O Observatório do Clima, do qual a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) é integrante, apresentou na terça-feira (11) uma lista com 24 recomendações para políticas de clima no Brasil. Além de traçar um caminho para o que deve ser a participação brasileira na COP 21 (Conferência do Clima das Nações Unidas, em Paris), o OC indica temas importantes para a agenda estratégica do país, em especial nos setores de energia e uso da terra.

Entre as recomendações estão o aumento da participação de fontes renováveis na matriz energética brasileira, ampliação dos planos de agricultura de baixo carbono e investimentos em planos de mobilidade urbana que privilegiem o transporte público e não-motorizado.

O Observatório também pede uma meta ambiciosa para o acordo de Paris, a retomada de planos setoriais de redução de emissões e a transparência de dados de políticas energéticas e de combate ao desmatamento. A lista faz parte do relatório de emissões de gases de efeito estufa no Brasil, que analisa os dados de emissões entre 1970 e 2013 e faz projeções para os próximos anos.

Para o secretário-executivo do OC, Carlos Rittl, o Brasil precisa transformar vantagens comparativas que tem em relação a outros países em vantagens competitivas. Para ele, a vulnerabilidade do país aos efeitos das mudanças climáticas é desconsiderada na formulação de políticas públicas e na agenda de desenvolvimento.

“No momento em que precisamos firmar compromissos para uma economia de baixo carbono e transformá-la em vantagem competitiva, ainda discutimos desenvolvimento sob a lógica do direito de poluir”, afirma. “O governo não vê nessa agenda uma oportunidade de melhorar a economia e a qualidade de vida da população.”

Tasso Azevedo, coordenador do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), diz que o Brasil precisa apresentar novidades em sua política de clima e desenvolvimento. “Precisamos ser mais ambiciosos. Não é uma grande vantagem ter reduzido consideravelmente o desmatamento mas continuar entre os países que mais desmatam.”

A lista completa de recomendações está disponível no anexo abaixo.

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