Planejamento Estratégico

Planejamento! Esta palavra faz parte das atividades da Apremavi e vem se mostrando cada vez mais necessária e eficiente. Planejar de forma sistematizada os trabalhos a serem realizados otimiza o tempo dos funcionários, facilita a visualização de tudo que está ocorrendo na entidade, atingindo assim melhores resultados.

Pensando principalmente no ano de 2005, mas também com os olhos em 2006 e 2007, é que a Apremavi realizou nos dias 30 de novembro e 01 de dezembro de 2004 as últimas reuniões de planejamento do ano, com a presença de praticamente todos os seus funcionários.

Projetos, parcerias, produção de mudas, políticas públicas e vários outros itens foram discutidos, valorizando todas as conquistas do ano e realizando alguns ajustes nos problemas enfrentados e atividades que não atingiram seus objetivos totalmente.

Com clima de otimismo, os dois dias de reunião foram também um tanto quanto divertidos, afinal de contas, não é todo dia que conseguimos reunir todos os funcionários para discutir os problemas enfrentados e necessidades para o futuro. Um velho ditado diz que "duas cabeças pensam mais do que uma!". É nesse sentido que a Apremavi vem trabalhando de forma participativa, procurando envolver todos os seus funcionários neste processo de planejamento, a fim de conseguir reunir os diversos pontos de vista, trabalhando com as diferenças e divergências de opinião, acreditando que o respeito e a diversidade são pontos chaves para alcançar o sucesso nas atividades realizadas e projetos desenvolvidos, não esquecendo do nosso objetivo maior: a conservação da natureza!

Parceria da Apremavi com a Prefeitura Municipal de Atalanta

Apremavi e prefeitura Municipal de Atalanta (SC) assinaram nesta segunda-feira dia 29.12 termo de parceria, objetivando a execução das atividades de administração e gestão do Parque Natural Muncipal da Mata Atlântica, que inicialmente terá validade até o dia 30 de novembro de 2005.

Está é uma parceria muito importante, que pode servir de exemplo para outras iniciativas no país.

Ficaram estabelecidas as seguintes metas:

  • administrar e gerir o Parque, obedecendo-se o estabelecido no Plano de Manejo
  • promover a recuperação das áreas degradas e o enriquecimento das áreas de florestas secundárias existentes no Parque.
  • promover atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de preservação e valorização de aspectos paisagísticos e históricos.
  • promover e estimular o desenvolvimento do turismo ecológico junto à comunidade de Atalanta,
  • transformar o Parque em centro de referência ambiental a nível regional e estadual.
  • promover a divulgação do Município de Atalanta
  • implementar ações de captação de recursos junto a órgão públicos e privados, visando melhorar e ampliar a infraestrutura do Parque.

As idéias florescem e os trabalhos geram frutos

Idéias florescendo, e trabalhos que frutificam… embora a frase não seja muito original, é com esse pensamento que a Apremavi encerrou nesta sexta-feira três dias de reuniões.

A Oficina de Revisão do Plano de Ação faz parte do Planejamento Estratégio 2003-2007 da Instituição ambientalista, com sede em Rio do Sul e Viveiro em Atalanta, Santa Catarina.

Tanta reunião chega a cansar, ainda mais quem está tão acostumado a fazer trabalho prático, como os funcionários do Viveiro, experientes em produzir e plantar mudas de árvores nativas, mas pouco habituados a ficarem sentados e discutir sobre planos aparentemente teóricos.

"É preciso planejar", comenta Geraldo em meio a risadas quando a presidente da Apremavi, Miriam Prochnow, compara as etapas da produção de mudas com as de um planejamento familiar: Geraldo é o mais pálido dos funcionários do viveiro, tem o apelido de "Preto" e recentemente virou pai de uma menina, "projeto de menos de um ano!", e mais risadas…

Planejamento Estratégico, assunto importante e sério. O que não impediu que alguém entre os presentes tenha se aproveitado de um momento de distração de Mauri, para fazer mais uma dessas brincadeiras que costumam temperar o dia-a-dia no Jardim das Florestas. Mauri Da Luz é o funcionário mais antigo da Apremavi, e verdadeiro especialista em sementes e produção de mudas. E também o das brincadeiras mais criativas, ou como se diz nesta região, "o que mais apronta".

Mas também se diz "um dia é da caça, o outro do caçador". Mauri se divertia, sem perceber que colocaram pedaço de barro modelado de forma sugestiva sob sua cadeira.

