Projeto Araucária discute políticas públicas

No período de 22 a 24 de setembro a equipe técnica do Projeto Araucária – o qual é patrocinado pela Petrobras por meio do programa Petrobras Socioambiental e executado pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) – participou do Seminário Nacional para Implantação da Nova Lei Florestal.

O evento ocorreu no município de Antonina (PR) e reuniu representantes dos diversos projetos patrocinados pela Petrobras, representantes do patrocinador, governo e outros interessados. O evento foi organizado pela Associação de Defesa do Meio Ambiente e Desenvolvimento de Antonina (Ademadan).

Na oportunidade, foram discutidas políticas públicas voltadas a implantação do Código Florestal (Lei nº 12651/12) e contribuições para a mesma, por meio de palestras e debates.

Além disso, foi realizada troca de experiências entre as equipes técnicas dos projetos por meio de amostra de painéis e vídeos, onde houve apresentação de painel com os resultados de um ano do “Projeto Araucária”.

Para finalizar a semana, no dia 25 de setembro a equipe realizou reunião com a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (FATMA) e Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS) em Florianópolis (SC).

O assunto discutido na reunião foi a implantação de programas de pagamento por serviços ambientais a agricultores familiares com propriedades adequadas ambientalmente e a forma como os agricultores atendidos pelo Projeto Araucária que estão inseridos no Corredor Ecológico Chapecó podem ser contemplados.

Agricultores do Projeto Araucária realizam visita de intercâmbio

Na terça-feira, dia 16, e quarta-feira, dia 17 do mês de setembro, agricultores do município de Passos Maia realizaram visita de intercâmbio ao município de Atalanta e Otacílio Costa. A visita teve como objetivo conhecer iniciativas e formas de condução de sistemas agroflorestais e produção orgânica, ações práticas de recuperação de áreas degradadas e conservação de áreas de floresta nativa.

Esses agricultores são participantes do Projeto Araucária, que é executado pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), patrocinado pela Petrobras, através do programa Petrobras Socioambiental. Para organização da visita a Apremavi contou com apoio da Cooperativa de Trabalho e Extensão Rural Terra Viva (Cooptrasc).

No primeiro dia de intercâmbio, desembarcaram direto no Parque Natural Municipal da Mata Atlântica, que fica em Atalanta e é administrado pela Apremavi. No local, a equipe técnica apresentou os resultados do Projeto Araucária e fez também um link com a importância de unidades de conservação para o município e para o desenvolvimento de atividades relacionadas ao ecoturismo, além da possibilidade de formação de corredores ecológicos com essas UCs, potencial também verificado para o caso do Parque Nacional das Araucárias, localizado em Passos Maia.

Ainda no parque os agricultores tiveram contato direto com a natureza e desfrutaram de uma paisagem que conta com diversas espécies nativas. No final da trilha, ficaram encantados com a beleza da Cachoeira Perau do Gropp com 41 metros de altura. O agricultor José Alves de Lima encantado com a beleza declarou “em todos os anos da minha vida, eu nunca tinha visto tanta coisa bonita”.


Participantes do intercâmbio realizado pelo Projeto Araucária.Foto: Eloisa Donna.

Logo depois, os agricultores foram recebidos na Reserva Particular de Patrimônio Natural, (RPPN) onde conheceram um pouco mais sobre esta categoria de unidade de conservação. Visitaram também o viveiro de mudas nativas da Apremavi e entenderam o processo de produção das mudas utilizadas no projeto.

O segundo dia foi dedicado à visita nas áreas demonstrativas de recuperação florestal que a Apremavi tem instalada em Atalanta, onde puderam ver todo o processo de recomposição da floresta ao longo dos anos, e visitar uma área de plantio com araucárias e palmito. Em seguida visitaram a propriedade agroecológica da Dona Norma e Marcelo Sieves, onde é realizada a exploração comercial de frutas nativas da Mata Atlântica, através da produção de geleias e venda em feiras regionais.

