Seminário discutirá uso do fogo no RVS dos Campos de Palmas

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) promovem no dia 13 de junho o Seminário sobre Uso do Fogo no Refúgio de Vida Silvestre (RVS) dos Campos de Palmas, Unidade de Conservação Federal criada em 2006.

O Seminário será realizado no município de Palmas (PR) e tem como objetivo promover uma reflexão sobre a importância dos campos nativos, legislação ambiental vigente e alternativas ao uso do fogo. É direcionado principalmente aos conselheiros, proprietários e funcionários relacionados ao RVS e sua zona de amortecimento, além de outros interessados pelo tema.

O evento faz parte do projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, executado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA) por meio do Fundo Brasileiro para Biodiversidade (FUNBIO).

Seminário sobre Uso do Fogo no RVS dos Campos de Palmas
Data: 13 de junho de 2014.
Local:  Câmara de Vereadores de Palmas, Avenida Clevelândia, 491, Centro, Palmas (PR)
Horário: das 9h às 16h.

Programação
09h00min: Chegada e boas vindas. ICMBio e Apremavi.

09h10min: Breve histórico do uso do fogo no RVS dos Campos de Palmas. Joaquim Osório Ribas/proprietário de áreas do RVS/Palmas (PR).

09h40min: O que diz o plano de manejo do RVS dos Campos de Palmas e quais as diretrizes atuais do ICMBio. Marcia Barbosa Abraaão/Analista ambiental do ICMBio/chefe do RVS.

10h20min: Importância dos campos para conservação da biodiversidade e os impactos do uso do fogo. Leonardo Von Linsingen/Faculdade Jaguariaíva (PR).

11h10min: Intervalo

11h25min: Legislação ambiental atual sobre as áreas de campo, APP, Reserva Legal e CAR. João de Deus Medeiros/Departamento de Botânica/UFSC.

12h30min: Almoço.

14h00min: Alternativas ao uso do fogo em propriedade rural em Lages – José Antonio Ribas Ribeiro/Fazenda Santa Rita/Lages (SC).

14h50min: Troca de experiências, momento de discussão sobre alternativas e encaminhamentos.

16h00min: Encerramento.

Obs: Interessados devem entrar em contato até dia 09/06/2014 com Marcos pelo e-mail marcos@apremavi.org.br

Oficina discute implantação do Parque Estadual das Araucárias

Dias 25 e 26 de março de 2014, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) promoveu oficina técnica de revisão do plano de manejo do Parque Estadual das Araucárias. O evento foi realizado em Florianópolis (SC) e contou com a presença de representantes da Fundação de Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), do Grupo de Apoio à Gestão do Parque Estadual das Araucárias (Grimpeiro) e da Apremavi.

O evento teve como objetivo nivelar informações entre a equipe do projeto e parceiros, planejar atividades, levantar informações disponíveis e analisar o impacto, resultados e implementação do plano de manejo do Parque, compreendendo o período de setembro de 2007 a março de 2014. Este encontro deu continuidade à oficina realizada em São Domingos em novembro de 2013.

A próxima atividade será a realização das oficinas de Planejamento Participativo e de Pesquisadores, previstas para o primeiro semestre de 2014. Depois de compiladas as informações levantadas, serão realizadas as oficinas de estruturação do plano de manejo, culminando com a submissão para aprovação e divulgação, com término do projeto em março de 2015.

Angelo Milani, presidente do Grimpeiro, fala sobre algumas barreiras que devem ser superadas pelo Parque: “O desafio é a conclusão da obra existente no Parque e a abertura para a visitação do público, pois isso contribuirá para que muitos objetivos sejam realizados”. Sobre a oficina realizada, Milani comenta que ela permitiu uma análise mais aprofundada das atividades realizadas no Parque, especialmente no período da existência dos vigilantes, que atuaram de fevereiro de 2008 a novembro de 2013: “Algumas etapas do plano de manejo foram concluídas, e outras parcialmente, e outras não aconteceram”, cita Milani.

Para Eduardo Mussatto, da Fatma, o Projeto de Revisão do Plano de Manejo do Parque Estadual das Araucárias possui um contexto ímpar no processo de implantação de uma Unidade de Conservação (UC): "de uma forma geral, as UCs no Brasil carecem até mesmo de um plano de manejo e isto faz deste Projeto um dos poucos exemplos da etapa no processo de implantação de uma Unidade. Também, faz dele um processo ímpar, o fato de estar sendo executado no mesmo momento em que se discute a abertura de uso público na UC. Abertura esta, que é normatizada por um plano distante da realidade encontrada”.

