Fonte: elaborado pelo SEEG e disponível no site da iniciativa.

Gráfico de emissão total por setor no Brasil. Fonte: elaborado pelo SEEG e disponível no site da iniciativa.

Agora que você já tem acesso a diferentes tipos de conteúdo sobre o tema, entenda como ser um ativista e veja abaixo o que a Apremavi tem feito para apoiar a causa.

O papel da Apremavi na mitigação das mudanças climáticas

Desde sua fundação, a Apremavi desenvolve projetos que contribuem para a conservação e restauração das florestas no bioma Mata Atlântica, e consequentemente, com a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Além disso, a Apremavi é ativista nas causas socioambientais. Conheça os projetos em desenvolvimento:

 

Conservador das Araucárias

Visa a restauração florestal com espécies nativas, atrelada à captura de carbono para mitigação das mudanças climáticas, a adequação de propriedades rurais à legislação ambiental e a conservação de mananciais hídricos, do solo e da biodiversidade, bem como a melhoria da qualidade de vida da população inserida no território. É fruto da parceria entre a Tetra Pak e a Apremavi.

Implantando o Código Florestal 

Atua no fomento de políticas, práticas, transparência e governança para a implantação do Código Florestal. É executado através de um consórcio liderado pelo Observatório do Código Florestal e é apoiado pela Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento – NORAD.

+Floresta

Tem como objetivo contribuir com a restauração da vegetação nativa em Abelardo Luz (SC), área de domínio de Floresta Ombrófila Mista, no Oeste do Estado de Santa Catarina, voltadas ao incremento das populações de araucária (Araucaria angustifolia), imbuia (Ocotea porosa) e xaxim (Dicksonia sellowiana), espécies vegetais ameaçadas de extinção com histórico de intensa exploração no estado. É financiado pelo Ibama e supervisionado pelo Ministério Público Federal de Santa Catarina (MPF/SC), pelo Instituto Socioambiental (ISA) e pela Justiça Federal de Santa Catarina.

Matas Sociais

Atua no fortalecimento econômico, ambiental e social das pequenas e médias propriedades rurais do Paraná e Santa Catarina, é desenvolvido em parceria com a Klabin e o Sebrae,

Matas Legais

Desenvolve ações de conservação, educação ambiental e fomento florestal, tendo como base o planejamento de propriedades e paisagens no Paraná e em Santa Catarina, em parceria com a Klabin.

Bosques de Heidelberg: 

Promove a restauração da Mata Atlântica e a realização de ações de educação ambiental em escolas. Desenvolvido com a ONG alemã Bund für Umwelt und Naturschutz Deutschland – BUND.

Clima Legal:

Realiza plantios de árvores nativas visando a neutralização das emissões de CO2, amenizando os efeitos da crise climática e contribuindo com a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica por meio de adesões de pessoas físicas e institucionais

 

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanellato e Carolina Schäffer.
Foto de Capa: Registro do Ato Pela Terra (09/03/2022). Crédito: Gabriela Schäffer.

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