Conferência Internacional sobre Biodiversidade – COP9

De 19 a 30 de maio aconteceu em Bonn, na Alemanha, a 9ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU. Participaram das duas semanas de encontro, mais de quatro mil pessoas, entre representantes de países, organizações da sociedade civil, empresas e institutos de pesquisa. Na conferência oficial os delegados tomaram 37 decisões, entre as quais a adoção de um "Mapa do Caminho" para orientar a finalização do regime internacional, sobre acesso aos recursos genéticos e repartição de benefícios em 2010, no Japão, onde será realizada a próxima conferência.

Para os representantes da sociedade civil, acompanhar a conferência oficial é sempre um exercício de grande paciência, uma vez que os avanços das discussões são lentos, se comparados à urgência das ações em prol do futuro. Mas levando em conta que essas discussões estão sendo feitas com todo o mundo, resta a esperança de que o que está sendo decidido, de fato seja colocado em prática.

Vários assuntos polêmicos ficaram ainda sem uma definição concreta, como é o caso do financiamento das ações de conservação da biodiversidade, ou seja: quem paga a conta?, a questão da fertilização dos oceanos como estratégia para amenizar os efeitos das mudanças climáticas e a questão das árvores trangênicas, sem falar é claro, nos biocombustíveis.

É sempre bom lembrar que uma das metas da convenção da biodiversidade, é que cada país tenha no mínimo 10% de cada Bioma, protegido em Unidades de Conservação (UCs) de Proteção Integral. Para o Brasil esse é realmente um grande desafio. A Amazônia conta hoje com um grande programa de Unidades de Conservação, que é o ARPA (Áreas Protegidas da Amazônia) e que tem feito um excelente trabalho a caminho da conservação de pelo menos 30% do Bioma.

Se pensarmos na Mata Atlântica, onde temos cerca de 6% do que resta do Bioma em UCs, sendo que destes, 2,5% são de proteção integral, fica evidente que ainda temos muito a fazer. Mas se olharmos para os outros biomas: Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampa, vemos que a situação é ainda mais grave e que medidas de conservação precisam ser tomadas imediatamente.

Paralelamente à conferência oficial, foi organizada uma ampla exposição da biodiversidade, onde os países mostraram o que tem feito pela conservação dos recursos naturais ao redor do mundo. Além disso, uma centena de eventos paralelos, os chamados “side events” fizeram a festa de quem foi para a COP9 para participar de discussões concretas e variadas sobre meio ambiente.

A Mata Atlântica se fez presente com um estande, organizado em conjunto pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA) e os organismos da Cooperação Internacional Brasil/Alemanha. O estande que representou muito bem a diversidade do Bioma fez muito sucesso, inclusive com as crianças que se divertiram montando o quebra-cabeças gigante, colorindo ilustrações e tirando fotos com o totem do mico-leão-dourado, mascote do Estande.

O side event, realizado no dia 27 de maio (Dia da Mata Atlântica), lotou o auditório do Ministério do Meio Ambiente da Alemanha, com discussões sobre a atual situação do Bioma e ações que ainda precisam ser realizadas para a conservação de uma das florestas mais ricas em biodiversidade do mundo.

Umas das marcas registradas da conferência em Bonn foi o toque irônico das mensagens, presente nos postais, cartazes e grandes painéis. Um dos painéis que fez mais sucesso mostrava um macaco falando para os humanos, que biodiversdiade não é palhaçada: "vielfalt ist kein affentheater". Um outro mostrava uma reunião de animais dizendo: "os humanos estariam melhor protegidos em parques nacionais". Quem sabe esse tom irônico consiga chegar à consciência das pessoas com mais facilidade, para dizer na verdade que a questão do meio ambiente precisa ser tratada sim, com muita seriedade.

{%GALERIA%}

Apremavi presente na mostra Ecos da Terra

Entre os dias 23 e 30 de abril de 2008, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), participou do evento que faz parte do Projeto SESCiência, em espaço cedido pelo CEDUP “Renato Ramos da Silva” em Lages/SC.

A engenheira agrônoma Adelina Berns da Apremavi, esteve presente durante os sete dias do evento, explanando aos visitantes detalhes sobre os trabalhos desenvolvidos pela Apremavi nas área de preservação e recuperação do meio ambiente.

A mostra teve como objetivo, levar aos participantes a importância da conservação e uso consciente dos quatro elementos: ar, água, terra e fogo; através da exploração de maquetes que abordaram o conhecimento da energia eólica, energia solar, erosão, enchentes e também através de espaços onde foram simulados uma floresta com espécies de árvores nativas em equilíbrio com os animais, mostrando a importância destas florestas para a sobrevivência da fauna e para o equilíbrio do ambiente, um mini viveiro para produção de mudas florestais e uma tenda onde havia contadores de histórias.

A Apremavi colaborou no evento com a doação de mudas florestais de espécies nativas, além de mostrar um pouco mais do seu trabalho na preservação do meio ambiente, enfocando o Programa Matas Legais em parceria com a Klabin e os trabalhos com educação ambiental.