Mussatto comenta também que analisar, reconhecer e entender as modificações ocorridas e estabelecer critérios para as alterações necessárias requer o conhecimento do Plano de Manejo em vigor e a organização e identificação das realizações implantadas ao longo do tempo: "Neste sentido, a oficina realizada em Florianópolis foi fundamental para a continuidade das etapas do Projeto de Revisão. Contudo, as próximas etapas, pautadas nos levantamentos técnicos e informações prestadas na oficina acima referida, serão decisivas para a formatação final do Plano de Manejo revisado. Nelas, serão discutidos e elencados os programas que farão parte do Plano de Manejo e nortearão a implantação da UC até a próxima revisão”, conclui Mussatto.

Esta meta de revisão do plano de manejo do Parque Estadual das Araucárias integra o Projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA), por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).

Momentos da oficina. Foto: Marcos Alexandre Danieli.

Apremavi realiza reuniões abertas na Arie Serra da Abelha

Entre os dias 19 e 20 de março de 2014 a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) realizou em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) as primeiras reuniões abertas na Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Serra da Abelha, visando a elaboração do Plano de Manejo da área.

Participaram da reunião em torno de 140 pessoas, entre elas representantes das comunidades de Santa Cruz dos Pinhais, Serra da Abelha II, Colônia Sadlowski e Varaneira, além do Prefeito (Lourival Lunelli), Vice-prefeito (Luiz Lúcio Fossa), Secretário de Agricultura e Meio Ambiente (Marcelo Sadlowski) e representantes do INCRA.

Com o objetivo de aproximar a comunidade do processo de construção do plano de manejo da Arie da Serra Abelha, as reuniões foram pautadas no esclarecimento à população, das atividades que vem sendo e ainda serão realizadas na área e da importância que a construção de um plano de manejo bem elaborado pode trazer para a comunidade abrangida pela Unidade de Conservação (UC).

Edilaine Dick, da Apremavi, pontua a importância desse processo quando diz: “um bom plano de manejo deve ter como característica principal a participação da comunidade para que dessa forma sejam apontadas as principais oportunidades e também as soluções para os problemas e contratempos que estão ocorrendo na área”.

José Guilherme Dias de Oliveira, representante do ICMBio recém nomeado gestor da ARIE, esclareceu durante as reuniões qual será o papel do ICMBio na construção do plano de manejo e quais vão ser as características da sua gestão. Além disso, auxiliou a comunidade a se localizar dentro dos limites da Arie e levantou questões relacionadas às atividades que são proibidas dentro dos limites de uma UC.

Quando questionado sobre os contratempos relacionados à questão fundiária, José Guilherme comenta: “acredito que, uma vez que o Conselho Consultivo da Arie seja implementado, a comunidade terá acesso de forma mais rápida e fácil ao INCRA e à prefeitura para resolver problemas relacionados às posses das terras”.

Durante as reuniões o prefeito evidenciou que o povo está bastante apreensivo e preocupado com uma possível saída da rotina em função das propostas que surgirão com elaboração do Plano de Manejo, mas acredita que reuniões vão ajudar no esclarecimento de várias questões: "o trabalho que tem que ser feito é de conscientização e informação e nós estamos cientes do andamento desse processo”, complementa o prefeito.

A deliberação da reunião foi a indicação, por parte das comunidades, dos representantes comunitários para que seja iniciada a criação do Conselho Consultivo que auxiliará a implementar e discutir o plano de manejo da Arie.

Esta meta de elaboração do plano de manejo integra o Projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA), por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).

Fotos: Carolina C. Schaffer

{%GALERIA%}

Lançado edital para formação do conselho do PE Rio Canoas

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) e a Fundação de Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) informam que está aberto o processo para formação do Conselho Consultivo do Parque Estadual (PE) Rio Canoas, localizado no município de Campos Novos, em Santa Catarina.

Instituições interessadas devem encaminhar oficio e preencher cadastro específico até o dia 23 de abril de 2014. Os critérios de cadastramento, o cronograma do processo e informações adicionais constam no edital em anexo que também pode ser acessado aqui.

A formação do conselho do PE Rio Canoas envolve atividades de mobilização e capacitação. Iniciou em 2013, durante a identificação de atores interessados, que ocorreu por meio de reuniões de mobilização com moradores, proprietários do entorno do Parque e representantes de instituições do Poder Público e Sociedade Civil.

As reuniões foram um momento importante para esclarecer dúvidas, mostrar a importância do PE Rio Canoas; apresentar as etapas de formação do conselho e para falar sobre o papel do conselheiro no apoio à gestão participativa do Parque.