No período da tarde os intercambistas visitaram a propriedade da senhora Fátima, integrante da AFAOC – Associação das Famílias Agricultoras de Otacílio Costa. Inicialmente Fátima falou sobre a importância da implantação dos sistemas agroflorestais para diversificação da propriedade. Também salientou a produção orgânica e o comércio solidário como potenciais para agregar valor aos produtos comercializados.

A atividade de intercâmbio foi de extrema importância para os agricultores perceberem e visualizarem os benefícios da implantação de Sistemas Agroflorestais. Também foi um momento importante para troca de experiências entre regiões diferentes. O senhor Ademir Pereira salientou “a gente vendo como as coisas funcionam, podemos aplicar e melhorar nossa propriedade

Ao final da visita foi servido um delicioso lanche a base de produtos orgânicos e nativos da região. Também foi realizada a avaliação do intercambio onde todos se mostraram muito satisfeitos com a visita e entusiasmados para a aplicação dos conhecimentos adquiridos.

Para Eloisa Donna, coordenadora regional do projeto, “atividades como essa são fundamentais para o desenvolvimento do projeto Araucária, pois os agricultores vendo na prática como funcionam os processos de recuperação de áreas e sistemas agroflorestais, saem entusiasmados em realizar os trabalhos nas suas propriedades”


Participantes do intercâmbio visitando RPPN. Foto: Eloisa Donna.

Projeto Araucária completa um ano de atividades

O Projeto Araucária, executado pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida, (Apremavi) e patrocinado pela Petrobras através do programa Petrobras Socioambiental, completou no mês de agosto 01 ano de atividades.

Na região do Alto Vale, estão integrados com o Projeto Araucária os municípios de Atalanta (Onde fica a sede da Apremavi, o Centro Ambiental Jardim das Florestas), Braço do Trombudo, Dona Emma, Salete, Santa Terezinha e Vitor Meireles. Já no Oeste do estado, as cidades atendidas são Abelardo Luz, Galvão, Guatambu, Passos Maia, Ponte Serrada, São Domingos e Chapecó.

O objetivo deste trabalho é conservar e recuperar remanescentes florestais e espécies-chave da Mata Atlântica, por meio da implantação de sistemas agroflorestais, recuperação de áreas degradadas e enriquecimento de florestas secundárias, possibilitando o uso sustentável dos recursos naturais em propriedades rurais. Além do desenvolvimento de atividade de educação ambiental, realização de cursos de capacitação e seminários.

O presidente da Apremavi, Edegold Schäffer destaca a importância de ações como esta nas propriedades rurais: “O Projeto Araucária tem sido muito importante, não só para preservar os últimos remanescentes de florestas com araucárias na região oeste do estado, mas também na ajuda aos proprietários rurais que realizam o planejamento da propriedade e recuperam as áreas degradadas, através da distribuição de mudas pelo projeto”.

Os trabalhos do Projeto Araucária vão desde o planejamento ambiental da propriedade, até o plantio e os cuidados com as mudas, como ressalta a coordenadora regional, Eloisa Donna: "A metodologia do projeto consiste na mobilização e divulgação, através de reuniões e palestras, por intermédio dos parceiros. Aos interessados é realizada a visita técnica para identificação e levantamento das áreas em que será realizado o trabalho de conservação, recuperação, ou reconversão. Neste momento o produtor também recebe esclarecimentos sobre a legislação ambiental vigente. Em uma segunda visita é realizada a entrega de arame nas propriedades que precisam ser cercadas em virtude da presença de gado. Na terceira visita são entregues as mudas para realização do plantio e ao final uma visita de avaliação".

Edilaine Dick, coordenadora geral do projeto destaca “Até o final do projeto, em agosto de 2015, deverão ser atendidas 250 propriedades rurais, além da distribuição de 300.000 mudas de espécies nativas, das quais 50.000 serão oriundas dos viveiros construídos pelo projeto”. Edilaine ainda ressalta que o principal resultado alcançado pelo projeto é o envolvimento de diferentes pessoas, parceiros e agricultores familiares.

O projeto comemora um ano de existência com vários resultados positivos nas duas regiões de atuação, confira alguns resultados a seguir.

