Guabiroba-crespa, endêmica da Mata Atlântica e ameaçada de extinção

23 out, 2023 | Guia de Espécies, Notícias

A guabiroba-crespa (Campomanesia reitziana) é uma espécie endêmica da Mata Atlântica, com ocorrência na Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) e Restinga dos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Ela também é chamada de Guabiroba-de-reitz ou guabiroba-morango, pois seu fruto tem gosto de morango no final.

A polpa da guabiroba-crespa é doce e por isso muito utilizada em sucos, geléias, licores e sorvetes. Além dos frutos, a sua árvore é de grande beleza, desabrochando com uma deslumbrante profusão de flores brancas que atraem abelhas, possuindo assim um potencial melífero. 

Pesquisas investigaram as propriedades medicinais da espécie e observaram propriedades relativas a efeitos anti-inflamatórios da dimetil-cardamonina (DMC), o principal constituinte do extrato metanólico de frutas de C. reitziana. Conhecimentos tradicionais associam a infusão das folhas da espécie a uma melhora no mal-estar gástrico e em quadros diarreicos.

A espécie pode ser utilizada na restauração de áreas degradadas, pois atrai animais silvestres, principalmente as aves, que apreciam seus frutos. Também é recomendada para arborização urbana. 

Mudas de guabiroba-crespa. Foto: Arquivo Apremavi

Detalhes das mudas e sementes da guabiroba-crespa. Fotos: Arquivo Apremavi

Guabiroba-crespa

Nome científico: Campomanesia reitziana D. Legrand
Família: Myrtaceae
Utilização: madeira utilizada para cabo de ferramentas, tábuas e lenha. Seus frutos são comestíveis, servindo de alimento para vários animais.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando começar a queda espontânea dos frutos ou recolhê-los do chão.
Época de coleta de sementes: outubro a novembro.
Fruto:  verde, arredondado, contendo até 4 sementes, possuindo aproximadamente 2 cm.
Flor: branca.
Crescimento da muda: médio
Germinação: normal.
Plantio: mata ciliar, área aberta, solo degradado.
Status de conservação: consta como Vulnerável na Lista Vermelha de Ameaça da Flora Brasileira

* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral, onde os estudos foram feitos com propriedades isoladas em uma quantidade específica. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações médicas

 

Referências:

Brasil. Lista Vermelha de Ameaça da Flora Brasileira. 2014. Disponível em: https://specieslist.sibbr.gov.br/speciesListItem/list/drt1565629935045. Acesso em: 23 out. 2023.

Cury, B. J., Boeing, T., Somensi, L. B., Campos, A., Cechinel‐Filho, V., de Souza, P., & da Silva, L. M. (2022). Dimethyl cardamonin from fruits of Campomanesia reitziana D. Legrand promotes gastroprotection and gastric healing effects in rodents. Chemistry & Biodiversity, 19(12), e202200727. http://dx.doi.org/10.1002/cbdv.202200727.

Mariott, M., Mariano, L. N. B., Boeing, T., Cechinel Zanchett, C. C., Salamanca, E., Bella Cruz, A., … & da Silva, L. M. (2022). Preparations from Campomanesia reitziana reduce the gastrointestinal motility and castor oil‐induced diarrhea in a non‐opioid and non‐dopaminergic pathway in mice and display antimicrobial activity in vitro. Neurogastroenterology & Motility, 34(2), e14277.http://dx.doi.org/10.1111/nmo.14277.

Oliveira, M.I.U.; Costa, I.R.; Proença, C.E.B. Campomanesia in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB10327>. Acesso em: 21 out. 2023 

Prochnow, M. (org) (2007). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: Apremavi.

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto e Carolina Schäffer.

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