O conselho será formado por representantes de instituições do Poder Público e Sociedade Civil atuantes na região do PE Rio Canoas. O objetivo do conselho é aproximar a sociedade da gestão deste Parque e funcionar como um fórum de discussão, planejamento e divulgação de atividades. A estrutura do conselho será definida localmente, junto às instituições interessadas, sendo observado o disposto na Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

Esta meta de formação do conselho integra o Projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA), por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).

Apremavi realiza levantamento biótico na ARIE Serra da Abelha

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) coordenou, entre os dias 2 e 9 de fevereiro de 2014, a saída de campo para levantamento dos dados bióticos da Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Serra da Abelha, dando continuidade as atividades do plano de manejo.

Mamíferos, aves, anfíbios, répteis, peixes, macroinvertebrados aquáticos e insetos de serapilheira e vegetação foram os grupos amostrados por meio de diferentes metodologias utilizadas pelos pesquisadores da Bio Teia Estudos Ambientais. O trabalho contou com o apoio da coordenadora do plano de manejo Edilaine Dick e do auxiliar de campo Luiz Esser, ambos da Apremavi. Foi também acompanhado pelo gestor da ARIE José Guilherme Dias de Oliveira e moradores locais.

A elaboração deste plano de manejo faz parte do projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”,  coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA) por meio do Fundo Brasileiro para Biodiversidade (FUNBIO).

Após a análise dos dados será possível indicar com mais precisão o estado de conservação da ARIE Serra da Abelha, no entanto, já foi possível identificar algumas áreas em melhor estado de conservação, e outras que necessitarão de enriquecimento do  sub-bosque para incrementar a biodiversidade. Algumas dessas áreas tem presença de espécies invasoras e também de gado. As principais ameaças à fauna da ARIE são a caça e o tráfico de animais silvestres.

Pesquisadores relatam algumas das espécies registradas e falam da importância do estudo para a ARIE.

Localizada em uma região de transição entre a Floresta Ombrófila Mista e a Floresta Ombrófila Densa, foram encontradas espécies nobres de árvores nativas como o cedro (Cedrela fissilis), a araucária (Araucaria angustifolia), o sassáfras (Ocotea odorífera) e o pau-óleo (Copaífera trapezifolia).

"Dentre as espécies de aves registradas estão o trinca-ferro (Saltador similis), o jacú (Penelope obscura), o pica-pau (Melanerpes flarifrons), o tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus), e o papagaio-do-peito-roxo (Amazona vinacea), sendo esta ameaçada de extinção. Próximo ao Rio da Prata também foi registrado o joão-porca (Lochmias nematura), espécie que está associada à ambientes de riachos localizados dentro de florestas", relata a pesquisadora Mariana Santana Schlichting.

O conhecimento da ictiofauna (peixes) e dos macroinvertebrados aquáticos (larvas de insetos, moluscos e crustáceos que alimentam peixes e algumas aves) é um importante indicador da qualidade da água. Segundo Gislaine Otto, "é necessário respeitar o limite das matas ciliares, pois em regiões de relevo acidentado, como na ARIE, principalmente em épocas de chuva, o solo carrega para a água substâncias tóxicas e impurezas".

De acordo com Cintia Gizele Gruenner "foram registrados mamíferos que são predadores do topo da cadeia alimentar. São eles que regulam a população de presas naturais e por isso são significativos na manutenção do equilíbrio ecológico, destacando-se a jaguatirica (Leopardus pardalis), o gato-do-mato (Leopardus sp.), a irara (Eira barbara) e a lontra (Lontra longicaudis)".

Para Fabiana Dallacorte, "os répteis são importantes da mesma forma, principalmente os anfíbios que são a base da cadeia alimentar e regulam algumas espécies de insetos, além de serem bons indicadores de qualidade ambiental, pois sentem rapidamente os efeitos da utilização de agrotóxicos e poluição aquática e do solo, e a fragmentação de habitats. A espécie Aplastodiscus ehrardt foi registrada próximo a um ribeirão preservado".

"Outro indicador de qualidade ambiental elementar são os insetos encontrados na serapilheira, pois fornecem informações valiosas para a compreensão dos processos ecológicos que ocorrem na restauração de áreas degradadas e ainda podem refletir a composição e qualidade de sua estrutura vertical. Tais informações, são necessárias para o mapeamento da qualidade de áreas sob diferentes usos do solo, se configurando como um indicador biológico destes ambientes", declara o pesquisador Marcelo Diniz Vitorino.

Fotos: Edilaine Dick e Fabiana Dallacorte

{%GALERIA%}

Pin It on Pinterest