Publicação científica lança dados do Restaura Alto Vale

6 maio, 2022 | Notícias, Publicações e Materiais da Apremavi, Restaura Alto Vale

Restaura Alto Vale inspira publicação de periódico científico com apresentação dos principais resultados do projeto; Revista da Biodiversidade é lançada em parceria com a Unidavi, a Associação Ambientalista Pimentão e o Ministério Público de Santa Catarina.

Impressa em abril de 2022, segunda edição da Revista Biodiversidade, uma publicação periódica da Editora Unidavi para apresentação dos trabalhos científicos do Alto Vale do Itajaí, divulga dados do Projeto Restaura Alto Vale.

Organizada pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), pela Associação Ambientalista Pimentão, pelo Ministério Público de Santa Catarina e pela Unidavi, o volume especial apresenta em três capítulos o detalhamento, principais resultados obtidos nas atividades desenvolvidas e no monitoramento das áreas em restauração apoiadas pelo projeto. Além da restauração e monitoramento das áreas, o projeto realizou o estudo da composição florística e fitossociologia da vegetação ciliar na bacia do Alto Vale do Itajaí.

Para Robson Carlos Avi, Botânico e parceiro pesquisador do projeto, os resultados do Restaura Alto Vale apresentados na revista permitem à comunidade ter acesso às informações primordiais da vegetação da região, dando suporte a outros projetos de restauração que venham a ser realizados. “A revista é uma forma de tornar acessível esses dados e serve como apoio à educação ambiental visto que será amplamente divulgada nas escolas da região do AVI, universidades e diferentes meios de comunicação”, complementa Robson.

Conquistas do Restaura Alto Vale

Executado entre 2018 e 2022, com patrocínio do BNDES, o projeto restaurou 320 hectares de áreas degradadas, doou mais de 450 mil mudas de árvores nativas e orientou 725 propriedades, envolvendo cerca de 1000 proprietários rurais de 34 municípios de Santa Catarina para a adequação ambiental.

Maíra Ratuchinski, que atuou diretamente em campo realizando mobilização e contato com os agricultores durante todo projeto, comenta que o “Restaura Alto Vale foi uma grande oportunidade para pequenas propriedades rurais se adequarem à legislação ambiental e contribuírem de forma significativa não somente para a conservação e preservação dos recursos hídricos nas propriedades, mas também da região”.

Ela destaca ainda que aprendeu muito com o projeto, fez inúmeras amizades e sempre foi muito bem recebida pelos proprietários: “foi gratificante retornar às propriedades para realizar a monitoria e perceber o sucesso da restauração assim como a satisfação dos agricultores em terem participado do projeto”.

Estes resultados ilustram o potencial de mudanças sistêmicas que a escala da restauração pode promover, abrem portas para que novos projetos sejam desenvolvidos nessas regiões e criam novos paradigmas para a discussão e promoção de ações em rede para a restauração florestal e adequação ambiental da propriedade rural.

A importância do Monitoramento da Restauração

A elaboração de um protocolo adaptado à especificidade do projeto e a clareza dos indicadores a serem utilizados no monitoramento das áreas restauradas foi essencial para a avaliação dos resultados obtidos nas fases iniciais de implantação do projeto, permitindo avaliar resultados e indicar as necessidades de intervenção nas áreas a fim de promover as correções necessárias para o sucesso da restauração.

Monitoramento de área em restauração. Foto: Arquivo Apremavi.
Levantamento Florístico-Fitossociológico

A análise do componente arbustivo-arbóreo da vegetação ciliar em diferentes municípios do Alto Vale do Itajaí indica que as famílias com maior riqueza de espécies são Myrtaceae (122 espécies), Fabaceae (44 espécies), seguida de Lauraceae (32 espécies) e Rubiaceae (19 espécies).

Outros dois indicadores relevantes foram que as áreas com menor intervenção apresentaram maior diversidade de espécies; e, que a falta de registros de espécies madeiráveis, citada com frequência em estudos anteriores, apresenta dados alarmantes sobre a extinção e ausência de regeneração natural dessas espécies. Tais resultados corroboram ainda mais para a importância da conservação, da restauração e do enriquecimento de florestas secundárias, principal trabalho desenvolvido pela Apremavi.

Destaque: espécies mais presentes e frequentes na vegetação ciliar monitorada.  Galeria: Registros de flores e frutos identificados durante as atividades de monitoramento.
Fotos: Robson Carlos Avi
Entrega às escolas

No último dia 25 de maio, colaboradores da Apremavi, Unidavi e BNDES estiveram na Escola de Educação Básica “Tereza Cristina”, em Laurentino, para a entrega de exemplares da Revista Biodiversidade. O momento representou a distribuição do periódico para todas as escolas do Alto Vale do Itajaí que tenham turmas de séries finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. 

“A biodiversidade do Alto Vale precisa ser estudada,  e esse será um recurso importante para nós. Vamos disponibilizar para os professores de ciências e biologia, para que o material seja utilizado na rotina de sala de aula”, destacou Zuleide Andreia Frena da Costa, diretora da E. E. B. “Tereza Cristina”.

Confira mais sobre a entrega na cobertura realizada pela Unidavi:

A Revista Biodiversidade

A Revista Biodiversidade é uma publicação periódica dos trabalhos científicos desenvolvidos no Alto Vale do Itajaí. A Associação Ambientalista Pimentão e a Unidavi, através do Horto Florestal, se uniram para divulgar os resultados das pesquisas da fauna e da flora da região. O projeto biodiversidade conta com o apoio do Ministério Público do Alto Vale do Itajaí, e tem como objetivo promover a divulgação do conhecimento nos vinte e oito municípios.

+ Confira a íntegra do Volume 2 da Revista da Biodiversidade.

Autora: Carolina Schäffer
Revisão: Vitor L. Zanelatto.

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