Fotos: Acervo Apremavi.

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Resultados 01 ano de atuação Projeto Araucária

Na região oeste houve o envolvimento de 111 proprietários rurais preocupados com a conservação e recuperação da Floresta com Araucária; entrega de aproximadamente 30.000 mudas nativas e entrega de arame para execução das atividades voltadas a recuperação de áreas degradadas, reconversão produtiva de área e conservação de florestas e áreas naturais.

No Alto Vale do Itajaí, foram atendidas 85 propriedades familiares e doadas aproximadamente 25.000 mudas e arames, para o desenvolvimento das atividades previstas no projeto.

Outro objetivo alcançado foi a implantação de dois viveiros florestais, o Viveiro de Mudas Nativas Ricardo Cunha Canci, instalado próximo ao Parque Estadual das Araucárias em São Domingos e gerenciado pelo Grupo de Apoio à gestão do Parque Estadual das Araucárias (Grimpeiro). E o viveiro florestal em Santa Terezinha gerenciado pelos membros da Cooperativa de Agricultores Familiares Produtores de Mate e Ervas Medicinais (Coopamater).

Com apoio do projeto Araucária, a Coopamater ainda está em processo de formalização, porém todos os agricultores envolvidos estão sendo atendidos pelo projeto e as mulheres incentivadas a participar do projeto através da criação de um grupo de mulheres da cooperativa.

Atividades de educação ambiental também foram desenvolvidas, com palestras, brincadeiras relacionadas à preservação do meio ambiente e plantio de mudas nativas no entorno das escolas que participaram da programação da semana comemorativa ao Dia Mundial do Meio Ambiente (02 a 06 de Junho de 2014).

Seminários, cursos de capacitação e dias de campo estão sendo realizados pelo projeto, com o objetivo de aproximar os agricultores e permitir que conheçam melhor as atividades que estão sendo implantadas nas propriedades, e o processo de produção de mudas, como o curso realizado em março/2014 para os responsáveis pelos viveiros florestais.

Mais detalhes podem ser acessados no site do projeto.

Mulheres de Santa Terezinha visitam a Apremavi

O dia 14 de agosto de 2014 ficou marcado pela alegria e espontaneidade de um grupo de mulheres de Santa Terezinha que visitou a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi).

O grupo composto de 21 mulheres é fruto do trabalho que a instituição vem desenvolvendo no município, junto a Cooperativa de Produtores de Mate e Ervas Medicinais (COOPAMATER), que está em processo de criação. A atividade faz parte do Projeto Araucária, executado pela Apremavi, que tem patrocínio da Petrobras, através do programa Petrobras Socioambiental.

Edilaine Dick e Daiana Tânia Barth, técnicas do Projeto Araucária e da Apremavi, recepcionaram as mulheres no Centro Ambiental Jardim das Florestas, onde foi servido um delicioso café colonial. Na sequencia, Edegold Schäffer, presidente da instituição, fez um breve relato sobre a história do município de Atalanta. Também foi apresentado o vídeo institucional da Apremavi.

Edilaine relatou em detalhes os objetivos do Projeto Araucária e demais atividades que são desenvolvidas no município de Santa Terezinha e falou sobre a importância da participação das mulheres e da família nas atividades desenvolvidas junto a cooperativa e na propriedade rural. Para Edilaine, a participação da família é essencial para o sucesso dos trabalhos desenvolvidos em cada propriedade e na comunidade: “todos devem se sentir parte do processo e cuidar das áreas de restauração ou sistemas agroflorestais que estão sendo implantados, uma vez que todos serão beneficiados com os resultados alcançados”.

Ela destaca ainda que a visita foi importante para que as mulheres pudessem visualizar aspectos importantes da propriedade como o paisagismo, e vislumbrar novas oportunidades como a confecção de artesanatos, a produção de geleias de frutas nativas e o plantio e uso de plantas medicinais.

Exposição de produtos artesanais. Foto: Edilaine Dick.

