Eleições municipais: seu candidato tem compromisso com um futuro sustentável?

29 out, 2020 | Notícias

As eleições municipais estão aí e este ano elas vem com uma responsabilidade ainda maior dos eleitores, para que se façam escolhas que possam fazer frente aos grandes desafios que estamos vivenciando. Temos uma infinidade de candidaturas, mas quais delas estão realmente comprometidas com a busca por um mundo melhor?

A pandemia da COVID19, a recessão econômica e a emergência climática exigem de nós ações contundentes e fortes para que possamos superar essas crises. A proteção e restauração da natureza é resposta para todas elas. Não é possível fazer mais do mesmo e por isso votar em candidaturas comprometidas com a sustentabilidade não somente é desejável, como necessário.

Apresentamos aqui algumas iniciativas que podem ajudar os eleitores a analisar melhor as candidaturas, verificando se elas realmente tem esse compromisso com um futuro sustentável e também para oferecer conteúdos a serem apresentados não somente às campanhas em andamento, mas também aos que se elegerem. O processo político não acaba no dia da eleição, e o eleitor tem o dever de acompanhar e monitorar o trabalho dos que foram eleitos.

 

 

Seu candidato(a)(e) conhece os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) e a Agenda 2030?

As eleições municipais de 2020 no Brasil são uma ótima oportunidade para discutirmos a territorialização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), afinal, as pessoas vivem nos municípios! O desafio é ainda maior no contexto da pandemia da Covid-19, que expôs as desigualdades, aumentou a fome, a pobreza e o desemprego.

Precisamos que as candidaturas ao Executivo e Legislativo municipais conheçam a Agenda 2030 e se comprometam com sua implementação. É com este objetivo que o Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030) lança a campanha Mudar o jogo – Agenda 2030 e as eleições municipais. A ação é financiada pela União Europeia e tem o apoio da Rede ODS Brasil e da Frente Parlamentar Mista de Apoio aos ODS.

Seu candidato(a)(e) sabe o que é a Carta da Terra?

A Carta da Terra é um documento com dezesseis princípios que impulsionam um movimento global em direção a um mundo mais justo, sustentável e pacífico. As candidaturas municipais podem aderir a campanha #QuartapelaCartadaTerra que propõe uma carta-compromisso para as eleições municipais de 2020, vinculada ao 3º princípio da Carta da Terra: “Construir sociedades democráticas que sejam participativas, justas, sustentáveis e pacíficas”. 

Seu candidato(a)(e) está por dentro da importância de se combater a crise climática?

O aquecimento global já está provocando uma série de consequências que impactam o dia-a-dia das pessoas e medidas para combatê-lo são urgentes. As candidaturas e os mandatos precisam estar em dia com essa pauta.

O Jovens Políticos pelo Clima é um manifesto climático suprapartidário, elaborado coletivamente por jovens lideranças e especialistas engajados na pauta do clima. Propõe uma reflexão e um chamado para ação frente à insustentabilidade do modelo de cidade que se tem produzido ao longo das últimas décadas no Brasil.

Se você é um jovem candidato(a)(e) preocupado(a)(e) com as questões globais e quer promover mudanças locais, assine o Manifesto e faça parte dessa revolução política. Se você conhece um jovem candidato(a)(e), sugira que assine o Manifesto. E não se esqueça, a pauta climática deve estar inserida em todas as candidaturas e mandatos.

Seu candidato(a)(e) sabe da importância da Mata Atlântica?

Em tempos de campanhas eleitorais municipais, a Fundação SOS Mata Atlântica apresenta apresenta aos candidatos, candidatas e candidates o Manifesto Desenvolvimento para Sempre. Documento na qual reforça a importância da implementação do Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMA), principal instrumento para a aplicação da Lei da Mata Atlântica localmente, e, destaca um conjunto de ações a serem assumidas como compromisso nos governos locais, pelos Executivos e Legislativos Municipais, considerando a Mata Atlântica e o clima, a restauração da floresta, a valorização dos parques e reservas e a garantia de água limpa.

Olhar para inclusão de gênero

Temos também um pedido especial. Tenha um olhar de gênero. Ter mulheres na política é importante por vários motivos. A começar pela necessidade de corrigir uma desigualdade histórica na representatividade das mulheres nos espaços de poder. Eleger mulheres significa passar a ter esse olhar sobre todas as pautas – não apenas aquelas voltadas exclusivamente para mulheres. Independente de quais forem suas convicções políticas, existe uma candidata que se alinhará a elas.

Para saber quem são as candidatas aos cargos municipais nessas eleições, acesse a Plataforma Meu Voto Será Feminista. Se a sua candidata não está nessa lista, sugira que ela faça a adesão à Plataforma – é de graça e tem o intuito de ampliar a divulgação das candidaturas femininas.

E para quem tem curiosidade em saber qual o perfil e onde estão as mulheres que atualmente tem mandatos legislativos e executivos, o Instituto Alziras lançou recentemente uma pesquisa que revelou quem são as mulheres que governam o Brasil. A pesquisa, que ouviu 45% das 649 das prefeitas eleitas em 2016, mostra que as mulheres que estão à frente das prefeituras acumulam experiência na política em sua trajetória, têm mais anos de estudo do que os prefeitos homens e superam enormes desafios em municípios pequenos e sem recursos.

Em resumo…

Nosso voto pode sim mudar a cara do cenário político. Por isso, ao escolher seus candidatos(as)(es) para essas eleições não esqueça de considerar todas as questões que apontamos nessa matéria. Além disso, aproveite e pergunte também se ele/ela:

É contra os retrocessos ambientais?
É a favor da criação e implementação de Unidades de Conservação no município?
Apoia a elaboração do Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica?

Vote com consciência.
Vote com inclusão de gênero, de raças, de idades.
Vote pensando no nosso futuro.
Vote pelo bem das florestas e da biodiversidade.

Autoras: Miriam Prochnow e Carolina Schäffer.

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