Mas voltando ao Plano Estratégico: é o que define o futuro da instituição, e estabelece as prioridades de ação da Apremavi, que atualmente estão ordenadas em 6 programas de ação:

  • Planejamento de Propriedades e Paisagens,
  • Conservação de Biodiversidade,
  • Informação e Educação Ambiental,
  • Políticas Públicas,
  • Ação Climática,
  • Desenvolvimento Institucional

A revisão do planejamento foi fundamental para uma avaliação do que foi realizado, e rever o que fez com que as metas estabelecidas fossem alcançadas, ou não.

A avaliação foi positiva, apesar de não terem sido captados todos os recursos necessários. "Estamos no caminho certo", conclui Urbano Schmitt Junior, vice-presidente, "nossos trabalhos estão gerando frutos.".

De bom a melhor

De bom a melhor

De bom a melhor

Se todo mundo pudesse escolher a vista de sua casa de campo, provavelmente as janelas dariam para um lugar como Atalanta, em Santa Catarina. A sede do município tem pouco mais de 2.500 moradores. E a poucos minutos do centro, as portas dormem abertas, os vizinhos se reconhecem pelo ronco dos carros, os bugios descem da serra do Pitoco para ver o trabalho no campo e, no sítio de Anita Schäffer, um dos cinco que se adaptaram no município a hospedar forasteiros, a truta que vem à mesa saiu pouco antes de uma nascente de água azulada nos fundos do terreno.

À primeira vista, não há o que consertar num lugar desses. Atalanta, que a prefeitura deu para chamar de “cidade jardim da mata atlântica“, ganhou há pouco um parque municipal, aninhado nos 54 hectares da mata onde funcionava a fábrica de farinha de mandioca de Erich Gropp. Abriu-se ao público uma Reserva Particular do Patrimônio Natural de três hectares numa antiga serraria, com trilha e banho de cachoeira. E, de quebra, há um futuro melhor do que o presente brotando na Apremavi, uma ONG ambientalista que produz por ano 500 mil mudas de árvores nativas e está pronta para provar aos pequenos agricultores da região que paisagem também se planta.

Se depender de Miriam Prochnow, presidente da Apremavi, Atalanta ainda vai melhorar muito. Ela transformou as terras da família numa propriedade modelo, com reserva legal, matas ciliares, horta orgânica, manejo florestal, esgoto filtrado, estrada florida em curva de nível, apicultura, chiqueiro e pasto. Tudo simples e barato, mas cumprindo exemplarmente as leis ambientais. E agora tem pela frente um patrocínio da fundação O Boticário para multiplicar a seu redor a experiência. E, por trás, os 16 anos de teimosia da Apremavi.

A ONG nasceu em 1987, depois que Miriam passou a contar os caminhões de madeireiras que saíam sem parar de uma reserva indígena em Ibirama, ao pé da serra catarinense. Ela era então uma pedagoga. Seu marido, Wigold Bertoldo Schäffer, trabalhava no Banco do Brasil. Os dois recrutaram por ali mesmo 17 simpatizantes para fundar a ONG. Um deles, Philipp Stumpe, ex-colega de Wigold no banco, é hoje engenheiro florestal. A Apremavi já passou da casa dos 300 sócios. E tantas fez o casal de militantes, que há cinco anos Miriam e Wigold tiveram que se mudar para Brasília, onde ela é coordenadora da Rede de ONGs da Mata Atlântica e ele dirige o Núcleo de Mata Atlântica do Ministério do Meio Ambiente. Por essas e outras, toda vez que põe os pés em Atalanta, Miriam suspira fundo. Está em casa. Num ramo onde tudo parece que está sempre começando, a Apremavi é uma ONG histórica.

Mas estreou com uma derrota, na briga contra o desmatamento nas terras dos Xokleng. O processo contra as madeireiras virou uma papelada sem fim, que por ironia foi parar anos mais tarde no gabinete de Miriam, quando ela assumiu o comando da rede. Enquanto o caso rolava na Justiça, a maioria dos índios comprou carros e o comércio da região chegou a vender geladeira elétrica para aldeias onde não havia luz.

Se ficasse só nisso, a história teria um final feliz, embora tipicamente brasileiro. A reserva indígena, que tinha na época 14 mil hectares, depois de encolher por desmatamento, cresceu por decreto. Passou a cobrir 50 mil hectares, derramando-se sobre duas unidades de conservação, uma floresta com oito mil araucárias e 600 propriedades agrícolas. Virou, oficialmente, uma “área de relevante interesse ecológico”, nas mãos de sete aldeias onde vivem cerca de 1.500 Xokleng, caingangues e guaranis.

