Da semente à muda: araucária
Com apenas cerca de 3% de área conservada, a Floresta com Araucárias precisa da ajuda de todas as pessoas para colocar sementes na terra, cuidar das mudas, proteger a biodiversidade e defender aquela que é um dos símbolos da resistência da Mata Atlântica.
A araucária (Araucaria angustifolia) pode ser encarada como figura totêmica na paisagem, com seu caule inflexível ao crescimento lateral e copa concentrada muito longe do chão; representando a resistência às condições imperiosas do ambiente e ao próprio tempo. Está historicamente ligada às comunidades humanas, com registros dessa relação encontrados até mesmo em pinturas rupestres e vestígios encontrados em estudos arqueobotânicos.
É uma das espécies mais antigas da flora brasileira, mas está com sua existência ameaçada por conta da exploração extensiva do último século, quando sua madeira começou a ser empregada em construções das mais diversas naturezas, incluindo estradas de ferro e pontes. O corte da araucária foi proibido no Brasil em 2001, por conta de uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). A Resolução nº 278/2001 surtiu pouco efeito, sobretudo por conta do desmatamento ilegal e concessão de licenças pouco criteriosas são pautadas e concedidas com frequência por interesses econômicos.
> Saiba mais sobre a araucária no Guia de Espécies da Apremavi
O Dia Nacional da Araucária, celebrado em 24 de junho, foi estabelecido por meio de um Decreto Presidencial em 2005, buscando catalisar iniciativas para a conservação e proteção da espécie e de todo o ecossistema da Floresta Ombrófila Mista, que figura entre as fitofisionomias mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas no domínio da Mata Atlântica. Além de medidas para que mais nenhum pinheiro-brasileiro seja derrubado, como a criação de novas Unidades de Conservação e proteção da integridade daquelas já estabelecidas, fica evidente que a Floresta com Araucárias precisa ser restaurada.
Aspectos da espécie e da produção de mudas de araucária no Viveiro Jardim das Florestas. Fotos: Arquivo Apremavi.
Aproveitando os dias onde os pinhões (semente da araucária) são encontrados em abundância no Sul do país, a Apremavi compartilhou em seu canal no YouTube as principais orientações para quem busca transformar uma semente em árvore. Também são apresentados detalhes da produção das mudas em escala no Viveiro Jardim das Florestas, que produziu dezenas de milhares de mudas da espécie em 2022. As mudas são utilizadas em iniciativas de restauração ecológica, como o Conservador das Araucárias.
A intenção do vídeo é demonstrar que a proteção da Terra, através da conservação, restauração ecológica e defesa das políticas públicas socioambientais é similar ao desenvolvimento de uma nova araucária: está condicionada a muitas variáveis e incertezas; mas a possibilidade de crescimento é possível com cuidado e participação ativa de cada um.
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Autor: Vitor Lauro Zanelatto | Revisão: Carolina Schäffer e Thamara Santos de Almeida