O evento teve a participação de aproximadamente 3.800 alunos de 25 escolas da rede de ensino municipal, estadual e particular do município de Lages (SC).

Conhecer a importância da preservação é o primeiro passo para que os seres vivos continuem usufruindo os recursos que os mesmos proporcionam e garantam esses benefícios às gerações futuras. O ser humano não pode esquecer que faz parte da natureza e a contribuição para a conservação da mesma é essencial para sua própria existência.

Alunos do município de Lages (SC), recebendo orientação educacional.

Apremavi no Projeto Rondon 2008

O mês de fevereiro foi especial para a funcionária Jaqueline Pesenti da Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí (Apremavi). Ela participou do Projeto Rondon, na Operação Retorno Verão 2008, no município de Mâncio Lima (AC), como estutande de turismo, da Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí (Unidavi).

O Projeto Rondon foi criado em 11 de julho de 1967, quando trinta estudantes e dois professores partiram do Rio de Janeiro para o território de Rondônia, para trabalhar em benefício das comunidades carentes daquela região. O projeto tem como principal objetivo desenvolver atividades voluntárias de universitários e aproximar esses estudantes da realidade do país, além de contribuir com o desenvolvimento das comunidades. É coordenado pelo Ministério da Defesa e conta com a colaboração da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação – MEC. O nome atribuído ao projeto foi inspirado no trabalho do militar e humanista, Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.

Em 2008 a operação verão, também chamada de “operação retorno”, oportunidade em que as equipes regressaram a cidades já visitadas para darem continuidade aos projetos desenvolvidos em operações anteriores, contou com a participação de 215 estudantes universitários de 22 instituições de diferentes localidades do país, que atuaram em 23 municípios distribuídos em oito estados brasileiros.

Jaqueline levou na bagagem o jogo gigante “Fique Legal” e vários materiais do projeto “Planejando Propriedades e Paisagens”, da Apremavi, para realizar atividades de educação ambiental junto às comunidades em Mâncio Lima. “A Apremavi sempre possibilita aos seus funcionários adquirir um amplo conhecimento e foi esse conhecimento, referente à utilização racional dos recursos naturais e culturais, planejamento de propriedades e paisagens, sustentabilidade nas atividades que são desenvolvidas no município, entre outros temas, que tentei transmitir para as comunidades. A participação em um projeto social como o Rondon é de suma importância, pois além de você transmitir, também agrega muito conhecimento e é uma lição de vida e cidadania para toda vida”, comenta a rondonista Jaqueline.

Os trabalhos da equipe catarinense no município, de Mâncio Lima, se concentraram em torno da elaboração do Plano de Desenvolvimento Turístico Municipal, saídas a campo para elaboração do diagnóstico turístico, oficinas de capacitação profissional para o turismo, educação ambiental, ecoturismo, plano diretor, lixo e hortas escolares.

O Projeto Rondon proporciona aos estudantes o contato direto com outras realidades do Brasil e segundo Jaqueline, conhecer culturas e histórias de vidas diferentes, colaborar com o desenvolvimento sustentável do país e ver nos olhos de um povo que apesar das dificuldades nunca perde a esperança, é um trabalho gratificante. “A realidade de vida das comunidades ribeirinhas, fizeram as lágrimas correr no rosto de muitos rondonistas, porém brotou no coração daquela população a esperança e a vontade de mudar essa situação”, comenta a estudante.

Outro comentário é de Lais Abreu, também acadêmica do curso de turismo: “O conhecimento que foi adquirido nessa viagem, nunca conseguiríamos ter dentro de uma sala de aula. Por isso que o Projeto Rondon se faz tão importante, além de levarmos nosso conhecimento, também adquirimos, e as pessoas que realmente se identificam com o projeto nunca mais vão querer parar de desenvolver trabalhos sociais. Se pudesse, voltaria hoje para o Acre e faria tudo outra vez”.

No relatório entregue à Apremavi e que se encontra em anexo, está registrada uma frase que parece sintetizar toda a emoção vivida nesta expedição: ”A operação 2008 do Projeto Rondon chegou ao fim! Porém, nossa missão como cidadãos brasileiros ainda não. Temos certeza que todos ainda continuam sendo rondonistas de coração e que esta foi apenas a primeira missão de muitas que podemos realizar. A lição que nos foi passada durante essa operação ficará marcada para o resto de nossas vidas”.

{%GALERIA%}

Apremavi realiza oficina de comunicação

A Oficina

Funcionários e diretores da Apremavi participaram nos dias 11, 12 e 13 de dezembro, de oficina de comunicação para o planejamento das atividades de 2008. O encontro foi realizado no viveiro Jardim das Florestas em Atalanta e contou com a moderação da jornalista Silvia Franz Marcuzzo que tem experiência de 14 anos na área.