Mas a Apremavi foi em frente. Miriam e Wigold, além de tudo, são maratonistas. E estão nisso não é de hoje. Menina, ela fazia greve de fome em casa, sempre que o pai, um coletor municipal de impostos, chegava trazendo de caçadas trazendo carne fresca. Wigold, aos cinco anos, rebelou-se contra o corte de árvores na propriedade dos Schäffer. “Quando eu crescer, não vai sobrar nada para mim”, dizia. Ganhou do pai cinco mudas de araucária. Plantou-as num canto do terreno. Hoje, quarentonas, as araucárias estão no meio de um bosque de pinheiros, onde a família cultiva palmito.

Miriam se curou, logo na primeira candidatura, de um desvio que quase a levou à política, quando concorreu à prefeitura de Ibirama pelo Partido Verde, apresentando-se ao eleitorado com uma chapa exclsivamente feminina. Sua vice era a fotógrafa Edith Geisler. Elas visitaram, uma a uma, todas as quatro mil famílias do município. Em vez de comício, faziam mutirões para tirar lixo do rio. “E, claro, tivemos muito pouco voto”, ela resume.

Nos primeiros anos, a ONG teve que disputar espaço num Vale do Itajaí ainda infestado por 450 serrarias. O ex-funcionário do Banco do Brasil Philipp Stumpe, depois de aderir incondicionalmente à causa, circulava com um cartão de visitas que o apresentava como “desempregado e criador de caso”. Mas, com o tempo, a turma foi aprendendo que nem só de luta inglória vive o meio ambiente. “Era preciso também propor alternativas”, diz Miriam.

Daí o viveiro de mudas. E o resto. O que a Apremavi sabe, segundo Miriam, “aprendeu fazendo”. Ela bateu muito mato para fazer laudos, tratando de gravar o que os peritos ensinavam nessas excursões. Hoje a ONG recebe estagiários que vêm de longe, mandados por cursos universitários de engenharia florestal de Viçosa, Blumenau ou Ribeirão Preto, “para ver na prática como se mexe ao mesmo tempo com mudas de 120 espécies diferentes”. O biólogo Carlos Augusto Krieck, por exemplo. Jovem, metido numa camisa onde se lê o slogan “não à extinção”, ele está começando na Apremavi um programa de treinamento que, daqui a um ano, pode levá-lo a uma vaga na equipe. Criado em Rio do Sul, ali perto, ele nunca imaginara usar seu diploma em trabalho de campo, sem sair de sua região.

O viveiro, apelidado de Jardim das Florestas, começou com 18 mudas num fundo de quintal, para fazer a primeira recomposição de matas ciliares. “Tínhamos tão pouca informação”, lembra Miriam, “que fomos perguntar a um madeireiro onde encontraríamos sementes de sassafrás. Ele respondeu que sassafrás não tinha semente. Ou seja, passara a vida cortando madeira no mato e não sabia que o sassafrás, quando dá semente, chega a quebrar o galho de tanto peso”.

Pior foi achar quem se interessasse pelas primeiras mudas do viveiro. Houve época em que Miriam e Wigold promoviam corridas rústicas em cidades da região. Na linha de chegada, distribuíam mudas. “Mas no começo as pessoas vinham aqui, olhavam, e saíam dizendo que árvore nativa não cresce”, diz ela. “Não levavam nem de graça. Saímos plantando árvores até nas praças de Atalanta, Ibirama e Agrolândia. Quando elas começaram a florescer, o pessoal passou a vir aqui, querendo comprar mudas”. Comprar por que? “Porque descobrimos que ninguém valoriza o que é dado”, explica Philipp. “De graça, acabariam levando 100 mudas para plantar 50”.

Se quisesse, a dupla poderia desfiar um rosário de absurdos. Quando a ONG levou a prefeitura a transformar em parque a velha fábrica dos Gropp, enrascada num inventário insolúvel, encontrou-se lá embaixo, ao lado da cachoeira, um depósito clandestino de lixo, que era despejado da borda do cânion, 41 metros acima. No museu do parque, há uma velha foto que mostra como era aquilo no começo do século passado. À frente, no chão limpo, posa o time de lenhadores. Ao fundo, no meio de terrenos pelados, está a cascata. Hoje, o Perau do Gropp fica no fim de uma trilha limpa, entre árvores identificadas. É um passeio como raras cidades do Brasil podem oferecer aos visitantes.

