Camboatá-vermelho, uma árvore muito apreciada pelas aves

7 fev, 2023 | Guia de Espécies, Notícias

O camboatá-vermelho (Cupania vernalis), também conhecido como camboatá, cuvantã, arco-de-pipa, arco-de-peneira e miguel-pintado é uma espécie de árvore nativa da América do Sul. No Brasil é encontrada nos biomas da Mata Atlântica, Cerrado e no Pantanal. 

A origem do nome do seu gênero, cupania, é uma homenagem ao monge e botânico italiano Francesco Cupani (1657 – 1710), autor de diversos trabalhos botânicos importantes. Já o vernalis vem do latim vernalis (vernal), relativo à primavera.

É uma espécie secundária encontrada na Floresta com Araucárias que atinge até 25 metros de altura e até 80 cm de diâmetro, tendo uma grande importância na estrutura e na composição ecológica da floresta.

É muito utilizada em projetos de restauração ecológica sobretudo nos plantios mistos destinados à recuperação de áreas degradadas, principalmente as Áreas de Preservação Permanente (APPs), uma vez que seus frutos são muito apreciados pelas aves, que comem somente o arilo e, ao desprezar as sementes, ajudam na dispersão da espécie.

Para fins paisagísticos, a espécie é comumente usada em plantios de arborização de parques, praças e ruas. Também possui uma importância medicinal*, já que a sua casca pode contribuir no tratamento de contra asma, tosse e feridas. Além disso, sua madeira é muito utilizada na marcenaria, carpintaria e carvão. 

Cupania vernalis. Foto: João Medeiros Attribution 2.0 Generic (CC BY 2.0)

Detalhes da árvore, frutos e sementes do camboatá-vermelho. Fotos: João Medeiros Attribution 2.0 Generic (CC BY 2.0), Frutos Atrativos do Cerrado e Carolina Schäffer

Camboatá-vermelho

Nome científico: Cupania vernalis Cambess.

Família: Sapindaceae

Utilização: sua madeira é utilizada em construções internas e na marcenaria, no geral. Espécie indicada para paisagismo em parques, praças e ruas

Fruto: setembro a novembro

Flor: branco-amarelada

Frutificação: setembro a dezembro

Floração: março a maio

Sementes: é recomendado semear em sacos de polietileno, ou em tubetes de polipropileno de tamanho médio. Quando necessária, a repicagem pode ser feita de 35 a 45 dias após a semeadura

Crescimento da muda: geralmente lento, as plântulas do camboatá não suportam a luz direta, motivo pelo qual devem ser plantadas em canteiros cobertos por esteiras ou ripados

Status na Lista Vermelha da IUCN: pouco preocupante (Least Concern), ou seja, a espécie não está ameaçada de extinção.

* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral, onde os estudos foram feitos com propriedades isoladas em uma quantidade específica. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações médicas

 

Fontes consultadas

CARVALHO, PER. Cuvatã: Cupania vernalis. 2006.

GLUFKE, Clarice. Espécies florestais recomendadas para recuperação de áreas degradadas. Porto Alegre: Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 1999.

LORENZI, Harri. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992.

SOUZA, V. C. et al. Guia das plantas da Mata Atlântica-Floresta Estacional. Piracicaba: Liana, 2019.

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Carolina Schäffer.
Foto de capa: Frutos Atrativos do Cerrado.

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