A oficina reuniu equipes de vários municípios. De Rio do Sul participaram servidores da secretaria executiva; de Atalanta, equipe do viveiro de mudas nativas e do Parque Natural Municipal da Mata Atlântica; de Abelardo Luz e Ponte Serrada, técnicos responsáveis pela elaboração do plano de manejo do Parque Nacional das Araucárias e da Estação Ecológica da Mata Preta.

A Apremavi que vem aprimorando o trabalho de planejamento estratégico, que vem sendo realizado desde 2002 e incluiu neste ano uma oficina específica para a área de comunicação. Urbano Schmitt Junior avalia que foi um evento muito produtivo. “Constatamos que, cada vez mais, a comunicação é fundamental para a consolidação do trabalho da Apremavi e para a busca de novos parceiros”, acrescenta o vice-presidente da Apremavi.

Para a jornalista o trabalho foi produtivo principalmente pelas diferentes experiências de cada participante. “Aprendi várias coisas e a entidade tem um tremendo potencial para desenvolver ações de comunicação, tem a faca e o queijo na mão”, comenta Silvia, consultora de comunicação da entidade.

O dia 13 foi reservado para uma apresentação detalhada do novo site da Apremavi, feita pelo publicitário Fábio Pili, de Brasília, que foi o responsável pelo desenvolvimento do site. Fábio também capacitou a equipe no uso correto das ferramentas do site, o que irá possibilitar um incremento na comunicação da Apremavi com a comunidade.

{%GALERIA%}

Universitários visitam Apremavi

A Apremavi recebeu no último sábado a visita de 90 acadêmicos da Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajai – UNIDAVI.Os alunos fazem parte do Curso de Formação de Agentes para o Desenvolvimento Regional, que integra acadêmicos dos mais diversos cursos oferecidos pela Universidade. A visita à Apremavi teve por objetivo a verificação "in loco" de práticas integradas de desenvolvimento regional.

A viagem foi organizada pela professora Marilei Kroetz, e devido ao grande número de alunos o grupo foi dividido em duas turmas. Enquanto uma turma visitava o Parque Mata Atlântica, onde foram recepcionados pelos acadêmicos e funcionários da Apremavi, Edinho e Jaqueline, a outra turma foi recepcionada no viveiro da Apremavi, pelo presidente da entidade Edegold Schäffer. No período da tarde houve o revesamento das turmas.

Os alunos ouviram do presidente da Apremavi um breve histórico da entidade, em seguida uma explanação sobre o Programa de Planejamento de Propriedades e Paisagens e o conceito de Propriedade Legal desenvolvidos pela Apremavi.
Após a explanação os alunos foram convidados a conhecer a propriedade piloto onde está localizada a Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Serra do Pitoco- onde puderam ver na prática que, se bem planejada, uma pequena propriedade pode respeitar a legislação e ser produtiva ao mesmo tempo.

Em seguida os estudantes dirigiram-se à propriedade conhecida como Paraíso das Trutas, onde tiveram a oportunidade de conhecer umas das mais importantes nascentes d’água do município de Atalanta, como também viram na prática que quando os recursos naturais são preservados, podem fornecer além de qualidade de vida, renda para o produtor rural.
Ao meio dia um grupo almoçou na Propriedade Paraíso das Trutas e o outro grupo na Propriedade Kuchen Haus Conservas Agroecológicas.

Nas propriedades visitadas, o principal aspecto observado pelos estudantes foi a harmonia e integração entre homem e natureza e uma grande preocupação com o meio ambiente e os aspectos paisagísticos.

Na visita ao Parque Mata Atlântica, os acadêmicos receberam informações sobre o histórico da área, o processo de implantação do projeto no município, as atividades que vem sendo desenvolvidas no Parque e foram alertados sobre a importância da criação de Unidades de Conservação e da preservação/conservação da biodiversidade no planeta Terra.

Os grupos percorreram a trilha principal do Parque, denominada “Trilha da Lontra”, podendo observar ao longo do percurso a mata preservada e algumas árvores com identificação, sendo a maioria delas já ameaçadas de extinção como o Pinheiro Araucária e a Canela Sassáfras.

O Parque é um grande exemplo, de que muitas vezes nossos municípios dispõem de belos e riquíssimos recursos naturais, que não estão sendo explorados de uma forma correta, e que poderiam estar sendo utilizados como forma de alavancar o turismo municipal e regional como também servir de centro de referência em Educação Ambiental.

Um dos objetivos do Parque é fazer com que os visitantes retornem para seus municípios de origem e desenvolvam ações em prol da conservação dos recursos naturais lá existentes. Vários alunos demonstraram um profundo encantamento com o que viram e ouviram no municipio de Atalanta, fazendo elogios e comentários muito positivos a respeito do modelo de desenvolvimento sustentavel pregado pela Apremavi e que vem sendo praticado nas propriedades visitadas por eles.
Ao final da visita o presidente da Apremavi fez a doação de dois exemplares do livro “No Jardim da Florestas” para ser sorteado entre os estudantes.

Acadêmicos no Parque Mata Atlântica
Foto: Janilde Maria Lenzi

Pin It on Pinterest