A turma da Apremavi suou muito também para desmoralizar um projeto do governo estadual, que convencera os agricultores a criar peixes em açude, alimentando-os com algo que a população local define tecnicamente como merda de porco. Parecia a invenção do moto-contínuo. Os chiqueiros eram armados em palafitas sobre a água. E os peixes comiam diretamente o maná que caía dom céu. A Apremavi usou um gato doméstico como cobaia e não houve jeito de convencê-lo a provar o tal do “Peixe-Porco”. Depois dessa campanha, o empresário Valdecir Pamplona acabou fechando a fábrica de pescado que tinha montado na beira da BR-470, em Rio do Sul. Atualmente, o galpão industrial processa hambúrguer de carne bovina. “O dono até hoje não gosta da gente”, diz Miriam.

Em compensação, a Apremavi atualmente está cercada por 250 pequenos proprietários que, em 30 municípios ao redor de Atalanta, tomaram gosto por hortas e pomares orgânicos, matas ciliares e apicultura em pé de floresta. Seus vizinhos, que ainda usam em casa, para conversar entre si, um coquetel regional de alemão com português, deixaram de ver os ambientalistas como tipos excêntricos. E podem até não saber disso. Mas estão a um passo do “Planejamento de Paisagens”.

Autor: Marcos Sá Correa.

Apremavi terá RPPN

Nesta 4a feira, a Apremavi realizou visita à sua nova propriedade no município de Papanduva (SC). No início deste mês, uma área de cerca de 260 ha foi definitivamente escriturada no nome da Instituição.

Já em 1996, a Sra. Irmgard Grimm ( 1910 –  1999) doara à Associação o terreno, situado no município de Papanduva (SC). Devido a dificuldades fiscais, apenas recentemente pôde-se realizar a escrituração da propriedade.

A falecida senhora Irmgard, filha de Otto Grimm e irmã de Emmy Kirchgarte, herdara o referido terreno no qual a firma Grimm & Cia Ltda de Agrolândia extraía canela-sassafrás (Ocotea pretiosa) até o início da decada de 1980. Com essa nova propriedade, a Apremavi passou a ser "dona de terra", poder-se-ia pensar… Uma afirmação um bocado provocativa, uma vez que não se pretende usar o terreno de forma tradicional, já que a entidade não têm fins lucrativos. Mas o que poderia se chamar de "mas que baita terreno!" não tem um futuro improdutivo pela frente.

A Apremavi pretende tornar a área uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), assegurando com isso a preservação de raras espécies de árvores e animais que ainda ocorrem na região.

Sr. Davide, membro da diretoria, os funcionários Edegold Schäffer, Carlos A. dos Santos Krieck (biólogo), Leandro Casanova e Philipp Stumpe (Engenheiros florestais) foram conduzidos à área pelo Sr. José, antigo funcionário da empresa Grimm. O Sr. José conhecia bem a área, por ter trabalhado alguns anos para a empresa Grimm no local.

Em entrevista para aprenews, Leandro conta:

    Visitamos hoje com uma equipe da Apremavi esta área de mais de 200 ha para conhecer e fazer uma vistoria geral. Queríamos ver o estado dos fragmentos florestais da área, com o objetivo de realizar um levantamento de áreas que possam vir a ser recuperadas com o plantio de espécies florestais nativas, a exemplo do que a entidade já fez com o seu projeto de enriquacimento de florestas secundárias.

    Ficamos surpresos em encontrar partes da área com significativa cobertura florestal, pouco impactadas pela exploração comercial do passado. Uma das principais espécies existentes no local é a canela-sassafrás, hoje espécie ameaçada de extinção. Esta espécie foi muito explorada no passado, para a exploração de óleo, gerando um ciclo econômico na região do Alto Vale. Além dessa espécie existem no local outras espécies igualmente listadas como ameaçadas de extinção, como a canela-preta (Ocotea catharinensis), além de cedros, perobas, canjeranas.

    Segundo depoimento de antigo caseiro da área, existe na região uma fauna bastante diversificada, ocorrendo espécies raras e ameçadas de extinção, como puma, veados, catetos, tamanduá-mirim e até onça-pintada.

    Também nos chamou a atenção a grande quantia de nascentes com águas cristalinas, coisa que hoje em dia já é até coisa rara…

    Além disso, a região é de grande beleza panorâmica. A diferança de altitudes vai de 600 até mais de 900 metros acima do nível do mar, assim que na área toda encontramos diferentes micro-climas, que propiciam diferentes condições de desenvolvimento à vegetação.com características próprias …

    A Apremavi pretende realizar diferentes trabalhos nesta área e no entorno da região, como o enriquecimento da floresta e programas de educação ambiental.

Equipe que vistoriou o terreno

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