Durante a visita foi realizada uma exposição de artesanato do Clube de Mães Recanto da Cachoeira, de Atalanta e da loja Nigenete, de Agrolândia. Também foram expostos produtos orgânicos, como geleias e compotas, da Associação de Produtores Agroecológicos Semente do Futuro, de Atalanta. As mulheres foram presenteadas com vários desses produtos.

O grupo teve ainda a oportunidade de conhecer o viveiro de mudas nativas da Apremavi, o quintal e as orquídeas da Dona Anita Schaffer e áreas de recuperação de mata ciliar na propriedade de Edegold Schaffer. Conheceram também o Parque Natural Municipal da Mata Atlântica, uma importante Unidade de Conservação da região do Alto Vale do Itajaí.

Visitando área de mata ciliar recuperada. Foto: Edilaine Dick.

A despedida foi uma visita na Floricultura Mondini em Pouso Redondo (SC).  Segundo Lourdes Juraszek e sua filha Enizeli o grupo gostou muito da visita: “com certeza voltaremos outras vezes, porque todo o passeio foi muito bom e aprendemos muito”.

Projeto Araucária implanta SAFs em Santa Terezinha

O Projeto Araucária, executado pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), esteve em Santa Terezinha de 30 de julho a primeiro de agosto de 2014 para implantar pomares de espécies nativas em três propriedades localizadas no município. A implantação dos pomares é a primeira etapa para a formação de sistemas agroflorestais (SAFs) nessas propriedades.

O trabalho foi coordenado pelo Engenheiro Florestal Leandro Casanova e contou com a participação de outros integrantes da equipe da Apremavi e também dos proprietários das áreas.

Por sistemas agroflorestais entende-se a agricultura realizada em conjunto com espécies florestais e/ou com animais numa mesma área. As espécies florestais utilizadas fornecem produtos úteis ao produtor rural, além de manter fertilidade dos solos, pois adubam naturalmente o solo, reduzindo o uso de insumos e atuando na recuperação de áreas degradadas. A diversificação de espécies é a essência dos SAFs.

Nesta primeira etapa do trabalho foram utilizadas espécies de árvores frutíferas nativas, próprias para consumo humano, como: a grumixama (Eugenia brasiliensis), a gabiroba (Campomanesia reitziana), a jabuticaba (Myrciaria trunciflora), a pitanga (Eugenia uniflora), a uvaia (Eugenia pyriformis) e a cereja (Eugenia involucrata). Em cinco anos estas espécies já estarão produzindo frutos. Para que as mesmas produzam satisfatoriamente é necessário cuidar bem das mudinhas plantadas, utilizando técnicas como o coroamento, tutoriamento, roçadas, adubação e podas.

Estas frutas podem ser consumidas in natura e também ser utilizadas na preparação de doces, bolos, sobremesas entre outros. Além do consumo humano, estas espécies ao frutificarem também atraem a fauna local, servindo de alimento para diversos pássaros e pequenos roedores como a cutia.

No plantio também foram utilizados o ingá-feijão (Inga marginata) e o ingá-anão (Inga cylindrica), que por serem leguminosas, possuem associação com bactérias fixadoras de nitrogênio, atuando como fertilizantes naturais. Além disso, são espécies de crescimento rápido e irão fornecer o sombreamento necessário às plantas de erva-mate que serão introduzidas posteriormente.

Numa segunda etapa está previsto o plantio de erva-mate (Illex paraguariensis) nas entre-linhas de frutíferas nativas, completando o SAF com uma espécie de grande potencial econômico. Além da erva-mate serão plantadas também mudas de pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia), palmiteiro (Euterpe edulis) e bracatinga (Mimosa scabrella), todas visando a utilização de algum produto no futuro. Espécies de “madeiras nobres” como o cedro, o sassafrás, a peroba também podem ser introduzidas em sistemas agroflorestais com objetivos madeireiros no longo prazo.

A implantação de sistemas agroflorestais faz parte das atividades do Projeto Araucária, executado pela Apremavi, com partocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental.

Implantandos SAFs. Foto: Leandro Casanova.

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